São estas as palavras do livro do Eclesiastes ou “Qohélet” logo a seguir à portada “Palavras de Qohélet, filho de David, rei de Jerusalém”, considerada como
título da obra. No contexto da literatura sapiencial do médio-oriental,
encontram-se obras semelhantes, tanto no Egito (o “Diálogo
do Desesperado com a sua Alma”, os “Cantos
do Harpista”) como na Mesopotâmia (especialmente o diálogo acróstico “Teodiceia Babilónica”). Na verdade, “tudo é vaidade” (tà pánta mataiótês – et omnia vanitas). Atente-se na forma hebraica de superlativização “vaidade das vaidades”
(mataiótês mataiotêtôn – vanitas vanitatum). De facto, a maior das vaidades resulta da acumulação de vaidadezinhas
e faz com que tudo o que passa no mundo seja flato, vazio, vão, efémero, oco.
A expressão “mataiótês mataiotêtôn, tà pánta mataiótês”
integra o início da homilia de São João Crisóstomo em prol de Eutrópio, vindo
antecedida da forma verbal eipeîn. Fica
assim a portada da homilia: “Aeì mén,
málista dè nûn, eûkairon eipeîn:
mataiótês mataiotêtôn, tà pánta mataiótês”. E o santo Bispo pergunta: Onde
está agora o brilhante adorno do consulado?
Na verdade,
Eutrópio foi alto funcionário e cônsul eunuco do Império Bizantino no
final do século IV. Castrado na infância e vendido como escravo, foi
propriedade de vários indivíduos, sobretudo militares, até ser liberto no fim
da década de 70. Desde então serviu na corte imperial de Teodósio (que reinou entre 378 e 395) e ascendeu nas fileiras imperiais
com o patrocínio de Abundâncio. Em 393, foi enviado numa importante missão
ao Egito e, por morte do imperador, tornou-se epítropo (regente) do filho e sucessor, o jovem Arcádio (que reinou entre 395 e 408). Devido à proximidade com Arcádio,
tornou-se o verdadeiro poder por trás do trono e, para se legitimar, envolveu-se
em inúmeras conspirações. Em 395, conseguiu organizar o casamento do imperador
com Élia Eudóxia em detrimento da pretendente anterior, filha de Rufino,
poderoso prefeito pretoriano do Oriente. Logo organizou a execução de
Rufino, bem como de Abundâncio e Timásio, todos eles potenciais rivais. Em
398, liderou um exército contra invasores hunos que pilhavam as
províncias orientais. Por conseguir uma vitória significativa contra eles, foi
nomeado cônsul em 399, mas permaneceria pouco tempo no poder, pois
logo seria executado sob influência do oficial ostrogótico Gainas.
Com efeito,
na primavera de 399, uma revolta entre os ostrogodos, talvez instigada por
Gainas, eclodiu na Frígia sob comando de Tribigildo, aumentando
ainda mais a insatisfação oriental com a presença bárbara no Império. A
destruição avassalou a Galácia, Pisídia e Bitínia e dois generais,
Gainas e Leão, este último amigo de Eutrópio, foram enviados para sufocar
a revolta. Tentando evitar um embate direto com as tropas de Leão, Tribigildo
rumou para a Panfília, mas foi surpreendido por ataques de habitantes
locais e de soldados estavam a região. Quando as tropas de Leão o alcançaram e
estavam prestes a derrotá-lo, Gainas reforçou o exército rebelde com muitos dos
seus homens e logrou derrotar e matar Leão. E Gainas, ao retornar para
Constantinopla, informou o imperador de que os ataques de Tribigildo cessariam
se depusesse Eutrópio. Temendo por sua posição, Eutrópio fugiu em agosto para
junto de João Crisóstomo, que era Arcebispo de Constantinopla, e,
com sua ajuda, em Santa Sofia, foi salvo. Na ocasião do asilo na
basílica, Crisóstomo proferiu uma homilia em que o deu como exemplo de
inconstância da fortuna. Todavia, Arcádio, influenciado pela
imperatriz Eudóxia, adversária de Crisóstomo, cedeu às exigências dos
bárbaros e depôs o foragido eunuco. Privado da sua patente, foi deportado para
Chipre e teve as suas propriedades confiscadas. Posteriormente, foi chamado
à corte imperial, julgado por traição e executado em Calcedónia. Crisóstomo
incide ironicamente no facto de Eutrópio, enquanto ministro de Arcádio ter
tentado abolir o direito de asilo nas igrejas quando acabou por beneficiar desse
direito agora vexado e empurrado pela multidão irritada que tinha sido vítima
dos excessos ditatoriais do cônsul.
