terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Imagem da Virgem Peregrina de Fátima recebida em festa no Panamá


Centenas de peregrinos acolheram, na noite de 21 de janeiro, a Imagem no aeroporto de Tocumen, acompanharam-na no seu percurso para a capital e festejaram-na na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes em Carrasquilla, Cidade do Panamá. A festa teve a participação de panamenhos, voluntários e peregrinos da XXXIV Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
A agenda inclui visitas a um hospital e a uma prisão feminina, além de celebrações com o clero e com o Papa Francisco.
Eram 19,17 horas, hora panamenha, mais cinco em Lisboa, quando um avião da Air France aterrou no Aeroporto de Tocumen, na Cidade do Panamá. Nesse avião seguia a Imagem Peregrina n.º 1 de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Os primeiros momentos de alegria aconteceram ainda na pista, quando os bombeiros locais dispararam jatos de água para homenagear Nossa Senhora. Quando a Imagem saiu do avião, Mons. José Domingo Ulloa, Arcebispo do Panamá, bateu palmas, afirmando que a “Rainha da Paz” estava no Panamá.
Entre cânticos e orações, centenas de peregrinos quiseram ver de perto a segunda ‘figura’ com o distintivo de inscrita na Jornada Mundial da Juventude no Panamá, que o Arcebispo colocou na Imagem – uma distinção proclamada pelo líder eclesial do Panamá, que também confirmou que a primeira inscrição foi a do Papa Francisco.
A Imagem n.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima seguiu em procissão até à Igreja de Lourdes, onde foi recebida com fogo de artifício e muitos aplausos. Após uma oração, o Padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, agradeceu o acolhimento caloroso e desafiou os muitos jovens presentes a tomar “Maria no seu exemplo e na sua entrega”.
Em declarações aos jornalistas, o Arcebispo José Domingo Ulloa disse que esta visita é  um “privilégio” que transforma o Panamá num “santuário”, frisando que “é como se todos os panamenses pudessem estar em Fátima”.
A chegada da imagem foi acompanhada pelo embaixador de Portugal na Cidade do Panamá, Pedro Pessoa e Costa, que falou à agência Ecclesia dum “momento muito bonito”, destacando a “enorme devoção mariana” que tem visto no Panamá. E acrescentou:
Creio que a presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima nas Jornadas Mundiais da Juventude simboliza o grande envolvimento de Portugal nesta organização”.
A embaixadora do Panamá em Portugal, Ilka Varela de Barés, mostrou-se “muito feliz” com esta visita, símbolo dos “laços da amizade” entre os dois países e assinalou:
Não há palavras para descrever a bênção que representa ter a Imagem de Nossa Senhora aqui no Panamá”.
Este encontro mundial de jovens começou esta terça-feira, dia 22 de janeiro, na Cidade do Panamá, e decorre pela primeira vez na América Central, com o tema ‘Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,38) – profundamente mariano e modelar do crente em Jesus – escolhido pelo Santo Padre.
A imagem n.º 1 da Virgem Peregrina de  Fátima saiu hoje, dia 22, em procissão em direção ao Parque Omar para ser colocada na Capela do Santíssimo; pelas 9 horas (14 em Lisboa) foi celebrada a Missa de Abertura do Parque do Perdão, tendo-se seguido um momento de adoração permanente ante o Santíssimo com a Imagem Peregrina, custodiada pelas Missionárias da Caridade (congregação fundada por Santa Madre Teresa de Calcutá), os custódios da Reitoria do Santuário de Fátima e os custódios do SENAN (Serviço Nacional Aéreo Naval) do Panamá.
Entre quarta e sexta-feira, a Imagem Peregrina estará no Parque do Perdão; no sábado, é recitado o Rosário, seguindo-se uma procissão de velas, na Vigília de Oração. No domingo, dia do encerramento da JMJ 2019, a imagem de Nossa Senhora de Fátima vai estar junto ao altar, na Missa presidida pelo Papa Francisco. O último momento celebrativo está marcado para a tarde 29 de janeiro, no Aeroporto Internacional de Tocumen, onde o Padre Carlos Cabecinhas vai presidir à celebração da Missa de despedida.
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A escultura n.º 1 da Virgem Peregrina de Fátima viajou, na madrugada desta segunda-feira até ao Panamá para estar presente na Jornada Mundial da Juventude, iniciativa que decorre de 22 a 27 de janeiro e conta com a presença de Francisco. Antes desta importante viagem, a Imagem, datada de 1947, foi alvo de um processo de estudo técnico e material no Centro de Conservação e Restauro da Escola das Artes da UCP (Universidade Católica Portuguesa), no Porto, entidade escolhida pelo Museu do Santuário de Fátima para identificar os materiais que constituem o suporte e superfície da escultura e a caraterização das técnicas construtivas utilizadas.
