terça-feira, 7 de novembro de 2017

Tantas “Nossas Senhoras” e a Virgem Maria é só uma

Na tarde dum determinado dia, encontrava-se o pároco da freguesia num café e uns cavalheiros, entre o sério e o brejeiro, desferiram: “Sabe? Passámos ali no Jambeto e encontrámos uma dura discussão entre a Senhora do Amial e a Senhora das Neves, cada uma a reclamar os seus direitos”. Obviamente, os homens estavam a brincar a ver se apanhavam o padre surpreendido: bem sabiam que Nossa Senhora é só uma.
Mas, queiramos ou não, a confusão mantém-se na mente de muitas pessoas. O n.º de outubro do corrente ano do boletim oficial do Santuário de Fátima, “Voz da Fátima” refere, num pequeno artigo, que “há ainda muita gente que por falta de boa catequese diz e pensa que há várias Nossas Senhoras”, abonando a sua convicção de que, segundo Lúcia, na aparição de outubro aparecem três: Nossa Senhora do Rosário, com manto azul (depois de ter aparecido de branco, como nas aparições anteriores), agora com São José e o Menino Jesus; Nossa Senhora das Dores; e Nossa Senhora do Carmo.
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Do que reza a “Voz da Fátima” e também o Evangelho
O predito boletim, assegurando que “há várias invocações”, títulos, imagens diferentes, afirma o que a doutrina católica consigna: é “sempre e só uma Virgem Maria, uma Nossa Senhora”. E discrimina:
Em outubro a Senhora do Rosário é a mesma invocada como Senhora do Carmo e a mesma invocada como Senhora das Dores. Três invocações diferentes, com matizes da vida e da maneira de a Senhora viver e amar, de se relacionar connosco, mas sempre a mesma Senhora, Mãe de Jesus e nossa mãe”.
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Depois, faz uma asserção poderosa ao referir que “o Evangelho coloca diante de nós várias invocações da Senhora, mas sempre a mesma”, segundo os mistérios – asserção que passo a parafrasear: o episódio da anunciação do Anjo dá-nos a Senhora da Anunciação, que acolhe o apelo divino e aceita o convite do Céu; a saudação do Anjo como Cheia de Graça ostenta a Senhora da Conceição, a confirmar Gn 3.15; a visita de Maria a Isabel oferece-nos a Senhora da Visitação – E porque não a Senhora do Magnificat, do Louvor, da Misericórdia, dos Pobres ou dos Humildes? –; a saudação de Isabel a Maria, que acreditou em tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor, exibe a Senhora da Fé; o Natal de Jesus em Belém proporciona a Senhora de Belém, a Senhora do Natal, do Presépio, do Parto, do Bom Despacho, do Menino ou da Maternidade Divina (de Jesus e, por Ele, de Deus), pois a Virgem deu à luz o Salvador no estábulo da gruta e o colocou sobre o presépio; a apresentação do Menino no Templo, a oferecê-lo ao Senhor e a pagar o tributo de resgate dos pobres, dá-nos a Senhora do Templo, do Oferecimento ou da Pobreza; a fuga para o Egito obtém-nos a Senhora do Egito, dos Perseguidos, dos Refugiados, dos Exilados ou dos Migrantes; a vivência em Nazaré, deixa-nos surpreender a Senhora de Nazaré, onde foi nutrícia e educadora de Jesus Menino; a perda do Menino no Templo, dá-nos a Senhora da Aflição, das Angústias, da Procura ou da Solicitude; o encontro de Jesus a discutir com os Doutores proporciona-nos a Senhora do Encontro, do Achamento ou da Conformidade; a postura de Maria ao ver e ouvir os pastores no presépio a adorar e a dizer maravilhas do Menino ou Simeão a falar ou a resposta de Jesus no Templo apresenta-nos a Senhora do Silêncio ou do Coração; as bodas do casamento em Caná da Galileia mimam-nos com a Senhora de Caná, do Casamento, da Divina Vontade, da Atenção, da Solicitude, da Intercessão, do Recado ou dos Servos, pois alcança o primeiro milagre de Jesus; a Última Ceia presenteia-nos com a Senhora da Eucaristia, do Santíssimo Sacramento, da Comunhão, da Mesa ou do Mistério da Fé; a via-sacra dá-nos a Senhora do Encontro; o Calvário, cumprindo a profecia de Simeão, faz-nos encontrar a Senhora do Calvário, das Dores, da Paixão, do Perdão ou de ao Pé da Cruz, pois “com ânimo materno, junto à Cruz, além das outras dores da sua vida, ofereceu a Vítima e ofereceu-Se com Ela, num projeto de salvação e de redenção”; a entrega do discípulo amado a Maria por parte de Jesus dá-nos a Senhora do Discipulado, da Maternidade Espiritual, da Maternidade Universal, do Testamento Divino ou da Boa Morte; a descida de Cristo da Cruz para o regaço de Maria faz-nos contemplar a Senhora da Piedade, da Desolação, da Consolação, do Pranto ou da Compunção; a sepultura de Jesus dá-nos a perceção da Senhora da Saudade ou da Soledade; a Ressurreição de Jesus faz-nos alegrar com a Senhora da Alegria, da Paz, do Triunfo, da Ressurreição, da Glória ou da Vitória, pois Mãe do Ressuscitado que partilha o seu júbilo e o seu triunfo; a permanência de Maria em oração com os discípulos no Cenáculo faz-nos rezar com a Senhora do Cenáculo, da Oração, doa Apóstolos, da Expectativa do Espírito Santo ou da Esperança; a irrupção do Espírito Santo sobre Maria e os Apóstolos sob ruído e a forma de línguas de fogo mostra-nos a Senhora do Pentecostes, a Senhora da Igreja, pois, tendo rezado com os Apóstolos e esperado com eles a vinda do Prometido do Pai, “acolhe o nascimento da Igreja pela ação do Espírito Santo”, o Consolador e a alma da Igreja – Ele que tudo nos ensinará e para tudo nos fortificará.
