No dia 2 de
novembro de cada ano a Igreja faz a Comemoração
de Todos os Fiéis Defuntos como contraponto à Solenidade de Todos os Santos – ambas faces da mesma moeda: os
irmãos que partiram. Se, no dia 1, se destaca o louvor de Deus nos seus santos,
a geração dos que O procuram ou dos que O seguiram na justiça e na caridade e
agora O contemplam rosto a rosto, bem como a intercessão deles por nós junto do
Pai, no dia 2, está em causa a memória dos que partiram, rezando-se por eles
independentemente de eles ainda precisarem ou não das nossas preces. Nos dois
momentos está em evidência a comunhão santa e santificadora com e da Igreja que
milita nesta peregrinação terrestre. É, pois, nosso piedoso dever orar
por todos os que nos precedem na fé e na partida, sendo chamados para o
encontro definitivo e eterno com o Deus Uno e Trino. Com efeito, segundo nos
ensina o livro da Sabedoria:
“Os justos
vivem para sempre, recebem do Senhor a sua recompensa, cuida deles o Altíssimo;
e receberão a magnífica coroa real, e das mãos do Senhor, o diadema da beleza”
(Sb 5,15-16).
E o Catecismo da Igreja Católica (CIC) também ensina:
“Os que morrem
na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora
tenham garantida a sua salvação eterna, passam, após a sua morte, por uma
purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrarem na alegria
do Céu” (CIC n.º 1030).
O Papa, na audiência geral do dia 18 de outubro de
2017, quis estabelecer uma relação entre a esperança e a morte, explicitando:
“Hoje eu
gostaria de fazer uma relação entre a esperança cristã e a realidade da morte,
uma realidade que a nossa civilização moderna tende cada vez mais a cancelar.
Assim, quando chega a morte de alguém que nos é querido ou a nossa própria
morte, encontramo-nos despreparados”.
Citou o trecho do Evangelho de João, quando a Marta,
que chora pela morte de Lázaro, seu irmão, Jesus assegura: “Teu irmão ressuscitará, pois quem crê em
Mim: mesmo que tenha morrido, viverá”, pois “Eu sou a ressurreição e a vida”
[não a morte]. “Crês nisto?”. E Francisco recordou que Jesus lança
este repto a cada um de nós, sempre que a morte nos baralha os afetos e
dilacera a teia da vida. Com a morte, a nossa existência toca o ápice, tendo
diante de si a vertente da fé ou o precipício do nada. E o desafio de Jesus é
que mantenhamos a fé e reforcemos a esperança no ardor da caridade sem limites.
Na verdade,
“Na glória do céu, os
bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus, em relação
aos outros homens e a toda a criação. Eles já reinam com Cristo. Com Ele ‘reinarão
pelos séculos dos séculos’.” (Ap 22,5).
(CIC,1029).
Comentando a ressurreição da filha de Jairo, o Papa
Francisco falou assim:
“Todos somos
pequeninos e indefesos diante do mistério da morte. Contudo, que graça, se
naquele momento guardarmos no coração a pequena chama da fé! Jesus guiar-nos-á
pela mão, assim como guiou pela mão a filha de Jairo, e repetirá mais uma vez:
‘Talitá kum’, ‘Menina, levanta-te!’ (Mc 5,41). Di-lo-á a nós, a cada um de nós: ‘Levanta-te,
ressurge!’.”.
E,
convidando cada um a fechar os olhos e a pensar no momento da morte, desafiou:
“Cada um de nós pense na própria morte e imagine aquele
momento que acontecerá, quando Jesus nos pegar na mão e nos disser: ‘Vem, vem
comigo, levanta-te’. Terminará ali a esperança e será a realidade, a realidade
da vida. Refleti bem: o próprio Jesus virá ter com cada um de nós e pegar-nos-á
pela mão, com a sua ternura, a sua mansidão, o seu amor. E cada um repita no
seu coração a palavra de Jesus: ‘Levanta-te, vem. Levanta-te, vem. Levanta-te,
ressurge!’.”.
