O Santuário de Fátima faz jus à experiência acumulada ao longo de anos,
nomeadamente nos sete a que respeita a celebração do Centenário das Aparições
na multiplicidade das vivências que acolhe e promove, e decidiu criar um
dinamismo formativo a que denomina “Escola
do Santuário”, que assume a modalidade de “Itinerários de aprofundamento da
espiritualidade da Mensagem de Fátima”
“Escola do
Santuário”, na ótica dos seus promotores, é um projeto de espiritualidade e
formação aberto ao público em geral.
E, nesta ordem
de ideias, o Santuário de Fátima promove já a partir deste mês de janeiro um
novo projeto de espiritualidade e formação intitulado “Escola do Santuário”,
cujas atividades se realizarão na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo.
A “Escola do
Santuário” propõe vários itinerários abertos à participação do público em
geral, num máximo de 40 participantes por sessão. Estes itinerários formativos
são alicerçados na ideia de que Fátima é um lugar de experiência de Deus, onde
cada peregrino é convidado a experimentar esta presença.
A missão da “Escola
do Santuário” realiza-se na descoberta e aprofundamento da Mensagem de Fátima e
da sua espiritualidade promovendo a iniciação, o crescimento e o amadurecimento
espiritual a partir da Mensagem e o reconhecimento da eclesialidade da Mensagem
e da sua relevância pastoral, bem como a leitura da Mensagem em relação com
experiências significativas da contemporaneidade.
Nos vários
itinerários a realizar, além dos momentos orantes e das sessões orientadas em
sala, de deslocações a diversos lugares do Santuário, a Aljustrel e aos
Valinhos, os participantes hão de poder interpretar e refletir sobre Maria a
partir de outras linguagens, nomeadamente a linguagem artística presente nos
vitrais da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que em si encerram uma
verdadeira catequese sobre o Acontecimento e a Mensagem deixada neste local por
Nossa Senhora há cem anos.
Neste
primeiro ano de 2018, em consonância com o plano pastoral em boa hora
apresentado, o Santuário propõe a realização de três itinerários de dois dias
abertos ao público em geral, em janeiro, março e abril, cada um deles com um
tema diferente. Propõe também os Encontros de Espiritualidade para Aposentados,
com a duração de quatro dias, em março. Finalmente, em maio, o itinerário
maior, durante uma semana.
Já em
janeiro, entre os dias 27 e 28, o tema será: “Nossa Senhora de Fátima - Qual Maria?”. Desta pergunta do Papa
Francisco se constrói o primeiro itinerário, que tem por objetivo aprofundar as
interrogações deixadas pelo Papa na Capelinha das Aparições, na primeira
peregrinação internacional do Centenário, para corrigir alguns desvios da
devoção mariana e descobrir Maria como “uma Mestra da vida espiritual”; a
“bendita por ter acreditado”; e a “Virgem Maria do Evangelho venerada pela
Igreja Orante”.
Em março, a
Escola proporá um itinerário de aprofundamento da dimensão trinitária e da
dimensão eucarística da mensagem de Fátima, sob o tema genérico “Trindade e Eucaristia, adoração e
solidariedade”. Este Itinerário realiza-se nos dias 17 e 18 de março.
Nos dias 21
e 22 de abril, a Escola debruçar-se-á sobre o “Sofrimento e liberdade, sacrifício e reparação”, aprofundando,
deste modo, o sentido do sofrimento e do sacrifício na espiritualidade da
Mensagem de Fátima.
O último
Itinerário da Escola do Santuário previsto antes do verão realizar-se-á entre
21 e 27 de maio e terá como tema “O Rosário,
itinerário evangélico de vida teologal”. Neste, durante uma semana, os
participantes são convidados a refletir sobre o sentido do Rosário como prática
de oração mariana cristocêntrica e a sua importância na Mensagem de Fátima. O seu
objetivo é que cada um deles possa experimentar o valor desta oração na sua
vida pessoal e comunitária.