Mais: Carregando Cristo em seu seio, é a Senhora da Expectação, a Senhora do Advento, a Senhora da Palavra, a Senhora do Verbo. Sabendo que amamentou Jesus enquanto foi necessário, temos a Senhora do Leite ou do Alimento. Como educou o Filho no respeito e na liberdade, tudo fazendo para que nada lhe faltasse, é a Senhora da Educação ou da Autonomia; e, como partilhou todas as responsabilidades vivenciais, mormente as nutrícias e educativas com José em prol do bem do Menino, é a Senhora da Família ou da Companhia. 
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E a “Voz da Fátima” continua escrutinar, agora pelo lado da Liturgia:
Na liturgia invocamos a Natividade da Senhora [E eu justifico: porque, antecipando a alegria messiânica do nascimento de Jesus, o nascimento de Maria é motivo de Festa, louvor e prece]; a sua Conceição Imaculada [com fundamento bíblico, como se afirmou acima, e com base no dogma], o seu Santíssimo Nome de Maria [com toda a justeza], a sua Apresentação no Templo [segundo uma antiga tradição], a sua humildade de Senhora Serva que reza o Magnificat, a sua humildade profunda que a faz ser a humilde Serva [com base na resposta da Anunciação e no texto do Magnificat], a sua Assunção ao Céu, a sua Realeza coroada Rainha do Céu e da Terra [com fundamento no Apocalipse e no dogma]. E em todas estas invocações, dons e graças, encontramos matizes da sua oração, da sua pobreza, da sua fé, da sua humildade, dos seus sofrimentos. Sempre a mesma Senhora, Maria de Nazaré. Aquela jovem que disse o seu “sim” ao Arcanjo, a que, elevada ao Céu, é Rainha gloriosa.”.
E a liturgia do Advento, na oitava antes do Natal, porque as antífonas de Vésperas se iniciam com a interjeição latina O, dão-nos a Senhora da Expectação ou do Ó, que alguns dizem ser a expressão da virgindade perpétua de Maria: o Filho de Deus, por divina graça, entrou em seu ventre e dele saiu como o Sol pela vidraça.
Também ao longo dos séculos, tanto o crente povo de Deus como a Mãe Igreja, bem como a ação de teólogos, místicos e outros santos foram atribuindo títulos diversos a Maria com base em lugares onde apareceu em pessoa (em aparição, visão ou arroubo místico) ou em imagem ou onde, por sua intercessão, Deus concedeu alguma graça ou fez qualquer prodígio. Também muitos títulos provêm das necessidades das pessoas, dos perigos, das dificuldades, das alegrias, de objetos, de fenómenos ou das mais diversas circunstâncias. Assim, as diversas aparições da Senhora deram-lhe títulos diferentes. Daí a Senhora de Lourdes, onde disse que é a “Imaculada Conceição; a Senhora de Fátima, onde disse que é a Senhora do Rosário; a Senhora Aparecida, a Senhora Mãe da África, a Senhora do Rosário, a Senhora Filha de Deus Pai, a Senhora Mãe de Deus Filho, a Senhora Esposa de Deus Espírito.