E concluiu:
“Esta é a nossa
esperança diante da morte. Para quem crê, é uma porta que se abre de par em
par; para quem duvida é uma brecha de luz que filtra por uma porta que não se
fechou completamente. Mas será para todos nós uma graça, quando esta luz, do
encontro com Jesus, nos iluminar.”
Não podemos deixar de aliar a este dia de oração o
exercício da esperança ditado pela fé. Cristo, de facto, abate o muro da morte,
n’Ele habita toda a plenitude de Deus, que é vida e vida eterna. Por isso a
morte não teve poder sobre Ele. E a ressurreição de Lázaro é sinal do seu pleno
domínio sobre a morte física que diante de Deus é como um sono (cf Jo
11,11).
Mas há outra morte. O Arcebispo Emérito de Juiz de
Fora, Dom Eurico dos Santos Veloso em seu artigo de hoje, dia 2 de novembro, na
Rádio Vaticano, explica:
“Numa sociedade
líquida como a nossa, que busca o efémero e o prazer, há outra morte, que
custou a Cristo a luta mais difícil, o próprio preço da cruz: a morte
espiritual, o pecado, que ameaça arruinar a vida de cada homem. Para vencer
esta morte Cristo morreu e a sua Ressurreição não é o retorno à vida
precedente, mas a abertura de uma nova realidade, uma ‘nova terra’, finalmente
unida novamente com o céu de Deus.”
E refere que Santo Agostinho disse algo que serve de
grande consolo, ao interpretar a passagem dos Salmos “busca o seu rosto sempre”, assegurando que “isto se aplica para
toda a eternidade”, pois “Deus é tão grande que nunca terminamos a nossa busca”.
E Santos Veloso avança:
“A Igreja, como
Mãe e Mestra, não promete aos homens e mulheres, em nome da fé cristã, uma vida
de êxito assegurado nesta terra. Não haverá, assim, uma utopia, pois a nossa
vida terrena estará sempre marcada pela Cruz. Ao mesmo tempo, pela receção do
Batismo e da Eucaristia, o processo da ressurreição já começou de algum modo.”
(cf CIC, 1000).
Seguindo São Tomás de Aquino, assegura:
“Na
ressurreição, a alma informará o corpo tão profundamente, que nele ficarão
refletidas as suas qualidades morais e espirituais. Neste sentido, a
ressurreição final, que terá lugar com a vinda de Jesus Cristo na glória,
tornará possível o juízo definitivo de vivos e defuntos.”.
E explica:
“A ressurreição final é um dogma de fé que exclui as
teorias da reencarnação, segundo as quais a alma humana, depois da morte,
emigra para outro corpo, repetidas vezes se for preciso, até ficar
definitivamente purificada. A esse respeito, o Concílio Vaticano II falou do único curso da nossa vida, pois está
estabelecido que os homens morram uma só vez (Heb 9,27).”.
Para ilustrar a razão por que rezamos pelos defuntos,
costumamos citar o 2.º Livro dos Macabeus (2Mac 12,43-46), que assim conclui:
“É, pois, santo
e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”.
Diz o Arcebispo que vem sendo citado:
“Cremos que
estão vivos. Cremos que a fé em Cristo os salvou. Não esquecemos, porém, que
muitas fragilidades humanas talvez impeçam a sua imediata acolhida na visão
beatífica. E por eles oferecemos preces e sacrifícios, especialmente no Dia de
Finados, para que, quanto antes, lhes resplandeça a luz da bem-aventurança.”.
E recomenda
“Ao
participarmos na Missa dos Fiéis Defuntos, nas Igrejas e cemitérios, lembremo-nos
de lucrar as indulgências plenárias em favor dos fiéis defuntos. Não nos vamos
nos esquecer de levar velas e flores para os nossos defuntos. Velas acesas, no
cemitério, e flores, embelezando as sepulturas, querem lembrar-nos, por um
lado, a alegria do céu e, por outro, o carinho e a saudade sentidos pelas
pessoas falecidas, além da própria realidade passageira de nossa existência
terrena.”.