Além destes
fins de semana temáticos, no mês de março, de 5 a 8, de 12 a 15 e de 19 a 22, serão propostas três
edições de um itinerário dirigido a um público específico: pessoas com mais de
65 anos, a viver a aposentação, reforma ou jubilação. Serão os “Encontros de espiritualidade para
aposentados”, que visam aprofundar o conhecimento do significado do
acontecimento Fátima nos dramas do século XX e do novo milénio. Além disso,
proporcionarão uma descoberta da Mensagem como fonte de espiritualidade para
viver de forma gratificante e fecunda a aposentação.
A equipa da
“Escola do Santuário” integrará o
capelão Padre José Nuno Silva, responsável pela pastoral da Mensagem de Fátima;
a Irmã Ângela Coelho, ex-postuladora da Causa de Canonização de Francisco e
Jacinta Marto; a Irmã Nanci Leite, da congregação Filhas do Coração de Maria,
Pedro Valinho Gomes, teólogo, e André Pereira, assessor da reitoria do
Santuário de Fátima.
O período de
inscrições para cada uma das propostas decorre durante o mês anterior ao da sua
realização, através dum formulário próprio disponível. As inscrições são
gratuitas, mas obrigatórias e sujeitas a confirmação. Cada itinerário aceitará
um número máximo de 40 participantes.
***
O período
para as inscrições para a primeira sessão sob o tema “Nossa Senhora de Fátima – Qual Maria?” (Papa Francisco) terminou no
passado dia 31 de dezembro.
Dado o seu
interesse espiritual, formativo e motor do discernimento, alude-se aqui à
questão lançada pelo Papa na noite de 12 de maio de 2017 – o móbil do primeiro tema
desta escola.
Primeiro,
toca a essencialidade do marianismo do ser cristão e do sentido da recitação do
terço:
“Na
verdade, ‘se queremos ser cristãos, devemos ser marianos; isto é, devemos
reconhecer a relação essencial, vital e providencial que une Nossa Senhora a
Jesus e que nos abre o caminho que leva a Ele’ (Paulo VI, Alocução na
visita ao Santuário de Nossa Senhora de Bonaria-Cagliari, 24/IV/1970). Assim,
sempre que rezamos o Terço, neste lugar bendito como em qualquer outro lugar, o
Evangelho retoma o seu caminho na vida de cada um, das famílias, dos povos e do
mundo.”.
Depois, questiona a nossa postura de peregrinos com Maria e
como a entendemos ou tratamos:
“Peregrinos
com Maria… Qual Maria? ‘Uma Mestra de vida espiritual’, a primeira que seguiu
Cristo pelo caminho ‘estreito’ da cruz dando-nos o exemplo, ou então uma
Senhora ‘inatingível’ e, consequentemente, inimitável? A ‘Bendita por ter
acreditado’ (cf Lc1,42.45)
sempre e em todas as circunstâncias nas palavras divinas, ou então uma ‘Santinha’
a quem se recorre para obter favores a baixo preço? A Virgem Maria do Evangelho
venerada pela Igreja orante, ou uma esboçada por sensibilidades subjetivas que
A veem segurando o braço justiceiro de Deus pronto a castigar: uma Maria melhor
do que Cristo, visto como Juiz impiedoso; mais misericordiosa que o Cordeiro
imolado por nós?”.
E faz a relação entre Maria e Deus e entre a justiça e a misericórdia
relevando a supremacia da misericórdia como pauta da justiça de Deus:
“Grande
injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma em primeiro lugar que
os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor – como mostra o
Evangelho – que são perdoados pela sua misericórdia! Devemos antepor a
misericórdia ao julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre
feito à luz da sua misericórdia. Naturalmente a misericórdia de Deus não nega a
justiça, porque Jesus tomou sobre Si as consequências do nosso pecado
juntamente com a justa pena. Não negou o pecado, mas pagou por nós na Cruz.