***
Etimologicamente,
“qohélet”, forma participial do verbo “qhl” (“reunir em assembleia”) tem conexão com o termo “qahal” (“assembleia”,
no grego ekklesía). “Qohélet”
passara a nome comum, aparecendo, por vezes, acompanhado de artigo. É alguém
que participa na assembleia e pode ter uma participação mais ativa como a função
de leitor, pregador ou presidente da assembleia cultual. O texto grego traduziu
o termo hebraico “Qohélet” por “ekklesiastês” (“Eclesiastes”), que se transferiu para o latim e, depois, para as
outras línguas. Daí o título do livro aparecer como Eclesiastes, por influência grega e latina, ou como Qohélet, na tendência das traduções
modernas, transliterando o hebraico.
Qohélet é
identificado em 1,1 com o filho de David, rei de Jerusalém. Um tal filho de
David só poderia ser Salomão. Porém, um estudo sério, tanto da linguagem como
da doutrina, situa o livro num período posterior ao regresso do Exílio e
anterior à época dos Macabeus. O facto de aludir ao rei Salomão, nada
significa; atribuí-lo àquele soberano não passa de ficção literária por parte
de alguém que procura um patrocínio de peso para as suas próprias reflexões.
O livrinho ou “caderno de anotações” dum sábio é um
escrito estranho e enigmático, sarcástico, inconformista, polémico, que põe em
causa os dogmas tradicionais de Israel. Mais do que apontar caminhos, tem como
preocupação fundamental, destruir certezas e seguranças. Levanta questões e não
se preocupa em encontrar respostas.
O tom geral é de assumido realismo. Parece negar-se
qualquer possibilidade de encontrar um sentido para a vida. Sustenta-se que o
homem é incapaz de ter acesso à “sabedoria”, que não há qualquer novidade e que
estamos condenados a repetir os mesmos desafios, que o esforço humano é vão e
inútil, que é impossível conhecer Deus e que, suceda o que suceder, nada vale a
pena porque a morte está sempre no horizonte e nos iguala com os ignorantes e
os animais. Não é livro onde se procurem respostas, mas onde se denuncia o
fracasso da sabedoria tradicional e ecoa o grito de angústia da humanidade
ferida e perdida, que não entende a razão de viver.
Em termos de
estrutura, devido a variados fluxos
e refluxos, o Qohélet apresenta um caráter compósito que torna difícil a sua compreensão, mas não se pode pôr em causa a unidade da sua autoria. E pode perceber-se
a sua estruturação em: Prólogo (1,2-11), falando do retorno cíclico das coisas. Três partes: a 1.ª vai de 1,12 a 2,26, em que o autor faz a sua autocrítica e, a partir da ilusão da ciência, da ilusão dos prazeres e da antinomia sábio/louco, constata a inutilidade dos esforços do homem para
se libertar da condição humana, concluindo que “também isto é ilusão” (2,26), princípio afirmado solenemente logo em 1,2 e que
dá o tom de fundo ao livro; a 2.ª
vai de 3,1 a 6,12, em que – depois de verificar que tudo tem o seu tempo e que a eternidade está no coração,
escalpelizar a ilusão do poder, a ilusão das riquezas e a desordem social – demonstra o aspeto
negativo fazendo o levantamento das infelicidades
neste mundo, aponta os limites
de toda a realidade humana, sendo a
morte destino comum de todos, salienta as lágrimas dos oprimidos, apela à vida
partilhada, pede a ponderação nas
coisas de Deus ao mesmo tempo que toma consciência de que tudo o que é bom
é dom de Deus; e a 3.ª vai de 7,1-12,7
e apresenta algumas reflexões sobre a sabedoria com
as suas máximas e descobertas e a sua relação com a
justiça, a antinomia sabedoria/loucura,
a consciência humana, as contingências da vida humana, o destino humano, os absurdos da existência, a mocidade,
a velhice a mulher, o exercício do poder, o problema da justiça imanente e as
anomalias que existem no mundo. E termina com o Epílogo, em que o discípulo que publicou o livro dá notícias
sobre Qohélet.
