segunda-feira, 29 de outubro de 2018

A problemática da Carta aos Hebreus


Encontramos no final das Cartas Paulinas um longo texto sem cabeçalho, sem nome do autor e que, em conformidade com a apresentação, se carateriza como uma carta fora da série e do padrão dos escritos paulinos: a Carta aos Hebreus.  A disposição no quadro do Novo Testamento (NT), colocada junto às Cartas Paulinas é, segundo os estudiosos, motivada pelo apêndice do capítulo 13 de hebreus, com muitas semelhanças com as Cartas Pastorais.
Devido a todas as dúvidas que pairam sobre a autoria desta carta, podemos dizer que ela nem é do apóstolo Paulo nem está dirigida aos Hebreus. Resumindo: se é difícil identificar o autor, podemos dizer, pelo menos, que foi escrita antes da destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C.,  pelo general romano Tito. Porém, a Carta (ou ‘Epístola’) aos Hebreus é relevante para todos os cristãos, pois nela se faz uma rica exposição acerca da superioridade de Cristo. Assim, quem almeja crescer cada vez mais no conhecimento da Palavra de Deus deve ler este escrito na atitude de quem escuta, medita e assume.
Ora, conforme foi referido, apesar de ser habitualmente conhecido como ‘Carta’ ou ‘Epístola’, este escrito do NT não apresenta um início de caráter epistolar, parecendo mais um sermão (1,1-4), dado o seu tom predominantemente oratório e o autor nunca aparecer como escrevente, mas como falante (2,5; 5,11; 6,9; 8,1; 9,5; 11,32). Por outro lado, só os últimos versículos (13,22-25) é que figuram um final de Carta precedido por uma frase solene (13,20-21), a funcionar como peroração. Considera-se, por isso, que estamos perante um sermão destinado a ser proferido oralmente (1,1-13,21) e dum pequeno bilhete (13,22-25), que lhe foi acrescentado. Trata-se, então, mais de um discurso do que de Carta em sentido próprio.
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Autoria e data (local e tempo) da escrita
Um dos principais debates sobre a Carta aos Hebreus dá-se por conta da identidade do autor. Desde os primeiros séculos da História da Igreja, os teólogos tentam estabelecer quem teria sido o seu autor. Porém, tudo o que pode se afirmar é que o autor é desconhecido. Apesar disto, sabemos algumas coisas importantes sobre ele: foi um homem, pois usou a forma masculina participial dum verbo grego ao escrever sobre si mesmo (vd 11,32 – diêgoúmenon, acustivo a concordar com o pronome pessoal me) cap. 11, versículo 32; era alguém que dominava o grego e era instruído no estilo literário helenístico; era profundo conhecedor do AT (Antigo Testamento), usando a Septuaginta (a versão grega do AT); conhecia pessoalmente os leitores originais (Heb 13,22-23) e tinha cuidado pastoral por eles; foi convertido à fé em Cristo pelo ministério instituído dos apóstolos, o que significa que não teve contacto direto com Jesus (Heb 2,3-4); e também conhecia pessoalmente Timóteo (Heb 13,23). Mas, não obstante a nebulosa sobre a autoria da Carta, não faltaram as tentativas para determinar o seu autor, sendo as principais hipóteses as seguintes:
Paulo. A Igreja Oriental no tempo de Clemente de Alexandria (150-215 d.C.) e Orígenes (185-253 d.C.) atribuía a autoria a Paulo. A partir do século XVI, essa hipótese foi aceite tanto na Igreja Oriental como na Ocidental. Embora pela tradição antiga tal hipótese seja a mais forte, a Carta possui grandes diferenças na composição quando comparada com as Cartas Paulinas. João Calvino, no seu Comentário sobre esta Carta, observou essas diferenças, que abrangem o estilo literário, o método de ensino e, principalmente, o facto de o próprio autor se incluir entre os discípulos do ministério apostólico. Comparando Hebreus 2,3 com Gálatas 1,1-12, parece não haver a mínima possibilidade de o autor ter sido o apóstolo Paulo, embora a Carta possua obviamente algumas semelhanças teológicas com os escritos paulinos. Todavia, possui muitas afinidades com os escritos de João e com os Evangelhos Sinóticos.  
