O 4.º domingo da Quaresma, no Ano B, garante-nos, através da
liturgia, que Deus nos ama e, nesse amor, toma a iniciativa de nos oferecer, de
forma inteiramente gratuita e incondicional, a vida eterna. Ora, se somos
amados, temos de corresponder amando e levando os outros a amar.
Na 1.ª leitura (2 Cr 36,14-16.19-23) percebemos que, se o homem prescinde de Deus e elege vias
de egoísmo e autossuficiência, constrói um futuro com horizontes de dor e
morte. Não obstante, Deus dá sempre ao seu Povo novo ensejo para refazer a via
da esperança e da vida nova.
Pela 2.ª leitura (Ef 2,4-10), sabemos que Deus ama o homem com um amor total, desmedido,
incondicional – que ergue o homem da sua condição de finitude e debilidade e
lhe oferece um mundo novo de vida plena e de felicidade sem fim, no horizonte
final da nossa existência.
E o Evangelho de João (Jo 3,14-21) recorda-nos que Deus nos amou de tal modo que enviou o seu Filho único
ao nosso encontro para nos oferecer a vida eterna. Por isso, somos convidados a
olhar para Jesus, aprender com Ele a lição do amor e percorrer com Ele a rota
da entrega e do dom da vida, que é o caminho da salvação, da vida plena e
definitiva.
***
As implicações do facto: Deus ama-nos
“Deus amou
tanto o mundo” (Jo 3,14-21) é
versículo central no Evangelho joanino, versículo do assombro que renasce e
ressoa nestas palavras apetitosas como o mel, tonificantes como passeio à
beira-mar entre salpicos de ondas e ar bom respirado a plenos pulmões, palavras
a saborear em cada dia e a que nos agarrarmos com força em todas as passagens
da vida, em cada queda, em cada noite, em casa desilusão. Deus amou. E as
nossas noites, tal como a noite de Nicodemos, iluminam-se e, a cada dia,
podemos renascer para a confiança, a esperança, a paz serena, a vontade de
amar, trabalhar e criar, e para a vontade de proteger e cultivar pessoas,
talentos e criaturas em todo o pequeno jardim que Deus confiou a cada um de
nós.
E não é só o
ser humano, mas é amado o mundo: a Terra, os animais, as plantas – a criação
inteira. Ora, se Deus amou a Terra, também nós a devemos amar, com os seus
espaços, os seus filhos, o seu verde, as suas flores; e, se Ele amou o mundo e
a sua frágil beleza, também nós amaremos a Criação como a nós mesmos, como o
nosso próximo. E, como dizia Gandhi, “o meu próximo é tudo o que vive”. Na verdade,
a revelação de Jesus é: Deus considerou o mundo, cada ser humano, este nada a
que deu um coração, mais importante do que Ele próprio. E, para o adquirir
perdeu-se a si mesmo. “Deus amou”. O verbo no passado indica não uma esperança,
uma expectativa, mas uma segurança, um facto de que o mundo inteiro está
impregnado. Toda a história começa com um “és
amado”, “foste amado”, e termina
com um “amarás”. Não somos cristãos
por amarmos Deus, mas por crermos que Deus nos ama e correspondermos ao amor.
De facto, Deus
não enviou o Filho para julgar o mundo, mas para o salvar, ou seja, para que
quem crê tenha a vida. Não interessa a Deus acionar um processo contra nós para
condenar ou equilibrar contas, nem mesmo para absolver. A vida dos amados não
se ajusta à medida do tribunal, mas à do florescimento e do abraço, no
arquétipo da plenitude. E o mundo, nesta ótica, será salvo, ou seja,
conservado, de modo que não se perderá nada, nem uma lágrima, nem um suspiro,
nem um fio de erva; não se perderá nenhuma dolorosa paciência, nenhum generoso
cansaço, nenhum gesto de cuidado por mais pequeno ou oculto que seja. E não teremos
vivido em vão, se pudemos impedir que um coração se desfaça, aliviar a dor duma
vida, aliviar uma pena, ou ajudar um passarinho caído a voltar ao ninho.