Só em Fátima – diz o referido boletim – “podemos fazer desabrochar uma série de nomes: Senhora das Mensagens, Senhora da Azinheira, Senhora mais brilhante que o Sol, Senhora dos Pastorinhos, Senhora do Coração Imaculado, etc. Senhora, Rainha e Mãe de Portugal, Rainha Universal, Senhora da Terra de Santa Maria”.
E ainda:
Consoante os países, as culturas, a tradição, as diversas devoções, encontramos muitíssimas invocações da Virgem Santa Maria, Mãe de Deus e Mãe da Humanidade. E a Bíblia convida-nos a olhá-La como a mulher que calcou a cabeça da serpente, que venceu o dragão, que aparece no Apocalipse coroada de doze estrelas.”.
Mas é “sempre a mesma Senhora e Mãe; sempre o mesmo Coração de Maria Virgem; sempre a intercessora e medianeira; sempre a Mãe de Jesus e nossa”, a testemunha dos dramas da humanidade e a profetiza da vontade de Deus junto dos homens.
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Nossa Senhora dá-nos a resposta e ela é muito especial
Na Igreja, veneramos Maria com amor filial. Ela é muito importante para nós porque nos mostra Jesus e, além disso, é o atalho do caminho que Deus escolheu para fazer chegar a nós a pessoa de Jesus e, em última análise o Pai, de quem é filha, e o Espírito Santo, de quem é esposa.
Maria leva-nos a Jesus não só no mistério da Encarnação e da Redenção, mas também nas suas aparições e/ou manifestações. E porque aparece Ela cada vez com uma forma diferente?
Dizem os estudiosos que, em geral, cada intervenção de Maria, no Evangelho ou no mais simples ou complexo da História da Salvação, tem a ver com uma realidade histórica precisa ou necessidade particular do povo de Deus – facto que evidencia a ação maternal de Nossa Senhora, que levou muito a sério o mandato de Jesus na cruz, o de nos acolher como filhos.
A Virgem adota os traços étnicos (mesmo os de coloração) da população dos lugares em que aparece. E cada advocação mariana permite-nos contemplar, através de rostos diferentes (tantos quanto os necessários, como diz o Papa Francisco), a grandeza e a índole serviçal (mas longe de ser servil) de Maria, grandeza percetível em qualquer época, lugar e cultura.
Não importa o nome que Maria recebe, mas a devoção e o amor inquebrantáveis à nossa Mãe Celestial. Com efeito, todas as imagens marianas, fruto das aparições no e à volta do mundo, apresentam uma infinidade de diferenças entre si, que vão da vestimenta até aos traços faciais, passando pelo idioma (que obviamente não precisa de estudar nem de aprender), para gerar mais confiança nos destinatários das suas aparições e tornando a sua mensagem inteligível, sobretudo às crianças. Mas também há semelhanças, pois Maria manifesta-se de diferentes maneiras para ganhar a simpatia e aprovação dos nativos de cada povo, já que não quer nem pode ser uma estranha. Em todos os casos, Ela adapta-se à mentalidade, à cultura e à psicologia do vidente e do povo, bem como às suas necessidades pessoais e coletivas.
Racionalmente, sabemos que Maria era uma mulher judia e pobre, uma mulher comum – aparentemente como as outras mulheres. Não era negra nem branca à europeia, nem tinha traços chineses ou indígenas. Os seus traços provavelmente eram muito semelhantes aos das mulheres judias ou palestinas que vivem hoje no Oriente Médio, salvas a marcas evolutivas delas. Porém, por desígnio divino, Maria mostrou-se e mostra-se às diferentes culturas por amor à humanidade para reforçar a fidelidade ao seu divino filho e a solicitude dele por nós; por isso, conhecemos Virgens asiáticas, africanas, europeias, indígenas, americanas, etc.
A lógica das aparições marianas não é difícil de entender. Se Deus envia um anjo para transmitir uma mensagem a Maria, também pode enviar Maria para transmitir-nos uma mensagem, se Ela, mais que um anjo, é a cheia de graça e nunca regateou servir o Senhor e obedecer-Lhe! Porém, mais importante que o rosto que Maria assume, é a mensagem que nos traz em suas aparições.
Com esses vários rostos de Nossa Senhora podemos aprender a ser criativos e sensíveis diante das diferenças étnicas e culturais e, sobretudo, aprendemos que o essencial não é que Maria tenha vivido no Oriente Médio ou que a cor da sua pele tenha sido a das mulheres dessa região, mas que Ela foi e é uma de nós – e este “nós” sem nacionalidade específica, mas carregado de profunda humanidade pelas angústias e dores, alegrias e júbilos.
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Tudo o que se ensina sobre Maria vem na Bíblia?