***
Em termos de
teologia, na forma tipicamente sapiencial de reflexão, de confissão, de máximas e de considerações autobiográficas,
o hagiógrafo chama a atenção para a finalidade da existência humana. Não é
pessimista, optimista ou oportunista, mas realista, lúcido, inconformista e
franco, atento ao próprio ritmo da vida e consciente da radical insuficiência
do homem, face à realidade da morte, para resolver o mistério da existência. Refletindo
por experiência, o autor não orienta o pensamento segundo um plano pré-definido;
segue a dinâmica da vida, marcada por antinomias, paradoxos, enigmas, dramas,
repetições, correções, mistérios, e por clareiras de felicidade. E conclui que
tudo é ilusão, pois é inconsistente e incompreensível à razão humana.
A expressão “vaidade das vaidades, tudo vaidade” aparece
no princípio, como se disse, e no fim (1,2 e 12,8), formando uma inclusão literária, sinal da importância
que o autor lhe confere.
O livro é
desconcertante, ao questionar valores que, na perspetiva da sabedoria
tradicional, gozavam de estatuto especial. O próprio Qohélet procura
identificar-se com Salomão (1,1), que tivera
tudo o que um hebreu idealizava como vida feliz: sabedoria, poder, glória,
riqueza, amor, fama e prestígio. E isto realça a ilusão de tudo o que existe
sobre a terra. A morte é apresentada como o absurdo de toda a existência,
atingindo a todos igualmente, ricos e pobres, sábios e insensatos, homens e
animais (3,19-22). Seguindo o exemplo de Job, o Qohélet apresenta o
problema da retribuição do bem e do mal, contradizendo as posições tradicionais (8,9-15). O mistério do Além atormenta-o, mas não vislumbra
nenhuma saída (3,21; 9,10; 12,7). A
realidade está repleta de coisas incompreensíveis: a natureza não faz mais do
que repetir-se ciclicamente; a História não traz nada de novo porque, na
verdade, cada geração só repete o que fizeram as precedentes; a incongruência e
o acaso dominam a vida; e falta uma lei de retribuição inequívoca, de modo a
convencer o homem do valor do seu comportamento moral.
No entanto, o
Qohélet é um homem de fé e, embora não tenha respostas, deixa pistas para a sua
busca. Face a situações absolutamente incompreensíveis para a razão humana,
reconhece que não se podem pedir contas a Deus (7,13), o homem deve aceitar na vida as provações e as alegrias (7,14) e é preciso observar os mandamentos e temer a
Deus. Ante o absurdo da morte e a incompreensibilidade da vida, o homem, por
dom especial que Deus lhe pôs no coração, intui uma visão de conjunto da
realidade (3,11.14),
percebendo que deve existir um sentido global das coisas (8,17). Assim, para o Qohélet, a sabedoria vale mais do que
a insensatez, mas só na ordem prática, para um melhor adestramento nas tarefas
da vida quotidiana; por vezes, a riqueza faz viver melhor do que a pobreza.