Apolo. Lutero, no período da Reforma, sugeriu que o autor poderia ter sido Apolo, judeu alexandrino que foi instruído por Áquila e Priscila e que Lucas elogiava pela eloquência e discurso persuasivo, pelo zelo apostólico e conhecimento das Sagradas Escrituras.
Barnabé. Na Igreja Ocidental Tertuliano (155-215 d.C.) sugeriu a autoria de Barnabé, um grande companheiro do apóstolo Paulo (At 4,36).
Priscila. Alguns estudiosos modernos propõem Priscila como autor, o que parece ser contraditado por Hebreus 11,32.
Outros. E foram sugeridos outros como autores, entre os quais se destacam: Lucas, Clemente de Roma (95 d.C.), Epafras (referido em Cl 1,7). Silas (referido em At 15,22-40; 1Pe 5,12) e Aristião.
O certo é que é difícil sustentar defesa convincente em prol de qualquer um destes nomes, o que pouco importa, pois a identidade do autor pouco acrescentaria ao entendimento da Carta.
Em suma, as Igrejas do Oriente, regra geral, consideraram a Carta aos Hebreus como paulina, apesar de muitos reconhecerem as diferenças em relação às outras Cartas de Paulo, sobretudo no atinente à forma literária, à linguagem e estilo, à maneira de citar o AT e mesmo quanto à doutrina. A Igreja do Ocidente negou-lhe a autoria paulina até ao séc. IV e pôs, por vezes, em causa a sua condição de escrito inspirado e canónico.
A questão continuou controversa ao longo da história da exegese católica e protestante, mas atualmente é quase unânime a negação da autenticidade paulina. No entanto, admite-se que tenha origem num companheiro ou discípulo de Paulo, pois há vários pontos de convergência entre ela e a doutrina do Apóstolo, tais como: a paixão de Cristo como obediência voluntária, a ineficácia da Lei antiga, a dimensão sacrificial e sacerdotal da redenção e alguns aspetos da cristologia. Trata-se, sem dúvida, dum sermão cristão, cuja origem remonta à Igreja Apostólica, constituindo, por isso, parte integrante do repositório da Palavra de Deus.
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Com o mistério sobre a identidade do autor depara-se alguma dificuldade na determinação do tempo exato da composição. Porém, não pode situar-se em época muito tardia, porquanto Clemente de Roma a cita por volta do ano 95. Por outro lado, algumas caraterísticas do texto permitem apontar para uma data aproximada.
Aparentemente quando foi escrita, o Templo ainda existia e os rituais eram regularmente realizados (Heb 10,1-11). O Templo foi destruído por volta de 70 d.C. na queda de Jerusalém. Assim, o tempo mais provável da composição desta Carta é anterior a esse período. Isto significa que pode ter sido escrita durante o período de perseguição de Nero aos cristãos (64 d.C.). Se tal for verdade, o sofrimento mencionado em Hebreus 10,32-34 pode ter sido causado por Cláudio ao ordenar a expulsão dos judeus de Roma em 49 d.C. (At 18,2). Por outro lado, a relativa afinidade entre a sua teologia e a das Cartas do Cativeiro (cartas aos Efésios, aos Colossenses, a Filémon, aos Filipenses), aponta para um tempo próximo do martírio de Paulo (cerca do ano 67). Como menciona a liturgia do Templo, realidade ainda atual, tudo parece convergir para que os últimos anos antes da destruição da Cidade e do Templo (no ano 70) sejam a data da composição.
Quanto ao lugar da composição, há apenas um dado que pode apontá-lo. Trata-se de 13,24: “Os da Itália saúdam-vos” – expressão que não ajuda (por ser muito vaga e se prestar a várias localizações).
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Sobre os destinatários e a finalidade
Embora o título ‘aos Hebreus’ seja muito antigo (séc. II), não se encontra no texto nenhuma referência aos Hebreus como destinatários e nada indica que o grego em que está escrito seja uma tradução do hebraico. É, portanto, difícil dizer quais os seus destinatários.
Pode facilmente admitir-se que fosse dirigida a judeo-cristãos, então já saudosos do culto judaico que antes praticavam. O título parece justificar-se mais, se tivermos em conta a forma e o conteúdo, pois tem muitos hebraísmos e, pressupondo leitores e ouvintes bem conhecedores do culto e da liturgia judaica, refere como modelos da fé apenas personagens dos AT.
