João Céu e Silva publicou, a 4 de janeiro, uma entrevista com o filósofo José Gil, que nos diz que “tudo o que estamos a viver ou aquilo a que estamos a assistir por todo
o planeta é novo e não tem paralelo”
e, porque
“o passado está
a ser engavetado, digitalizado e virtualizado”, evita, segundo o
jornalista, “prever o futuro próximo da
humanidade”, o que justifica “por não existir um paradigma com que se possa
comparar o novo estágio das sociedades com o que foi até agora a história”.
Abordando candentes problemas como o populismo, a ameaça de fascismo, o perigo
de extinção ou as catástrofes ecológicas, o filósofo s afiança que “o
imobilismo é apodrecimento” e interroga-se sobre o que “os professores vão
ensinar?”. Nas linhas seguintes, dá-se voz a importantes asserções por si
desfiadas, obviamente através das minhas lentes de entendimento e apreciação.
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Começou por explicitar o sentido da sua recente
afirmação “tudo o que resulta das velhas verdades falhou” apontando como um falhanço o “discurso de valores e uma certa
moral de um humanismo cristão e laico” que propõe um arsenal de categorias de
direitos, de cidadania, de tolerância e de justiça”, porque “não se efetivaram”,
pois “o facto de se tornarem universais” para alterarem “a realidade e a
história conflitual”, e porque “não fomos capazes de nos transformar" de modo a que a nossa sociedade se modificasse”. Por outro
lado, veio o falhanço teórico desses valores, já criticado por muitos
pensadores “ainda antes de Nietzsche”.
Sobre a suposta estranheza de estarmos “perante o
momento mais ‘inteligente’ da humanidade e não sermos capazes de pensar a nossa
realidade de outro modo, assegurou que o homem “é o ser mais inteligente”, mas advertiu que se devia examinar
melhor a “hierarquia
de graus de inteligência”, pois “um peixe é mais inteligente do que nós no
contexto natural”. Por isso interrogou: “Que
é um ser mais inteligente?”. E, com base na suposta asserção de será “o que tem mais tecnologia" e "memória cultural do
passado”, discorreu firmado na História recente:
“A nossa inteligência manifesta-se na
técnica e na ciência e na articulação tecnológica entre as duas. No entanto, é
também uma das razões que se podem apontar entre as maiores calamidades que
aconteceram ao homem. Há teorias de filósofos que dizem que a técnica foi uma
das causas maiores do mal humano e podemos ver, mesmo de forma superficial, que
é muito real. Não esquecer que a técnica está também por detrás do Holocausto e
dos campos de concentração alemães. Até o que fez Hiroxima e Nagasaki. Vivemos
uma utilização sem limites da técnica e é esse uso, mesmo que a causa não
esteja nela, que levou ao expoente máximo da exploração capitalista da nossa
Terra e que poderá levar à nossa extinção.”.
E, sem entrar no mito genésico de que o mal vem por querermos conhecer tudo
(cf Gn, 2,17; 3,22), disse estarmos no “questionamento
permanente sobre qualquer enigma” e evocou duas visões da técnica: a que a
toma por neutra, por tanto poder ser utilizada “para o bem como para o mal”; e
a que a toma por não neutra por levar a “análise cada vez mais profunda do que
deveria ficar escondido”, admitindo que a técnica “não tenha limites”, mas “vocação
intrínseca de não parar”.
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Posto ante a hipótese da extinção, palavra tão
presente na agenda da discussão nos últimos meses, disse que seria “ingenuamente otimista” dizer que é possível
evitá-la, pois “tudo nos leva a crer que estamos cada vez mais perto de um
perigo iminente”. E explicou:
“Tudo o diz, como é o caso dos relatórios
científicos. Ou quando se leem os jornais e se observa a destruição do
permafrost, os degelos da Antártida num avanço extraordinário, os desequilíbrios
ecológicos que levam a desequilíbrios funcionais da espécie humana – e não se
vê um plano possível de sobrevivência. Porque implicaria a solução de muitos
problemas que são políticos e que estão por resolver há muito. Basta ver como
os tratados das cimeiras para o clima estão a ser violados cada vez mais.”.
E arriscou uma asserção e uma hipótese:
“Quanto à presença frequente da palavra
extinção em 2018, a minha vontade é de dizer que em 2019 será ainda mais. O que
não quer dizer que também não pense: e se acontecesse qualquer coisa que
travasse isto? Se houvesse uma catástrofe ecológica que, sem provocar a
extinção, exigisse mais consciência ecológica mundial sobre o que não está
feito.”.
À insinuação de estar a falar numa espécie de
minidilúvio esclarecedor, contrapôs:
“Estou a fazer especulação ao dizer isto,
mas, segundo a probabilidade científica – que pode ser contrariada por um outro
comportamento –, hoje caminhamos para um desastre final”.
