A Diocese de Leiria-Fátima celebra,
ao longo deste ano pastoral de 2017/2018, o centenário da sua
restauração, que aconteceu precisamente a 17 de janeiro de 1918 através da
bula Quo Vehementius, de Bento XV. A decisão do Papa serviu, segundo
o Bispo Diocesano Dom António Augusto dos Santos Marto, “ontem como hoje, para
corresponder às novas exigências pastorais da Igreja, a saber: incremento da fé
cristã; anúncio do Evangelho; e maior proximidade ao povo, à sua vida e à sua
história”.
E, porque “as
grandes datas da vida das pessoas, das famílias e dos povos merecem e devem ser
evocadas e festejadas, enquanto celebração da nossa vida e da nossa história”
diz o Prelado que, “por isso, estamos a celebrar um Ano Jubilar do centenário
da restauração da Diocese”.
Embora se prevejam atividades
comemorativas durante o ano em curso, Dom António Marto convida, através de
comunicado divulgado pela comunicação social, os diocesanos a participarem em
dois eventos especiais como sinal de comunhão afetiva com a Igreja diocesana: um concerto comemorativo no dia 20 de janeiro de 2018, sábado, às 21 horas, na Sé de Leiria, com a Banda Sinfónica da Associação
de Bandas do Concelho de Leiria, que interpretará músicas do Cónego Carlos da
Silva; e a celebração de uma missa solene de ação de graças no
dia 21
de janeiro de 2018,
domingo, às
16 horas, também na Sé de Leiria, com a presença de
Bispos de outras Dioceses, de Presidentes das Câmaras representantes das
autarquias municipais e de outras autoridades.
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O Ano Jubilar começou com a realização da
Assembleia Diocesana, a 8 de outubro de 2017.
A 18 de março, V domingo Quaresma, será a peregrinação diocesana ao Santuário de Fátima;
e o anexo ao Plano Pastoral Diocesano
refere as datas da peregrinação de cada uma das nove vigararias da Diocese ao mesmo
Santuário de Fátima.
Para os dias
18 e 19 de maio de 2018 está agendado o Congresso Histórico sobre a Diocese.
Entre 15 e 17 de junho do
próximo ano será realizada a “Festa da Fé”, na cidade de Leiria que mostrará o
dinamismo e diversidade das comunidades, carismas e serviços desta Igreja de
Leiria-Fátima.
Para os dias 5 e 6 de
outubro de 2018, está agendado um congresso teológico-pastoral sobre a Diocese,
sendo que a 7, dia da Igreja Diocesana, decorrerá a Assembleia.
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No dia 17 de
janeiro, dia da Bula que determina a restauração da diocese, o Santuário de
Fátima assinalou esta data centenária lembrando o acontecimento nas intenções
das várias celebrações eucarísticas do dia, nomeadamente nas preces da oração
dos fiéis em que foi lembrada a “diocese de Leiria-Fátima, a celebrar o
centenário da sua restauração”, e se pediu que “as suas paróquias e seus
párocos, as comunidades religiosas e os grupos de leigos sejam todos sinais da
complementaridade eclesial e bendigam o Senhor pelos seus dons”.
O Santuário
recorda que a diocese de Leiria foi restaurada a 17 de janeiro de 1918, pelo
decreto plasmado na bula “Quo vehementius” do Papa Bento XV;
tinha sido criada pelo Papa Paulo III, a 22 de maio de 1545, a pedido do rei D.
João III; fora extinta, por motivos políticos, mais de três séculos depois, a
30 de setembro de 1881, sob bula de Leão XIII, após as devastadoras invasões
francesas e numa complexa conjuntura política liberal; e, um ano antes da
restauração, ocorreram as Aparições na Cova da Iria, num território que
pertencia então ao Patriarcado de Lisboa.
Após a
restauração, Fátima passou a integrar diocese de Leiria. Foi o primeiro bispo
diocesano, Dom José Alves Correia da Silva, que declarou “dignas de crédito as
visões dos pastorinhos na Cova da Iria” e autorizou o culto oficial a Nossa
Senhora de Fátima, por provisão de 13 de outubro de 1930, na sequência de um
inquérito canónico por ele ordenado. Dom José Alves Correia da Silva assumiu
também um papel de destaque na organização e estruturação do Santuário de
Fátima, tendo iniciado a construção da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de
Fátima, onde, de resto, se encontra sepultado.
As Aparições
de Fátima, que haviam ocorrido um ano antes da restauração, viriam a marcar a
história da diocese de Leiria, reforçando o seu lugar na Igreja em Portugal e
projetando-a no mundo. Em sinal da importância de Fátima na história da diocese
de Leiria, esta viria a designar-se por Diocese de Leiria-Fátima, pela bula
pontifícia “Qua pietate”, de 13 de
maio de 1984, do Papa São João Paulo II, sendo Bispo diocesano Dom Alberto Cosme
do Amaral.
Quem se empenhou de alma e coração na luta pela restauração da Diocese foi
um padre de Alqueidão, o Padre Júlio Pereira Roque que era, como
jornalista, conhecido por JUPERO.
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Também as paróquias de Nossa Senhora da Piedade e de Nossa
Senhora das Misericórdias, em Ourém, vão promover um ciclo de quatro
conferências no contexto do centenário da restauração da Diocese de
Leiria-Fátima, no âmbito do programa “Por entre luzes e sombras”.
As
conferências serão aos domingos, das 15,30 horas às 18, e têm como objetivo abordar “os caminhos percorridos pelo Evangelho na
nossa terra e a resposta, na fé, que as sucessivas gerações lhe deram, tanto
quanto nos é dado saber”.
Como refere a nota de imprensa, adrede distribuída,
a organização pretende: “fazer um breve
percurso histórico, divido em quatro etapas, para melhor conhecer o património
material e imaterial legado pelas culturas e civilizações que habitaram a nossa
terra, no que ao acolhimento e vivência, diálogo e confronto, aceitação ou
rejeição do Evangelho e da fé cristã, dizem respeito”.
A primeira sessão decorreu no dia 14 de janeiro, no salão
paroquial de Nossa Senhora da Piedade, com dois temas: “Os vestígios da presença cristã no tempo dos romanos e visigodos”,
por João Bernardes; e “A vivência da fé
cristã sob ocupação árabe”, por Ana Saraiva.
No dia 28
de janeiro, na cripta da Colegiada de Nossa Senhora das Misericórdias, serão
abordadas, para reflexão, as temáticas seguintes: “A reconquista e a organização pastoral”, por Saul António Gomes; e
“A criação da diocese de Leiria e a
posterior integração de Ourém”, pelo Cónego Luciano Cristino.
Na cripta
da mesma Colegiada, a 4 de fevereiro, António Baptista abordará o tema “Grandes desafios dos séculos XVIII e XIX”;
e o Padre João Trindade glosará o tema “A
vida cristã no século XX”.
A última conferência será no dia 11 de fevereiro, no antigo
edifício da Câmara Municipal de Ourém, com os temas “Grandes mudanças no início do século XX”, pelo Padre David Sampaio
Barbosa, e “O acontecimento de Fátima e
Ourém: os Pastorinhos e o Administrador”, por Monsenhor Luciano Paulo
Guerra e por Poças das Neves.
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Por seu turno, a Catequese Diocesana e o Corpo Nacional de Escutas (CNE) sentem-se congregados e mobilizados para a “Festa da Fé – a Alegria de ser Igreja” –
atividade que, segundo comunicado do Serviço de Catequese da diocese, “será o
culminar de um ano de celebração festiva do centenário da restauração da
Diocese e terá uma variedade de propostas para sair, escutar e festejar”.
