É uma afirmação do Papa Francisco na sua videomensagem
para a abertura do Congresso
Missionário Nacional da Indonésia que decorre em Jacarta de 1 a 4 de agosto em
torno do tema “Batizado e enviado”.
Diz o Santo Padre:
“A todos vós que participais neste Congresso Missionário Nacional convido
a refletir bem sobre o tema ‘Batizado e enviado’. Quando somos batizados,
recebemos o Espírito Santo, que é um tesouro; recebemos a mensagem de Jesus, o
Evangelho dentro de nós. Quando alguém tem uma coisa bela e está entusiasmado
com ela, sente o desejo de a levar adiante e de a transmitir aos outros.”.
Depois,
fixando-se no binómio ‘batizado e enviado’,
vinca a vantagem de ele constituir o fio condutor do Congresso questionando-se
cada um dos congressistas sobre o modo como vive o seu batismo em termos
pessoais e como fermento social – levando a todos na sociedade a mensagem de
Jesus. E o Pontífice faz questão em recomendar aos congressistas que não se
esqueçam disto: o cristão sempre caminha para a frente, vai adiante. Com efeito, o Senhor mandou à frente do Messias o
seu mensageiro para que Lhe prepare o caminho e o dinamismo dos discípulos do
Senhor e, conhecendo-O, o sigam e caminhem, avancem, progridam. Nem sequer é
lícito olhar para trás depois de deitar a mão à rabiça do arado. Assim,
Francisco infere:
“Nós não somos pessoas que caminham para trás, não; somos pessoas que
vão sempre adiante, sempre. Quando alguém volta atrás, não é cristão. O cristão
continua, vai adiante, isto quer dizer ‘enviado’: é o Espírito Santo que me
impulsiona a ir adiante.”.
Nestes
termos, o Papa encoraja a caminhar sempre em frente porque os batizados são
enviados, apóstolos, missionários; e pede que rezem a Maria para que os proteja
e ajude a seguir em frente, como, pedindo que rezem pelo Pontífice, invoca
sobre todos a bênção do Deus Triuno.
***
Enviados especiais são os jovens. Estes anseiam
por irem à frente e é preciso que se lhes reconheça o seu lugar na frente e não
o de meros acólitos dos mais velhos. Embora a sabedoria da experiência esteja
habitualmente nos mais velhos, a plataforma da divina inspiração não se
circunscreve à idade provecta, tal como a ciência e a energia mais palpáveis
nos menos idosos não desaparecem – às vezes até se intensificam na idade dos
anciãos. E a Bíblia dá-nos exemplos de experiência e sabedoria no velho Salomão
como no jovem Daniel, tal como nos dá exemplos de imoralidade nos dois velhos
juízes que tentaram em vão a casta Susana ao adultério e a difamaram perante o
povo e nos irmãos de José do Egito, que venderam o irmão.
Para que possam cumprir cabalmente a sua missão
têm os jovens de se dispor ao discipulado e aceitar a missão de apóstolos
segundo a própria condição de vida e abrir-se à condição de apóstolos qualificados
na vida diaconal, sacerdotal, missionária e, possivelmente, na vida religiosa,
se Deus assim o pretender. Devem constantemente receber a força e a instrução
do Alto e comunicar não tanto a sua palavra, mas a de Cristo.
E o supremo doutor das coisas de Deus, o Papa
Francisco, foi ouvido, é ouvido e vai ser ouvido pelos jovens, que se sentem
por ele estimulados e encorajados. São dados, a seguir, alguns exemplos.
***
Aos jovens de Cuba o Papa apela a que sejam
discípulos missionários. Com efeito, por ocasião do II Dia Nacional da Juventude celebrado em Cuba no passado dia 31 de julho, memória
de Santo Ignacio de Loyola, o Santo Padre enviou uma mensagem subscrita pelo Cardeal
Pietro Parolin, Secretário de Estado, em texto endereçado ao Arcebispo de Santiago
de Cuba, Dom Dionisio García Ibáñez, em que protesta rezar para que o Senhor
proteja todos os jovens cubanos com o seu amor. Mas não só. Encoraja a continuarem “com firmeza” o
exemplo de Maria, serva fiel do Senhor, provando a “alegria que nasce por terem
encontrado Jesus Cristo” e, como testemunhas da Ressurreição, a deixarem-se “transformar
em discípulos missionários”, para que muitos jovens possam “descobrir a
presença do Senhor Jesus, escutar o seu chamamento, crescer com a Sua amizade”
e, desse modo, viver uma existência caraterizada pela fidelidade e
misericórdia.
Segundo o que
se lê no texto, o Pontífice saúda “com afeto” os organizadores e todos os
jovens participantes, rezando ao Senhor, pela intercessão da Santíssima Virgem
da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, para que proteja “com o Seu amor
infinito” todos os jovens cubanos.
