Vem em
sintonia com o lema do Plano Diocesano de Pastoral 2017/2018 “Movidos pela estrela que brilha no amor!”; concretiza o testamento pastoral de Dom António Francisco dos Santos,
pronunciado na homilia programática de 9 de setembro em Fátima (sem se pensar que fosse testamento), na peregrinação diocesana do Porto; e constitui “um movimento de saída,
rumo ao Presépio de Belém, onde, na simplicidade de uma casa da periferia,
entre uma mãe e um pai, cheios de fé e de amor, brilha a Estrela Maior”, Jesus Cristo, o verdadeiro Sol Nascente, “cujos
raios dão a vida” (Papa
Francisco, Lumen Fidei, n.º 1).
E diz o
Secretariado Diocesano da Liturgia que “essa Estrela que brilha no amor
move-nos na edificação de uma família e de uma comunidade, que brilha, no dizer
do Papa Francisco, quando é missionária,
acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor”.
É uma das citações
que o então Bispo do Porto respigou do Plano Diocesano de Pastoral 2017/2018 na
sua homilia em Fátima, depois de sugerir “a
Igreja como Casa de Família”, a partir dum excerto da Carta Pastoral da
Conferência Episcopal Portuguesa (Para o rosto missionário da Igreja em Portugal, 2010, n.º 8).
Com
inspiração neste testamento pastoral, desenhado nas imagens da casa de família
e do rosto da Igreja, arquitetou-se toda a caminhada diocesana, com a ideia e o
propósito fundamental de fazer brilhar a Estrela do Amor na Igreja (a grande família), na família (Igreja doméstica) e nas comunidades cristãs (chamadas a crescer como família de
famílias).
Assim, o
ponto de referência desde o início do Advento é o Presépio, erguido bem
alto e, em lugar bem visível a Estrela, que pode ter seis pontas
como a Estrela de David, onde se pode inscrever, semana a semana (as seis semanas da duração da
caminhada), uma caraterística
do rosto belo e jovem da Igreja e da família.
Para nos conseguirmos
colocar em atitude e postura de movimento, trocamos o sofá por um par de
sapatilhas, sendo a Estrela o símbolo fixo, mas sendo o grande símbolo “em
movimento” desta caminhada os “sapatos”, como ícone do espaço onde se põem tradicionalmente
as prendas de Natal. O percurso pode ser desenhado previamente com seis pares
de pegadas no corredor central da Igreja em direção ao presépio ou dentro do
próprio presépio, nas devidas proporções. Em cada semana, os sapatos sobre as
pegadas sinalizam a etapa do caminho. Vão ficando para trás apenas as
“pegadas”, onde estão inscritas a “marca” do sapatinho usado em cada semana: fiel,
acolhedora, livre, pobre de meios, rica no amor e missionária.
Dentro da
ideia do sapatinho, como ícone da prenda de Natal, pode ser criado um
“pé-de-meia” (em casa e
na Igreja) onde, semana
a semana, em família e em comunidade, se coloquem os bens a repartir por cada
família com outra família ou pela Paróquia em relação às famílias mais pobres
da comunidade – distribuição a fazer na semana mais próxima do Natal (antes ou depois).
A proposta
prevê ainda uma oração para acompanhar cada passo da caminhada, que pode ser
simultâneo ao do rito da luz em torno da coroa de advento. Para cada semana são
apresentadas propostas pastorais concretas a adaptar e a enriquecer conforme os
limites, as possibilidades e a criatividade de cada comunidade.
Assim, o Amor
“que move o Sol e as Estrelas” (Dante, Divina Comédia) nos moverá na realização do sonho confiado pelo Bispo diocesano e
consignado no Plano Pastoral: uma casa,
uma família, uma comunidade, uma Igreja, que brilha, quando é “quando é missionária, acolhedora, livre,
fiel, pobre de meios e rica no amor”.
