“É de Cultura como instrumento para a
felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos
que vos quero falar” – Helena Vaz da Silva
O Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima (SF) e a Faculdade de Teologia da Universidade Católica
Portuguesa (FT/UCP) vão promover, de 21 a 24 de junho,
pf., no Centro Pastoral Paulo VI, o Congresso
Internacional do Centenário de Fátima com vista a desafiar investigadores
de diferentes áreas do saber a “Pensar Fátima”, ou seja, o fenómeno, a mensagem
de Fátima e a dinâmica do Santuário numa perspetiva de interdisciplinaridade.
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Âmbito e organização
“Dedicado ao
tema, referenciado em epígrafe, “Pensar
Fátima – Leituras interdisciplinares”, o Congresso, no seguimento dos diversos
encontros, conferências, colóquios e simpósios, já promovidos no âmbito do
Centenário das Aparições de Fátima, propõe-se promover o estudo de Fátima “a
partir de diferentes prismas, da História à Teologia, da Sociologia à
Psicologia, da Arte e do Património”.
As
intervenções dividem-se em conferências plenárias, conferências temáticas e
comunicações paralelas propostas por investigadores. Nestes termos, o Congresso
desafia os investigadores ao estudo do acontecimento de Fátima, particularmente
através da reflexão sistemática e aprofundada sobre as suas fontes com os
instrumentos próprios das diferentes disciplinas do saber. O período de
submissão de comunicações decorreu até ao final de dezembro de 2016.
Foram
selecionadas sete áreas científicas a destacar neste evento de estudos: Fátima e as dinâmicas sociais; Fátima na perspetiva de fenomenologia
religiosa; a História de Fátima; Mariologia nas fontes escritas de Fátima;
Fátima e as linguagens, profética e
apocalíptica; a Espiritualidade e a
Teologia de Fátima; e A presença de
Fátima ao longo de cem anos.
Celebrar o
centenário das aparições de Fátima torna-se ocasião propícia para um olhar agudo
e amplo sobre a história do “acontecer de Fátima” e sobre as suas implicações
religiosas, sociais, culturais e artísticas, como: o impacto religioso e
sociocultural das aparições dentro e fora das fronteiras portuguesas; a
influência deste fenómeno na afirmação do catolicismo português; a atenção crescente
dos Papas por Fátima projetando a Mensagem a uma escala global; as chaves de
leitura propiciadas por Fátima para um relance sobre a atualidade. Além disso, o
Santuário de Fátima, enquanto lugar de acolhimento de quantos o visitam,
crentes ou não crentes, constitui-se em espaço privilegiado de estudo de
fenómenos diversos como a religiosidade popular, a peregrinação, as práticas
votivas e outras temáticas particularmente pertinentes para as ciências sociais
e comportamentais.
A Comissão
Organizadora do Congresso é constituída por dez personalidades ligadas ao
Santuário e à UCP e é presidida pelo Professor João Duque, Presidente do Centro
Regional de Braga da UCP, sendo 5 da UCP e 5 do SF. A Comissão Científica, cujo
primeiro nome, por ordem alfabética, é o de Adélio
Fernando Abreu / CEHR-UCP, é composta por 44 membros das mais diversas áreas
do saber e de diferentes latitudes, com destaque, em relação ao estrangeiro,
para: Roma, Milão, Salamanca, Burgos, Frankfurt, São Paulo, Rio Grande do
Sul e Louvain-la-Neuve.
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Áreas científicas
Segue-se o
conspecto geral dos conteúdos das sete áreas científicas a que se
aludiu acima:
1.
Fátima e as dinâmicas sociais. Com base
em estudos de ciências sociais, pretende-se equacionar a relação do fenómeno de
Fátima com temas transversais dessas ciências, como: a religiosidade popular, a
peregrinação, as práticas votivas, o santuário, as linguagens, a comunicação
social, etc. Enquadram-se também nesta área estudos específicos sobre Fátima
bem como sobre iniciativas relacionadas com Fátima em todo o mundo.
2.
Fátima na perspetiva de
fenomenologia religiosa. É uma área
temática mais de
índole antropológica ou mesmo psicológica, atingindo assuntos pertinentes para
o fenómeno de Fátima, tais como: as experiências religiosas (nomeadamente
infantil), a cognição,
as hierofanias (nomeadamente mariofanias), as inspirações, as moções do
Espírito, a comparação com outros fenómenos, a taumaturgia, etc.