A
programação prevista para a celebração sofreu algumas mudanças mercê da crise
económica. No início de julho, a Arquidiocese de Santiago de Cuba de acordo com
a COCC (Conferência
Episcopal dos Bispos Católicos Cubanos) anunciara
que o encontro seria restrito às próprias dioceses. Por outro lado, as
autoridades civis negaram às dioceses do país, com exceção de Santiago de Cuba,
a autorização para realizar atividades em espaços públicos. E dizem que o
regime mudou!
Por seu
turno, o Arcebispo Dionisio Garcia Ibáñez, em carta para o início das
celebrações, explicou o ocorrido e convidou todos a comprometerem-se “ainda mais para alcançar os objetivos
iniciais e descobrir a presença de Deus nos acontecimentos”.
***
Também os jovens
escoteiros europeus de dezenas de países se encontrarão com o Papa no dia 3 de
agosto para a conclusão do evento Euromoot
2019 que decorre desde o dia 27 de julho, promovido pelas Federações
europeia e norte-americana de Escotismo e em que participam também escoteiros
de outras regiões e países, inclusive da América Latina.
Na verdade, cerca de 5
mil jovens escoteiros de todo o mundo serão recebidos pelo Papa Francisco no
Vaticano. Após a audiência, participarão da Santa Missa na Basílica de São
Pedro, presidida pelo Cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo de Génova.
O encontro internacional
de escoteiros Euromoot iniciou-se com
uma caminhada de cinco dias, percorrendo as regiões da Itália central. Os
trajetos são relacionados com grandes nomes da história da Igreja e do património
cultural europeu, como São Bento de Núrsia, São Francisco de Assis e Santa
Catarina de Sena. Ao longo da marcha, os jovens participam em atividades
culturais e em celebrações litúrgicas. Ao chegarem a Roma, continuam os seus
encontros espirituais, culturais e históricos, além de atividades e oficinas
próprias do escotismo e folclore dos países participantes.
Porém, o ponto alto do Euromoot será o encontro com o Papa
Francisco. Os jovens apresentarão ao Papa um livro com as passagens do
Evangelho, vividas ao longo da caminhada até Roma. Trata-se da segunda grande
audiência de escoteiros com um Papa, já que, em 1994, São João Paulo II se encontrou
com os escoteiros da Europa na Basílica de São Pedro.
***
Em torno do tema “Segue-me”, está em curso, de 1 a
6 de agosto, em Medjugorje, na Bósnia e Herzegovina, o “Festival
dos Jovens em Medjugorje: seis dias para Seguir Jesus”.
É o 30.º
Mladifest, Festival dos Jovens, que foi inaugurado, na noite do dia 1, com uma
solene concelebração Eucarística, presidida pelo Cardeal Angelo De Donatis,
Vigário do Papa para a Diocese de Roma, e cuja Missa de encerramento, na noite
do próximo dia 5, será celebrada por Dom Rino Fisichella, Presidente do
Pontifício Conselho para a Nova evangelização, organismo a que esta confiada a
superior orientação da pastoral dos santuários.
Participam no
evento milhares de jovens, cerca de 50.000 peregrinos, provenientes do mundo
inteiro, liderados por 400 sacerdotes e vários Bispos, que farão as suas
catequeses, em diversas línguas com base no tema “Segue-me”. Entre outros, destaca-se a presença de Dom José
Rodriguez Carballo, Secretário da Congregação para os Institutos de Vida
Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica; do Núncio Apostólico na Bósnia e
Herzegovina, Dom Luigi Pezzuto; do Cardeal de Sarajevo, Vinko Puljic; e do
Visitador apostólico de Medjugorje, Cardeal Henryk Hoser.
Durante este
Festival jubilar ou “Mladifest”, os presentes participam em catequeses,
testemunhos, procissões, adorações. O ponto alto, ao término do evento, será a
manhã do dia 6 de agosto, quando os milhares de jovens e peregrinos subirem em peregrinação
à colina Križevac, para participar em momentos de oração e reflexão.
Križevac,
que significa “monte da Cruz” e onde há uma Cruz monumental, é um dos três
lugares principais de devoção mariana dos peregrinos que vão a Medjugorje,
cidade que se tornou conhecida, em 1981, pelo facto de seis jovens moradores, entre
10 e 16 anos de idade, terem declarado que viram a Virgem Maria no monte
Podbrdo. Assim, ao longo das últimas décadas, a cidade tornou-se meta de
grandes peregrinações religiosas.
Dom De
Donatis inaugurou o evento juvenil dirigindo-se os numerosos fiéis, reunidos em
Medjugorje, sob o olhar da Santa Mãe de Deus, dizendo:
“Ficamos sempre maravilhados com a graça que o Senhor derrama sempre
sobre nós. Tudo é graça: o dom da Igreja, a Palavra e o Pão, a beleza da
criação e o rosto dos irmãos. O bom Pai quer que sigamos o seu Filho para
encontrarmos a felicidade. Seguimos o Senhor porque acreditamos que somente Ele
dá a vida, a vida plena e eterna.”.
Referindo-se
ao tema do Festival “Segue-me”, convite
que o Mestre nos dirige, o Eminentíssimo Cardeal Vigário do Papa para a Diocese
de Roma disse que é preciso que o Espírito Santo abra os nossos corações e nos
encha de sabedoria divina. E, extraindo da concha do Evangelho do dia (Mt 5,13-19) as três pérolas – purificar a mente, antecipar o juízo divino e tornar-se novos homens
–, o Cardeal exortou os jovens “a serem sábios como a Mãe de Deus, que meditou
tudo em seu coração”. De facto, quem se assume como sal da terra tem que evitar a corrupção que atinge o sal purificando-se
a cada dia que passa; quem é destinado a ser luz do mundo não se esconde, mas está pronto para que a luz,
brilhando, faça com que os homens se sujeitem ao juízo de Deus e, de mente renovada,
as obras dos homens novos brilhem diante dos homens e glorifiquem o Pai que está
nos céus. E quem praticar e ensinar os mandamentos será grande no Reino dos Céus. Na verdade,
se a justiça dos discípulos não superar a
dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrarão no Reino dos Céus” (Mt 5,13-18.19-20).
***
E não
posso deixar de referir que Portugal já está a assestar baterias para a JMJ de
2022, em Lisboa. Efetivamente, o Comité Organizador da JMJ reuniu-se, no dia 29 de julho, com representantes das dioceses de Portugal e
o Comité Organizador Local (COL) da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ), constituído pelos responsáveis dos Comités Organizadores Diocesanos (COD) de todas as dioceses de Portugal teve a sua primeira
reunião.
Com efeito, Os bispos católicos portugueses nomearam,
nas últimas semanas, os responsáveis pelos COD da JMJ, que constituem a
Comissão Interdiocesana da jornada e são “representantes de todo o país na
organização da Jornada Mundial da Juventude de 2022.
Na primeira reunião do COL com os COD, foram tratados
temas relacionados com a “abertura dos concursos do LOGO e do HINO da JMJ
LISBOA 2022”.
O Comité Organizador Local da JMJ 2022 é presidido
pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Clemente, e liderado por dois
coordenadores-gerais: Dom Joaquim Mendes, para a parte pastoral, e Dom Américo
Aguiar, para a logística.
Segundo a agência Ecclesia,
a próxima reunião da Comissão Interdiocesana da JMJ Lisboa 2022 está agendada
para antes do fim do ano.
No fim de junho, Francisco anunciou os temas escolhidos
para o itinerário de 3 anos das JMJ, que culmina com a celebração internacional
do evento, no verão de 2022. Disse o Papa:
“A próxima edição internacional da JMJ será
em Lisboa, em 2022. Para esta etapa de peregrinação intercontinental dos jovens
escolhi como tema ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39).”.
Francisco falava aos jovens participantes no XI Fórum
Internacional da Juventude dedicado ao Sínodo e à Exortação Apostólica ‘Cristo Vive’, uma iniciativa da Santa
Sé.
No seu discurso, o Papa manifestou a intenção de que
estes temas promovam uma “harmonia” entre o itinerário para a JMJ 2022 e o
caminho da Igreja Católica após o Sínodo dedicado às novas gerações, celebrado em
outubro de 2018. A este respeito, dizia o Santo Padre:
“Desejo que haja uma grande sintonia entre o
itinerário para a JMJ de Lisboa e o caminho pós-sinodal. Não ignorem a voz de
Deus, que impele a levantar e seguir os caminhos que Ele preparou para vós.
Como Maria, e junto com ela, sede portadores da sua alegria e do seu amor,
todos os dias.”.
Recorde-se que as JMJ nasceram por iniciativa do Papa São
João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano
Internacional da Juventude. Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível local (diocesano) no Domingo de Ramos, alternando com um encontro
internacional a cada dois ou três anos, numa grande cidade. As edições
internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um
acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de
todo o mundo, durante cerca de uma semana.
***
Se o
festival de Medjugorje
não teve uma palavra explicita do Papa, o que ainda poderá vir a acontecer, não
deixa de ser significativa a presença e a palavra de altos representantes da Santa
Sé, que são portadores das preocupações do Sumo Pontífice, designadamente o
Cardeal Vigário do Papa para a Diocese de Roma, o Presidente do Pontifício Conselho
para a Nova evangelização, o Secretário da Congregação para os Institutos de
Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o Núncio Apostólico na
Bósnia e Herzegovina e o Visitador apostólico de Medjugorje.
Já Lisboa
está a trabalhar sob a égide explícita do Sumo Pontífice que escolheu o tema da
JMJ de 2022 e vira participar por si ou através de enviado especial.
Com efeito,
tendo sido a JMJ uma iniciativa papal, é normal que o Papa queira continuar a
pontificar nela e dar a força e a luz à reflexão, ação e festa dos jovens, como
o fez, faz e fará sempre que estes se lhe apresentam com um aceno, com iniciativas,
com simpatias, com pedidos e com propostas de oração/ação.
2019.08.02 – Louro de Carvalho
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