Tudo, tudo, não, pelo menos encarando literalmente os textos. Porém, a base bíblica para orar a, com e por intermédio de Maria e os ensinamentos católicos sobre Ela têm fundamento na Bíblica, como se viu pela paráfrase à Voz da Fátima.  
A Virgem Maria é a mãe de Jesus Cristo. Contrariamente ao que alguns aduzem, a Igreja Católica não ensina e nunca ensinou que Maria é Deus ou Deusa. Isso seria uma gritante heresia contra o monoteísmo. Por mais que se cante que Maria é a obra mais sublime que saiu das mãos de Deus, não deixa de ser uma criatura, mas é a maior de todos os seres humanos já criados por Deus. Esta é a evidência bíblica para os ensinamentos sobre Maria, pelo que é tão necessário compreender o seu papel e importância. Mas, para entender a Bíblia e o que ela ensina sobre Maria (mãe de Jesus Cristo), devem-se compreender, além dos textos em si, as tipologias ou tipos bíblicos. Type, do grego, significa  um verdadeiro acontecimento, pessoa ou instituição no Antigo Testamento, que prenuncia ou prefigura algo do Novo Testamento.
Por exemplo: na Bíblia, Adão, o primeiro homem, era um tipo de Jesus Cristo, mas Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ao passo que Adão era apenas um homem, o primeiro homem, ou melhor, o símbolo da humanidade. No entanto, Adão era um tipo daquele que estava para vir, Jesus Cristo, como explicita São Paulo:
Desde Adão até Moisés reinou a morte, mesmo sobre aqueles que não tinham pecado por uma transgressão idêntica à de Adão, que é figura daquele que havia de vir (Rm 5,14).
O modo como Adão foi um tipo de Jesus está melhor resumido na passagem seguinte:
Portanto, como pela falta de um só veio a condenação para todos os homens, assim também pela obra de justiça de um só veio para todos os homens a justificação que dá a vida. De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão de tornar justos.” (Rm 5,18-19).
De facto, real ou tipicamente, Adão mergulhou o mundo no pecado e Cristo veio para redimir o mundo do pecado de Adão. Adão pecou pela sua desobediência, querendo conhecer a árvore da ciência do bem e do mal; Cristo resgatou o mundo pela sua obediência e sacrifício na árvore da Cruz. É por isso que a Bíblia diz que Cristo é o novo, o segundo ou o último Adão. Ele veio para desfazer o que Adão fez. Tornou-se a cabeça da raça nova e redimida para quem viver sobrenaturalmente é viver em Cristo, enquanto Adão, o primeiro homem, era o chefe da humanidade, que caiu em pecado. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é o segundo e último Adão:
E assim está escrito: o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente; o último Adão foi feito em espírito vivificante” (1Cor 15,45).
Existem muitos tipos bíblicos. Mas considere-se que todos esses eventos, pessoas e coisas eram reais, eram pessoas e coisas que também prefiguram algo que viria mais tarde. Eis alguns exemplos: a travessia do Mar Vermelho (Ex 14) é a prefiguração do batismo (cf1Cor 10,1-2); a Arca de Noé e o Dilúvio prefiguravam os salvos pelo batismo da Igreja (cf 1Pe 3,19,21); o cordeiro que foi sacrificado na Páscoa judaica (vd Ex 12) prefigura Cristo, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (Jo 1,29) e imolado como nossa Páscoa (cf 1Cor 5,7); o Antigo Testamento era “sombra” ou figura do Novo Testamento (cf Heb 8,8-9); Jonas, que esteve três dias e três noites no ventre da baleia, prefigurava a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos depois de três dias (cf Mt 12,40).
Poderiam dar-se muitos outros exemplos de tipos bíblicos para se reconhecer como é importante entender que a realização de um tipo (chamado de “protótipo”“) é maior do que o tipo. Assim, Cristo é infinitamente maior que Adão, o Novo Testamento é maior que o Antigo, a Ressurreição de Cristo é maior do que as agruras de Jonas, etc. Tendo isto em conta, devemos considerar os tipos de Maria, a mãe de Jesus. Existem muitos tipos de Maria. Além de outras evidências bíblicas, esses tipos são provas bíblicas inegáveis para os ensinamentos católicos sobre Maria. Na verdade, como Cristo é o novo Adão, Maria é a nova Eva.
