segunda-feira, 23 de abril de 2018

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor 2018


Celebra-se hoje, dia 23 de abril em todo o mundo e, entre nós, em várias zonas do país, o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Para o efeito, multiplicam-se as iniciativas de leitura, os programas dedicados às famílias, as ofertas de livros, as caças ao livro; e surge, pela primeira vez, a participação da área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. As várias ações de promoção dos livros e da leitura são organizadas por livrarias, associações culturais, escolas, universidades e outras entidades. E as livrarias promovem compras de livros com descontos.
Uma sugestão de celebração é a partilha da(s) sua(s) obra(s) preferida(s) com os outros. Outra sugestão é começar a ler um novo livro. E dão-se exemplos de alguns livros famosos: Os Lusíadas, Luís Vaz de Camões; A Ilíada, Homero; As Mil e Uma Noites; A Bíblia; Os Três Mosqueteiros, Alexandre Dumas; Os Miseráveis, Victor Hugo; Dom Quixote, Cervantes; Romeu e Julieta, William Shakespeare; Lolita, Vladimir Nabokov; Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski; Guerra e Paz, Liev Tolstói; 1984, George Orwell; Oliver Twist, Charles Dickens; As Aventuras de Tom Sawyer, Mark Twain; O Velho e o Mar, Ernest Hemingway; O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald; A Metamorfose, Franz Kafka; …
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A génese da efeméride remonta ao ano de 1995, ano em que a UNESCO instituiu o Dia Mundial do Livro. A data foi escolhida por ser um dia importante para a literatura mundial: foi a 23 de abril de 1616 que faleceu Miguel de Cervantes e a 23 de abril de 1899 que nasceu Vladimir Nabokov. O dia 23 de abril é também recordado como o dia em que nasceu e morreu o famoso escritor inglês William Shakespeare. E a data serve ainda para chamar a atenção para a importância do livro como bem cultural, essencial para o desenvolvimento da literacia e para o desenvolvimento económico. Com efeito, os livros são um importante meio de transmissão de cultura e informação, e ainda, elementos fundamentais no processo educativo.
A data tem, pois, como objetivo o reconhecimento da importância e da utilidade dos livros, assim como o incentivo aos hábitos de leitura na população.
Nestes termos, o Dia Mundial do Livro é comemorado, desde 1996 e por decisão da UNESCO, a 23 de Abril. A data foi escolhida com base na tradição catalã segundo a qual, neste dia, os homens oferecem às suas damas uma rosa vermelha de São Jorge e recebem em troca um livro, testemunho das aventuras do cavaleiro. Em simultâneo, como vimos, é prestada homenagem à obra de grandes escritores, como Shakespeare, Cervantes e Garcilaso de la Vega, falecidos em abril de 1616.
Em 2018, porque se comemora o Ano Europeu do Património Cultural, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas quis relacionar a noção de património com o valor cultural e intemporal do Livro e da Leitura. Em resultado do conjunto de várias forças – desde o autor ao leitor, passando pelo editor, o tradutor, o revisor, o designer, o ilustrador, o tipógrafo, o livreiro, o animador da leitura – o livro encontra o seu valor intemporal quando é lido e passado de geração em geração, de uma para outra língua, de um para outro suporte de leitura.
Assim, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas concebeu o cartaz deste ano, alusivo à data, a partir duma fotografia de Luísa Ferreira, com imagens do Arquivo Nacional Torre do Tombo, com design da LUPA Designers, que cruzam livros com séculos de vida e edições recentes, em diferentes línguas, de obras de Herberto Helder, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Sophia de Mello Breyner Andresen, José Saramago, José Mariano Gago e Damião de Góis – numa relação com o Ano Europeu do Património Cultural.
Assim, o cartaz pretende transmitir, metonimicamente, a ideia de que um livro cruza justamente tudo isto: tempo, espaço, língua, cultura, imagem, suporte, fotografia, escrita, mas também uma leitura e muitas leituras, prazer e fruição.  
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Hoje, dia 23 de Abril, o Dia Mundial do Livro conta com a inauguração da Casa José Saramago, em Óbidos, numa parceria entre a Fundação do Nobel da Literatura, a Câmara Municipal de Óbidos e a iniciativa Óbidos Cidade Criativa da Literatura da UNESCO, que ali fica sediada.
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e as Bibliotecas de Lisboa celebram a efeméride com a iniciativa “Ler em Todo Lado”.
Segundo a APEL, são mais de 30 horas de atividades, organizadas em parceria com a Câmara de Lisboa, a decorrer em diversas livrarias e bibliotecas durante o mês de abril, com o objetivo de promover a literatura e os hábitos de leitura dos portugueses. Além de descontos e promoções em livrarias, realizam-se atividades na Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Europa, a propósito do seu primeiro aniversário, como sessões de leitura para famílias com crianças entre os 3 e os 6 anos, e um concerto do Coro Juvenil da Universidade de Lisboa.
Na Biblioteca do Palácio Galveias, realiza-se a 12.ª edição do Concurso Nacional de Leitura a desafiar os participantes a prestar provas de escrita e de leitura. E, na Biblioteca dos Coruchéus, o dia é para cantar os parabéns aos 5 anos de vida deste espaço cultural.
De 20 a 27 de Abril, a semana é dedicada aos livreiros, com as habituais feiras de rua e exposições. Este ano, pela primeira vez, o Plano Nacional de Leitura (PNL2027) estende-se à área da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que, em parceria com as instituições de investigação e ensino superior e os estudantes, vai desenvolver projetos com vista à literacia nacional, no Museu Machado de Castro.
Em Oeiras, Fernando Pessoa e o Livro do Desassossego são tema em destaque na celebração do Dia Mundial do Livro, com Conversas do Desassossego, que consistem em sessões de literatura e diálogos moderados. A conversa tem lugar no auditório do Parque dos Poetas, com moderação de Ricardo Belo de Morais e a participação de Maria do Céu Guerra (atriz), Mafalda Arnauth (cantora), Henrique Câmara Pina (cineasta) e Albano Jerónimo (ator).
No Porto, alunos de várias escolas dão voz a excertos de Os Lusíadas, em português, inglês, espanhol e francês – línguas em que a Livraria Lello edita o poema deste autor universal para que possa ser lido por ainda mais leitores em todo mundo. Esta é ima iniciativa que envolve bibliotecários, alfarrabistas, livreiros portugueses e representantes de algumas das livrarias mais bonitas de mundo.
O Grupo Porto Editora celebra o dia disponibilizando o acesso gratuito às obras do catálogo da Coolbooks, a chancela do grupo dedicada aos novos nomes da literatura portuguesa. A celebrar também o 4.º aniversário da Coolbooks, durante esse dia, os mais de 80 títulos que compõem o catálogo – entre obras de literatura de viagem, romances, policiais ou thrillers – estão à disposição dos leitores, em formato digital (www.coolbooks.pt).
Também a FNAC se associou às celebrações com uma iniciativa solidária e de incentivo à leitura, em conjunto com o Metropolitano de Lisboa e com a AMI.
E, no âmbito do Programa para caçar livros quem hoje, entre as 8 e as 11 horas, apanhar o metro na estação de Entrecampos, em Lisboa, pode requisitar um livro até dia 31 de maio, em troca de partilhar uma dica sobre “como ter tempo para ler”. Os livros devolvidos serão oferecidos à AMI para as suas bibliotecas. Na mesma estação de metro, a jornalista Helena Magalhães esconde alguns livros pelo local e deixa pistas no Instagram daquela rede livreira. Os participantes que encontrarem os livros poderão ficar com eles. E também os carros da Cabify têm dez cartões-oferta escondidos (5 em Lisboa e outros 5 no Porto), no valor de 30 euros cada.
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Enfim, o Dia Mundial do Livro é uma data do calendário anual da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e sua celebração pretende vincar “as liberdades que tornam os livros possíveis”, como escreveu a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, na mensagem sobre a data.
Leiamos e promovamos a leitura e a releitura!
2018.04.22 – Louro de Carvalho

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