Quanto à proposta de Thomas Piketty para uma “nova
Europa capaz de lidar com crises de forma imediata”, embora admita que se trata
de utopia, não o afirmou “dogmática ou definitivamente, tal como múltiplas outras que
vão surgindo”. E advertiu:
“Do que precisamos agora é de medidas que
sejam eficazes e concretizadas imediatamente. Temos muitas propostas para
acabar com o aumento de mais de um grau e meio no clima global, porque não são
cumpridas? É contra isso que temos de ir. Estamos um pouco fartos de propostas
de gabinete, sempre belas, pois os tempos são outros e vivemos numa urgência de
evitar uma morte iminente. E não estou a dramatizar, porque é mesmo a nossa
realidade.”.
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Sobre a alegada decisão política de que não se
repetiriam, em 2018, os fogos trágicos de 2017 “e quase não aconteceram”,
referiu que “as causas dessa negligência portuguesa são múltiplas e têm de ser bem
analisadas”. E clarificou:
“Vêm de muito longe – isto não é para dizer
que este Governo não poderia ter feito alguma coisa – e resultam da longa
inércia fruto de muitas governações anteriores, além de não dizer só respeito
às elites, mas também à ausência de responsabilidades cívicas dos proprietários”.
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E, sobre os movimentos sociais como o dos coletes
amarelos, o caso da Catalunha ou o do partido Vox, disse que não se pode responder em definitivo se estamos
perante um aviso aos políticos de que as estruturas políticas atuais podem
deixar de ter utilidade. Porém, considerou:
“Há muita probabilidade de que esta onda de
um pré-populismo, até mesmo de um protofascismo de extrema-direita, irá
continuar e que alastrará não só por toda a Europa, mas para outros continentes
– onde já existem viveiros para isso”.
Sendo situações a requerer análises específicas porque não se pode misturar
tudo, avisou:
“O Vox
não é da mesma natureza que os coletes amarelos, por exemplo. Estamos perante
uma ameaça, a da eclosão e do alastramento do populismo, que numa segunda fase
permitirá formações de poder violentamente autocráticas, a que poderemos chamar
fascistas – mesmo que haja quem diga que o fascismo só foi no tempo do
Mussolini, o que é completamente restritivo e errado.”.
Considerou como um aviso o sucedido França, pois,
apesar de muitos manifestantes não saberem o que os leva a protestar, estão a abrir caminho
a populismos devastadores. E vincou:
“Ouvimos o discurso de corresponsáveis aqui
e ali, porque não existe uma única cabeça, e vemos que se desenvolve em vários
planos de reivindicações corporativas, laborais, salariais, de direitos civis,
etc. No entanto, é um movimento que não encontrou ainda a dimensão política
nem, a um terceiro nível, aquilo a que poderíamos chamar um nível existencial.
Este nível, não laboral e não político, é importante porque é o que os liga
todos e lhes dá um sentido mesmo que obscuro, e é importante também porque é
por aí que a extrema-direita e o seu populismo vão enxertar dimensões como a
identitária, que estará em perigo. Esse terceiro nível existencial é
extremamente importante porque nos vai fazer compreender como é que em Portugal
pode nascer qualquer coisa como um populismo mesmo quando o país parece imune a
esses movimentos.”.
À hipótese de a nossa identidade ainda não estar
firmada, respondeu não estar certo disso, até porque alguns apontam que “Portugal sofre de uma
superidentidade, que tem identidade a mais”, pelo que não crê que haja
problemas de identidade, mas de “autoestima”. E especificou:
“Saber se temos valor, se mais ou menos do
que os outros, ou do fechamento sobre nós próprios. Sabermos quem somos e do
que gostamos. No entanto, existe uma força portuguesa que nos dá uma coesão
que, possivelmente, é particular, e a maioria dos outros países modernos
europeus não tem.”.
Não descartando o aparecimento do populismo em
Portugal, voltou aos coletes amarelos:
“Não sabem exprimir essa crise existencial
que se vive em França, têm umas intuições do segundo nível político e do
primeiro laboral, daí dizerem que o discurso do Presidente Macron é voltado
para o passado e eles querem o futuro. […] O que se vê cada vez mais numa
sociedade desenvolvida como a França – não em Portugal – é que as pessoas sabem
cada vez menos o que é viver em família, como educar os filhos, o que é um
padrão de beleza sem botox ou o que é fazer amor sem ler revistas de bons
conselhos.”.
E produziu a sua apreciação, obviamente negativa:
“É uma estupidez generalizada, pois estamos
cada vez menos a reconhecer-nos em nós próprios e isso tem que ver com o nível existencial
que está por detrás. Daí dizer que é obscuro quando se ouvem os coletes
amarelos nas suas declarações na televisão. É o desconhecimento desse futuro
que vai ser aproveitado pelos populismos.”.
