domingo, 11 de fevereiro de 2018

“Jesus deixou, como dom à Igreja, o seu poder de curar”


Este enunciado, tão inusitado como verdadeiro, constitui o n.º 6 da Mensagem de Sua Santidade Francisco, datada do passado dia 26 de novembro – Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, para o XXVI Dia Mundial do Doente, que a Igreja celebra hoje, dia 11 de fevereiro de 2018, desta vez, um domingo, o 6.º do Tempo Comum, no Ano B.
A efeméride foi instituída a 11 de fevereiro de 1992, pelo Papa João Paulo II, o qual lembrou, na carta de instituição, que a data representa
Um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade”.
O dia 11 de fevereiro é marcado pela memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes (França), que se intitulou de Imaculada Conceição e cujo santuário é mundialmente conhecido pelas inúmeras curas de doentes. E Francisco, antes da recitação do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, sublinhou hoje:
Nestes domingos, o Evangelho, segundo a narração de Marcos, apresenta-nos Jesus que cura os doentes de todos os tipos. Neste contexto, se insere bem o Dia Mundial dos Enfermos que se celebra precisamente hoje, 11 de fevereiro, memória de Nossa Senhora de Lourdes. Portanto, com o olhar do coração dirigido à gruta de Massabielle, contemplamos Jesus como o verdadeiro médico dos corpos e das almas, que Deus Pai enviou ao mundo para curar a humanidade, marcada pelo pecado e suas consequências.”.

A cura dos doentes no quadro da missão da Igreja
Porém, dá-me a impressão de que o Papa Francisco, na sua mensagem para este dia, pretende salientar a tarefa da cura dos doentes – miraculosa ou não – no quadro da missão da Igreja e no sentido mais amplo e profundo do poder de curar (cuidar de). Com efeito, o n.º 6 do documento pontifício em referência cita várias passagens neotestamentárias referentes ao poder-dom de curar confiado à Igreja: “Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: (...) hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados” (Mc 16,17.18); Pedro curou, em Jerusalém, à entrada do Templo, “um homem, coxo desde o ventre materno” (cf At 2,4-8); e Paulo curou, em Listra, “um homem aleijado dos pés, coxo de nascença e que nunca tinha andado” (cf At 14, 8-11).
E sucede que, em Portugal, este dia mundial do doente culmina a semana de oração pelos doentes, que se situa entre duas passagens emblemáticas do dom da cura que o poder de Jesus concede a doentes do corpo ou do espírito que lhe são apresentados ou que se lhe apresentam a suplicar o milagre.
A perícopa do Evangelho de Marcos (Mc 1,29-39), proclamada na missa do 5.º domingo do tempo comum deste Ano B, refere que Jesus – tendo saído da sinagoga de Cafarnaum, onde pregara com tanta autoridade a ponto de um homem possuído de espírito maligno o interpelar sobre o que Jesus tinha a ver connosco (como tantos seres humanos o questionam hoje), embora soubesse que Ele “é o Santo de Deus”, e ganhara tanta fama por ter expulsado o espírito maligno e o mandasse calar – foi para casa de Simão e André, com Tiago e João. Ali, curou a sogra de Simão, que estava de cama com febre. À noitinha, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios (é a preocupação holística com o homem todo). E, após o necessário tempo de descanso e um longo momento de oração a sós, decidiu ir com os discípulos para outra parte, para as aldeias vizinhas, para ali pregar, pois foi para isso que veio.
“E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios”.
Já a perícopa do Evangelho deste 6.º domingo (Mc 1,40-45) relata a cura dum doente, um leproso, que, não podendo por lei aparecer junto das pessoas, saltou por cima da Lei, veio ter com Jesus, “caiu de joelhos e suplicou: Se quiseres, podes purificar-me. O Senhor compadeceu-se daquele homem tido como excluído e pecador (a lepra é a imagem do pecado) “estendeu a mão e, na sua misericórdia e audácia, tocou-o e disse: Quero, fica purificado. Mandou que não dissesse nada a ninguém e que fosse, de imediato cumprir o preceito da Lei mostrando-se ao sacerdote e oferecendo pela purificação o estabelecido por Moisés, a fim de servir de testemunho.
Porém, o antigo leproso, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o sucedido, a ponto de Jesus não poder entrar abertamente numa cidade; ficava fora, em lugares despovoados. E de todas as partes iam ter com Ele. Se Ele não aparece, os ansiosos vêm ao seu encontro!
