sábado, 31 de dezembro de 2016

Para um 2017, Novo Ano de Fraternidade Universal…

O grande desejo para o Novo Ano, o de 2017, prestes a inaugurar-se, é de que não constitua uma espécie de outono em que as folhas da ilusão caem fazendo aflorar a desilusão, mas antes a primavera pujante da vida cheia da esperança que o tom verdejante da natureza promete em flores e frutos de mais vida e cada vez mais abundante. E, em vez do rigor invernal, há de dominar a vida dos homens a calor do verão, que faz render o que a terra tem para dar sob a força vivificadora do sol calmoso e o refrescamento da noite luarenta e estrelada.
Os dias bons do ano que finda são para agradecer a Deus e àqueles e àquelas que nos vieram ajudando a adoçar a existência de peregrinação neste mundo bastante conturbado, mas repleto de possibilidades vitais; e os dias ruins são pretexto para aprendermos a lição da nossa insuficiência e colocarmos a confiança em Deus que tudo pode e que tudo sabe e nos concidadãos que partilham connosco a efemeridade deste mundo fugaz e fazem jus connosco a esta fraternidade humana de justiça, liberdade e igualdade basilar. É o reino da cooperação e da interdependência!
Albert Einstein recorda-nos que “não existem sonhos impossíveis para aqueles que realmente acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano, sempre que alguém descobre que esse poder, antes considerado impossível, se torna realidade”. Por isso, cada um de nós tem de pôr os seus talentos a render ao serviço de si e do próximo, não se furtando a contribuir para o bem comum.
Ora quem aceitou empreender uma caminhada de Advento e Natal com o sonho de José e de Maria a concretizar o sonho humanamente inimaginável de Deus, sabe que o mistério da humildade do presépio se torna lição de vida. E esta vida canta a glória a Deus nas Alturas e preconiza a paz entre os homens na Terra – tal como cantaram os anjos na noite do Natal do Senhor.
Porém, esta glória e esta paz, imersas na vida de Deus e potenciadas na vida dos homens, só fazem sentido se os homens e mulheres do Planeta se configurarem como filhos do Pai comum e praticantes da fraternidade universal; se tiverem os sonhos de casa, terra e trabalho para todos e cada um; se aceitarem ser mensageiros da verdade e da vida e cuidadores de si próprios, de Deus, dos irmãos e do mundo como casa comum; e se se dispuserem a ser livres, atuantes e responsáveis.
Por isso, em prol da filiação comum e da fraternidade dos homens e mulheres, hauridas no mistério do Natal, 2017 apresenta o desafio do diálogo, da concertação e da paz, firmadas na ação da não violência como estilo de vida na família, na comunidade, na profissão, no grupo social, na política e no concerto das nações.
Para tanto, é necessária a coragem da fé em Deus e nos homens, a alegria do amor em família, a coragem do trabalho consciente e da remuneração justa pelo mesmo trabalho, a firme atenção da proximidade dos que mais sofrem ou do que não têm voz nem vez.
Enfim, a vida só faz pleno sentido se for digna, vivida, partilhada e verdadeiramente humana.
Mas para dar a verdadeira atenção ao homem, é preciso reconhecer o lugar proeminente de Deus no mundo e na vida e reconhecer o papel de Cristo na história dos homens!
É no mistério de Cristo, Verbo encarnado do Pai, que se perscruta e percebe o enigma humano.   
Feliz 2017!

2017.12.31 – Louro de Carvalho

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