sexta-feira, 13 de abril de 2018

Homenagem das Forças Armadas e de Segurança a Dom Manuel Linda


Hoje, 13 de abril, a Igreja de Santa Maria de Belém, nos Jerónimos, encheu-se para justa e sentida homenagem, por ocasião da sua despedida, a Dom Manuel da Silva Rodrigues Linda, até agora Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança ou Ordinariato Castrense e Bispo eleito do Porto, que tomará posse a 14 de abril e entrará solenemente na sua nova diocese a 15 de abril, pelas 16 horas, no dia em que perfaz 62 anos de idade.
A predita homenagem consistiu na celebração de Missa de Ação de Graças com a presença do Almirante António Silva Ribeiro, Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, do Dr. Marcos Perestello, Secretário de Estado da Defesa Nacional, do Dr. Fernando Frutuoso de Melo, Chefe da Casa Civil da Presidência da República, da Coronel Diná Azevedo, Assessora Militar do Presidente da República, do Dr. João Ribeiro, Secretário-Geral da Defesa Nacional, do General Manuel Teixeira Rolo, Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, do General Frederico Rovisco Duarte, Chefe de Estado-Maior do Exército, do Almirante António Mendes Calado, Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, do Tenente General Manuel da Silva Couto, Comandante-Geral da Guarda Nacional Republicana, do Superintendente-Chefe Luís Farinha, Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública, do Major-General Esperança da Silva, Inspetor-geral da Defesa Nacional, do Dr. Alberto Coelho, Diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional, da Dr.ª Maria João Sanches de Azevedo Mendes, Chefe de Gabinete do Ministro da Defesa Nacional, da Dr.ª Maria Cristina Xavier Castanheta, Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Defesa Nacional, do Dr. Manuel Araújo, em representação do diretor da Polícia Judiciária Militar, e da Dr.ª Isabel Cruz de Almeida, Diretora do Mosteiro dos Jerónimos. Com Dom Manuel Linda concelebraram o Vigário Geral do Patriarcado de Lisboa e um grande número de Capelães Militares e participaram na celebração os diáconos permanentes do Ordinariato Castrense.
A Celebração contou com uma Guarda de Honra ao Altar constituída por cadetes dos três Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança e a Animação Litúrgica esteve a cargo do Coro da Marinha. Os Toques de Homenagem aos Mortos foram executados pela Fanfarra do Exército e os principais Órgãos das Forças Armadas e das Forças de Segurança estavam representados pelos seus Estandartes.
No fim da cerimónia o CMGFA, Almirante António Ribeiro, depois de agradecer o privilégio de o meio Castrense o ter tido como Bispo, leu uma Mensagem do Presidente da República e ofereceu-lhe uma Imagem de São José.
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Na homilia e a partir da Liturgia do Dia, o Bispo, ainda Ordinário Castrense, que passará a Administrador Apostólico da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança até à nomeação do novo Bispo, alertou para a necessidade do combate à fome no mundo seguindo o exemplo de Cristo que nos ensina a partilhar, vincando:
Não podemos tolerar este escândalo e como Jesus, o único Salvador, devemos refutar a fome, porque é indigna do ser humano”.
Depois, partindo do sentimento de gratidão, que não deve ser apenas um simples hábito social ou um código linguístico, explicou, visivelmente comovido, as razões que devem levar as Forças Armadas e as Forças de Segurança a dizer um “Obrigado à Sociedade” e esta àquelas e de ele próprio ter o dever de agradecer a ambas e a Deus por o ter colocado em relação com elas. E frisou: “E digo ainda um obrigado a Deus que me colocou num setor, posso dizê-lo com emoção, só me deu muita alegria”. E terminou apelando a todos os presentes, militares e forças de segurança que continuassem fiéis aos princípios e valores que sempre os nortearam.
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A mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, um agradecimento em nome de Portugal e como Comandante Supremo das Forças Armadas, é do seguinte teor:
Como Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, agradeço, solene e emotivamente, o múnus devotado, lúcido, incansável, solidário, e patriótico do Senhor Dom Manuel Linda como Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança. Pela minha voz, Portugal agradece, indelevelmente, reconhecido.”.
Na sua alocução, o Almirante António Silva Ribeiro, recordou “as palavras que gentilmente quis dirigir a todos os elementos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, logo que foi conhecida a vontade de Sua Santidade o Papa Francisco para que abraçasse uma nova tarefa pastoral na igreja”. Sublinhando que Dom Manuel Linda “acabou por ficar somente 4 anos ao serviço da igreja no Ordinariato Castrense”, não tendo sido, pois, assim “muito tempo”, sustentou que todos perceberam que “tudo fez com grande intensidade, paixão e inovação”. Por isso, no momento em que cessa funções, afirma-lhe quanto as Forças Armadas e as Forças de Segurança devem “à distinção da sua inteligência e à nobreza do seu caráter, pelo avanço que imprimiu, com resultados notáveis, ao Ordinariato Castrense”. Mais disse que Dom Manuel deixa em todos “um rasto de grande simpatia, de total proximidade e de grande dedicação às pessoas” e, “antes de tudo, de grande fidelidade ao Evangelho”. Todos se habituaram a ver no seu Bispoo compromisso com todos os valores que são código de conduta nas Forças Armadas e nas Forças de Segurança”, o que é considerado ter sido “reconfortante”, pois esses valores “continuarão a ser o nosso lema de todas as horas”. E não duvidam de que “a sua nova missão vai ser igualmente coroada de êxito na linha dos grandes pastores, com que Deus tem presenteado a Diocese do Porto”.