Segundo Francisco, este é o poder de Jesus, este é o dom da cura, que se torna “o dever da Igreja, bem ciente de que deve pousar, sobre os doentes, o mesmo olhar rico de ternura e compaixão do seu Senhor”, mesmo à custa da quebra de protocolos. Assim, “a pastoral da saúde permanece e sempre permanecerá um dever necessário e essencial, que se há de viver com um ímpeto renovado começando pelas comunidades paroquiais até aos centros de tratamento de excelência”.
E o Papa entende que este serviço de acompanhamento dos doentes não é exclusivo da Igreja (nem todo o serviço de Igreja requer veste eclesiástica), a qual deve encher-se de zelo, acompanhar e animar, reconhecendo, por exemplo, “a ternura e a perseverança com que muitas famílias acompanham os seus filhos, pais e parentes, doentes crónicos ou gravemente incapacitados”. Na verdade, “os cuidados prestados em família são um testemunho extraordinário de amor pela pessoa humana e devem ser apoiados com o reconhecimento devido e políticas adequadas”. Por outro lado, os “médicos e enfermeiros, sacerdotes, consagrados e voluntários, familiares e todos aqueles que se empenham no cuidado dos doentes, participam nesta missão eclesial” da cura, a qual constitui “uma responsabilidade compartilhada, que enriquece o valor do serviço diário de cada um”.
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O serviço aos doentes na maternidade de Maria e da Igreja e no discipulado e apostolado
É certo que a perícopa do Evangelho recomendada para a missa da memória de Nossa Senhora de Lourdes (Jo 2,1-11), em que Maria, compadecida daquela gente das bodas por causa da necessidade surgida naquela hora, se aproxima do Filho a dizer “Não têm vinho” e, apesar da resposta despiciente de Jesus (e/ou de que ainda não tinha chegado a sua hora), disse aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Eles fizeram e o milagre surgiu. Assim, sabe-se que o serviço à colmatação das necessidades, o serviço ao Reino é compartilhado e resulta da atenção, solicitude, vontade, dom e poder: Deus quer a cooperação solícita solidária das pessoas.
Porém, o Papa Francisco, na sua mensagem, enquadra o serviço aos doentes no âmbito da maternidade de Maria e da Igreja e na abrangência do discipulado e do apostolado, partindo da cruz. De facto o emblema da Mensagem é “Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe! E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua” (Jo 19,26-27). O Pontífice realça que “o serviço da Igreja aos doentes e a quantos cuidam deles deve continuar, com vigor sempre renovado, por fidelidade ao mandato do Senhor (cf Lc 9,2-6, Mt 10,1-8; Mc 6,7-13) e seguindo o exemplo muito eloquente do seu Fundador e Mestre”. Com efeito, para Francisco, aquelas palavras do Senhor no Evangelho de João – “Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” – “iluminam profundamente o mistério da Cruz”, que longe de representar “uma tragédia sem esperança”, constitui o eminente “lugar onde Jesus mostra a sua glória e deixa amorosamente as suas últimas vontades, que se tornam regras constitutivas da comunidade cristã e da vida de cada discípulo”. E são palavras de Jesus que evidenciam a “vocação materna de Maria em relação a toda a humanidade. Com este mandato, a mãe dos discípulos “cuidará deles e do seu caminho”, o qual engloba os aspetos materiais e os espirituais da sua educação.
O indescritível sofrimento da cruz trespassa a alma de Maria (cf Lc 2,35), como profetizava o velho Simeão, mas não a paralisa. Ao invés, segundo o Papa, “lá começa para Ela um novo caminho de doação, como Mãe do Senhor”, uma vez que, na cruz, Jesus Se preocupa “com a Igreja e toda a humanidade”, sendo que “Maria é chamada a partilhar esta mesma preocupação”. E como nos mostra o livro dos Atos dos Apóstolos, “ao descrever a grande efusão do Espírito Santo no Pentecostes”, Maria “começou a desempenhar a sua tarefa na primeira comunidade da Igreja” – “tarefa que não mais terá fim”.
Por seu turno, João, como discípulo amado, “representa a Igreja, povo messiânico”. Reconhecendo “Maria como sua própria mãe”, “é chamado a recebê-La, a contemplar n’Ela o modelo do discipulado e também a vocação materna que Jesus Lhe confiou incluindo as preocupações e os projetos que isso implica: a Mãe que ama e gera filhos capazes de amar segundo o mandamento de Jesus”. Assim, porque “a vocação materna de Maria, a vocação de cuidar dos seus filhos, passa para João e toda a Igreja”, é “toda a comunidade dos discípulos” que “fica envolvida na vocação materna de Maria”.