Assim, na fé que nos une à Cruz de Cristo, ficamos livres dos nossos pecados;
ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem
é amado (cf 1 Jo 4,18).
‘Sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da
ternura e do carinho. Nela vemos que a humildade e a ternura não são virtudes
dos fracos, mas dos fortes, que não precisam de maltratar os outros para se
sentirem importantes (…). Esta dinâmica de justiça e de ternura, de
contemplação e de caminho ao encontro dos outros é aquilo que faz d’Ela um
modelo eclesial para a evangelização’ (Exort. ap. Evangelii gaudium, 288).”.
E conclui exortando
a que sejamos com Maria sinal e sacramento da misericórdia, podendo cantar como
Ela as misericórdias de Deus, despojados de honrarias, e rezar ao Senhor
sentindo a ternura da Mãe, que nos cobre com seu manto e nos põe junto do seu
coração:
“Possamos,
com Maria, ser sinal e sacramento da misericórdia de Deus que perdoa sempre,
perdoa tudo. Tomados pela mão da Virgem Mãe e sob o seu olhar, podemos cantar,
com alegria, as misericórdias do Senhor. Podemos dizer-Lhe: A minha alma canta
para Vós, Senhor! A misericórdia, que usastes para com todos os vossos santos e
com todo o vosso povo fiel, também chegou a mim. Pelo orgulho do meu coração,
vivi distraído atrás das minhas ambições e interesses, mas não ocupei nenhum
trono, Senhor! A única possibilidade de exaltação que tenho é que a vossa Mãe
me pegue ao colo, me cubra com o seu manto e me ponha junto do vosso Coração.”.
***
E, nesta linha de escola e arejamento doutrinal e espiritual que o
Santuário pratica, pelo menos, desde 1967, não será descabido mencionar as recoleções
e retiros organizados para o clero com a
anuência dos bispos de Portugal, abertos aos padres diocesanos e religiosos de
todo o país que neles queiram participar. Assim, após a celebração do Centenário das Aparições, o Santuário
de Fátima propõe-se “Dar graças pelo dom de Fátima”. Continua, pois, a
aprofundar e a viver os dons que a Mãe concedeu à Igreja e à humanidade, a
acolher e a corresponder ao desafio a sermos mensageiros, intercessores e
construtores da paz nos corações e nas relações entre as pessoas, os grupos e
os povos, como fizeram os santos Francisco e Jacinta e a Irmã Lúcia.
Ao
apresentar o calendário das recoleções e retiros para 2018 em Fátima, o
Santuário convida os sacerdotes a participarem, deixando-se encontrar e
envolver pelo manto materno de Maria. A escuta e a meditação da Palavra de
Deus, a oração e a adoração eucarística, a possibilidade de celebrar o
sacramento da reconciliação, recebendo o abraço misericordioso de Deus, e o
encontro fraterno com outros sacerdotes são momentos de graça assim
proporcionados. Deste modo, quem participa nestes momentos sairá fortalecido
para a missão pastoral e obterá maiores frutos para o Reino de Deus.
As recoleções,
que não carecem de inscrição prévia, começam às 10,30 horas, com a recitação da
Hora Intermédia, e terminam com o almoço. Realizam-se na Casa de Retiros de
Nossa Senhora do Carmo. A de 8 de janeiro é orientada pela Doutora Maria do
Rosário Soveral; a de 5 de fevereiro, por Dom Manuel Pelino Domingues; a de 5
de março, pelo Padre Manuel Armindo Pereira Janeiro; a de 7 de maio, pelo Padre
Tiago Alexandre de Jesus Silva; a de 4 de junho, por Frei Bruno Andrade
Peixoto, OFM; a de 2 de julho, pelo Padre Joaquim Augusto Nunes Ganhão; a de 6
de agosto, pelo Padre José Manuel Victorino de Andrade; a de 3 de setembro,
pelo Padre Francisco António Clemente Ruivo; a de 1 de outubro, pela Irmã Maria
Amélia da Costa, CONFHIC; a de 5 de novembro, pelo Padre Gonçalo Corrêa Mendes
Teixeira Diniz; e a de 3 de dezembro, pelo Padre Jorge Manuel Faria Guarda.