***
À luz do princípio lex orandi, lex credendi, passo a um
pequeno levantamento textual das referências aos defuntos na parte central da
Missa, a Oração Eucarística (ou: Anáfora)
e o prefácio, segundo os formulários disponibilizados pelo Ordo Missae do Missal Romano.
Começando pelos prefácios, o
levantamento incide nos cinco prefácios dos defuntos em que a morte redentora
de Cristo é a razão de ser da nossa ressurreição para a Vida Eterna,
assimilados já não à terra, mas ao ser e querer de Deus.
O PREFÁCIO DOS DEFUNTOS I tem
como tema central “A esperança da ressurreição em Cristo”. Nele se diz, falando do desfazer da
morada terrena para a aquisição da morada eterna:
“N’Ele [Cristo,
Nosso Senhor] brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição; e, se a
certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da imortalidade. Para
os que creem em Vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se transforma; e,
desfeita a morada deste exílio terrestre, adquirimos no céu uma habitação
eterna.”.
No PREFÁCIO DOS DEFUNTOS II, a
ideia em torno da qual gravita a oração prefacial é “Cristo morreu pela
nossa vida”. Assim, sublinhando a oferta
da vida de Cristo por nós:
“Tomando sobre Si
a nossa morte, Ele [Cristo, Nosso Senhor] livrou-nos da morte eterna;
oferecendo por nós a sua vida, abriu-nos as portas da vida imortal.”.
O PREFÁCIO DOS DEFUNTOS III
exalta “Cristo, salvação e vida”:
“Ele [Cristo, nosso Senhor] é a salvação do mundo, a vida dos homens e a
ressurreição dos mortos”.
No PREFÁCIO DOS DEFUNTOS IV a
ideia central é o trânsito “da vida terrena à vida celeste”. Nele se louva o Pai, porque se, pelo
pecado nos assimilamos à terra, pela morte de Cristo acordamos para a vida:
“A vossa vontade nos chama à vida, a vossa providência nos governa e se,
por vossa ordem, em castigo do pecado, voltamos à terra donde fomos tirados,
pela morte redentora do vosso Filho o vosso poder nos desperta para tomar parte
na ressurreição gloriosa”.
O PREFÁCIO DOS DEFUNTOS V frisa “a
nossa ressurreição por meio da morte de Cristo”, pois, se a morte é condição do homem, o desígnio divino
catapulta-nos para a Vida Eterna:
“A morte é herança comum de todos os homens; mas, por dom maravilhoso da
vossa bondade, Cristo, com a sua vitória, nos redime da morte e nos chama a
tomar parte na sua vida gloriosa”.
***
O Cânone Romano ou ORAÇÃO EUCARÍSTICA
I apresenta, alguns passos depois da Consagração, uma perícopa de “Comemoração dos Defuntos”, o antigo memento defunctorum, simétrica da “Comemoração
dos Vivos”, o antigo memento vivorum,
antes da Consagração, ainda antes da Comemoração
dos Santos. Na “Comemoração dos
Defuntos”, o celebrante (ou um dos concelebrantes na
concelebração) diz (prescindo
das indicações das rubricas):
“Lembrai-vos, Senhor, dos vossos servos e servas N. e N., que partiram
antes de nós marcados com o sinal da fé e agora dormem o sono da paz”.
E, depois do conveniente silêncio,
continua com uma breve, mas explícita referência à parusia:
“Concedei-lhes, Senhor, a eles e a todos os que descansam em Cristo, o
lugar da consolação, da luz e da paz. [Por Cristo, nosso Senhor (referência
à parusia). Ámen.].”.
Na ORAÇÃO EUCARÍSTICA II, a prece
é como segue, articulada com a situação da parusia:
“Lembrai-Vos também dos [outros] nossos irmãos, que adormeceram na
esperança da ressurreição, e de todos aqueles que na vossa misericórdia
partiram deste mundo: admiti-os na luz da vossa presença” (Comemoração dos
defuntos).