Como já foi referido, Adão era um tipo de Jesus Cristo. Havia uma mulher distinta, que estava envolvida com Adão, o primeiro homem, à queda do mundo em pecado. Essa mulher foi Eva, a primeira mulher. Foi a transgressão de Adão que fez o pecado original. E Eva era instrumental e intimamente conexa com os acontecimentos que levaram ao pecado original. A mulher (Eva) pecou e foi a ocasião para Adão ao pecado. A seguinte passagem do Génesis é emblemática:
A serpente era o mais astuto de todos os animais do campo que o Senhor Deus fizera. E disse à mulher: É verdade que Deus disse: ‘não comereis de toda árvore do jardim’? E disse a mulher à serpente: ‘Podemos comer do fruto das árvores do jardim, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Vós não comereis dele, nem deveis tocá-lo, para que não morrais. E a serpente disse à mulher: ‘Vós não morrereis. Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, se abrirão os vossos olhos e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. E, quando a mulher viu que a árvore era boa para se comer e que era agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu.” (Gn 3,1-6).
Assim como Eva estava intimamente envolvida nos acontecimentos que antecederam o pecado original, há a mulher intimamente envolvida nos acontecimentos que antecederam a Redenção. É Maria, a mãe de Jesus Cristo. Ela é a nova Eva. Há inúmeros paralelos claros na Bíblia entre Eva e Maria, que mostram que Maria é a nova Eva, como Cristo é o novo Adão.
EVA comunicou-se, creu e obedeceu a um anjo caído, a Serpente, o diabo, acreditando nas suas palavras mentirosas (E a serpente disse à mulher: Vós não morrereis … ela tomou do seu fruto, e comeu … - Gn 3,4-6); MARIA comunicou-se, acreditou e obedeceu a um anjo bom, Gabriel:
 “… O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia … a uma virgem … e o nome da virgem era Maria. E o anjo se entrar, disse-lhe: Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo: bendita és tu entre as mulheres … E o anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Eis que tu conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus … E disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo afastou-se dela.” (Lc 1,26-38).
Eva pecou e levou o marido ao pecado, mergulhando o mundo em morte. Já na Anunciação, Maria foi abordada por Gabriel, um anjo bom. E, crendo na mensagem de salvação, que vinha da parte do Senhor, foi bendita entre as mulheres, cheia de graça e trouxe ao mundo o Salvador. Maria obedeceu a Deus. Pela sua obediência, consentiu na conceção de Jesus Cristo em seu ventre e permitiu que Ele viesse redimir o mundo do pecado de Adão, cooperando na obra da encarnação e, consequentemente, na obra redentora. E Ela não é a Vida, muito menos a autora da Vida, mas trouxe-nos o Autor da Vida; não é o caminho, mas aponta-nos o caminho; não é a Verdade, mas serve a Verdade e apresenta-nos a Verdade, que é Cristo, o fruto do seu ventre.
Mesmo na Igreja muito antiga, esses paralelos bíblicos foram reconhecidos como pontos de identificação de Maria como a nova Eva, tal como Cristo é o novo Adão. Ireneu de Lião era um padre apostólico famoso a partir do século II. Contrasta a primeira Eva com a segunda Eva (Maria). Na obra “Contra as Heresias” (Adversus haereses), Livro III, cap. 22, 185 AD, diz-nos:
De acordo com este projeto, a Virgem Maria mostra-se obediente, exclamando: ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ (Lc 1,38). Mas Eva foi desobediente, porque não obedeceu quando ainda era virgem… E assim também foi que o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria. O que a virgem Eva atou rápido por causa da incredulidade, a virgem Maria desatou por meio da fé, fazendo a nossa libertação.”.
Eva era a mãe de todos os viventes (“E deu Adão a sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes” - Gn 3,20); Maria, mãe de Jesus, é a mãe de todos os viventes e mesmo da própria vida.
Eva foi chamada de mãe de todos os viventes, pois todos os que tinham nascido hauriram dela a vida. Maria é também a mãe de todos os viventes, mas de uma forma maior. Maria é a mãe de Jesus Cristo, que é a própria Vida e no qual toda a vida é para ser encontrada:
Nele [Jesus] estava a vida. E a vida era a luz dos homens (Jo 1,4); Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo (Mt 1,16); Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida: ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo 14,6).
Jesus é a Vida. Maria é, portanto, literalmente a mãe da própria vida. O paralelo com Eva, a mãe de todos os viventes, é claro. A diferença é que Maria é a mãe de uma vida que é infinitamente maior do que a existência humana. Os e as que vivem e morrem no seu Filho têm acesso à vida eterna em Deus e tornam-se novas criaturas: “Portanto, se alguém está em Cristo, é uma nova criatura” (2Cor 5,17) O “cumprimento”, Maria como mãe de todos os viventes, é, pois, novamente maior do que o “tipo”, Eva como mãe de todos os viventes.
Eva foi criada SEM QUALQUER pecado; a nova Eva, Maria, teve também de ser criada SEM QUALQUER pecado – mais uma vez procede a lógica de que o tipo não pode ser maior ou melhor que aquele ou aquela a quem prefigura. Assim, Maria é Imaculada.
