O Santuário
de Fátima promoveu, na tarde do dia 8 de fevereiro, no Salão da Casa de Retiros
de Nossa Senhora das Dores, o 40.º Encontro de Hoteleiros e Responsáveis de
Casas Religiosas que acolhem Peregrinos em Fátima, que contou com 133
participantes.
O evento
começou com a celebração da Santa Missa, na Capela da Morte de Jesus, pelas 15 horas,
seguida da sessão do Encontro.
O Padre
Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário, começou com a apresentação do tema do
Ano Pastoral “Dar graças pelo dom de Fátima”,
integrado no triénio pós-centenário, genericamente designado “Tempo de Graça e Misericórdia”.
Em jeito de
balanço e a frisar que “a gratidão assumiu forma celebrativa festiva”, lembrou
que “o Centenário das Aparições permitiu fazer memória do acontecimento Fátima,
mostrando a sua atualidade e significatividade para o tempo presente, através
de uma multiplicidade de iniciativas”. Com efeito, “foram as grandes
peregrinações os momentos mais importantes, com especialíssimo destaque para a
grande peregrinação de 12 e 13 de maio, presidida pelo Papa Francisco, na qual
foram canonizados os Santos Francisco e Jacinta Marto”, e que levou a que todas
as expectativas fossem superadas.
O sacerdote responsável
pelo Santuário fatimita reiterou que se consolidou a internacionalização de
Fátima” e explicou que “o Centenário das Aparições veio sublinhar a dimensão
mundial de Fátima, quer como Santuário, quer como mensagem”, visto que “a
variedade de proveniências de peregrinos que, em cada ano, acorrem a Fátima,
comprovam que este é, de facto, um Santuário global”, tendo ultrapassado em
muito os horizontes da piedade popular.
A seguir à intervenção
do Padre Cabecinhas, Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de
Fátima, proferiu uma conferência intitulada “Santuário de Fátima, lugar de peregrinação: a alteração da paisagem ao
longo de um século de construções”.
Por seu
turno, Dom António Marto, Bispo da diocese de Leiria-Fátima, disse aos 133 participantes do 40.º Encontro de
Hoteleiros e responsáveis de Casas Religiosas que acolhem Peregrinos que “o
êxito do Centenário desafia-nos a preparar já o bicentenário das aparições”.
Na sua intervenção, o prelado leiriense deixou um profundo agradecimento a todos os que trabalharam ao longo de
sete anos para que as celebrações do Centenário das Aparições de Fátima se
tornassem possíveis.
Depois,
afirmou que “a celebração do Centenário condensou o que de melhor Fátima tem” e
sublinhou que esta celebração “única” envolveu a Igreja em Portugal e no mundo.
Na verdade, “quase todas as dioceses peregrinaram a Fátima, algo que não
acontecia há algum tempo”, e muitas das várias peregrinações nacionais “envolveram
o episcopado de cada país”.
Recordando que,
a 30 de setembro de 2017, no encontro com o Papa Francisco em Roma, o Sumo
pontífice se referiu à sua peregrinação a Fátima como uma “graça para ele e para
a Igreja”, Dom António Marto afirmou que esta celebração dos 100 anos de Fátima
“foi uma forte experiência de catolicidade e universalidade de Fátima” e que “Fátima
será sempre dom para a Igreja e para a humanidade”.
Reiterando que “Fátima é
do mundo inteiro que aqui afluiu”, assumiu que “a canonização dos Pastorinhos
emite um sinal de relevo para os nossos tempos”.
O Bispo de Leiria Fátima
considera que “canonizar duas crianças é valorizar a infância e a dignidade da
infância” e, dessa forma, a devoção aos Pastorinhos de Fátima também ganhou
outra dimensão. De facto, “a canonização aumentou a devoção, triplicou o número
de visitas aos túmulos” e, relativamente a isso, o Papa Francisco disse ao
prelado: “Sabeis que as pessoas de hoje
procuram inocência num mundo muito conturbado?”.
Dom António Marto
fez questão de falar da abertura do Santuário de Fátima à Ásia, pelo grande
número de peregrinos asiáticos, e recordou o afeto com que os peregrinos
asiáticos o abordam; e, por essa razão, “tinha de trazer um bispo asiático a
Fátima”, porque “a Ásia é o eixo para onde o mundo cristão caminha”.
O prelado contou que
enviou uma carta ao secretário do Cardeal John Tong, Bispo Emérito de Hong
Kong, que imediatamente respondeu positivamente e, assim, estará em Fátima a 12
e 13 de maio próximo para presidir à peregrinação internacional aniversária.
Mais tarde, Dom Alexis
Mitsuru Shirahama, Bispo de Hiroshima, estabeleceu um contacto com Dom António
Marto, para pedir as relíquias de São Francisco Marto e de Santa Jacinta Marto,
onde expôs o problema da guerra; e o Bispo de Leiria-Fátima aproveitou o ensejo
para formular o convite para vir a Fátima. Assim, Dom Alexis Mitsuru Shirahama,
Bispo de Hiroshima, estará em peregrinação a Fátima com a sua diocese em
outubro deste ano a presidir à peregrinação internacional aniversária que evoca
o milagre do sol.
O prelado leiriense não
esqueceu a dimensão cultural de Fátima, considerando que as iniciativas culturais
constituem uma “abertura a outras periferias a que Fátima ainda não havia
chegado”, o que não significa que Fátima esteja a perder a sua dimensão
“popular”.