“Tende misericórdia de nós, Senhor,
e dai-nos a graça de participar na vida eterna, com a Virgem Maria, Mãe de
Deus, São José, seu esposo, os bem-aventurados Apóstolos e todos os Santos que
desde o princípio do mundo viveram na vossa amizade, para cantarmos os vossos
louvores, por Jesus Cristo, vosso Filho” (situação da parusia).
Porém, antes destes dois
segmentos oracionais, nas missas de
defuntos pode dizer-se:
“Lembrai-Vos do vosso servo [da vossa serva] N., a quem [hoje] chamastes para Vós: configurado [a] com Cristo na
morte, com Cristo tome parte na ressurreição”.
A ORAÇÃO EUCARÍSTICA III faz
tratamento similar da ORAÇÃO EUCARÍSTICA II. Assim, reza-se:
“Lembrai-Vos dos nossos irmãos defuntos e de todos os que morreram na
vossa amizade. Acolhei-os com bondade no vosso reino (Comemoração dos
defuntos), onde também nós esperamos ser
recebidos, para vivermos com eles eternamente na vossa glória, por Jesus
Cristo, nosso Senhor (situação da parusia). Por
Ele concedeis ao mundo todos os bens”.
Porém, nas missas de defuntos pode,
em vez da formulação anterior, dizer-se esta
mais expandida, mais solene e mais bela:
“Lembrai-Vos do vosso servo [da vossa serva] N., que [hoje] chamastes para Vós: configurado [a / os / as] com
Cristo na morte, com Cristo tome[m] parte na ressurreição, quando Ele vier
ressuscitar os mortos e transformar o nosso corpo mortal à imagem do seu Corpo
glorioso. Lembrai-Vos também dos nossos irmãos defuntos e de todos os que
morreram na vossa amizade. Acolhei-os com bondade no vosso reino (Comemoração
dos defuntos), onde também nós esperamos
ser recebidos, para vivermos com eles eternamente na vossa glória, quando
enxugardes todas as lágrimas dos nossos olhos; e, vendo-Vos tal como sois,
Senhor nosso Deus, seremos para sempre semelhantes a Vós e cantaremos sem fim
os vossos louvores, por Jesus Cristo, nosso Senhor (situação da parusia). Por Ele concedeis ao mundo todos os bens”.
Na ORAÇÃO EUCARÍSTICA IV, faz-se tratamento
similar das Orações Eucarísticas II e III, mas sem formulário próprio para as
missas de defuntos:
“Lembrai-Vos também dos nossos irmãos que adormeceram na paz de Cristo e
de todos os defuntos cuja fé só Vós conhecestes (Comemoração dos defuntos). E a todos nós, vossos filhos, concedei,
Pai de misericórdia, a graça de alcançarmos a herança do Céu, com a Virgem
Santa Maria, Mãe de Deus, São José, seu esposo, os Apóstolos e todos os Santos,
para que, no vosso reino, com a criação inteira liberta do pecado e da morte,
cantemos eternamente a vossa glória, por Jesus Cristo, nosso Senhor (situação
da parusia). Por Ele concedeis ao mundo
todos os bens”.
A ORAÇÃO EUCARÍSTICA V, apesar
das variantes (quatro)
conforme as diversas intenções, mantém uniforme a parte referente à Comemoração dos Defuntos e à situação da Parusia
“Lembrai-Vos dos nossos irmãos [N.
e N.] que morreram na paz de Cristo e
de todos os defuntos, cuja fé só Vós conhecestes: admiti-os a contemplar a luz
do vosso rosto e dai-lhes a plenitude da vida na ressurreição (Comemoração
dos defuntos). E também a nós, ao
terminarmos a nossa peregrinação sobre a terra, recebei-nos na vossa morada
eterna, onde viveremos sempre convosco e, com a bem-aventurada Virgem Maria,
Mãe de Deus, com os Apóstolos e os Mártires [com São N. o santo do dia ou o padroeiro] e em comunhão com todos os
Santos, Vos louvaremos e glorificaremos, por Jesus Cristo, vosso Filho
(situação da parusia).”.