Na verdade, a Carta foi escrita para incentivar os membros da Igreja a manter a fé em Jesus Cristo e a não voltar às práticas antigas (ver Heb 10,32-38). Com efeito, por força da pressão causada por várias provações, os cristãos estavam a sair da Igreja e a adorar à maneira judaica ou à maneira pagã relativamente mais segura nas sinagogas (vd Heb 10,25; 38-39). Os cristãos tinham de saber que a lei de Moisés apontava para Jesus Cristo e Sua Expiação como a verdadeira fonte da salvação.
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Quanto à canonicidade
O Ocidente não negava a canonicidade desta Carta, mas apenas a autoria de Paulo, ao passo que o Oriente punha reservas ao estilo literário, alegando aproximação com Clemente de Alexandria e Orígenes negava a autoria de Paulo. O que era comum nas cartas Paulinas faltava nesta: o endereço, o preâmbulo.
E, embora essa tese tenha sido defendida durante vários séculos, a Carta não foi escrita por Paulo. E entrou na Bíblia com alguma dificuldade. No início, muitas comunidades e listas não a incluíam entre os livros sagrados, o que vale também para outros livros. O Cânon Muratoriano (150 depois de Cristo), por exemplo, não cita Hebreus nem a 1.ª e a 2.ª de Pedro, a de Tiago e a 3.ª de João. A lista mais antiga que temos do atual NT é de Atanásio de Alexandria (367).
Lutero considerou a Carta aos Hebreus como um ‘apócrifo’ (também a de Tiago, a de Judas e o Apocalipse), mas colocou-a mesmo assim na sua bíblia como apêndice.
Porém, apesar de não ser de Paulo, hoje faz parte das nossas bíblias e é considerada como inspirada por Deus. A base desta decisão está na Tradição transmitida pela Igreja primeva, cujos critérios para considerar um texto inspirado eram três: paternidade apostólica (ser o escrito de autoria de um dos apóstolos ou de um dos seus colaboradores); ortodoxia (deverem os textos transmitir as verdades dogmáticas da fé [Unidade e Trindade de Deus, Jesus verdadeiro Deus e verdadeiro homem...]); e uso litúrgico (serem os textos usados nas liturgias das primeiras comunidades cristãs). Ora, a tradição julgou que a Carta aos Hebreus satisfazia esses requisitos.
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Aplicação litúrgica
Os textos da Carta aos Hebreus ganharam larga aplicação na Liturgia, quer na Missa quer na Liturgia das Horas. Recordo algumas ocorrências litúrgicas, meramente a título de exemplo, mas que testemunham a pertinência do seu conteúdo na celebração dos mistérios da fé.   
Assim, são tomados textos seus para 2.ª leitura da Missa na Solenidade do Natal (Missa do Dia) no IV domingo do Advento (Ano C), na Festa da Sagrada Família (facultativa no Ano B), no V domingo da Quaresma (Ano B), na celebração da Paixão do Senhor em Sexta-Feira Santa, na Memória de Nossa Senhora das Dores (15 de setembro) e nos domingos XXVII a XXXIII do Tempo Comum (Ano B). E, na Liturgia das Horas, figura, por exemplo, como 1.ª leitura no Ofício de Leitura da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, do domingo V e dias da Semana V da Quaresma, no Domingo de Ramos/Paixão do Senhor e dias da Semana Santa; Leitura breve em Vésperas I da Solenidade de Todos os Santos, da Festa da Apresentação do Senhor e do domingo III do Saltério; Leitura breve em Laudes do Natal, do dia 29 de dezembro, do domingo II depois do Natal, em Laudes do Comum dos Pastores da Igreja, das quintas-feiras da Semana V da Quaresma e da Semana Santa e da Festa da Exaltação da Santa Cruz; Leitura breve em Vésperas II do dia de Páscoa (e Vésperas II da Oitava), nas Vésperas de 2.ª, 4.ª e 6.ª feira da Oitava da Páscoa, em Vésperas II do domingo IV do Saltério e dos domingos do tempo Pascal III, IV, V, VI e VII (este onde a Ascensão é na quinta-feira anterior) e nas Vésperas de 2.ª, 4.ª e 6.ª feira das semanas II, III, IV, V e VI do Tempo Pascal; e Leitura breve em vários momentos da Hora Intermédia, por exemplo na Sexta do Comum de Vários Mártires, em Tercia, Sexta e Noa da quinta-feira da Semana V da Quaresma e da Semana Santa e em Noa da quarta-feira da Semana V da Quaresma e da quinta-feira IV do Saltério.  