Em tom conclusivo, Dom António
Marto lançou o desafio de começar já a preparar o bicentenário, como
consequência do sucesso das celebrações destes primeiros 100 anos de Fátima e
da importância da mensagem da Senhora e da missão do Santuário. E, sublinhando
que “o Papa marcou, na sua agenda pouco depois de ser eleito em 2013, o dia 12
e 13 de maio de 2017, o que por si já significava algo”, e que o Bispo teve, em
2015, a certeza que Francisco iria estar aqui, confessou que trabalhou “intensamente
para que esta visita acontecesse”.
***
Este 40.º
Encontro de Hoteleiros, que reuniu no Santuário de Fátima a maioria dos hotéis
e casas de acolhimento de Fátima, constituiu uma oportunidade para a
instituição revelar os números estatísticos da sua atividade em 2017, ano em
que peregrinaram à Cova da Iria 9,4 milhões de pessoas, provenientes de 109
países, incluindo Portugal.
As estatísticas oficiais revelam que o Santuário de Fátima acolheu, em 2017, por
ocasião do Centenário, 9,4 milhões de peregrinos participantes nas 14.326
celebrações oficiais e particulares organizadas nos espaços celebrativos do
Santuário de Fátima.
O número recorde de
peregrinos presentes na Cova da Iria ultrapassa as melhores expectativas
avançadas no início do ano por parte das autoridades civis (autarquia e turismo) para o ano em que se assinalava o
Centenário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos.
A presença do
Papa Francisco, que se fez peregrino de Fátima, em maio, e a canonização dos Santos
Francisco Marto e Jacinta Marto contribuíram para que esta efeméride trouxesse
a este Santuário um número expressivo de peregrinos, quer em grupos organizados
– 8.881 peregrinações provenientes de 109 países –, quer de forma espontânea.
Considerando que o maior
número de peregrinos visita a Cova da Iria entre maio e outubro, período do ano
em que no Santuário de Fátima se assinalam as seis aparições de Nossa Senhora, pelo
que é considerado o tempo das grandes peregrinações internacionais aniversárias,
registou-se, nesse horizonte temporal, uma média de 1,6 milhões de peregrinos
por mês, sendo que setembro e outubro são, cada vez mais, os meses escolhidos
pelos grupos organizados para a peregrinação a Fátima.
É de sublinhar que, no ano
de 2017, por comparação com o ano anterior, quase triplicaram as peregrinações
estrangeiras (7.110
peregrinações em 2017 e 2711 em 2016), tendo mais do que triplicado o número de peregrinos
estrangeiros (374.586 em
2017 e 124.504 em 216).
Também a origem destes grupos foi muito mais diversificada em 2017, confirmando
a universalidade da Mensagem de Fátima e a internacionalização do Santuário,
como espaço de oração, adoração e conversão. É de referir que só da Ásia, de
países maioritariamente hindus e muçulmanos, peregrinaram ao Santuário de forma
organizada 31.561 peregrinos, confirmando a tendência de crescimento já
manifestada em anos anteriores e sendo de ressalvar a presença de inúmeros
peregrinos da China continental, República da Coreia, Filipinas e Vietname. A
Europa continua, contudo, a ser a origem da maioria dos peregrinos que visita a
Cova da Iria em grupo. Países como Itália, Polónia, Espanha e Irlanda e, no ano
do Centenário, particularmente os países da Europa de Leste, como a Rússia, a
Eslováquia, a Ucrânia e a República Checa, fizeram-se anunciar junto do Serviço
de Peregrinos do Santuário com uma grande expressão. De Portugal há a registar
um conjunto de peregrinações diocesanas, com particular relevo para as
peregrinações diocesanas de Leiria-Fátima, Lisboa, Coimbra e Porto pelo número
de peregrinos envolvidos. Durante o ano de 2017, a diocese do Porto trouxe ao
Santuário 80 mil diocesanos, 40 mil dos quais na peregrinação diocesana de 9 de
setembro. De Lisboa participaram nas celebrações do Santuário 51.612 diocesanos
e de Leiria-Fátima 27.247.
Das estatísticas oficiais
do Santuário de Fátima relativas a 2017 destaca-se, ainda, a presença de
inúmeros celebrantes – 86.555 – bem como o número de comungantes nas
celebrações, que ultrapassaram os dois milhões. As missas oficiais continuam a
ser as celebrações mais participadas no Santuário, com 3,9 milhões de
peregrinos, logo seguidas do Rosário e Procissão das Velas, com 1,9 milhões de
peregrinos participantes. A Capelinha e as duas Basílicas são os lugares mais
visitados, com 3,7 milhões e 1,1 milhões de peregrinos, respetivamente. É de
referir, ainda, que os grupos organizados estrangeiros participam em Vias
Sacras, organizadas pelos próprios no Caminho dos Pastorinhos.
A título de curiosidade,
importa também a referência estatística ao número de celebrações particulares
organizadas no Santuário, que duplicou, seja no que se refere às missas
particulares (8005 em
2017 e 4535 em 2016),
seja no que toca às outras celebrações (2192 em 2017 e 1102 em 2016).
O Santuário
apresentou os dados estatísticos de 2017, como se pode ver do site do Santuário, nos seguintes blocos:
celebrações oficiais (por
ato); celebrações
oficiais (por local); celebrações particulares (por ato); celebrações particulares (por local); celebrações (por país); peregrinações estrangeiras organizadas (por mês); peregrinações estrangeiras (por país); peregrinações portuguesas (por mês); peregrinações portuguesas (por diocese);e celebrações (resumo).
Vale a pena começar
e recomeçar por Fátima, como preconizava o cardeal Tarcísio Bertone.
2018.02.10 – Louro de Carvalho
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