***
Apesar da infidelidade do Povo à Aliança, Deus oferece a vida
e a felicidade
O Livro das Crónicas é obra de autor anónimo que visa
oferecer a história de Israel, da criação do mundo à época do Exílio. A
tradição judaica atribui a obra a Esdras, o que não é provável, pois o livro
integra um bloco que mostra alguma unidade (está em conjunto com os livros de Esdras e de Neemias). Este bloco designa-se de “Obra do Cronista”.
As várias hipóteses de datação do livro apontam para o
período entre 515 e 250 a. C. Entretanto, alguns veem na elaboração da obra um
processo em várias etapas. Cerca de 515 a.C., teria aparecido uma 1.ª edição, a
legitimar o culto no segundo Templo (o Templo reedificado pelos judeus
regressados do Exílio na Babilónia); entre 400 e 375 a.C., teria surgido a 2.ª edição, a
sublinhar a autoridade de Esdras como legislador e intérprete da Torah; entre
350 e 300 a.C., teria aparecido a 3.ª edição, a animar, fortalecer e consolidar
a comunidade judaica face à hostilidade dos vizinhos, nomeadamente dos
samaritanos.
A perícopa ora em reflexão é da parte final do segundo Livro
das Crónicas. O Cronista refere aqui dois factos históricos separados por quase
50 anos: a queda de Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor (587/586 a.C.) e a autorização dada por Ciro, rei
persa, para o regresso dos exilados a Jerusalém após a queda da Babilónia (538 a.C.). Entrementes, o Povo de Deus passou pela dramática
experiência do Exílio. Todavia, o autor prefere dar-nos a interpretação
teológica dos factos a oferecer a descrição pormenorizada dos acontecimentos
históricos. Não se trata dum historiador ou analista político, mas dum crente
que tem em vista a leitura da história à luz da fé e em fazer daí as ilações
que se impõem. O Cronista vê o incêndio do Templo, a destruição de Jerusalém e
a subsequente deportação como terrível humilhação e desgraça para o Povo em
resultado lógico dos pecados da nação. “Os chefes de Judá, os sacerdotes e o
Povo multiplicaram as suas infidelidades” (v. 14);
não fizeram caso dos avisos que Deus enviou pelos profetas e desdenharam das
suas exortações, pelo que a ira do Senhor se abateu sobre o Povo (cf vv. 15-16). Mesmo o tempo de duração do Exílio
(um número não exato, mas
simbólico de 70 anos – isto é, de 10 vezes 7) é tido como um grande jubileu forçado por Deus para
compensação por todos esses sábados (sétimos dias) que o Povo não respeitou, não cumprindo as obrigações para com Jahwéh. E
a “terra de Deus”, martirizada pela injustiça e pecado, teve de descansar
durante 70 anos, até ser renovada e voltar a ser a “casa” do Povo de Deus (v. 21).
Esta leitura da história denota uma noção um tanto primitiva
da justiça de Deus: quando o Povo vive na fidelidade à Aliança, Deus
oferece-lhe vida e felicidade; mas, quando o Povo é infiel aos compromissos, conhece
a desgraça e a morte. Porém, o Cronista está consciente de que o castigo não é
a última palavra de Deus. Os últimos versículos (vv. 22-23 – versão resumida de Esd 1,1-4) apontam no sentido da esperança e
do recomeço. Na referência à libertação operada por Ciro e ao édito que permite
aos habitantes de Judá o regresso à pátria, está a ideia do Deus que não
abandona o Povo, mas que lhe continua a dar, em cada momento, a possibilidade
de recomeçar e, num horizonte de esperança, embarcar na aventura da vida nova.
***
Deus é rico em misericórdia e ama o homem com um amor imenso
É uma afirmação nuclear da Carta aos Efésios e, em especial, na
perícopa ora em referência.
