A esperança
e a sogra são os entes mais teimosos.
A minha
galinha não consegue ser melhor do que a da vizinha.
A quem não
sabe conduzir até o volante estorva.
Água e
azeite bem podem misturar-se se for hábil o mexilhão.
Água mole
empedra dura deixa-a sempre bem molhada.
Alegria de
pobre sabe a oco.
Antes quero
cavalo que me derrube que asno muito velho e cansado.
Antes tarde do
que muito cedo.
Ao fundo
nem todos os santos ajudam a travar.
Bela sem
senão existe no hiperurânio.
Branco é;
galinha o come se tiver fome, mas não canta.
Cabra manca
tem sesta mais depressa.
Cão que
ladra pode morder.
Carro a
álcool anda bem domingo à tarde.
Depois da
tempestade, vem o trabalho de limpeza.
Devagar nunca
se enerva um homem.
Devo, não
pago: que não durmam os credores.
É dando que
se perde.
Em casa de
ferreiro só há limalha e não ferrugem.
Em terra de
cego quem tem um olho vê por ele.
Enquanto um
burro fala, os outros riem do que ele diz.
Fia-te na
Virgem, mas corre.
Forte e
unidos podem ser vencidos por outros fortes e unidos.
Gato
escaldado pode morrer queimado.
Há males que
vêm sós.
Já cá não
está quem cantou: teve de fugir.
Lebre que se
deixou substituir por gato na venda será comida a seu tempo.
Médico doente
pode curar os outros, mas não a si.
Mel em
excesso pode sair bem amargo.
Muito acerta
quem faz muitas contas, se não se enganar.
Nunca se
deve dizer nunca a quem não acredita no sucesso do outro.
O homem é o
lobo do homem se negar a fraternidade.
O que é doce
às vezes amarga.
Os primeiros
têm medo de virem a ser os últimos.
Os últimos serão
os que ficam no fim da tabela.
Ovelha que
berra mostra que tem boas goelas.
Pau que
nasce torto nunca acerta direito no sítio certo.
Pobres
sempre os teremos, pois dão jeito a quem pretende fazer o bem.
Porque a
águia não caça moscas, sujeita-se a passar fome.
Quando as
galinhas tiverem dentes, andará o mundo ao contrário.
Quando um
desdentado mente, nenhum dente lhe cai.
Quando um
não quer, o outro insta com ele.
Quanto mais
um homem se baixa, mais perto fica do solo.
Quem cedo
madruga tem que se pôr bem disposto.
Quem com
ferros mata está na Idade dos Metais.
Quem dá aos
pobres prepara-se para dar aos ricos.
Quem espera enerva-se
ao ver passar o tempo.
Quem está na
lama deve manter-se bem caladinho.
Quem não tem
carro não se bota a taxista.
Quem ri por
último vem atrasado.
Quem sai aos
seus degenera como eles.
Quem tem
boca boceja e vai a Roma, se tiver dinheiro.
Quem vai ao
ar voltará ao seu lugar.
Rindo, já
não se castigam os costumes: já estão demasiado encasulados.
Se Maomé não
vai à montanha, a montanha espera.
Sol e chuva não
se dão bem.
Sol na eira
e chuva no nabal: tudo é possível se a distância for grande ou se a chuva for
artificial.
Tarde é o
que vem à noite depois da ceia.
Três coisas
absurdas: enfermeiro adoecer, médico morrer e padre ir para o inferno.
Um professor
enquanto dorme não ensina.
Voa mais
alto quem tiver mais perna e asa.
Xarope doce
pode não saber a doce: depende de quem o tome.
Zumbido de abelha
incomoda menos que língua fofoqueira.
***
Por fim,
diferença entre o burro e o homem:
1.º Cenário – a diferença é a
albarda: coloca-se o burro, a albarda por cima e, ainda por cima, o homem.
2.º Cenário – sem albarda: a
diferença é nula se o homem montar em pelo.
3.º Cenário – em relação à água: o
burro bebe, bebe, bebe.... o homem nada.
4.º Cenário – em relação ao vinho: o
homem bebe, bebe, bebe... o burro aguenta as pauladas e os alvores do homem.
***
Enfim, um pouco mais de humanidade
fará bem a saúde de todos.
2019.09.18 –
Louro de Carvalho
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