Na ORAÇÃO
EUCARÍSTICA DA RECONCILIAÇÃO – I, a formulação é a seguinte:
“Conservai-nos unidos uns aos outros de alma e coração com o Papa N. e o nosso Bispo N.. Ajudai-nos todos a
preparar a vinda do vosso reino até comparecermos diante de Vós, santos entre
os Santos na morada celeste (situação da parusia), com a bem-aventurada Virgem Maria e os Apóstolos, (São N.) e os nossos irmãos defuntos que recomendamos
à vossa misericórdia (Comemoração dos defuntos), para que, na nova criação, finalmente libertos da corrupção da morte,
possamos cantar sem fim o hino da ação de graças de Cristo, vosso Filho, eternamente
vivo e glorioso (situação da parusia).”.
Na ORAÇÃO
EUCARÍSTICA DA RECONCILIAÇÃO – II, a formulação é a seguinte:
“Lembrai-Vos dos nossos irmãos que adormeceram em Cristo e de todos os
defuntos, cuja fé só Vós conhecestes (Comemoração dos defuntos). Vós que nos reunistes à vossa mesa para
participarmos no pão da vida e no cálice da salvação, congregai um dia na
unidade perfeita os homens de todos os povos e línguas com a Virgem Santa
Maria, Mãe de Deus, os Apóstolos e todos os Santos, para que, no banquete da
nova Jerusalém, gozem eternamente a plenitude da paz (situação da parusia).”.
Na ORAÇÃO
EUCARÍSTICA PARA AS MISSAS COM CRIANÇAS – I, a referência aos defuntos está
inserida no contexto de outras referências, nomeadamente aos mais próximos e
aos habitantes do mundo inteiro, seguindo-se-lhe ainda um outro segmento antes
da doxologia:
“Vós não Vos esqueceis de ninguém: por isso Vos pedimos por todos
aqueles de quem mais gostamos: o Santo Padre N., o nosso Bispo N., os
nossos pais, irmãos e amigos, e por aqueles que já partiram deste mundo em paz.
Lembrai-Vos de todos os que sofrem e andam tristes. Lembrai-Vos da grande
família dos cristãos e dos homens de todo o mundo.”.
Na ORAÇÃO
EUCARÍSTICA PARA AS MISSAS COM CRIANÇAS – II, a referência aos defuntos está
inserida no contexto de outras referências, nomeadamente aos mais próximos e
comporta uma alusão discreta à situação
da parusia (“recebei-os com amor na vossa glória”):
“Lembrai-Vos de todos aqueles de quem mais gostamos: os nossos pais,
irmãos e amigos; e também daqueles de quem não gostamos tanto. Lembrai-Vos dos
que já partiram deste mundo (N.N.) e recebei-os com amor na vossa glória.”.
Na ORAÇÃO
EUCARÍSTICA PARA AS MISSAS COM CRIANÇAS – III, não há referência explícita aos
defuntos, mas leve insinuação na situação da parusia, aqui largamente expandida:
“Um dia Ele virá na sua glória e o seu reino não terá fim. Então já não
haverá ninguém triste, nem doente, nem infeliz. Então não haverá pecado nem
morte. Dai-nos também a graça de um dia estarmos junto de Vós, com a Virgem
Maria, Mãe de Deus, e com os
Santos do Céu, para vivermos convosco para sempre.”.
***
Obviamente, a caraterização dos
defuntos (fé, configuração com Cristo, partidos deste mundo,
fiéis) e a oração
que por se faz decorrem da crença na imortalidade da alma e na ressurreição corporal
e estão conexas com a esperança nos últimos tempos (sem
lágrimas, contemplação de Deus e companhia dos anjos e santos). E os testemunhos evidenciados
na liturgia Eucarística não são menos poderosos que os cemitérios e outros monumentos
funerários, memoriais, lápides, cruzes, fotos, velas, flores… Isto sem
considerar as Missas dos Defuntos, a Liturgia das Horas, todos os textos
bíblicos, a Teologia da Escatologia (os novíssimos), os catecismos e compêndios (nomeadamente
o CIC e o CCIC), os
tratados e manuais, o Direito Canónico, as devoções populares puras…
2017.11.02
– Louro de Carvalho
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