Considerando generalizada a asserção de que
estamos imunes, disse que “não se sabe exatamente apesar de os extremos do xadrez
político estarem ocupados pelo Bloco de Esquerda, pelo PCP, pelo CDS, pelos
sindicatos” (as reivindicações estão cobertas por estruturas
institucionalizadas). E discorreu:
“Ora, o populismo nasce e floresce fora das
instituições e contra elas, portanto terão de ser reivindicações que saem fora
do discurso habitual dos sindicatos, dos partidos e do Governo, para que
qualquer coisa nasça, até porque se caraterizam por serem fenómenos que
aparecem sem que saibamos como. O populismo atual vem rapidamente de uma cada
vez maior sensibilização das classes médias baixas e não instruídas, devido ao
aumento do escrutínio dos media sobre as desigualdades ou a corrupção.”.
Porém, alertou para o possível aumento da abstenção e o surgimento de
exigências apolíticas:
“Há um sentimento de injustiça que atravessa
a sociedade e que faz que os políticos sejam cada vez menos reconhecidos e
representativos, podendo observar-se uma onda latente de populismo possível na
abstenção, que é cada vez maior. Também pode acontecer, por exemplo, a
propósito de uma exigência que não tem expressão política.”.
E, exemplificando com o empolamento que a redes
sociais possam dar a mortes por falta de cirurgias ou às mortes psíquicas no
corpo docente, explicou e interrogou:
“Basta pensar numa [reivindicação sobre
algo] que seja intolerável no novo espaço público, o das redes sociais, como é
o caso das mortes que estão a acontecer no país porque não houve cirurgias. Ou
mortes psíquicas, que cada vez mais acontecem no corpo docente do ensino
primário e secundário, em que os professores têm uma vida cada vez mais
difícil. É intolerável que um português em cinco tenha perturbações psíquicas.
Que povo é este? Suponhamos que tudo o que está nesse fundo da abstenção política
emerge e ultrapassa os partidos políticos que não tiveram capacidade de fazer
de certas situações, uma reivindicação política que poderá provocar um
movimento social do tipo coletes amarelos.”.
Depois assegurou que a política de afetos do
Presidente Marcelo não esvazia qualquer aproveitamento desses, embora considere
que “vem entravar
movimentos que podiam ser populistas, mas não os esgota”. E justificou:
“Até porque o afeto do Presidente Marcelo
não tem expressão política. Ele vem insuflar numa série de iniciativas
políticas aquilo que falta na política em geral. Por exemplo, o que o
Primeiro-Ministro e o Governo foram incapazes de transmitir nos fogos, a
empatia com as populações. Colmatou um desequilíbrio que poderia manifestar-se
politicamente. Contudo, como o Presidente não tem expressão política clara e
definida, pode haver uma série de movimentos que explorem situações desumanas
que, de repente, se tornam intoleráveis devido a uma extrema injustiça.”.
E, tendo o filósofo referido que “pode ser um caso único, como o de um
doente que morre”
(“mas não é um, mas milhares, porque não se verificam respostas
adequadas nos serviços públicos”), foi-lhe recordado que esse “caso
único aconteceu na Tunísia quando Bouazizi se imolou e foi o rastilho da
Primavera Árabe”. E o filósofo verificou:
“Nós estamos, devido à globalização das
tecnologias de informação e de comunicação, cada vez mais sujeitos a rastilhos
que podem vir das Filipinas ou do Chile, coisa que seria impensável há 30 anos”.
Poderia tê-lo dito dos EUA, do Brasil da Itália...
***
Sobre a alegada “falência económica da
comunicação social” face à “emergência das redes sociais” como combinação
fatal”, contestou dizendo não se tratar duma combinação, mas do resultado de “causas comuns”
cujos efeitos “são divergentes” – fenómeno novo para as elites. E perorou com
conhecimento de causa:
“Há um facto muito simples: é que até agora
em países muitos pequenos e específicos, como o nosso, o espaço público era
dominado pelos media e pela televisão, mas as novas tecnologias tornaram
possível a criação de um outro espaço público muito particular, diferente e que
se torna o terreno propício para dar expressão a uma injustiça: ‘Eu, cidadão
anónimo, desprezado pelo sistema e pela injustiça das políticas, posso
manifestar-me aqui’. Mesmo que isto signifique que o ignaro mais incongruente
possa manifestar a ignorância com agressividade nesse espaço público.”.
E, relativamente às fake news, disse que “existiram sempre porque a mentira e a máscara sempre aconteceram”. Porém, considerou
que há coisas novas e outros tipos de mentira, o que sucedeu com toda a gente: notícias
ditas verdadeiras revelaram-se falsas. Porém, não se furtou a discorrer:
“O que é uma fake new? É uma notícia que é produzida sem que haja critérios de
verificabilidade da sua realidade porque eles foram abolidos. Mesmo que os
haja, esses critérios deixaram de ter validade devido ao meio de fabricação das
fake news, que provém de um meio
populista onde não se pode analisar a falsidade sem se contextualizar numa
relação de poder.”.
E deu um exemplo que lhe permitiu uma ilação sobre a força carismática do líder:
“Podem ter-se todas as provas que se quiser para demonstrar que é falso,
mas o que Trump faz todos os dias, e sabe-se que não é verdade o que diz, vai
ser absorvido pelo seu público sem os critérios de verificabilidade. É a
potência carismática e a adesão ao líder que conta nas fake news.”.
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Sobre o eclipse parcial da religião, dos
questionamentos constantes sobre o papel do Papa e do escrutínio severo sobre a
Igreja, opinou que “a religião católica até pode ser uma vítima”, mas que “os escândalos de
pedofilia e de finança do Vaticano se ligam muito facilmente ao descrédito que
se tem pelos políticos e à muita indiferença pela política”. Depois admitiu que
“o descrédito pela instituição Igreja poderá levar a que o crente abandone a
prática mesmo que não deixe de crer, mas não o faz passar da religião para o
ateísmo”. E perorou sobre a 'erodição' civilizacional:
“Ouvimos falar muito do choque de
civilizações e de religiões. São conceitos que têm desaparecido do debate atual.
[…] Essas teorias são formas de querer encarar ou dar inteligibilidade a
fenómenos como o islamismo ou o fundamentalismo, depois verificou-se que não
era bem assim. Hoje, pouca gente admite que haja um choque de civilizações, nem
é isso que conta ou interessa, o que importa é que as civilizações estão a
erodir-se cada vez mais.”.
E admitiu que o mesmo se passa com o diálogo
inter-religioso, porque “não é isso que está por detrás
do fenómeno, não é um deus contra outro deus, antes situações com mais importância”.
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Constatando que o passado mostrado pela arte e
pela cultura tem vindo a ser suplantado pela preocupação com a situação
financeira e económica, reagiu dizendo que “não é só a
questão económica”, mas “uma erosão de tudo o que é a
tradição”, e atirando:
“O passado está a ser engavetado,
digitalizado e virtualizado, e cada vez menos lhe atribuímos uma realidade com
peso. […] É cada vez mais uma imagem que se transforma numa coleção de imagens
enquanto objetos de consumo, apesar de não informarem nem sedimentarem a nossa
pessoa e cada vez menos os comportamentos sociais.”.
E acusou:
“Um aluno sabe cada vez menos sobre o passado,
nem lhe interessa saber. E isso é terrível, pois há uma erosão que vem da
transformação do valor da realidade do passado e da transmissão pela tecnologia
que traduz tudo em imagem. Tudo isso é metabolizado e instrumentalizado pelo
capitalismo, que só conta cada vez mais com o que gera uma mais-valia.”.
Assentindo que “é um tempo em que Botticelli vale
tanto como Madonna”, lamentou:
“Acaba-se a nossa relação com o passado e a
maneira de ‘fruir’ e ‘consumir’ a própria arte. A introdução maciça no mercado
da arte do valor de troca como parte do juízo estético é recente e transformou
completamente a valoração do objeto de arte.”.
Disse não haver mudança de paradigma, “porque tal não
existe para o nosso presente”, ou melhor, estarmos
a mudar de paradigma sem que tenhamos aquele para o qual queremos mudar. E
verifica as dificuldades sobre o conteúdo da cidadania e da sua pedagogia e
interroga-se:
“Isto em tudo, como é o caso da educação
para a cidadania. Havia antes uma educação para a transmissão e acumulação na
área das humanidades, agora é o da cidadania. O que é que os professores vão
ensinar? E como vão formar turmas tumultuosas. Isto é uma coisa ridícula,
porque quando não se dão meios nem se preparam os professores para a cidadania
não há formação possível: ou seja, não há paradigma, tanto mais que a questão
da cidadania leva a ponderar questões totais na sociedade.”.
Sobre o dito de Kafka “desgraçado daquele que perdeu
o poder de se transformar”, disse:
“Há transformações e transformações. Não
estou a criticar todo o tipo de mudança nem a elogiar o imobilismo, pelo
contrário, a capacidade de transformação de uma pessoa é a condição necessária
e imprescindível para que possamos interrogar sempre e ir mais à frente na
inovação e na descoberta, que é a nossa única possibilidade na vida. O
imobilismo é apodrecimento.”.
E terminou falando da palavra “caos”,
utilizada recorrentemente, dizendo que “seria muito importante aproximarmo-nos
do caos com umas lentes que permitissem ver melhor o que é isso”.
***
Enfim, uma peça que vale a pena ler e
reler, dada a variedade e profunda leveza de abordagem!
2019.01.08 – Louro de Carvalho
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