Maria é a nova Eva. E a questão que se coloca é: Em que estado de alma foi criada Eva? Eva foi criada (vd Gn 2), inocente, livre de todo o pecado: estavam nus, mas não tinham vergonha (Gn 2,25). A criação inteira foi perfeita até à queda da humanidade. Adão e Eva foram ambos criados num estado de justiça original. Não perderam esse estado de perfeição original em que eram livres de todo o pecado, até à transgressão original (vd Gn 3). Ora, se Deus criou a primeira Eva sem qualquer pecado, certamente poderia criar a segunda e maior Eva, a Virgem Maria, sem qualquer pecado. E foi isso exatamente o que Ele fez. Ele tinha de o fazer por uma questão de proporção e justiça, porque Maria seria o primeiro membro da humanidade redimida, a Imagem e Mãe da Igreja, o novo Povo de Deus, a Mãe dos crentes, a Mãe dos homens. Jesus redimiu Maria de um modo excelente.
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A Virgem Maria, além da Bíblia, é invocada conforme a fé e a devoção do povo

A devoção cultual a Nossa Senhora manifesta-se na Igreja Católica sob os mais diversos títulos. É quase incontável o número de títulos atribuídos a Maria. Em cada país, é invocada das mais diversas formas, com nomes diferentes, conforme a fé e a devoção do povo. Em muitos países, houve aparições da Senhora e, a partir destas, surgiram muitos outros títulos marianos. Para completar a lista, há também os títulos que derivam dos dogmas relativos à Virgem Maria.
A grande maioria dos títulos atribuídos a Maria tem sua origem na devoção popular. Na maioria das vezes, a devoção surge a partir duma imagem. A veneração de ícones de Maria remonta à era apostólica. Alguns ícones são mesmo atribuídos a São Lucas, considerado o pintor de Nossa Senhora. De entre eles, alguns são muito conhecidos, como “Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, a “Theotokos de Vladimir” e “Nossa Senhora de Czenstochowa”. Em cada um desses ícones ressalta uma particularidade da Virgem, que nos ajuda a conhecer melhor sua presença materna na Igreja e em nossa vida. Mas as imagens não se adoram (só servem para chegarmos à realidade que representam). E a Virgem tem a veneração especial de hiperdulia, nunca de adoração.
Para ilustrar como nasce a devoção popular, exemplifica-se com o seguinte: a devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós. A devoção surgiu, em 1700, na cidade de Ausburgo, Alemanha. Um artista desconhecido pintou uma imagem da Virgem, inspirado na célebre frase de Santo Irineu de Lião: “O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria com a sua fé”. O quadro foi exposto para veneração na igreja de Saint Peter am Perlach, em Ausburgo, onde permanece. Nessa igreja, começou a devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós, que se espalhou pelo mundo todo, por causa de devoção popular.
Muitos títulos nasceram, como foi dito, de aparições ou manifestações da Virgem. Alguns deles são muito conhecidos, outros menos, mas, de qualquer forma, exprimem a fé e a devoção dos fiéis a Nossa Senhora, que se lhes manifestou de modo peculiar. Como exemplos, são recordar dois títulos muito caros à devoção popular: Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida. Em 1917, ocorreram as aparições de Nossa Senhora, em Fátima, Portugal, a três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta. A partir das aparições, espalhou-se pelo mundo inteiro a devoção a Nossa Senhora do Rosário de Fátima, e fortaleceram-se as devoções a Nossa Senhora do Carmo e ao Imaculado Coração de Maria. Em 1717, três pescadores encontraram uma pequena imagem da Senhora da Conceição nas suas redes; primeiro, o corpo, depois a cabeça. Depois, seguiu-se a pesca milagrosa, de belos e grandes peixes, após horas a fio sem terem pescado nada. Os simples pescadores viram naquele facto uma ação sobrenatural. A partir de então, passaram a venerar a pequena imagem. A devoção daqueles pescadores rapidamente se espalhou, e cada vez mais pessoas passavam a visitar aquela pequena imagem, chamada carinhosamente de Nossa Senhora Aparecida.
