São Bento, eremita, monge e fundador de mosteiros
Neste dia 11
de julho de 2019, recorda-se, festeja-se e celebra-se São Bento Abade,
padroeiro principal da Europa e patriarca dos monges do Ocidente, cujo lema é o
“Ora et labora” (ora e
trabalha) e que, por seu legado e
influência, é um dos santos mais venerados de toda a cristandade, venerado não apenas por católicos, como também
por ortodoxos e anglicanos.
A fonte da sua
biografia é os Diálogos de São Gregório Magno, de cerca de 593,
com base em factos narrados por monges que conheceram São Bento. Segundo tal
documento, Bento era filho dum nobre romano e nasceu na região de Núrsia (perto de Espoleto, Itália), em 480, com sua irmã gémea Santa
Escolástica. Depois de estudar retórica e filosofia em Roma, retirou-se para
Enfide (presentemente,
Affile) para aprofundar
o estudo e se dedicar à disciplina ascética. Aos 20 anos, seduzido e impelido
pelo Espírito, foi para o Monte Subiaco e, ajudado
por um abade da região chamado Romano, instalou-se numa caverna de difícil
acesso, onde viveu sob a orientação dum eremita. Depois de ter vivido três anos nesse lugar, dedicando-se à oração e ao
sacrifício, foi descoberto por alguns pastores, que divulgaram a fama da sua
santidade. A partir daí, passou a ser visitado constantemente por pessoas que
buscavam conselhos e direção espiritual.
Anos mais
tarde, foi para o centro da península itálica com os monges de Vicovaro, que
depois o elegeram prior. Não durou muito tempo a convivência sadia entre os
monges, que tentaram envenená-lo devido à disciplina que exigia. Mas, como era
seu costume, Bento fez o sinal da cruz sobre o vidro que lhe tinham dado e o
objeto quebrou-se em pedaços. Depois de os fazer cair em si sobre o que
fizeram, afastou-se deles, retornando à
vida solitária para viver consigo mesmo: habitare secum. E um grupo de jovens, atraídos pela sua fama e impressionados
pelo seu exemplo de cristão, decidiu seguir-lhe o exemplo, pelo que Bento organizou para eles
a vida cenobítica, inicialmente em 12 pequenos mosteiros à volta de Subiaco e,
depois, no cenóbio de Monte Cassino. Escreveu uma Regra que resume sabiamente a tradição monástica oriental e a
adapta ao mundo latino. Esta escola de “serviço ao Senhor” (opus Dei) é construída à volta da Palavra de Deus (Lectio divina), da Liturgia
de louvor realizada em coro e do trabalho em ambiente de fraternidade e serviço
humilde e obediente. E criou centros
de formação e cultura.
A Regra inspirou a redação de inúmeros
regulamentos de comunidades religiosas monásticas.
São Bento
era muito conhecido pelo trato amável e pelos seus sacrifícios. Levantava-se de
madrugada para rezar os salmos. Rezava e meditava durante várias horas, jejuava
diariamente e ajudava os povoados com a pregação. Por outro lado, via o
trabalho como algo honroso que levava à santidade. Ao mesmo tempo, consolava os
doentes, dava esmolas e alimento aos necessitados e em algumas ocasiões
“ressuscitou” mortos com a ajuda de Deus.
Encontrou o seu
amor e a sua força no Cristo crucificado e, como exorcista, submetia os
espíritos malignos com a famosa “cruz de São Bento”. O santo previu a data da
sua morte, que ocorreu em 21 de março 547, em Monte Cassino, aos 67 anos de
idade, poucos dias depois do falecimento de sua irmã Santa Escolástica. Morreu
de pé na capela com as mãos levantadas para o céu. “Deve-se ter um imenso desejo de ir para o céu”, foram suas últimas
palavras.
No fim do
século VIII, começou a celebrar-se-lhe a festa no dia 11 de julho, data que
prevaleceu no calendário litúrgico. As suas relíquias conservam-se na
cripta da Abadia de Saint-Benoît-sur-Loire (Fleury), próximo de
Orleães e Germigny-des-Prés, no centro da França.