Éfeso, na costa ocidental da Ásia Menor, era uma cidade
grande e próspera, capital da Província Romana da Ásia, com um porto de mar a ligar
o interior da Ásia Menor a todas as cidades do Mediterrâneo. Ao chegar ali (cf At 19,1), na sua terceira viagem
missionária, Paulo encontrou alguns cristãos com escassa preparação. Então,
instruindo-os, formou com eles a comunidade cristã de Éfeso. E, segundo o Livro
dos Atos dos Apóstolos, ficou lá durante um longo período (mais de 2 anos, segundo At 19,10), ensinando, primeiro, na sinagoga
e, depois, na “escola de Tirano” (At 19,9).
Assim, reuniu à sua volta um considerável número de convertidos ao “Caminho” (At 19,9.23). Ainda de acordo com Lucas, foi aos
anciãos desta Igreja que Paulo confiou, em Mileto (cf At 20,17-38), o testamento espiritual,
apostólico e pastoral, antes de ir a Jerusalém, onde acabaria por ser preso.
Ora, isto faz supor uma relação estreita entre Paulo e a comunidade de Éfeso.
Porém, a carta, bastante impessoal, não reflete tal relação. Por isso, alguns
comentadores duvidam que esta carta venha de Paulo. Outros, porém, creem que o
texto chegado até nós com o nome de “Carta aos Efésios” é um dos exemplares duma
“carta circular” enviada a várias igrejas da Ásia Menor – incluindo a
comunidade cristã de Éfeso.
Seja como for, a Carta aos Efésios apresenta-se como uma
carta de Paulo numa altura em que o apóstolo está na prisão (talvez em Roma), por volta dos anos 58/60. O
portador terá sido um tal Tíquico. É um texto de grande riqueza temática, com
uma reflexão amadurecida e completa onde o autor apresenta uma espécie de
síntese da teologia paulina.
A perícopa assumida para esta dominga integra a parte
dogmática da carta (cf Ef
1,3-3,21). Mais em
concreto, o texto apresenta uma reflexão sobre o papel de Cristo na salvação. O
ponto de partida do autor da Carta é a verificação da situação de pecado em que
o homem vive e de que não pode sair por si só. Estará, portanto, o homem
condenado à escravidão do pecado e à morte?
Ora, Deus é rico em misericórdia e ama o homem com imenso amor,
pelo que à situação pecadora do homem Deus responde com a sua graça (v. 4). Este amor salvador e libertador não é amor
condicional, que se derrama se e quando o homem se converte; é um amor
incondicional que atinge o homem mesmo quando ele percorre caminhos de pecado e
morte (v. 5).
Assim, ao homem orgulhoso e autossuficiente, instalado no
egoísmo e pecado, Deus ofereceu uma nova vida, ressuscitando-o e sentando-o com
Cristo no céu (“nos
ressuscitou e nos fez sentar no céu com Cristo Jesus” – v. 6). O autor da Carta não se refere à
ressurreição e glorificação do homem como coisa futura, mas como uma coisa
passada (usando o tempo
grego do aoristo, com significado de passado). Todavia, é ação passada que afeta o presente e tem
implicações no presente. Unido a Cristo, o cristão já ressuscitou e foi
glorificado; continua a viver na terra sujeito à finitude e às limitações da
vida presente, mas é já um cidadão do céu. Com efeito, Deus já inoculou na
débil e frágil natureza humana os dinamismos da vida eterna. A vida do cristão
está, assim, marcada pela dupla condição de fragilidade e de eternidade. Apesar
dos seus limites e debilidade, o cristão tem de testemunhar e anunciar a vida
nova que Deus lhe ofereceu nesta terra.
Em toda a Carta dá-se uma grande importância à gratuitidade
da ação salvadora de Deus. De facto, a salvação não é conquista do homem nem
resulta das suas obras ou méritos, mas é dom de Deus. Por isso, não há lugar a
qualquer sentimento de orgulho ou a uma qualquer atitude de autoglorificação. A
salvação é oferta gratuita que Deus faz ao homem, mesmo que o homem não a
mereça (v. 9). E desta oferta de salvação nasce
um homem novo, que pratica boas obras, que não são condição para se receber a
salvação, mas resultado da ação dessa graça que Deus, em seu amor e bondade,
derrama gratuitamente sobre o homem (v. 10).
***
Jesus, o “Filho único” do Pai, é o grande dom do amor de Deus
à humanidade
A perícopa tomada para 3.ª leitura deste 4.º domingo da
Quaresma integra a secção introdutória do 4.º Evangelho (cf Jo 1,19-3,36). Aqui, o autor apresenta Jesus e
procura – com os contributos das personagens que vão ocupando o centro do palco
– dizer quem é Jesus. Mais concretamente, o trecho faz parte da conversa entre
Jesus e um chefe dos judeus chamado Nicodemos (cf Jo 3,1) que foi visitar Jesus de noite (cf Jo 3,2), o que parece indicar que não se
queria comprometer e arriscar a posição de que gozava na estrutura religiosa
judaica. Este membro do Sinédrio há de aparecer, mais tarde, a defender Jesus ante
os chefes dos fariseus (cf
Jo 7,48-52) e estará
presente na altura em que Jesus é descido da cruz e colocado no túmulo (cf Jo 19,39).
A conversa entre Jesus e Nicodemos comporta três momentos. O
primeiro (cf Jo 3,1-3) mostra Nicodemos a reconhecer a
autoridade de Jesus graças às suas obras e Jesus a declarar que isso não é
suficiente, pois o essencial é reconhecer Jesus como o enviado do Pai. No
segundo (cf Jo 3,4-8), Jesus diz ao seu interlocutor que,
para entender a sua proposta, é preciso “nascer de Deus”, explicando-lhe que
este novo nascimento é o nascimento “da água e do Espírito”. No terceiro (cf Jo 3,9-21), Jesus descreve o projeto de
salvação como uma iniciativa do Pai, tornada presente no mundo e na vida dos homens
pelo Filho e que se concretizará pela cruz/exaltação de Jesus. Como é óbvio,
esta perícopa pertence ao terceiro momento enunciado.
O texto gravita em torno de verbos
fundamentais: levantar, amar, enviar, crer. Alguns
referem-se a Deus: o primeiro é “levantar” (pôr em evidência, erguer para que vejam e
percebam o dom recebido); o segundo é “amar” (só Deus sabe amar sem pedir nada em troca; a
história da salvação é história do amor de Deus por nós); o terceiro é
“enviar” (o
Pai enviou o Filho unigénito, O que ele ama, para que o mundo se salve). Os outros verbos
dizem respeito a nós. Somos chamados a crer, isto é, a acolher o amor. Da fé
jorra a vida como duma fonte. Se cremos, o nosso comportamento exprimirá a
nossa fé: é o que significa ser filhos da Luz, tal como Jesus que é a Luz
verdadeira que veio a este mundo.
Jesus começa por explicar que o Messias tem de “ser levantado
ao alto”, como “Moisés levantou a serpente” no deserto – evoca-se o episódio do
deserto em que os hebreus, mordidos pelas serpentes, olhando a serpente de
bronze levantada num estandarte por Moisés, se curavam (cf Nm 21,8-9). A imagem do “levantamento” de
Jesus refere-se à cruz – passo necessário para a exaltação, a vida definitiva.
É aí que Jesus manifesta o seu amor e que indica aos homens o caminho que devem
percorrer para alcançar a salvação, a vida plena (v. 14).
É sugerido aos homens que acreditem no “Filho do Homem”
levantado na cruz, para que não pereçam, mas tenham a vida eterna. Com efeito,
“acreditar” no “Filho do Homem” significa aderir a Ele e à sua proposta de vida
e aprender a lição do amor e fazer, como Jesus, dom total da própria vida a
Deus e aos irmãos (v. 15). É deste modo que se atinge “vida
eterna”.
Depois, o autor do 4.º Evangelho entra em afirmações mais
detalhadas sobre o sentido da cruz de Jesus e de que modo a cruz gera vida definitiva
para o homem.