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Os títulos dogmáticos da Virgem Maria

Os títulos de Nossa Senhora com origem em dogmas marianos definidos pelo Magistério da Igreja são os menos numerosos. São apenas quatro. Contudo, não são menos relevantes. Ao invés, são particularmente importantes para a fé. Foram proclamados justamente para firmar as bases da nossa fé. O primeiro é o da maternidade divina, proclamado solenemente pelo III Concílio Ecuménico, realizado em Éfeso, em 431, no qual a Virgem Maria é proclamada de Mãe de Deus. Num momento em que muitos hereges negavam a divindade de Jesus, era preciso que a Igreja confirmasse a doutrina de que Maria é verdadeiramente Mãe do Verbo de Deus encarnado, da segunda pessoa da Santíssima Trindade, e não apenas da humanidade de Jesus Cristo. O segundo é o da Virgindade Perpétua de Maria, que afirma a sua virgindade antes, durante e depois do parto – doutrina que já era dogma de fé, mas que foi reafirmada solenemente no Concílio de Trento, no ano de 1555. Porém, tais ensinamentos já faziam parte da doutrina dos Padres da Igreja, como São Justino, o Mártir, e Orígenes. O terceiro é o dogma da Imaculada Conceição de Maria, que define como fé da Igreja Católica a conceção de Nossa Senhora sem a mancha do pecado original – dogma definido pelo Beato Papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, a 8 de dezembro de 1854. E o quarto é o dogma da Assunção de Maria, que significa que devemos crer com fé católica que a Virgem Maria, ao fim de sua vida terrena, foi elevada em corpo e alma à glória dos Céus – doutrina definida pelo Papa Pio XII, por meio da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, a 1 de novembro de 1950.
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A importância de invocar a Virgem Maria

Vimos que os títulos marianos têm origens diferentes. Têm origem na devoção popular, na Bíblia, nas aparições e manifestações da Virgem e nos dogmas marianos, mas sempre com fundamento explícito ou típico nas Escrituras. Mas todos os títulos têm algo em comum. Todos dizem respeito a uma pessoa, que é a Santíssima Virgem Maria, a Mãe de nosso Senhor Jesus Cristo. Desde os primórdios da Igreja, a devoção a Virgem Maria, sob os seus diversos títulos, ajuda-nos a perseverar e a crescer na fé, a robustecer a esperança e a progredir na caridade.
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Nossa Senhora em Prefácios da Oração Eucarística da Missa
No quadro da “lex orandi, lex credendi”, deu-me na telha de dar volta aos Prefácios da Missa e digo que fiquei surpreendido pela abundância de referências a Maria, sempre integradas no Mistério de Cristo e da Igreja. Assim:
- No Prefácio do Advento II, que aponta a dupla expectativa de Cristo, diz-se de Jesus:
Foi Ele que os Profetas anunciaram, a Virgem Mãe esperou com inefável amor, João Baptista proclamou estar para vir e mostrou já presente no meio dos homens”.
- O Prefácio do Advento II/A fala de Maria como Nova Eva. E apresenta como motivo de louvor ao Pai:
Nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos glorificamos pelo admirável mistério da Virgem Mãe: Do antigo adversário veio a ruína, do seio virginal da Filha de Sião germinou Aquele que nos alimenta com o pão dos Anjos e brotou para todo o género humano a salvação e a paz. A graça que em Eva nos foi tirada, foi-nos restituída em Maria. Nela, Mãe de todos os homens, a humanidade, resgatada do pecado e da morte, recebe o dom da vida nova: onde abundou a culpa, superabundou a misericórdia por Cristo, nosso Salvador.”:
- Também o Prefácio dos domingos do Tempo Comum II, sob o título “O Mistério da Salvação”, faz menção explícita a Maria:
“…Cristo, nosso Senhor. Compadecido dos errados caminhos dos homens, dignou-Se nascer da Virgem Maria…”.
- E o Prefácio dos domingos do Tempo Comum IV, sob o título “A História da Salvação”, faz semelhante referência explícita a Maria:
“…Cristo, nosso Senhor. Nascendo da Virgem Maria, Ele renovou a antiga condição humana…”.
- O Prefácio dos domingos do Tempo Comum VI (um prefácio adequado à Oração Eucarística II), sob o título “O mistério da salvação em Cristo”, diz como motivo de louvor:
Ele [Cristo, nosso Senhor] é a vossa palavra, por quem tudo criastes. Enviado por Vós como Salvador e Redentor, fez-Se homem pelo poder do Espírito Santo e nasceu da Virgem Maria…”.
- O Prefácio de Nossa Senhora I, sob o signo de “A maternidade divina de Maria”, proclama:
Pelo poder do Espírito Santo Ela [a Virgem Maria] concebeu o vosso Filho Unigénito e, sem perder a glória da sua virgindade, deu ao mundo a luz eterna, Jesus Cristo, nosso Senhor”.