Já os retiros – cuja inscrição deverá ser feita, por
escrito, até 10 dias antes de cada data, para Serviço de Alojamentos, Santuário
de Fátima 2496-908 FÁTIMA ou para seal@fatima.pt
– principiam com o jantar do primeiro dia, às 20 horas, e terminam com o
almoço do último dia, às 12 horas, na Casa de Retiros de Nossa Senhora do
Carmo. O de 9 a 13 de julho é orientado pelo Padre Vicente Nieto Moreno; o de
15 a 19 de outubro, pelo Padre Dário Simões da Costa Pedroso, SJ; o de 5 a 9 de
novembro, pelo Padre Abílio Pina Ribeiro, CMF; e o de 19 a 23 de novembro, por
Dom Gilberto Canavarro dos Reis.
***
E continuam:
as visitas ao Museu do Santuário de Fátima, a organização de exposições temáticas
temporárias; os filmes; os serviços de arquivo e biblioteca; e as conferências –
tudo no âmbito da cultura e formação que o Santuário se propõe.
Em relação à exposição temporária
evocativa da aparição de outubro de 1917 “As cores do Sol:
a luz de Fátima no mundo contemporâneo”, deve dizer-se que se encontrará encerrada nos dias 8 a 10 de janeiro de
2018, para trabalhos de conservação e restauro. Porém, depois,
continuará disponível até 31 de outubro de 2018, no Convivium de
Santo Agostinho, Basílica da Santíssima Trindade, das 9 às 19 horas no regime
de entrada livre.
Estão previstas visitas guiadas
temáticas a 2 de maio, 6 de junho, 4 de julho, 1
de agosto, 5 de setembro e 3 de outubro de 2018, das 21,15 às 22 horas. E está disponível
na Net a “visita virtual”.
***
E ainda:
A Casa de
Retiros de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima, acolhe o XI Encontro
de Reitores dos Santuários nos próximos dias 8 e 9 de janeiro – um encontro de caráter
formativo, que, nas edições anteriores contabilizou quase 80 responsáveis por
santuários.
Dia 8, o
encontro tem início com o almoço e o acolhimento aos participantes. Pelas 15
horas, o Padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, fará a
primeira conferência do encontro onde falará de “Propostas de oração nos Santuários”, prosseguindo o encontro com
outra conferência pelas 17 horas e a assembleia geral pelas 18,45 horas.
Dia 9 de
janeiro, a manhã inicia com a oração laudes, seguindo-se uma mesa redonda com
os animadores litúrgicos, a que se seguirá a partilha de experiências pastorais
de cada santuário.
A Capelinha
das Aparições acolhe pelas 12,30 horas a Eucaristia presidida por Dom António
Vitalino Dantas, Bispo emérito de Beja e vogal da Comissão Episcopal da
Pastoral Social e Mobilidade Humana.
A Associação
dos Reitores dos Santuários de Portugal (ARSP) constitui uma resposta aos
desafios lançados pelo documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos
Migrantes e Itinerantes publicado em 8 de maio de 1999. E pretende ser um canal
de trabalho em rede, querendo contribuir para uma maior eficácia na divulgação
dos santuários.
O seu
contributo é feito de várias maneiras, onde se destaca a partilha, a troca de experiências
e a elaboração de projetos conjuntos.
Além do
encontro de formação anual realizado na segunda e terça-feira a seguir à Festa
do Baptismo do Senhor, a ARSP tem em curso vários projetos de divulgação, a
nível nacional, do património cultural e espiritual dos santuários portugueses.
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