Nesse caso, devem viver-se intensamente as alegrias que a vida oferece e que
são um dom de Deus, no verdadeiro sentido da palavra (3,13; 5,17;
8,15; 9,9). Tudo isso depende da intervenção
imperscrutável de Deus na vida da humanidade, sem que esta possa fazer algo
para o merecer. Por isso, cada homem e cada mulher devem viver no temor de
Deus, conscientes de que estão totalmente nas suas mãos. O temor de Deus
parece ser a atitude religiosa fundamental do Qohélet que, não rejeitando a
prática religiosa hebraica (4,17-5,6), não a
considera uma garantia para a prosperidade e a felicidade humanas. Na esteira
do livro de Job, o Qohélet põe em causa as certezas da sabedoria tradicional,
mas ainda não tem soluções para as substituir. É uma obra de transição,
situando-se na encruzilhada do pensamento hebraico; e cria expectativa para uma
nova luz que, sendo dom de Deus, ilumina todo o homem que vem a este mundo (Jo 1,9). Representa, pois, uma etapa especial do progresso
religioso que, superando as conceções antigas, prepara os espíritos para uma
revelação mais perfeita. Sem o pretender, cria espaço para o advento do Messias
com uma postura inteiramente nova e com a sã doutrina sem abolir a lei e a
profecia antigas, mas refundando-as, completando-as e dando-lhes novo sentido.
***
Vem tudo isto a propósito da Liturgia do 18.º domingo
do Tempo Comum no ano C.
Em concreto, o “Qohélet” (Ecl
1,2;2,21-23) proclama
a inutilidade de qualquer esforço humano. A partir da própria experiência, ele
foi capaz de concluir friamente que os esforços desenvolvidos pelo homem ao
longo da sua vida não servem para nada. Que adianta trabalhar, esforçar-se,
preocupar-se em construir algo se teremos, no final, de deixar tudo a outro que
nada fez? E o “Qohélet” resume a sua frustração e o seu desencanto nesse refrão
que se repete em todo o livro (25 vezes): “tudo é
vaidade”. É uma conclusão ainda mais estranha quanto a “sabedoria” tradicional
“excomungava” aquele que não fazia nada e apresentava como ideal do sábio o que
trabalhava e que procurava cumprir eficazmente as tarefas que lhe estavam
destinadas. A grande lição que o “Qohélet” nos deixa é a demonstração da
incapacidade de o homem, por si só, encontrar uma saída, um sentido para a sua
vida. O realismo, aparentemente pessimista do “Qohélet” leva-nos a reconhecer a
nossa impotência, o sem sentido de uma vida voltada apenas para o humano e para
o material. Constatando que em si e só por si o homem não pode encontrar o
sentido da vida, a reflexão deste livro leva-nos a olhar para o mais além. O
“Qohélet” não vai muito longe a explicitá-lo, mas nós, iluminados pela fé,
podemos concluir: para Deus. Só em Deus e com Deus seremos capazes de encontrar
o sentido da vida e preencher a nossa existência.
Seriam
desesperantes as conclusões, quer do “Qohélet” se não existisse a fé. Para os
crentes, a vida não é absurda porque ela não termina nem se encerra neste
mundo. A nossa caminhada nesta terra está cheia de limitações, de desilusões,
de imperfeições; mas nós sabemos que esta vida caminha para a sua realização
plena, a vida eterna: só aí encontraremos o sentido pleno do nosso ser e da
nossa existência.
***
Também o Evangelho (Lucas 12,13-21) aborda a vaidade da vida e a busca
desenfreada da riqueza.
Era costume os rabinos do tempo de Jesus resolverem contendas
e brigas entre familiares e vizinhos, constituindo-se em juízes de conciliação.
A quem o interpela sobre esta matéria Jesus dirige-se-lhe com o vocativo “ánthrôpe” (homem), apelativo seco, recusando dirimir questões atinentes
às riquezas. Recusa este papel para não replicar e legitimar o sistema que gera
essas desavenças. Antes assume uma atitude de crítica cultural ao sistema que provoca
a cobiça e a ganância; e adverte contra a avareza, pois, “mesmo que um homem viva na abundância de bens materiais (“ek tôn hyparchontôn”), a sua vida não depende dos seus bens”.