3. História de Fátima. Nesta área entrará naturalmente tudo quanto se possa relacionar com a
história do fenómeno fatimita, nomeadamente os acontecimentos e seus
protagonistas, no contexto da história, nas suas diferentes escalas,
nomeadamente Portugal, Europa e Mundo. Propõem-se estudos historiográficos
ainda não realizados, privilegiando a documentação de Fátima – observando
sempre os pressupostos epistemológicos e científicos, designadamente os atinentes
à heurística e à hermenêutica.
4. Mariologia nas fontes escritas de
Fátima. Entra aqui a apresentação de estudos
especificamente mariológicos, que possam relacionar tópicos da Mariologia geral
com contributos presentes nos escritos de Fátima, nomeadamente nas fontes
documentais e nas atas das conferências, simpósios e congressos organizados
pelo Santuário, e que sirvam de suporte teológico, doutrinal, espiritual e
pastoral aos atos de culto e devoções mariais no mistério de Cristo e da Igreja.
5. Fátima e as linguagens, profética e
apocalíptica. Devem mobilizar-se, nesta área,
estudos que possam enriquecer o estabelecimento da relação entre a tradição (nomeadamente bíblica) da literatura apocalíptica e profética e a teologia política, sobretudo
no contexto do discurso sobre a paz, essencialmente a partir do conteúdo da
documentação de Fátima. Terá especial relevância a suscitação de estudos que relacionem
a linguagem fatimita, a partir da documentação, com este modo específico de
linguagem.
7. Presenças de Fátima ao longo de cem anos. Considerando o multíplice impacto de Fátima em diversos espaços socioeclesiais, esta área deve promover o encontro entre várias disciplinas que explorem aspetos da presença de Fátima nos mais diversos contextos, nomeadamente com: estudos teológico-práticos do impacto na ação pastoral: implementação de modelos de pastoral, iniciativas pastorais marcantes, etc.; e estudos da presença de Fátima nas artes, enquanto cenário e enquanto protagonista.
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Do programa
Serão, assim,
sete
as conferências plenárias a proferir durante o Congresso, versando
os seguintes temas, correspondendo cada uma a uma das sete áreas científicas: “História e Historiografia de Fátima”,
por Marco Daniel Duarte; “Os eixos
teológicos da mensagem de Fátima”, por Eloy Bueno de la Fuente; “Fátima no contexto das Mariofanias”, por
João Décio Passos; “Hermenêuticas dos
três videntes”, por Franco Manzi; “Da
Mariologia a Fátima”, por Stella Morra; “Fátima e Roma”, por António Matos Ferreira; e “O lugar de Fátima na reconfiguração do religioso”, por Alfredo
Teixeira. A conferência de encerramento terá como tema “Fátima como promessa” e será proferida por D. Gianfranco Ravasi,
Presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.
Haverá ainda
lugar para sete conferências temáticas que encabeçarão cada
um dos painéis de comunicações propostas ao Congresso: “Fátima e práticas do território”, por
Graça Poças Santos; “Taumaturgia em
Fátima”, por Tiago Marques; “Fátima e
a geografia do conflito”, por Luís Salgado Matos; “As aparições de Fátima na perspetiva da pneumatologia mariológica”,
por José Cristo Rey Garcia Paredes; “Fátima
e a teologia política”, por João Manuel Duque; “Fátima e a questão ecuménica”, por José Eduardo Borges de
Pinho e “Fátima e as dinâmicas pastorais
em Portugal”, por Paulo Fontes.
O programa
completa-se com as comunicações paralelas propostas ao Congresso (a numeração dos grupos corresponde à das áreas
científicas):
No dia 21
Grupo 1: “A imagem peregrina de Nossa
Senhora assume-se como uma marca na promoção do turismo religioso de Fátima?”, por João Miguel Heitor; “Fátima,
Espaço de fé: Peregrinos e Peregrinações Ontem e Hoje” por Maria Margarida Rézio; e “Grande
Rota Mariana de Trás-os-Montes”, por Aida Carvalho, Betina Teixeira e Maria Gouveia.
Grupo 2: “As
periferias marianas de Fátima”,
por Rodrigo Portella; «‘Unidos aos Sagrados Corações de Jesus e Maria’.
A Mensagem de Fátima e o Sentido da Vida», por Maria Pilar Santos; “Resiliência espiritual do cuidador –
Capacidade de Recuperação diante da Adversidade e Fátima como potenciador do
efeito regenerador da Fé”,
por Lourdes Barbosa; e “On Imaginary Visions in the Theological
Commentary of Cardinal Ratzinger”, por Kevin Symonds.
Grupo 3: “Portugal em 1917: contextos gerais
de uma aparição política”, por José Miguel Sardica; “Fatima
and the Portuguese Intelligentsia”, por Larry Harwood; “La
Russia nel Messaggio di Fatima, tra storia e letteratura”, por Federica Bergamino e Maria
Matos; e “Leituras politizadas de Fátima na narrativa ocidental da Guerra Fria: uma
abordagem exploratória”, por
André Melícias.
Grupo 6: “Dimensão ecológica do fenómeno
e da mensagem de Fátima”,
por Isabel Varanda; “O mistério eclesial que Fátima nos revela”,
por Miguel de Salis Amaral; e “O tempo, o espaço e a Mulher-Mãe de Jesus nos
escritos joaninos e o Acontecimento de Fátima. Elementos teológicos para uma
proposta de espiritualidade discipular para os jovens”, por José Nuno da Silva.
Grupo 7: “Modernidade e tradição na
arquitetura e liturgia de uma obra singular: a Igreja de Nossa Senhora de
Fátima, em Lisboa (1934-38)”,
por João Alves da Cunha; “A consagração de Portugal ao Imaculado
Coração de Maria de 1975 – Breve análise iconográfica da obra no seu contexto
sócio-religioso” por Maria Benedita Costa; “Nossa Senhora de Fátima sob o
olhar da cultura material”
por Claudinéia Genoveze; e “Santuário de Fátima: mármores alentejanos
entre a arte e a história”, por Carlos Filipe.
No dia 22
Grupo 1: “Predileção pela Infância.
Reflexão no Centenário das Aparições”, por Maria Helena Pratas; “Dinâmicas sociais e religião vivida em
Fátima: uma abordagem antropológica”, por Anna Fedele; “Quando a pobreza se torna a eleita”, por
Cristina Duarte; e “Le sanctuaire de Fatima, cœur et seuil de
l'Eglise”, por Marie-Hélène
Chevrier.
Grupo 3: “Fátima, de lugar sagrado
nacional a lugar sagrado global”, por José Eduardo Franco e Bruno Cardoso Reis; “As
formas de expressão devocional antes e ao tempo dos acontecimentos de Fátima”, por Adélio Abreu; “A
Visita da Imagem Peregrina de Fátima à Arquidiocese de Évora, em 1947”, por Nelson Costa Fernandes; e “The
Legacy of the Hungarian Calvary in Fatima”, por Albin Laczik. “
Grupo 4: “Le dinamiche dell'accompagnamento
di Maria con Giacinta, Francesco e Lucia nelle fonti di Fatima”, por
Antonio Escudero; “La relación entre la Inmaculada Concepción y
la Maternidad espiritual de María en el mensaje de Fátima”, por Francisco Jiménez; e “Fatima
svela Maria come donna in relazione”, por Daniela Del Gaudio.
Grupo 5: “La visión del Infierno. Fátima
a la luz de Lc 16,19-31”,
por Mariano Spléndido; «‘Não tenhas medo’: a formação do culto a
Nossa Senhora de Fátima em Portugal e as suas práticas e representações no
Brasil (1917-1938)», por
Carlos Moura; “Transposiciones del acontecimiento: Fátima-Bogotá. Política de la
religión y reescrituras del mensaje de Fátima en un caso colombiano”, por Juan Carlos Hendez; e “Per
una ‘civiltà dell'amore’. Il messaggio dei SS. Cuori di Gesù e Maria tra
Paray-le-Monial e Fatima, alla luce del Magistero di Giovanni Paolo II”, por Dario Di Maso
Grupo 6: “Fátima: sonata mariana em
santidade maior”, por
Alexandre Freire Duarte; “No horizonte de uma dimensão social da
mensagem de Fátima: testemunho profético com repercussões comunitárias e
pessoais”, por André
Pereira; “Las flores de María, una invitación a la confianza”, por Paula González; e “Luiza
Andaluz: uma protagonista do acontecimento de Fátima”, por Dina Henriques e Jacinto
Guerreiro.