***
A Ordem de São
Bento (OSB) e a Regra
A Regula Benedicti, composta em 629 para a
abadia de Monte de Cassino, na Itália, por São Bento, preceituava a pobreza, a
virgindade, a obediência, a oração e o trabalho, bem como a obrigação de
hospedar peregrinos e viajantes nos seus mosteiros, dar assistência aos pobres
e promover o ensino. Por este último motivo, ao lado dos mosteiros, havia a
escola, razão pela qual a Ordem se tornou num dos centros culturais da Idade
Média, com as suas bibliotecas reunindo o que restara das obras e ensinamentos
da Antiguidade.
A Ordem, que se baseia na observância dos
preceitos destinados a regular a convivência social, é considerada como a
iniciadora do movimento monacal e terá verdadeiramente tomado
impulso a partir da reunião de vários mosteiros que professavam a regra escrita
por São Bento. Mais tarde, os monges desta Ordem passaram a ser conhecidos como
beneditinos, monges OSB (Ordo
Sancti Benedicti). Hoje,
a Ordem está espalhada por todo o mundo, com mosteiros masculinos e femininos (de monges e monjas de clausura).
Durante o
transcurso da sua história, a ordem Beneditina sofreu numerosas reformas,
devido à eventual decadência da disciplina no interior dos mosteiros. A 1.ª
reforma importante foi levada a cabo por São Juan De Perez Lloma no século X. É
a Reforma Cluniacense (de Cluny, lugar da França onde se
fundou o primeiro mosteiro desta reforma), que chegou a tomar um tão grande impulso que, durante
grande parte da idade Média, praticamente todos os mosteiros beneditinos
estavam sob o domínio de Cluny. Os cluniacenses adquiriram grande poder
económico e político e os abades mais importantes chegaram a fazer parte das
cortes imperiais e papais. Vários pontífices romanos foram beneditinos
provenientes dos mosteiros cluniacenses. Ora, tanto poder levou à decadência desta
reforma, que encontrou uma importante contraparte na Reforma Cisterciense, de Cister, na França, onde se
fundou, em 1098, o seu 1.º mosteiro por obra de São Roberto de Molesmes, Santo
Estêvão Harding e São Roberto de Chiese-Dieu. Queriam afastar-se do estilo cluniacense,
que caíra na indisciplina e no relaxamento. O principal objetivo dos fundadores
de Cister era impor a prática estrita da regra de São Bento e o regresso à
vida contemplativa. O principal impulsionador dessa reforma foi São Bernardo de Claraval (1090-1153), discípulo dos fundadores de
Cister, tendo ingressado ali por volta de 1108. Foi encarregado da fundação da
Abadia de Claraval, de que foi abade uns 38 anos, até à sua morte. Bernardo,
que pregou a II Cruzada, converteu-se no principal conselheiro dos papas e
vários dos seus monges chegaram a ocupar a sede pontifícia. Ao falecer, levava
fundados 68 mosteiros da sua ordem.
A reforma
cisterciense subsiste como Ordem
Beneditina independente, dividida igualmente em dois ramos: a Ordem Cisterciense da Comum Observância
(O. Cist.) e a Ordem Cisterciense da Estrita Observância (O.C.S.O.), também conhecida como a dos trapistas, chamados “beneditinos brancos”, devido à cor do
seu hábito religioso, em contraste com os demais monges da Ordem de São Bento,
chamados de “beneditinos negros”.
Durante a
idade Média, surgiram outras reformas importantes da Ordem Beneditina. A de São
Romualdo (†1027), que iniciou a Reforma Camaldulense, que subsiste até hoje em dois ramos: o 1.º
faz parte da Confederação Beneditina (beneditinos negros); o 2.º é independente, mas rege-se
igualmente pela regra de São Bento. Outra reforma importante foi a empreendida
por São João Gualberto (†1073), que fundou os Beneditinos de Valle Umbrosa (valambrosianos), pelo lugar na Itália em que se construiu o 1.º
mosteiro desta reforma, que é hoje uma congregação da Confederação Beneditina.