Daí não pode surgir uma vida autêntica e valiosa. O Evangelho de Tomé, apócrifo,
regista um diálogo similar,
Neste contexto, Jesus conta a parábola do homem ganancioso (só se encontra em Lucas) que enche os seus celeiros e se
gaba da eficiência da produtividade. Mostra Jesus como esta cultura é ridícula,
frágil e sem fundamento, convidando os discípulos a posicionarem-se de outro
modo, a partir de outros critérios, que não o lucro desmedido.
A Mishnah veterotestamentária
tem referências às heranças: Nm 27,1-11; Dt 21,15ss. Já a doutrina da cruz (vd Lc 9, 23-25) é ilustrada com uma pergunta sobre
as riquezas:
“Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois,
quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por
minha causa há de salvá-la. Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro,
perdendo-se ou condenando-se a si mesmo?”.
Aqui temos a parábola e importa esclarecer
que a morte de que se fala na citação transcrita não tem a ver só com a morte física
(súbita
ou esperada), mas sobretudo com o juízo escatológico permanente que supõe a presença
do Espírito.
Ao afirmar que a vida não depende de seus bens, Jesus não legitima
um sistema que deixe as maiorias sem o mínimo necessário para viver; censura,
antes, os poucos que acumulam riquezas à custa da penúria dos demais. Evidentemente
os bens materiais são necessários para a vida. Mas a vida não resulta da
riqueza e muito menos se esta for resultado da acumulação. Se fosse assim, os
ricos não adoeceriam nem passariam pelo sofrimento e morte. Ao invés, os pobres
nunca poderiam ser felizes. No entanto, há pessoas que, materialmente, não têm
motivos para se alegrarem, mas têm uma atitude positiva perante a vida,
alegrando-se com as pequenas coisas.
Basta uma crise financeira
para os homens e mulheres se lembrarem da precariedade dos tesouros deste
mundo. O Evangelho fala de atitudes comezinhas na vida familiar: a briga de
irmãos sobre uma herança; querem que Jesus resolva o impasse. Jesus não se
interessa: a sua missão é bem outra. Que adiantaria, ao Reino, impor a esses irmãos
solução que dificilmente os reconciliaria? A Jesus interessa que a pessoa se
converta para os valores do Reino. Jesus, no seu modo simples de colocar os
tesouros eternos, conta a parábola do rico insensato, que, depois duma boa
safra, achou que poderia descansar para o resto da vida e viver do que guardara
em toda a vida. Porém, nessa mesma noite, Deus viria reclamar a sua vida. Jesus
não quis denunciar o desejo de viver decentemente, mas a mania de colocar a
esperança nas riquezas e poderes deste mundo, esquecendo a acumulação de
tesouros junto a Deus. As riquezas, não sendo um mal em si, desviam a atenção
da verdadeira riqueza, a amizade com Deus, que alcançamos pela dedicação aos
seus filhos, nossos irmãos.
Com a
avareza e a ganância mora a cobiça, que é a irmã gémea da avareza, que Santo
António chamou “comida do diabo”. Tudo isso porque os bens que
amealhamos neste mundo são transitórios e precários. Não se trata de condenar a
riqueza em si mesma, criatura boa de Deus ou da inteligência humana. Trata-se
de examinar o comportamento em sua dimensão horizontal, para o mundo e para a
sociedade, e vertical, para Deus e a eternidade.
Vivemos numa
sociedade voltada para o bem-estar absoluto, para o hedonismo, para uma vida
totalmente sem sofrimento, com a busca desenfreada do ter, do prazer e do
consumismo desvairado. As famílias não querem mais filhos. O que se busca é o
prazer pelo prazer, um consumismo terrível e um bem-estar terreno. E o Evangelho
vai no sentido contrário, sendo que a tentação é corrigir o Evangelho, quando o
importante é ajustar as vidas e as condutas humanas ao Evangelho. A ganância é
precária e os bens deste mundo somente servem se estiverem a serviço dos irmãos
e da edificação da vida comunitária.
É imperativo
que o Evangelho prevaleça!
2019.08.04 – Louro de Carvalho
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