Grupo 7: “Les apparitions de Fatima et
l'opinion publique française (1917-1945)”, por Yves Chiron; “Experiências devocionais de Nossa Senhora de
Fátima na Amazónia”, por
Francisco Pinheiro de Assis; “Nuestra Señora de Fatima y la Nueva
Evangelización”, por Javier
Alson; “Fátima y su mensage en una obra misionera entre los más pobres de Buenos
Aires (Argentina)”, por
Andrés Tocalini; e “Las sucesivas apariciones como prolongación de
las de Fátima”, por Maria
del Mar González.
No dia 23
Grupo 1: «Fátima, media e diáspora: os territórios
da ‘comunidade imaginada’»,
por Manuel Antunes da Cunha; “A importância das primeiras notícias sobre
Fátima, enquanto fontes fundamentais na perceção histórica das aparições”, por Cátia Sofia Filipe da Silva; “The
reaction to the eventos in Fatima in Czech press”, por Jitka Jonová; “Fátima,
deusa e mãe? Um caso mediatizado na experiência ‘hindu’ portuguesa”, por Joaquim Franco; e “Fátima
nos noticiários da ditadura salazarista”, por José Manuel Ropero.
Grupo 2: “A Fenomenologia da Religião
(Mircea Eliade) e os Escritos da Irmã Lúcia”, por Manuel Gama;
“Fátima
como fenómeno: entre chamado e resposta nos tempos de religiosidades flutuantes”, por Krzysztof Dworak; “Os
rosários nas identidades coletivas em tempos de mudanças sociais”, por Júlia Lourenço e Eduardo Duque;
«Peregrinas
a caminho de Fátima: reflexões antropológicas sobre o ‘empoderamento’», por David Soares; “Devotando
com os pés: as motivações e a estrada dos peregrinos caminhantes até ao
Santuário de Fátima”, por Pedro Pereira.
Grupo 3: “A ação de D. José Alves Correia
da Silva no contexto da difusão do culto de Nossa Senhora de Fátima através das
viagens da Virgem Peregrina”,
por Sónia Vazão; “A ação do poder central e local em Fátima
durante a Primeira República – O papel de um republicano convicto, Artur de
Oliveira Santos”, por
José Manuel Poças das Neves”; “Cónego
Manuel Nunes Formigão – apóstolo da mensagem de Fátima”, por Rafael Marques; “D.
José Alves Correia da Silva – um bispo maiato no centro do fenómeno de Fátima”, por José Augusto Maia; “A
ação do bispo D. João da Silva Campos Neves na divulgação e promoção do culto e
devoção a Nossa Senhora de Fátima, no patriarcado de Lisboa e na diocese de
Lamego”, por Luciano
Moreira; “O fundo Monsenhor Francisco Esteves de Jesus (1871-1959): descrição
arquivística da coleção de álbuns fotográficos da Paróquia de São Vicente de
Fora”, por Rafael
Oliveira.
Grupo 4: “The Triumph of the Hearts of
Jesus and Mary”, por Arthur
B. Calkins; “A Mariologia de Martinho Lutero”, por Artur Oliveira; “Fatima Apparitions and Messages: Divine
Confirmation of Blessed Virgin Mary as the Mediatrix of All Grace”, por Judith Gentle; “Por
fin, mi Inmaculado Corazón Triunfará. Concepto del Corazón de María en el P.
Joaquín María Alonso, figura estelar de Fátima”, por Miguel Tintoré; “Fátima
e Aparecida, a mesma ‘Senhora Imaculada’. Centenário de duas devoções marianas
com profunda eclesiologia e mariologia”, por Rafael Maria da Silva.