Como discípulo que partilhou tudo com Jesus, João “sabe que o Mestre quer conduzir todos os homens ao encontro do Pai” e pode testemunhar que Jesus encontrou muitas pessoas doentes no espírito, porque cheias de orgulho (cf Jo 8,31-39), e doentes no corpo (cf Jo 5,6), tendo a todos concedido “misericórdia e perdão e, aos doentes, também a cura física, sinal da vida abundante do Reino”. Como Maria, “os discípulos são chamados a cuidar uns dos outros” e a cuidar de “todos, sem exclusão”. Na verdade, “a todos deve ser anunciado o Evangelho do Reino, e a caridade dos cristãos deve estender-se a todos quantos passam necessidade, simplesmente porque são pessoas, filhos de Deus”.
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Com este serviço histórico ilumina-se o presente e o futuro
Dando a entender que não está a enunciar uma doutrina e praxe pastoral novas, o Pontífice reconhece que “esta vocação materna da Igreja para com as pessoas necessitadas e os doentes” se vem concretizando, “ao longo da sua história bimilenária, numa série riquíssima de iniciativas a favor dos enfermos” – uma “história de dedicação” que “não deve ser esquecida” e “continua ainda hoje, em todo o mundo”.
E, mesmo “nos países onde existem sistemas de saúde pública suficientes”, há um lugar específico para o trabalho pastoral da Igreja: “o trabalho das congregações católicas, das dioceses e dos seus hospitais, além de fornecer cuidados médicos de qualidade, procura colocar a pessoa humana no centro do processo terapêutico e desenvolve a pesquisa científica no respeito da vida e dos valores morais cristãos”.
É claro que, “nos países onde os sistemas de saúde são insuficientes ou inexistentes, a Igreja esforça-se por oferecer às pessoas o máximo possível de cuidados da saúde, por eliminar a mortalidade infantil e debelar algumas pandemias”. E, mesmo quando não é capaz de curar, ela, em todo o lado, “procura cuidar”, articulando o dever de evangelizar com a promoção social.
Na verdade, evidencia-se como “uma realidade muito concreta” a imagem da Igreja, preferida por Francisco, “como ‘hospital de campo’, acolhedora de todos os que são feridos pela vida”, visto que, “nalgumas partes do mundo, os hospitais dos missionários e das dioceses são os únicos que fornecem os cuidados necessários à população”.
Diz o Papa que “a memória da longa história de serviço aos doentes é motivo de alegria para a comunidade cristã e, de modo particular, para aqueles que atualmente desempenham esse serviço”. Todavia, adverte para a necessidade de “olhar o passado sobretudo para com ele nos enriquecermos”, devendo dele aprender:
A generosidade até ao sacrifício total de muitos fundadores de institutos ao serviço dos enfermos; a criatividade, sugerida pela caridade, de muitas iniciativas empreendidas ao longo dos séculos; e o empenho na pesquisa científica, para oferecer aos doentes cuidados inovadores e fiáveis”.
A boa “herança do passado ajuda a projetar bem o futuro”. Assim, o Papa exorta à preservação dos “hospitais católicos do risco duma mentalidade empresarial, que em todo o mundo quer colocar o tratamento da saúde no contexto do mercado, acabando por descartar os pobres”; e a aproveitar o postulado da “inteligência organizativa e a caridade” para exigir “que a pessoa do doente seja respeitada na sua dignidade e sempre colocada no centro do processo de tratamento”. E pretende o Pontífice que estas orientações sejam “assumidas também pelos cristãos que trabalham nas estruturas públicas, onde são chamados a dar, através do seu serviço, bom testemunho do Evangelho”.
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Da não impureza da doença à impureza do pecado
Hoje, o Papa declarou, comentando a história do leproso, que “o estigma social jamais nos deve afastar daqueles que sofrem”, pois “nenhuma doença é causa de impureza”. Se a doença envolve toda a pessoa, de modo nenhum afeta ou impede seu relacionamento com Deus. “Pelo contrário, uma pessoa doente pode estar ainda mais unida a Deus”. O que nos torna impuros é o pecado, disse o Pontífice enfatizando que “o egoísmo, o orgulho, o entrar no mundo da corrupção, essas são doenças do coração das quais é preciso sermos purificados, dirigindo-se a Jesus como o leproso: ‘Se queres, tens o poder de purificar-me’. E, como acentuou o Papa, “ao ouvir isso, Jesus sente compaixão, muito importante para fixar a atenção sobre essa ressonância interna de Jesus, como fizemos longamente durante o Jubileu da Misericórdia”. De facto, “não se entende a obra de Cristo, não se entende o próprio Cristo, se não entrarmos no seu coração cheio de compaixão”. E “é isso que o leva a estender a mão ao homem que sofre de lepra, tocá-lo e dizer-lhe: Eu quero, fica purificado”.