As duas
entidades apresentam atividades “para as crianças e adolescentes”:
Os mais
novos, do 1.º ao 7.º ano da catequese, lobitos e exploradores, terão as
atividades no dia 16 junho.
Para os adolescentes
do 8.º ao 10.º ano e pioneiros, as atividades serão no último dia da Festa da Fé”.
Os responsáveis
reúnem para concretizar as atividades e formar um grupo de trabalho para cada
uma das várias faixas etárias, haverá dois encontros com catequistas e
dirigentes dos escuteiros.
Assim, para
os catequistas do 8.º, 9.º e 10.º ano da catequese e para os dirigentes da III,
o encontro foi no sábado, dia 13 de janeiro, no Centro Pastoral Diocesano (Seminário de
Leiria), das 10,30 às 12 horas; e, para os
catequistas do 1.º ao 7.º ano da catequese e para os dirigentes da I e da II, o
encontro foi hoje, sábado, dia 20 de janeiro, também no Centro Pastoral
Diocesano (Seminário de Leiria), das 10,30
às 12 horas.
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Entretanto, Dom António Marto, Bispo da diocese Leiria-Fátima
publicou, a 28 de agosto de 2017, um documento orientador – a carta pastoral “A
Alegria de ser Igreja em Missão” – a focar a “memória e gratidão” pelo caminho
percorrido pela Diocese e a identidade da Igreja diocesana como “incarnação e
rosto localizado da Igreja do Senhor”. Neste documento constam algumas
orientações “para um dinamismo missionário” da atividade eclesial centrado em
três verbos: “sair, escutar e festejar”.
O Bispo pretende que, ao longo deste ano, se faça “memória
jubilosa e agradecida do percurso feito e das maravilhas de Deus”, “procurando
fortalecer o sentido de pertença e a comunhão eclesial”. Traça três objetivos
para este ano pastoral: avivar a
consciência do percurso histórico da diocese nos últimos cem anos e dar graças
a Deus; fortalecer o sentido de pertença à
comunidade diocesana; e motivar a
vida e a missão eclesial no testemunho e anúncio do Evangelho. E sintetiza os
traços da paróquia de uma Igreja em saída e próxima dos homens, que Será uma
comunidade que:
1.
Saiba acolher com sentimentos maternos;
2.
Mostre sempre ternura com todos;
3.
Cultive a memória de povo de Deus;
4.
Saiba olhar o futuro com esperança;
5.
Trate os homens com a paciência que permite suportarem-se
uns aos outros;
6.
Tenha um coração de imensa abertura;
7.
Possua a doçura do olhar de Jesus;
8.
Tenha maternalmente a porta sempre aberta a todos;
9.
Seja capaz de falar as linguagens dos jovens;
10. Se empenhe
em estar próxima das crianças e dos jovens que sofrem a orfandade, que não têm
um modelo de família;
11. Esteja em
condições de captar nos diversos ambientes de vida (desporto, novas
tecnologias, etc.) as possibilidades de anunciar o Evangelho;
12. Seja
audaciosa em explorar sempre novos caminhos, novas linguagens e abordagens para
difundir o anúncio da salvação;
13. Tenha
párocos próximos da gente, dispostos a responder e a fazer-se próximos em qualquer
momento de necessidade;
14. Crie, dentro
de si e para além de si, o sentido da gratuitidade.
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Em suma, um centenário preenchido com iniciativas
celebrativas, formativas e prospéticas. Na verdade, o futuro constrói-se no
presente com a aprendizagem colhida na acumulação fornecida pelo passado e na referência
aos grandes marcos.
Que a perspicácia e solicitude da Senhora da Mensagem e a acutilância
da inteligência de Santo Agostinho, copadroeiro da diocese, ajudem a diocese a
percorrer os largos caminhos da sinodalidade que fazem a Igreja missionária, fiel,
acolhedora, livre, pobre de meios e rica de amor para ser melhor e dar mais em
acolhimento e em saída, sempre servindo.
2018.01.20
– Louro de Carvalho
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