A Reforma de São Silvestre Gozzolini
(1177-1267), que fundou os beneditinos de
Montefano (silvestrinos), subsiste como congregação
associada à Confederação Beneditina. E a Reforma
do Beato Bernardo Tolomei (1272-1348) deu
origem aos Beneditinos de Monte Oliveto
(olivetanos), hoje parte integrante da
Confederação Beneditina.
Após agitados
períodos da história, como a Reforma na Alemanha e nos Países Baixos,
a expulsão ou execução de religiosos católicos pelo rei Henrique
VIII na Inglaterra, o período revolucionário na França e a
decadência da disciplina nos mosteiros, ocorreu uma redução drástica da
população monacal. Após a Revolução Francesa, Dom Prosper Guéranger fez renascer a ordem beneditina em Solesmes,
na França, a partir de 1833.
Durante vários séculos, a Ordem fundada por São Bento em 529 no Monte
Cassino foi uma das mais famosas no Ocidente. Comprometidos com o voto de
pobreza, o amor a Deus e ao trabalho, os monges eram exemplo de prestígio e
prosperidade. Nos mosteiros,
o tempo não se gastava só em contemplação, porque a ociosidade (como
defendia o fundador) era a
maior inimiga da alma. Os monges, entregues a Deus e ao trabalho manual, em
regime de pobreza voluntária e castidade absoluta, eram engenhosos cultivadores
das terras que lhes eram doadas por reis e devotos, leitores atentos de livros
santos e hábeis copistas de obras antigas, sagradas e profanas.
***
A Ordem Beneditina em Portugal
Terá sido
por volta do século XI que os beneditinos entraram na Península Ibérica, ainda
Portugal não era reino independente, desempenhando um importante papel no
povoamento do território aquando da Reconquista. Localizados sobretudo na
província de Entre Douro e Minho, os mosteiros eram centros dinamizadores da
sociedade, pois a comunidade monacal tinha o dever de ensinar técnicas
agrícolas e outros ofícios e, claro, garantir a prática espiritual dos
preceitos cristãos. O contributo destes frades para a expansão cultural e para
o aumento da riqueza pública foi reconhecido em toda a Europa.
Em Portugal,
a casa-mãe da Ordem de São Bento era o Mosteiro de Tibães, em Braga.
A introdução da Regra
de São Bento no território português, como documento normativo de
disciplina monástica, fez-se a partir do Concílio de Coyanza (1050/55?), Leão, Espanha, embora fosse conhecida como documento de
espiritualidade. Aderiram, então, à beneditização diversos mosteiros de observância
autóctone (Regra de São Frutuoso) na região do
Entre Douro e Minho. Alguns monges, vindos de França (São Geraldo de Braga e Dom Bernardo de Coimbra), foram ordenados
bispos, mas, ao longo da Idade Média, a Ordem Beneditina experimentou certo
relaxamento, atingida pela praga dos abades comendatários (que levaram os conventos à ruína).
Após o Concílio de Trento (1563) e algumas
tentativas de reforma, seria o rei Dom Sebastião a favorecer a reformação
monástica. Com o auxílio dos monges reformados de Castela, graças à ação de Frei
Pedro de Chaves e Frei Plácido Vilalobos, o Papa Pio V, por bulas de 1566 e 1567,
executadas pelo Cardeal Dom Henrique, instituiu a “Congregação dos Monges Negros de
São Bento dos Reinos de Portugal”. A partir do Mosteiro de Tibães, regido pelo Abade
Geral com Capítulo Geral e abades trienais, a Ordem fundou mosteiros em Lisboa,
Santarém e Porto, além de reformar alguns dos já existentes, contando 22
abadias na Metrópole e estendendo-se para o Brasil desde 1580/81, onde contou
11 mosteiros (entre eles, os de Baía, Rio de
Janeiro, Olinda, Paraíba, São Paulo, Brotas). A partir da instituição da
Congregação, os monges portugueses restauraram os mosteiros, reformaram a
disciplina e observância monásticas, entregaram-se ao estudo, mesmo na Universidade,
e à pregação, até que, em 1834 (por decreto de 28
de maio, publicado em 30, assinado por Dom Pedro IV), se deu a
extinção das Ordens Religiosas pelo Liberalismo.