***
As
caraterísticas a inscrever nas pontas da estrela são:
-
Fiel,
na 1.ª semana do Advento (que inclui a celebração da Imaculada
Conceição);
-
Acolhedora,
na 2.ª semana do Advento;
-
Livre,
na 3.ª semana do Advento;
-
Pobre
de meios, no 4.º Domingo do Advento (sem a
correspondente semana)
e Solenidade do Natal do Senhor (com a sua Oitava);
-
Rica
no amor, na Festa da Sagrada Família e na Solenidade de Santa Maria Mãe
de Deus (a
ocupar os primeiros dias da primeira semana do ano civil); e
-
Missionária,
na Solenidade da Epifania (sem a habitual “semana depois da
Epifania”) e na Festa
do Batismo do Senhor (no dia seguinte ao da Epifania).
A
organização da caminhada adverte que a distribuição destas caraterísticas por
cada uma das semanas não é arbitrária, mas inspira-se na Palavra de Deus
proposta pela Igreja em algum dos textos deste Ciclo B do ano litúrgico. Os
passos e as pegadas vão na peugada da Liturgia. Assim:
Fiel – uma Igreja bela – 3 de
dezembro, I domingo do Advento: “Ele vos
tornará firmes. Fiel é Deus…” (2.ª leitura); “Mandou ao porteiro que vigiasse…” (Evangelho). Imaculada Conceição da
Virgem Fiel.
Acolhedora – Mãe comovida – 10
de dezembro, II domingo do Advento: “Consolai,
consolai o meu povo!” (1.ª leitura); “Preparai o caminho do Senhor!” (Evangelho).
Livre – Faz chegar a todos a mais
envolvente notícia – 17 de dezembro, III domingo do Advento: “Apareceu um homem enviado por Deus… Eu sou a
voz do que clama no deserto!” (Evangelho).
Pobre de meios – 24 de dezembro (manhã), IV domingo do Advento: “A arca de Deus está debaixo da tenda…” (1.ª
leitura do 4.º Domingo do Advento).
25 de dezembro, Solenidade Natal
do Senhor: “Um Menino envolto em
panos e deitado numa manjedoura…” (Evangelho da Missa da
Noite de Natal).
Rica no amor – Verdadeira Casa de família
– 31 de dezembro (manhã), domingo, Festa da Sagrada
família: “O Menino crescia e a graça de
Deus estava com Ele!” (Evangelho da Festa da Sagrada
Família). 1.º de
janeiro, segunda-feira, Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus: “Encontraram Maria, José e o Menino.” (Evangelho
da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus).
Missionária – Sempre a caminho – 7 de janeiro, Solenidade da Epifania
do Senhor: “Levanta-te e resplandece!” (1.ª
leitura da Solenidade da Epifania);
“Os magos regressaram por outro caminho!”
(Evangelho
da Solenidade da Epifania).
Festa do Batismo do Senhor: “Vós
que tendes sede vinde à nascente das águas…” (1.ª
leitura); “Vai chegar depois de mim quem é mais forte
do que eu…” (Evangelho da Festa do Batismo do Senhor).
***
Propostas:
Fiel: fidelidade à oração diária
durante esta semana – uma ave-maria, uma dezena, a oração do rosário, etc.;
fidelidade à Eucaristia, participando nas celebrações da Solenidade da
Imaculada Conceição; fidelidade à caridade, começando a colocar no pé-de-meia (em
casa e/ou na Igreja)
o fruto da partilha.
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, eis-nos, Senhor, a começar o nosso caminho para
Belém. Tornai firmes os nossos passos para que cheguemos ao fim iluminados pela
Luz do Vosso rosto. Fazei-nos fiéis à palavra dada como o ‘sim’ da Virgem Maria
à oração e ao amor nosso de cada dia.”.
Acolhedora: acolher em nossa casa e na
nossa comunidade a fragilidade de pessoas e famílias marcadas pela separação, doença,
deficiência, solidão, luto; fazê-lo através duma visita, dum encontro, dum diálogo,
duma refeição em comum, duma reunião, dum convívio, dum ágape fraterno; nas
celebrações da comunidade valorizar as formas de acolhimento, à entrada, no
rito da paz, etc.; colocar no pé-de-meia (em casa e/ou na Igreja) o fruto da partilha desta
semana.
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, damos mais um passo para a Vós chegar, Senhor.
Aproximai-nos dos que precisam. Abri caminhos largos no nosso coração. Queremos
acolher-Vos em cada irmão. Que João Batista nos passe a luz para pormos pés ao
caminho e ninguém mais viva ou morra sozinho.”.
Livre (trata-se de
afirmar a liberdade de expressão da nossa fé, na esfera pública): realizar um sinal de pública
manifestação de fé, fazendo um anúncio público do Natal de Jesus, sinalizando-o
em presépios, que podem ser colocados em espaços públicos, ou através de envio
de mensagens, de publicações explícitas nas redes sociais, etc.; através de
pequenos vídeos, desafiar à proposta do anúncio do Natal cristão, de modo a
fazer chegar a todos a mais envolvente notícia do amor de Deus; na celebração
eucarística dominical, no rito do envio, deixar um mote para tal anúncio.
Colocar no pé-de-meia (em casa e/ou na Igreja) o fruto da partilha.
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, salta de alegria o nosso coração ao ver chegar o
Vosso dia, Senhor. Desatai todos os nós cegos que atrapalham o caminho da vida
e da verdade que nos liberta. Dai-nos a Luz que nos desperta para sermos
caminheiros da fé, mensageiros do Vosso amor.”.
Pobre de meios: ir ao pé-de-meia, da família e/ou da comunidade, e
tirar o que lá estiver dentro, para então partilhar com uma família necessitada
ou ajudar em alguma iniciativa da comunidade, em favor dos mais pobres; levar o
“Menino Jesus” a beijar aos pobres, com um gesto de partilha.
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, estamos à porta da Vossa casa. Deixai-nos entrar,
Senhor. Pobre de meios, como uma tenda, é neste Presépio que nasce a Luz. E o
nosso tesouro escondido é Jesus. Vinde, Senhor, e enriquecei-nos com os pobres,
pela casa adentro. E brilharemos como estrelas no firmamento.”.
Rica no amor: formar grupos para cantar as janeiras e os reis
durante esta semana, sobretudo junto das pessoas sós e das instituições de
serviço social e caritativo; na Paróquia pode promover-se uma arruada das
janeiras… a concluir com um convívio paroquial aberto a todos; a Mensagem do
Dia Mundial da Paz pode inspirar e acompanhar as quadras do cântico das
janeiras e dos reis…
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, encontramos Maria, José e o Menino, nosso Deus e
único Salvador. Sagrada Família de Nazaré, dai-nos uma casa rica de amor, onde
brilhe sempre a luz da fé. E que a chama da Paz, acesa no fogo desta lareira,
brilhe na nossa casa e na Terra inteira.”.
Missionária: uma família ou uma Igreja sempre a caminho não podem
ficar na mesma depois do Natal; regressam do Presépio por outro caminho;
sugere-se a entrega do Hino à Caridade, inscrito numa pegada, para que sirva de
inspiração à vida das famílias e da comunidade; trata-se, pois, de um “caminho
de perfeição que ultrapassa tudo” (1 Cor 12,31).
Pequena Oração
“Movidos pela
Estrela que brilha no amor, fomos, como os Magos do Oriente, atraídos pela Luz
maior. Fazei-nos, Senhor, discípulos missionários que não podem calar ao mundo
a alegria do Messias encontrado. Movidos pelo amor de Deus, sigamos o caminho
da perfeição. A alegria do Evangelho é a nossa missão!”.
***
Aqui fica
um resumo pouco alinhavado do material organizado e distribuído pela diocese
portuense, para utilidade das pessoas que tenham menos tempo para manipular os materiais
elaborados e que pode servir para uso individual. Porém, é de ler e meditar
toda a literatura que enquadra a campanha diocesana do Advento e Natal, pois a
sua riqueza doutrinal e espiritual, devidamente documentada, pode perfeitamente
servir de meditação ou de leitura espiritual.
2017.12.06 –
Louro de Carvalho
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