A lepra, no Antigo Testamento, “era considerada uma grave impureza e comportava a separação do leproso da comunidade”, pelo que a condição do leproso, ainda no tempo de Jesus, “era realmente dolorosa, porque a mentalidade do tempo o fazia sentir impuro diante de Deus e dos homens”. Porém, na atitude de Jesus, segundo o Papa, “o facto mais perturbador é que Jesus toca o leproso”, o que “era absolutamente proibido pela lei mosaica”, pois “tocar um leproso significava ser também contagiado também dentro, no espírito, isto é, tornar-se impuro”. Só que, “neste caso, o influxo não vai do leproso a Jesus para transmitir o contágio, mas de Jesus ao leproso para dar-lhe a purificação”. Por isso, nesta cura, admiramos, diz Francisco, a compaixão e a audácia de Jesus, que não se preocupa nem com o contágio, nem com as prescrições, mas apenas com vontade de “libertar aquele homem da maldição que o oprime”.
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Da purificação pessoal à atenção aos doentes e seus cuidadores
E o Papa pediu aos fiéis presentes na Praça de São Pedro que fizessem o exame de consciência e que, depois, repetissem com ele as palavras do leproso ‘Se queres, tens o poder de purificar-me’, garantindo que “todas as vezes que nos aproximamos do sacramento da Reconciliação com o coração arrependido, o Senhor repete também a nós: Eu quero, fica purificado!”. Assim, a desaparecendo a lepra do pecado, voltaremos “a viver com alegria o nosso relacionamento filial com Deus e somos readmitidos plenamente na comunidade”.
E poderia ter falado do sacramento da Santa Unção como canal de comunicação de uma graça especial para enfrentar as dificuldades próprias da doença grave ou da velhice. A este respeito, o n.º 315 do compêndio do Catecismo da Igreja Católica refere:
A Igreja, tendo recebido do Senhor a ordem de curar os enfermos, procura pô-la em prática com os cuidados para com os doentes, acompanhados da oração de intercessão. Ela possui sobretudo um sacramento específico em favor dos enfermos, instituído pelo próprio Cristo e atestado por São Tiago: Quem está doente, chame a si os presbíteros da Igreja e rezem por ele, depois de o ter ungido com óleo no nome do Senhor.” (Tg 5,14-15).
Francisco concluiu a alocução antes do Angelus invocando a intercessão da Virgem Maria, Nossa Mãe Imaculada, dizendo:
Peçamos ao Senhor, que trouxe aos enfermos a saúde doente, que cure também as nossas feridas internas com a sua infinita misericórdia, para assim nos dar novamente a esperança e a paz do coração”.
E, neste exercício de purificação pessoal, das doenças da alma, convém não olvidar a pertinência da recomendação apostólica plasmada no n.º 7 da mensagem papal para este XXVI Dia Mundial do Doente:
A Maria, Mãe da ternura, queremos confiar todos os doentes no corpo e no espírito, para que os sustente na esperança. A Ela pedimos também que nos ajude a ser acolhedores para com os irmãos enfermos. A Igreja sabe que precisa duma graça especial para conseguir fazer frente ao seu serviço evangélico de cuidar dos doentes. Por isso, unamo-nos todos numa súplica insistente elevada à Mãe do Senhor, para que cada membro da Igreja viva com amor a vocação ao serviço da vida e da saúde. A Virgem Maria interceda por este XXVI Dia Mundial do Doente, ajude as pessoas doentes a viverem o seu sofrimento em comunhão com o Senhor Jesus, e ampare aqueles que cuidam delas.”.
Na verdade, se no altar da Eucaristia, adoramos a Carne de Jesus, nos doentes, “encontramos as chagas de Jesus.” O cristão adora Jesus, procura Jesus, “sabe reconhecer as chagas de Jesus”.
Os doentes são convidados a viverem a sua vida “como um dom” e oferecerem-se, por Maria, “a Deus de todo o coração”. Não podem considerar-se “apenas recetores de solidariedade caritativa”, mas devem sentir-se “inseridos a pleno título na vida e missão da Igreja”, pois a presença silenciosa deles é “mais eloquente do que muitas palavras”, a sua oração, a oferta diária dos seus sofrimentos “em união com os de Jesus crucificado pela salvação do mundo”, a aceitação paciente e até feliz da sua condição “são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã”. Não podem, por isso, ter “vergonha de ser um tesouro precioso da Igreja” (cf Francisco, Saudação aos doentes no final da Santa Missa, Fátima, 13 de maio de 2017).
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Tem mesmo a Igreja – e cada um dos seus membros (todos; e não só os bispos, sacerdotes e diáconos) – que refletir sobre o modo como olha o doente e o serviço que lhe presta ou acompanha.
2018.02.11 – Louro de Carvalho

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