A restauração monástica na época moderna começou por obra e
graça dum monge do Rio de Janeiro, de nacionalidade portuguesa, Dom Frei João
de Santa Gertrudes Leite de Amorim (1818-1894), primeiro e
transitoriamente em Paço de Sousa (1865), depois, em
definitivo, no antigo mosteiro de Cucujães (1875), feito
Priorado Conventual (29/7/1876) e elevado a
abadia (8/6/1888). Foi daqui que, ajudados por monges de Beuron, fundaram
Singeverga e, depois de anos sob a tutela do Mosteiro de São Paulo Extra-Muros,
Roma, se integraram na Congregação de Beuron, em 1904, donde
passariam, em 1931, para a Congregação da Anunciação. Por seu turno, os monges
de Singeverga patrocinaram a fundação dos mosteiros de beneditinas: Mosteiro
de Santa Escolástica (Roriz, Santo Tirso); e Mosteiro
das Beneditinas Missionárias de Tutzing (Baltar
Paredes).
***
O interesse
da europa por um santo do século VI
Em 1957, 6
países europeus ratificaram o Tratado de Roma, que abrange dois tratados: Tratado Constitutivo da Comunidade
Económica Europeia (CEE); e Tratado Constitutivo da Comunidade
Europeia da Energia Atómica (Euratom). Em 1964, na sagração da Basílica do Mosteiro de
Monte Cassino, destruído em 1948, aquando da II Guerra Mundial, Paulo VI
declarou São Bento padroeiro principal da Europa. Que terá a ver com a Europa
de hoje um santo do século VI (480-547)? Para o
Padre Geraldo Coelho Dias, beneditino, o santo que escreveu a regra monástica
com o seu nome deu origem à Ordem dos
Monges Beneditinos, a única na Europa Ocidental anterior ao ano mil e que “chegou ativa e viçosa aos tempos modernos”.
Os beneditinos têm uma trajetória histórica que atravessa os tempos e
acompanha, “de forma decisiva, a formação
da Europa Ocidental e Cristã”. É pela ação dos seus monges que São Bento
merece o título de Padroeiro da Europa. Os seus seguidores foram os obreiros
das linhas de rumo desta Europa. Os seus instrumentos de ação foram a Cruz do Evangelho, que pregaram e sob
a qual viveram; o Livro da Cultura,
que conservaram e transmitiram a partir dos seus scriptoria e bibliotecas; e o arado com que arrotearam e lavraram as terras e ensinaram a
cultivar. Apesar da vida comunitária no mosteiro, os beneditinos não deixaram
de ser apóstolos do Cristianismo e foram, por missão da igreja, os primeiros
evangelizadores e missionários da Europa: São Vilfrido e São Bento Biscop (na Inglaterra); São Bonifácio (na Alemanha); São Vilibrordo (nos Países Baixos); São Pirmino (nos Alamanos); e São Anscário (nos Países Escandinavos). São Bento prescrevia aos monges uma vida de
pobreza, castidade e obediência, sob a orientação monástica de um abade, cuja
palavra era lei. Luís, o Piedoso, imperador carolíngio entre 814 e 840,
encorajou os monges a adotarem a Regra.
A Regra foi formulada quando Bento
era abade de Monte Cassino (no Sul de Itália), abadia
fundada em 529 e que continua a ser um dos grandes mosteiros do Mundo. Bento
foi o seu 1.º abade e foi ele quem estabeleceu o modelo de autossuficiência
advogado pelas primitivas regras monásticas – dependência total dos próprios
campos e oficinas – que orientou durante séculos os mosteiros da cristandade
ocidental. Nos antigos mosteiros beneditinos, a vida era totalmente
comunitária. A rotina diária centrava-se naquilo a que Bento chamava trabalho
de Deus (“opus Dei”) – demorados ofícios de crescente complexidade (O resto era
secundário). O trabalho manual que a regra
estipulava existia para fornecer aos frades alimentação e vestuário e
satisfazer-lhes outras necessidades, bem como para evitar a ociosidade e lhes
alimentar a alma mediante a disciplina do corpo. Posteriormente, quando as
abadias enriqueceram, sobretudo através de doações de fiéis devotos, os
dormitórios comunitários foram substituídos por celas individuais e foram
contratados trabalhadores para o cultivo dos campos, o que permitiu a muitos
monges dedicarem-se a outras atividades, nomeadamente o estudo, graças ao qual
a Ordem viria a ser tão justamente célebre. Nos jardins murados, os monges
cultivavam ervas medicinais; e ocorreu-lhes a ideia de adicionar algumas ervas
à aguardente, inventando assim o licor beneditino. Pode parecer estranha esta
associação do monaquismo com o luxo das bebidas alcoólicas, mas o vinho sempre foi
permitido aos beneditinos. Ligava bem com as suas refeições simples,
constituídas essencialmente por pão, ovos, queijo e peixe. Embora a carne fosse
proibida nos primeiros séculos, posteriormente algumas abadias adicionaram aos
alimentos consumidos aves de capoeira e de caça.