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Estrutura, conteúdo e teologia
Em vez de ser apenas uma carta, esta é mais como um longo sermão que menciona repetidas vezes as escrituras e práticas de Israel. É o sermão mais longo que se encontra na Escritura sobre porque e como Jesus é superior em tudo. Apesar de não ser fácil encontrar uma única estrutura para ela, a Bíblia dos Capuchinhos propõe a seguinte: prólogo, cinco partes e apêndice.
Prólogo (1,1-4).
I. O Filho de Deus é superior aos anjos (1,5-2,18): prova escriturística (1,5-14); exortação (2,1-4); Cristo, irmão dos homens (2,5-18).
II. Jesus, Sumo Sacerdote fiel e misericordioso (3,1-5,10): fidelidade de Moisés e fidelidade de Jesus (3,1-6); entrada no repouso de Deus pela fé (3,7-4,13); Jesus, Sumo Sacerdote misericordioso (4,14-5,10).
III. Sacerdócio de Jesus Cristo (5,11-10,18): normas de vida cristã (5,11-6,12); promessa e juramento de Deus (6,13-20). 1. Cristo é superior aos sacerdotes da tribo de Levi (7,1-28): Melquisedec (7,1-10); sacerdote segundo a ordem de Melquisedec (7,11-28). 2. Sumo Sacerdote de uma nova aliança (8,1-9,28): o novo santuário e a nova aliança (8,1-13); insuficiência do culto antigo (9,1-10); o sacrifício de Cristo é definitivo (9,11-14); Cristo, o mediador da nova aliança pelo seu sangue (9,15-22); o perdão dos pecados pelo sacrifício de Cristo (9,23-28). 3. Recapitulação: sacrifício de Cristo superior ao de Moisés (10,1-18): ineficácia dos sacrifícios antigos (10,1-10); eficácia do sacrifício de Cristo (10,11-18).
IV. A fé perseverante (10,19-12,29): apelo a evitar a apostasia (10,19-39); a fé exemplar dos antepassados (11,1-40); o exemplo de Jesus (12,1-13); fidelidade à vocação cristã (12,14-29).
Apêndice (13,1-25): últimas recomendações (13,1-19); bênção e saudação final (13,20-25).
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Este escrito estabelece uma relação entre o AT e o NT numa perspetiva cristológica, pois o tema central é o sacerdócio de Cristo e o culto cristão. E a novidade é grande: uma pessoa, Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, é o Sumo Sacerdote superior a Moisés e comparável à figura misteriosa de Melquisedec. Pela sua morte e glorificação, é o mediador entre Deus e os homens e o seu sacrifício substitui todos os sacrifícios antigos, que não têm capacidade para elevar o homem até Deus. Pela sua morte, Cristo realiza o perdão dos pecados uma vez por todas, estabelece uma aliança nova e eterna com a humanidade e inaugura um novo culto, imagem do culto celeste.
A Carta apresenta várias vezes a Igreja como povo de Deus a caminho (Igreja peregrina) e os cristãos como alguém que partilha o destino de Cristo e é convidado a entrar no seu repouso. Há um itinerário cristão a percorrer, que passa pela conversão, pela aprendizagem da Palavra de Deus, pela fé perseverante e pela vivência da caridade fraterna. O cristão é aquele que se une a Cristo através da sua própria existência, não devendo separar o culto da vida. Através de Cristo, o cristão oferece continuamente a Deus um sacrifício de louvor, no qual inclui toda a sua vida e particularmente o seu serviço aos outros e a sua caridade. Precisa de se manter integrado na comunidade cristã, de escutar a Palavra e de se manter em comunhão com os responsáveis, pois não pode chegar a Deus sem estar unido a Cristo e aos irmãos.
A oferta de Cristo ao Pai “uma vez para sempre” (10,10.14; vd 9,26.28) constitui o grande acontecimento escatológico. Por meio deste gesto histórico cumpriu-se o plano salvífico de Deus, embora continue a caminhada histórica da humanidade até à sua entrada na glória. Quando todos os inimigos forem submetidos a Cristo e for vencida a morte e todas as forças históricas, teremos então a realização do último ato da História salvífica.
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A Carta aos Hebreus ensina que Jesus Cristo é maior do que a lei porque Ele deu a lei. Também ensina que os profetas receberam poder pela fé Nele, que Ele é o grande Sumo Sacerdote no qual os sacrifícios do Velho Testamento foram cumpridos, que Ele é maior do que os anjos e que por meio de Seu Sacrifício Expiatório podemos receber a remissão dos pecados.
A Carta aos Hebreus é um dos poucos lugares na Bíblia que fala de Melquisedeque (vd Heb 7,1-4) e do sacerdócio que leva o seu nome (vd Heb 5,5-6; 6,20; 7,11-17). Esta Carta ensina que o Sacerdócio de Melquisedeque é maior do que o Sacerdócio Aarónico e mostra que a salvação não se encontra na lei de Moisés ou nos ritos praticados pelos sacerdotes da tribo de Levi, mas em Cristo e no ritual do Sacerdócio de Melquisedeque (vd Heb 7,5-28). Em 11,1 – 12,4 a Carta configura um excelente discurso sobre fé e ensina como os crentes podem confiar em Jesus.
A Carta aos Hebreus testifica a superioridade de Jesus Cristo. Ele é maior que os anjos, tem um nome mais excelente e uma posição mais elevada. Os anjos são servos de Deus, mas Jesus Cristo é o Seu Filho. Jesus é maior do que Moisés e o Seu ministério trouxe um novo convénio, superior ao convénio antigo da lei de Moisés. Sendo o grande Sumo Sacerdote do Sacerdócio de Melquisedeque, o sacerdócio de Cristo é maior do que o dos sumos sacerdotes da lei de Moisés.
Embora as escrituras estejam repletas de referências ao Sacrifício Expiatório de Jesus Cristo, Sua Ressurreição e Ascensão ao céu, esta Carta salienta a obra contínua do Redentor na vida de todos os que se aproximam dele com a obediência da fé.
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Em suma
Em Hebreus 1 – 6, Jesus Cristo é a imagem expressa do Pai. Ele é maior do que todos os anjos e que todos os líderes e profetas que O precederam, inclusive Moisés e Elias. Os antigos israelitas que saíram do Egito não entraram no descanso do Senhor porque endureceram o coração contra Jesus Cristo e o Seu servo Moisés. Como Grande Sumo Sacerdote, Jesus é superior a todos os sumos sacerdotes da lei mosaica. Cristo foi aprendeu por meio do Seu sofrimento. Podemos entrar no descanso do Senhor e “prosseguir até a perfeição” (Heb 6,1).
Em Hebreus 7 – 13,  o Sacerdócio de Melquisedeque é assumido em vez do que o Sacerdócio Aarónico. O tabernáculo e as ordenanças mosaicas são um protótipo do ministério de Cristo. Jesus Cristo cumpriu a lei de Moisés com o derramamento de Seu sangue, pelo qual podemos obter salvação e a remissão dos nossos pecados. Pela fé, os profetas e os outros homens e mulheres realizaram prodígios e enveredaram peça via das obras de retidão.

(Cf Bourke, Myles, “Epistola a los Hebreos”, in Brown, Raymond, Comentario Biblico “San Jeronimo”, Tomo IV, Novo Testamento II, Madrid: Ediciones Christiandad, 1972: pgs 319-373; KONINGS, JOHAN et al, A Bíblia, sua história e leitura: uma introdução, coleção religião e saber 2, Vozes, Petrópolis, 1992, pág.195-196; Liturgia das Horas, vol. I (1983), vol. II (1989), vol. III (1983) e vol. IV (1983); Merck, Augustinus, Novum Testamentum graece et latine, Romae sumptibus Pontificci Instituti Biblici, 1964, pgs 710-740; Missal Quotidiano Dominical e Ferial, Paulus Editora, 2010; VV. AA., A Bíblia de Jerusalém, Novo testamento, Paulinas 1973; VV. AA., Hebreus: Guardar a esperança até ao fim, Estudos Bíblicos, 34, Vozes; VV. AA., Nova Bíblia dos Capuchinhos, Difusora Bíblica Lisboa/Fátima, 1998).
2018.10.29 – Louro de Carvalho

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