Grupo 5: “Da apocalíptica à teologia da
história, a partir da mensagem de Fátima”, por José Jacinto Ferreira de Farias; «‘Atravessou uma cidade meio em
ruínas’. Horizontes de esperança, cuidado e perdão na narrativa de Fátima»,
por Pedro Valinho Gomes; “Fátima y la Iglesia que sufre”, por Maria Dovbnya; “La
Mariología Agonal de Fátima signo escatológico para la Iglesia”, por Antonio Grosso; e “La
bénédiction prophétique du 13 octobre 1917”, por Francine Dupras e Jean-Marc Rufiange.
Grupo 6: “Fondamenti teologici e tratti
salienti della spiritualità della riparazione”, por Vincenzo
Battaglia; «‘Cross and Crown’: The Sufferings and the Joys of Sister M. Teresa of
Calcutta and the Servant of God M. Lucia of Jesus and the Immaculate Heart.
Comparison and Contrast»,
por Charles Manga; “Modelo pastoral das aparições de Fátima:
aspetos psicossociais, espirituais e teológico-pastorais em paralelo com outras
mariofanias aprovadas”, por
Aires Gameiro; “El acontecimiento de Fátima y las prácticas de Espiritualidad y
Religiosidad popular Mariana”,
por María Riquelme; e “The Immaculate Heart of Mary in the History
of Marian Apparitions”, por
Michael O'Neill.
Grupo 7: “O fenómeno de Fátima na obra de
Dalila Pereira da Costa”,
por Jorge Cunha e Maria João Reynaud; “Imagens e representação de Fátima
na literatura”, por Maria Agripina Vieira; “Fátima para o mundo: duas
perspetivas cinematográficas contando uma história que faz parte da História”, por Sigridi Alves; “Fátima:
as relações dialógicas entre as memórias e as obras cinematográficas”, por Solange Zorzo; “Vaidades,
penitência, morte, purgatório e inferno na arte e mentalidade portuguesa
(séculos XV-XX)”, por
Isabel Bastos; e “Em busca de uma ‘melodia’ para a ‘Senhora que veio do Céu’: a influência
da mística e mensagem de Fátima nas composições musicais sacras e eruditas
dedicadas a Nossa Senhora”,
por Cristina Carvalho Cota.
***
Concluindo
É
incontornável o impacto religioso e sociocultural que o fenómeno resultante do
impulso fatimita inicial teve em Portugal e além das suas fronteiras.
Convertido em local de peregrinação para crentes e não crentes de todo o mundo,
o Santuário leva a que, em Fátima, no coração de Portugal, se manifestem
variados e ricos dinamismos pessoais e sociais. E, ao longo destes 100 anos, o fenómeno
de Fátima – inspirado, construído e aproveitado (nem sempre no melhor sentido) – influenciou fortemente o catolicismo português e a
vida dos portugueses nas mais diversificadas dimensões.
Pela
internacionalização crescente, sobretudo mercê da atenção que os últimos Papas lhe
têm prestado, tal influência ganhou escala global. No espaço de relação com
Fátima, convivem pessoas, grupos e estilos de vida muito diversificados: “crentes
cristãos e não cristãos, não crentes, espiritualidades marcadas por forte
religiosidade popular e cristãos em busca de formação, intelectuais cristãos,
artistas, crentes ou não, em busca de uma possível experiência da transcendência”.
A partir de e com todo este movimento plural, Fátima transformou-se, ao longo
de décadas, num fenómeno rico e multifacetado. Por isso, exige estudo e
reflexão, para que o pensamento acompanhe, sem a eliminar nem substituir, a
vida das gentes que encontram em Fátima uma significativa referência para as
suas existências.
No contexto
da celebração do centenário, o Congresso Internacional, de teor científico e
académico, dará inestimável contributo à causa fatimita com o estudo de várias
das dimensões de Fátima, em perspetiva interdisciplinar – Teologia, Sociologia,
Psicologia, Cultura, História, Arte, etc. – culminando o percurso feito em
vários simpósios, conferências, colóquios, jornadas, encontros e congressos e
servindo de ponto de partida para mais iniciativas de estudo, vivência e
divulgação de Fátima.
- Dados recolhidos
e reflexões feitas a partir dos textos preparatórios do Congresso:
vd http://www.fatimacongresso.pt/pt;
http://www.fatimacongresso.pt/pt/pages/programa;
http://www.e-cultura.sapo.pt/evento/2911.
2017.06.07 – Louro de Carvalho
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