Jesus, o “Filho único” enviado pelo Pai ao encontro dos
homens para lhes trazer a vida definitiva, é o dom do amor de Deus à
humanidade. Provavelmente, a expressão “Filho único” evoca o “sacrifício de
Isaac” (cf Gn 22,16), figura antecipada (em parte típica e em parte antitípica) do sacrifício de Cristo: Deus comporta-se
como Abraão, capaz de desprender-se do próprio filho por amor (em Abraão, amor a Deus; em Deus, amor
aos homens). Jesus, o
“Filho único” de Deus, veio ao mundo para cumprir o plano salvífico do Pai em
favor dos homens. Para tanto, encarnou na história humana, correu o risco de
assumir a fragilidade do homem e partilhar a nossa humanidade; e, na sequência
duma vida gasta na luta contra as forças das trevas e da morte que escravizam
os homens, foi preso, torturado e morto na cruz. A cruz é, assim, o último ato
duma vida vivida no amor, na doação, na entrega. A cruz é, pois, a expressão
suprema do amor de Deus pelos homens e dá-nos a dimensão do incomensurável amor
de Deus por esta humanidade a quem Ele quer oferecer a salvação (v. 16). E o objetivo de Deus ao enviar o seu Filho único ao
encontro dos homens é libertá-los do egoísmo, da escravidão, da alienação, da
morte, e dar-lhes a vida eterna. Com Jesus, o “Filho único” morto na cruz, os
homens aprendem que a vida definitiva está na obediência ao plano do Pai e no
dom da vida aos irmãos, por amor. Ao enviar o seu “Filho único”, Deus não tinha
uma intenção negativa, mas uma intenção positiva. O Messias não veio com uma
missão judicial nem a excluir ninguém da salvação. Ele veio, antes, oferecer
aos homens – a todos os homens – a vida definitiva, ensinando-os a amar sem
medida e dando-lhes o Espírito que os transforma em Homens Novos (v. 17).
Mais: Deus não enviou o seu Filho único ao encontro de homens
perfeitos e santos, mas de homens pecadores, egoístas, autossuficientes, para
lhes apresentar uma nova proposta de vida. E é o amor de Jesus, bem como o
Espírito que Jesus deixou, que transforma o homem egoísta, orgulhoso, autossuficiente
e o insere na dinâmica da vida nova e plena.
Ante a oferta de salvação que Deus faz, o homem tem de optar.
Se o homem aceita a proposta de Jesus e adere a Ele, escolhe a vida definitiva;
mas, se prefere continuar escravo de esquemas de egoísmo e de autossuficiência,
rejeita a proposta de Deus e autoexclui-se da salvação. A salvação ou a condenação
não são, nesta perspetiva, o prémio ou o castigo que Deus dá ao homem pelo seu
bom ou mau comportamento, mas o resultado da opção livre do homem face à oferta
incondicional de salvação que Deus lhe faz. A responsabilidade pela vida
definitiva ou pela morte eterna não recai, pois, sobre Deus, mas sobre o homem
(v. 18). E, nesta perspetiva de João,
também não existe um julgamento futuro, no final dos tempos, em que Deus pesa
na balança os pecados dos homens para ver se os há de salvar ou condenar: o
juízo realiza-se aqui e agora e depende da atitude do homem ante a proposta de
Jesus.
Na parte final desta perícopa (vv. 19-21), João repete o tema da opção pela vida (Jesus) ou pela morte. E observa que, por vezes, os homens
rejeitam a proposta de Deus preferindo a escravidão e as trevas (egoísmo, injustiça, orgulho,
autossuficiência – enfim, tudo o que torna o homem infeliz e lhe impede o
acesso à vida definitiva).
Ao invés, quem pratica as obras de Jesus (as obras do amor), escolhe a luz, identifica-se com Deus e dá testemunho de
Deus no meio do mundo.
Em suma: porque amava e ama a humanidade, Deus enviou o seu
Filho único ao mundo com uma proposta e oferta de salvação. Esta proposta nunca
foi retirada, esta oferta nunca foi sonegada nem cobrada; continua aberta e à
espera de resposta. Face à oferta de Deus, o homem pode escolher a vida eterna,
ou pode excluir-se da salvação.
E a Liturgia da Palavra desta dominga é um hino à gratuitidade
do amor divino!
2018.03.09
– Louro de Carvalho
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