A este nível, refira-se que, durante 15 dias, o Centro de Conservação e Restauro desenvolveu um estudo aprofundado que permitiu perceber a forma como José Ferreira Thedim criou a escultura. Numa primeira fase, os investigadores tentaram perceber o estado de conservação do suporte e detetar intervenções passadas de conservação ou restauro. Em seguida – e de forma a estudar o número e a espessura das camadas de tinta, identificar pigmentos, vernizes e outros materiais utilizados na escultura –, recolheram e analisaram microamostras com o auxílio de infravermelhos e de raios-x.
No processo de exame e análise da escultura – criada segundo a descrição da irmã Lúcia –, foi executada, ainda, a estabilização estrutural da base, um dos pontos mais sensíveis da imagem.
Carla Felizardo, diretora do predito Centro de Conservação e Restauro no Porto, observou:
A fragilidade da base e a necessidade de estabilidade da escultura levaram a que fosse realizado um reforço estrutural, essencial tendo em conta a viagem de aproximadamente 8.000 quilómetros que a imagem fará, agora, até ao Panamá”.
Para a diretora do Centro, “é um enorme motivo de orgulho saber que o nosso Centro fez parte do processo de estudo e conservação da imagem que acompanhará o Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude”. E concluiu:
A confiança que o Santuário de Fátima depositou no nosso trabalho, dando-nos a oportunidade de contactar com uma peça desta natureza, é, sem dúvida, um marco inigualável e que faz já parte das memórias mais importantes do Centro”.
Recorde-se que esta escultura percorre, desde 1947, os caminhos do mundo, tendo passado, em menos de 10 anos, pelos cinco continentes, sendo, talvez, a peça artística mais viajada do mundo. Entre 1947 e 2003, ano em que a Imagem Peregrina n.º 1 foi entronizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, saindo apenas excecionalmente do Santuário de Fátima, foram contabilizados cerca de 630 mil quilómetros percorridos pelos 5 continentes, aproximadamente 15 voltas ao mundo, tomando como referência o perímetro equatorial.
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Numa videomensagem aos Cristãos do Panamá o Padre Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima, falou da “enorme alegria” que é enviar a “Imagem Peregrina mais importante” para a Jornada Mundial da Juventude. A sublinhar o caráter “absolutamente excecional” desta saída, disse o Reitor do Santuário:
Esta Imagem Peregrina é única, é a primeira e a original, aquela que percorreu os vários continentes, aquela que deu várias vezes a volta ao mundo”. 
E, relevando a JMJ 2019 como um “acontecimento eclesial de primeira importância”, vincou:
Entendemos que este é um momento muito importante e que, por isso, justifica a saída desta Imagem Peregrina n.º 1, aquela que, como eu dizia, é para nós a mais importante das Imagens Peregrinas de Nossa Senhora de Fátima”.
Segundo as palavras do Padre Cabecinhas, há uma “clara consciência de quão importante é para toda a Igreja esta presença dos jovens juntos com o Santo Padre em oração, em reflexão, em convívio, em festa”. E, por outro lado, discorreu:
Sabemos o quanto a devoção a Nossa Senhora está desde a origem das jornadas mundiais da juventude ligada a este acontecimento. Sabemos quão devoto era a Nossa Senhora o Papa São João Paulo II e, por isso, muito naturalmente, quando ele criou as jornadas mundiais da juventude, deu-lhe desde inicio um cunho mariano e, por isso, este era também motivo mais que suficiente para o envio de uma Imagem para nós tão importante”.
Este envio “é uma forma de exprimirmos a união na oração neste acontecimento”, reiterou.
Das viagens que a Imagem Peregrina fez pelos 5 continentes foi possível aferir a dinâmica pastoral centrífuga que leva a entidade cultuada aos peregrinos; a presença da imagem branca em países em tensão pelo conflito mundial que terminara dois anos antes; a inculturação de Fátima e da sua ritualidade pelo mundo; e o caráter missionário das viagens na expansão do Evangelho – sustenta o Diretor do Museu do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte.
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Na reflexão que fez sobre o Evangelho proclamado na Missa do dia 20, II domingo do tempo comum, que relata o episódio das Bodas de Caná, o Reitor do Santuário apresentou Jesus como “Aquele que transforma a nossa a vida, dando-a em plenitude” e Maria como a “mão que nos conduz permanentemente a Cristo”.
Ao destacar o primeiro milagre de Jesus como “um sinal que vai além da materialidade”, o sacerdote explicou a relação deste episódio com a Boa Nova que Cristo trouxe à humanidade:
A transformação da água em vinho remete-nos para aquilo que é a missão e a identidade de Jesus: a salvação dos homens pela transformação das vidas. Assim como transforma a água em vinho, também transforma o pão e vinho em Corpo e Sangue, na Eucaristia, e transforma também a nossa vida: transfigura-a, tornando-a plena em abundância. Este é o verdadeiro milagre de Caná!”.
Para que “Jesus possa operar esta transformação é necessária a adesão e disponibilidade às suas palavras, seguindo o seu exemplo de vida”, alertou, em seguida, ao sublinhar o importante papel de intercessora que Nossa Senhora assumiu no episódio do primeiro milagre do Filho. E frisou, apontando o acontecimento de Fátima como um exemplo prático da intercessão de Maria em favor da humanidade:
Tal como fez nas Bodas de Caná, ainda hoje, na glória, Nossa Senhora continua a interceder por nós. Conhece as nossas tristezas e medos e vem ao nosso encontro. No relato do Evangelho, é Maria que se dá conta que alguma coisa não está bem. Ainda hoje, Maria aparece como aquela que conhece as dificuldades e a necessidade de transformação de cada um de nós, vindo em nosso auxílio.”.
E prosseguiu:
Em Fátima, Nossa Senhora dá-se conta dos dramas que o mundo vive e vem ao nosso encontro, trazendo a resposta que Deus dá. São as nossas súplicas a Maria que levam Deus a intervir, tal como aconteceu nas Bodas de Caná; e é esta certeza que nos enche de confiança e nos faz com que, como filhos, depositemos as nossas súplicas em Maria.”.
Apresentou Maria como Aquela que nos “desafia ao compromisso de seguir Jesus”, tal como pediu aos serventes das Bodas de Caná que “fizessem tudo quanto Ele lhes dissesse”, e tal como se entregou a Deus, na Anunciação.
E deu o exemplo de santidade dos Pastorinhos Lúcia, São Francisco e Santa Jacinta, que aprenderam, “nesta escola de Maria”, a pedir a ajuda de Nossa Senhora e a mostrar “total disponibilidade a seguir Jesus, como Ela lhes pediu”.
Após a homilia, seguiu-se o rito bênção da nova coroa e a coroação da primeira Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que iria partir em peregrinação para a Jornada Mundial da Juventude no Panamá.
Tomando a oportunidade desta saída excecional, a Imagem foi, como se disse, alvo de um processo d estudo técnico e material, tendo o Santuário de Fátima encomendado uma nova coroa para uso nesta e nas restantes 12 imagens oficiais da Virgem Peregrina de Fátima.
“A criação foi solicitada à Casa Leitão & Irmão, Joalheiros, responsável pela coroa da Imagem de Nossa Senhora de Fátima que é venerada na Capelinha das Aparições – coroa criada em 1942 e colocada na escultura em 1946”, lê-se na nota informativa do Museu do Santuário de Fátima.
Atendendo à conotação das viagens da Virgem Peregrina com o tema da Paz, na base da coroa aparece a seguinte legenda, inscrita em capitais: Regina Pacis. Regina Rosarii Fatimae. Regina Mundi (Rainha da Paz. Rainha do Rosário de Fátima. Rainha do Mundo), formulação que irá constar na coroa das 13 Imagens oficiais.
Desenvolvida a partir do programa iconográfico fornecido pelo Museu do Santuário de Fátima, o seu autor, Jorge Lé, configurou a coroa tomando como mote a ideia simbólica da Árvore da Vida, descrita no livro do Apocalipse (Ap 22,2) do seguinte modo: “No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações”.
Na memória descritiva, o autor refere:
A árvore da vida, elemento principal desta coroa, símbolo de vida e evolução perpétua, representa a ligação entre a terra e o céu. Reúne também em si todos os elementos da Vida, a água presente na sua seiva, a terra que se integra com as raízes, o ar que as folhas respiram e o fogo que surge pela fricção de dois galhos. O seu tronco, que surge da terra e se eleva para o céu, ramifica-se em cinco ramos, representando os cinco continentes, os quais se entrelaçam e unem ao longo da forma circular da coroa, ligando todas as nações que formam o nosso planeta. As suas folhas, símbolo de salvação das nações e eternidade, crescem em direção ao céu, sinónimo de ascensão.”.
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Laus Deo Virginique Mariae!
 2019.01.22 – Louro de Carvalho

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