- No Prefácio de Nossa Senhora II, assegurando que “A Igreja louva o Senhor com as palavras de Maria”, inspirando-se no seu cântico de louvor (o Magnificat), clamamos a Deus Pai:
Vós fizestes maravilhas a favor de todos os povos e manifestastes de geração em geração a vossa misericórdia, quando olhastes para a humildade da vossa serva e por ela nos destes o Salvador do mundo, Jesus Cristo, nosso Senhor”.
- No Prefácio de Nossa Senhora III, exalta-se “Maria, imagem e mãe da Igreja” e faz-se a súmula da história de Maria:
Recebendo o vosso Verbo em seu coração imaculado, Ela mereceu concebê-Lo em seu seio virginal e, dando à luz o Criador do universo, preparou o nascimento da Igreja. Junto à cruz, aceitou o testamento da caridade divina e recebeu todos os homens como seus filhos, pela morte de Cristo gerados para a vida eterna. Enquanto esperava, com os Apóstolos, a vinda do Espírito Santo, associando-se às preces dos discípulos, tornou-se modelo admirável da Igreja em oração. Elevada à glória do céu, assiste com amor materno a Igreja ainda peregrina sobre a terra, protegendo misericordiosamente os seus passos a caminho da pátria celeste, enquanto espera a vinda gloriosa do Senhor.”.
- O Prefácio de Nossa Senhora IV apresenta-nos “Maria, sinal de consolação e de esperança” e louvamos o Senhor, porque:
Humilde serva, acolheu a vossa Palavra e guardou-a no seu coração; admiravelmente unida ao mistério da redenção, perseverou com os Apóstolos em oração, esperando a vinda do Espírito Santo; agora resplandece no caminho da nossa vida como sinal de consolação e de firme esperança”.
- O Prefácio de Nossa Senhora V celebra “Maria, imagem da nova humanidade” e nele se diz ao nosso Deus:
Vós revelastes na plenitude dos tempos o mistério escondido desde os tempos antigos, para que se renove para o mundo inteiro a vida e a esperança. Em Cristo, novo Adão, e em Maria, nova Eva, manifestastes finalmente a vossa Igreja, primícias da humanidade redimida. Por este dom admirável, toda a criação, pelo poder do Espírito Santo, volta de novo ao caminho original para a Páscoa eterna.”.
- O Prefácio da Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, que proclama “O Mistério de Maria e da Igreja, faz-nos cantar:
Vós a preservastes de toda a mancha do pecado original, para que, enriquecida com a plenitude da vossa graça, fosse a digna Mãe do vosso Filho. Nela, destes início à Santa Igreja, esposa de Cristo, sem mancha e sem ruga, resplandecente de beleza e santidade. Dela, Virgem puríssima, devia nascer o vosso Filho, Cordeiro inocente que tira o pecado do mundo. Vós a destinastes, acima de todas criaturas, a fim de ser, para o vosso Povo, advogada da graça e modelo de santidade.”.
 - O Prefácio da Anunciação do Senhor, que proclama “O Mistério da Encarnação, canta:
Pela Anunciação do mensageiro celeste, a  Virgem imaculada acolheu com fé a vossa Palavra e, pela ação admirável do Espírito Santo, trouxe em vosso ventre com inefável amor o Primogénito da nova humanidade, que vinha cumprir as promessas feitas a Israel e revelar-Se ao mundo como a esperança de todos os povos”.
- E o Prefácio da Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria, que exalta “A Glória da Assunção de Maria”,
Hoje a Virgem Mãe de Deus foi elevada à glória do CéuEla é a aurora e a imagem da Igreja triunfante, ela é sinal de consolação e esperança para o vosso povo peregrino. Vós não quisestes que sofresse a corrupção do túmulo Aquela que gerou e deu à luz o Autor da vida, vosso Filho feito homem.”.
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E as Orações Eucarísticas mencionam Maria em comemoração, intercessão ou como companhia parusíaca. Porém, a Oração Eucarística IV refere, a lembrar os Símbolos dos Apóstolos (nasceu da Virgem Maria) e o Niceno-Constantinoplitano (e encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria):
De tal modo amastes o mundo, Pai santo, que chegada a plenitude dos tempos, nos enviastes como Salvador o vosso Filho Unigénito: feito homem pelo poder do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, viveu a nossa condição humana, em tudo igual a nós, excepto no pecado”.
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São as solenidades, as festas ou as memórias da Virgem Maria, bem como a sua conceição, natividade, maternidade e assunção o pretexto para o louvor, bênção, ação de graças e adoração ao Pai Celeste por Cristo, nosso Senhor; e não um fim em si. Maria não absorve o louvor e a oração, mas é escada ascendente e descendente. E quem desce e sobe é o Filho, são os filhos.

2017.11.06 – Louro de Carvalho

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