Finalmente, o Almirante CEMGFA fez votos por que “Deus abençoe e acompanhe sempre a sua ação, para que todos os seus novos diocesanos e homens de boa vontade em geral desfrutem, em cada momento, de todo o seu zelo pastoral”.
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Também, a 5 de Abril, nas instalações do Brigada Mecanizada, generais do Exército foram demonstrar a consideração dedicada ao senhor Bispo.
No final do almoço, o Chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, agradeceu a ligação sentimental que Dom Manuel demonstrou pelo Exército e, para além de documentação vária, colocou-lhe nas mãos uma artística bússola “para que nunca perca o Norte”. Após a foto “oficial”, junto ao novo monumento aos combatentes, celebrou-se a Eucaristia, então já com a presença do Presidente da Junta de Santa Margarida da Coutada e dos Comandantes das várias Unidades da BrigMec. O coro era constituído exclusivamente por militares e, como é habitual, não faltaram a guarda de honra ao altar e os costumados toques. Concelebraram o Capelão Adjunto para o Exército, Padre Matos, e o antigo capelão desta Brigada, Padre António Joaquim. E Dom Manuel usou a mitra com o logótipo do Ordinariato Castrense, “para que o senhor bispo nunca se esqueça dos militares” de que o comandante da BrigMec, o general Ferrão, e o comandante do Campo Militar, o coronel Vinhas Nunes, lhe fizeram oferta.
Na breve homilia, Dom Manuel comentou a leitura bíblica do dia, a pregação de São Pedro: “Condenastes o Justo e pedistes a libertação de um assassino”. E afirmou:
Juntamente com outras estruturas e organismos, o Exército existe para que esta inversão de valores não se produza e não leve à destruição dos próprios laços onde a sociedade se fundamenta. O que é um perigo constante e uma tentação de todos os tempos. Mas vós, caros militares, estareis tanto mais capacitados para esta salvaguarda dos valores quanto mais os tenhais presentes na vossa existência. E não tenhamos ilusão: a fé constitui o alicerce mais sólido onde assentam os valores. Por conseguinte, muni-vos da fé para que possais desempenhar a vossa nobre tarefa..
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Também o chefe de Estado-Maior da Força Aérea Portuguesa distinguiu, no dia 4 de abril, Dom Manuel Linda com a medalha de mérito aeronáutico de primeira classe e destacou o “humanismo” que caraterizou a sua missão como Bispo das Forças Armadas e de Segurança.
Em declarações à agência Ecclesia, no final da cerimónia nas instalações do EMFA em Alfragide, o general Manuel Teixeira Rolo salientou “as palavras estimulantes e de força” que o Bispo sempre conseguiu deixar aos militares e a forma como se afirmou como “mensageiro” dos valores que estes homens e mulheres são continuamente chamados “a cultivar”, “sobretudo porque a Força Aérea tem uma missão que determina isso, que determina que haja força, que haja coragem, que haja abnegação, espírito de missão” e referiu que tudo isso se consegue “fazer melhor se houver fé e se houver esperança”.
Na hora de se dirigir a todos os membros da Força Aérea, o Bispo destacou os tantos homens e mulheres, “muitos deles de forma quase anónima” que “tanto contribuem” para o serviço do país e do povo português. Disse que, tanto “ao nível da defesa da nação” como, por exemplo, em atividades de “buscas e salvamentos”, “transportes de órgãos” e mesmo “transportes de recém-nascidos”, como aconteceu recentemente nos Açores. Garantiu que estarão sempre no seu coração, lembrando que no Porto também terá como missão estar próximo dos que de forma tão “nobre” se entregam aos outros, na área militar. Com efeito vem “para uma diocese que tem pelo menos duas unidades da Força Aérea, a Estação do Radar de Paços de Ferreira, e tem o Aeródromo de Manobra de Maceda”, como salientou.
Fez ainda uma referência à vinda do Papa Francisco a Portugal, em maio de 2017, como um dos acontecimentos que marcaram a sua missão como Bispo das Forças Armadas e de Segurança.
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Já no dia 3 de abril, o Ministro da Defesa Nacional Cerimónia condecorara o Bispo das Forças Armadas e de Segurança com a Medalha da Defesa Nacional 1.ª Classe. Na sua alocução, o governante, sabendo que “a César haveremos de dar o que é de César e a Deus o que é de Deus” sentiu que este Bispo das Forças Armadas e de Segurança é um servidor da Paz e serve “os Servidores da Paz”. Considerou-o o estudioso (mais que o estudioso, o discípulo!) de Dom António Ferreira Gomes (foi Bispo do Porto), que ensinou a “repensar e ajuizar, à base da sempre perene Revelação cristã, as novas questões com que a humanidade continuamente se confronta”.
E referiu que, num mundo repleto de muitos Césares (globalizando medos, fobias, vinganças e os ressentimentos, mais do que uma efetiva justiça jurídica, económica e social), caberá a Deus, e aos cuidadores das coisas do espírito promover a dignidade humana que só se pode realizar em liberdade e em fraternidade. E vê nesta linha a ação de camaradagem e fraternidade do homenageado. E disse:
Soube unir, sem deixar de deixar, aqui e ali e como quem não quer a coisa, palavras de alerta como palavras de alento. Tudo aquilo de que precisam as nossas Forças Armadas e as nossas Forças de Segurança, essa andragogia que estudou em Dom António Ferreira Gomes mas que aqui exerceu em aulas práticas, em aulas intensas.”.
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É este o prelado que vem pastorear a grã diocese do Porto. Elogiado, louvado e condecorado, sabe ser o homem simples da fraternidade, da relação, da união e do labor pastoral conjunto.
2018.04.13 – Louro de Carvalho

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