Hoje, 11 de
Julho, é dia de São Bento, que Paulo VI chamou “de Missionário da Paz, formador
da unidade, mestre da cultura, grande promotor da vida cristã e organizador da
vida monástica ocidental”. Não fora sem razão que Pio XII lhe chamou “Pai da
Europa”. E, consultada “a Congregação dos Ritos, Paulo VI declarou e constituiu in perpetuum, ante o Deus do Céu, São Bento como
Padroeiro Principal da Europa, com todas as honras e privilégios litúrgicos que
pelo Direito competem aos padroeiros principais dos lugares.
***
A perda dum amigo singular
Este dia
fica marcado também pelo falecimento do Engenheiro Técnico Agrário António
Humberto de Paiva Matos, com que travei conhecimento, em 1984, na Escola
Secundária de Moimenta da Beira, onde ele era professor provisório do então
12.º grupo F e eu entrei como professor profissionalizado do então 8.º grupo A.
A partir daí, tornaram-nos muito próximos a amizade e o trabalho em Moimenta da
Beira e em Sernancelhe, bem como a atividade pela cidadania, política, formação
e cultura. Não esqueço o seu papel no apoio técnico-científico e organizativo
aos agricultores, jovens empresários agrícolas, fruticultores, bem como a
criação e acompanhamento de associações, de que são exemplo a Associação Portuguesa de Produtores de Avelã
e a florescente Associação de
Fruticultores da Beira Távora (a que
presidia) ou a organização de jornadas
agrárias (sobretudo no âmbito da Festa-feira da Castanha em Sernancelhe). E não esqueço a dedicação à política local e a
afeição ao Sporting Clube de Portugal.
Nascido em
João Belo (hoje cidade de
Xai-Xai), Moçambique, a
25 de janeiro de 1953, tinha as raízes (paternas e maternas) em Sever (Moimenta da Beira).
Cedo ingressou na vida autárquica, primeiro como Vereador Municipal (1976) e, depois, como Deputado Municipal (1979). Interrompeu a atividade política em 1984 por
assumir funções como quadro superior nas Direções Regionais de Agricultura da
Beira Litoral (1984-1991) e de Trás-os-Montes (1991-1994).
Voltaria à vida autárquica
em 1994 como Adjunto do Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, e
depois como Vereador eleito em 1998 até 2009, tendo sido em dois dos Vice-Presidente
da Câmara. Mesmo investido nestas funções, foi sempre um apaixonado pela
agricultura e a sua modernização no concelho e na região. Era fruticultor e um
defensor acérrimo duma agricultura inovadora, preocupado com o estado da
lavoura. Segundo a Gazeta Rural, José
Eduardo Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira,
considerou-o sempre “um Grande Homem, de
uma dedicação exemplar às causas públicas, ao longo de décadas, nunca deixando
esmorecer o seu interesse por tudo o que nos diz respeito, independentemente
das circunstâncias ou das funções que exerceu, e foram tantas, umas e as outras”.
Aqui lhe
deixo esta menção em homenagem a duas das componentes da mística beneditina que,
além de alguma religiosidade e fé, assumiu: a do arado e a da cultura e formação
– sempre na ótica do bem-fazer e do apoio ao semelhante.
2019.07.11 –
Louro de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário