sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Porque devemos rezar?

Várias são as razões pelas quais se questiona o motivo por que devemos rezar. Na verdade, Deus sabe tudo e conhece naturalmente as nossas necessidades, pelo que, dentro do quadro da providência que nós Lhe reconhecemos, Ele tem guardado, guarda e guardará a sua obra da criação, independentemente do que lhe possamos ou devamos recordar. Por outro lado, a sua vontade e os planos gizados pela sua inteligência suprema não se mudam por força das nossas orações. Então, porque vale a pena rezar?   
Com base nas duas razões que aparentemente justificariam a não utilização da oração, por desnecessária e inútil, fui questionado no início deste mês de setembro e respondi de forma empírica, sem necessidade de me escudar em elaborações teológicas. No entanto, o subtexto da minha explicação tinha subjacentes alguns pressupostos teológicos e a releitura que fiz, no verão, do livrinho de Augusto Cury, Os segredos do Pai-Nosso – a solidão de Deus, em que emergem razões de ordem psicológica, pelo menos parcialmente aplicáveis a Deus (Vale a pena ler, pesem algumas reservas teológicas!).
Chamava eu a atenção da minha venerável interlocutora para o facto de pais e avós saberem das necessidades dos filhos e dos netos, saberem dos seus desejos e das suas vontades. Também os mesmos pais e avós não mudam planos e vontades pelo facto de as crianças terem pedido, agradecido ou emendado sua postura por via de traquinices em que foram ou vão caindo.
Não obstante, pais e/ou avós e outros educadores insistem em ensinar e habituar os filhos, netos ou educandos a falar, a dizer o que pretendem, a manifestar aquilo de que precisam, a dizer obrigado/a, a pedir desculpa, a saudar à chegada e à despedida ou a dizer que o papá (a mamã, o vovô, a vovó, o educador/professor) é fixe, que gostam dele, que o adoram. E não apenas ensinam habituam, mas muitas vezes sentem prazer nesse exercício que as crianças vão fazendo.
Ora Deus não é nosso avô nem nosso mero professor ou educador, mas é pai e mãe, como sabemos e tem paciência e carinho maiores que os dos avós e sabedoria maior que a dos nossos professores/educadores. Por isso, Ele ensinou e quer que nos habituemos a rezar, a falar, a comunicar com Ele e a ouvi-Lo. Ele tem esse direito, esse gosto. E quer que louvemos, agradeçamos, peçamos desculpa e solicitemos aquilo de que precisamos – não por necessidade, mas por gosto e prazer.
Depois, Deus, no âmbito da Trindade, está habituado, por essência, a comunicar, a viver em comunhão. Ora, é natural que pretenda que as criaturas que resolveu criar à sua imagem e semelhança – os seres humanos – respondam à sua ânsia comunicativa e comungante. Ora isso, faz-se ouvindo e falando, comunicando, rezando (a sós ou em comunidade). A comunicação é essencial ao homem de modo que os silêncios, por mais necessários e produtivos que sejam – e são-no – têm de ser ativos, produtivos e provisórios. De tal modo Deus nos criou à sua imagem e semelhança que, às vezes, até parece que Ele foi concebido à nossa imagem e semelhança (Não pode é dizer-se que tenha sido o homem a inventar Deus a sua imagem e semelhança, mas ao invés!).
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No entanto, isto não é tão simples, dado que Deus não se vê. E, apesar de Deus se tornar visível em Jesus Cristo e nos ensinar a rezar, isto não é fácil. Dizem, mesmo, que este é um problema teológico muito difícil. E, para o resolver, costuma citar-se a doutrina do grande doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino que, na Summa Theologica II-II, q. 83, a.2, explica:
Para esclarecimento desta doutrina, deve considerar-se que a providência divina não só determina os efeitos, mas também de quais causas [provêm tais efeitos], e em que ordem são causados. Entre as múltiplas causas, há também as que são atos humanos. Donde [se infere] ser necessário, não que os homens façam alguma coisa para, pelos seus atos, mudarem o que foi disposto pela providência divina, mas que, pelos seus atos, realizem alguns efeitos, segundo a ordem disposta por Deus. Isto acontece também nas causas naturais e algo semelhante na oração. Não oramos para mudar o que foi disposto pela graça divina, mas para que façamos o que Deus dispôs para ser realizado devido à oração dos santos. Por isso, escreve Gregório: ‘Pedindo, os homens mereçam receber aquilo que Deus omnipotente determinou conceder-lhes desde a eternidade’.”.
E continua:
(...), portanto, deve-se dizer que não é necessário apresentar as preces a Deus para torná-Lo ciente dos nossos desejos ou indigências, mas para que nós mesmos consideremos que, nesses casos, se deve recorrer ao auxílio divino. (...), deve-se dizer, como foi dito acima, que a nossa oração não objetiva mudar aquilo que foi disposto por Deus, mas conseguir d´Ele, pelas orações, o que Ele dispôs. (...), deve-se dizer que Deus concede muitas coisas por liberalidade mesmo que não pedidas. Mas quando nos concede o que Lhe pedimos, o faz para nossa utilidade, a saber, para que consigamos a confiança para recorrer a Deus e tenhamos o reconhecimento de que Ele é o autor dos nossos bens. A tal respeito, escreve Crisóstomo: 'Considera quanta felicidade te foi concedida; quanta glória te foi atribuída; pelas orações, dialogar com Deus, conversar com Cristo, aspirar ao que querer e pedir o que desejas’.”
Assim, os cristãos sabem que é necessário rezar, suplicar a Deus, o que levanta o seguinte problema: Se a oração, a súplica é necessária e ela muda o agir de Deus, que é imutável e estável em seus desígnios? A resposta dada pelo Doutor Angélico, como visto acima, sintetiza-se na asserção: a oração do homem faz parte do modo de a Providência divina operar.
O Catecismo da Igreja Católica também ensina na mesma via quando assume que:
“A oração cristã é cooperação com a sua Providência, com o seu plano de amor para com os homens” (CIC 2738).
Portanto, Deus não determina, na sua Providência, apenas o efeito final, mas ainda as causas através das quais Ele o irá realizar e o caminho pelo qual o Seu desejo irá suceder.
Deus, como Amor a fonte de todo o amor, não quer ser o único que ama. Quer amar também com as suas criaturas. Jesus, ao contar a parábola da viúva que insistia com o juiz iníquo para que lhe fizesse justiça (Lc 18,1-8), queria mostrar aos discípulos “a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir” – rezar com perseverança. É óbvio que esta parábola está conexa com a do amigo importuno (Lc 11,5-8), que por tanto pedir ao amigo, o demove para que lhe dê aquilo de que necessita, se não por mérito, ao menos para evitar a continuação do incómodo e impertinência. Também a questão, se o crente não rezasse, a vontade de Deus não aconteceria, encontra resposta no Livro de Ester quando Mardoqueu diz que ela fora ali providencialmente colocada para salvar o povo, mas que ela não era 'necessária' para isso, pois, mesmo se ela se calasse, Deus faria vir a salvação e a libertação do povo de outro lugar (cf Est 4,14).
Existe, assim, grande dificuldade em calibrar a Providência de Deus (bondosa, sábia e imutável) e a liberdade humana, por vezes caprichosa. São duas realidades aparentemente antagónicas: o homem é tão livre que pode dizer não a Deus. Contudo, Deus há de realizar o seu projeto para cada pessoa; e, na vida de oração, o homem coopera com a Providência divina. E não vale a pena negar a Providência divina, alegando que ela não passa de invenção de alguns ou de “visão platónica” do Cristianismo. Aí, a Constituição Dei Filius, do Concilio Vaticano I, ensina:
“Tudo aquilo que Deus criou, Ele o conserva e governa com sua providência, 'alcançando com força de uma extremidade a outra e dispondo com suavidade todas as coisas'. Pois, 'tudo está nu e descoberto aos seus olhos', mesmo que há de acontecer por livre ação das criaturas.” (DH 3003).
Assim e em suma: Deus, por sua providência, fará prevalecer a sua vontade, mas Ele providencia também as orações dos homens.
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Deus não muda, mas nós, à medida que rezamos, sentimos tudo a transformar-se na nossa vida.
Desde o mais íntimo do coração, se faz a mudança. Um ser humano que ora transforma-se a si, aos outros e ao ambiente onde está no cumprimento da sua missão. Porém, a vida de oração não é fácil. Os mestres espirituais o atestam. As noites escuras de João da Cruz tornam-se presentes tantas vezes. Tudo faz parte da caminhada. O importante é perseverar e saber esperar. Teresa de Calcutá sentia a dúvida existencial e a sensação do abandono de Deus. E Inácio de Loyola falava de tempos de desolação, a par dos tempos de consolação, sendo que estes nos servem como reservatórios de céu. São aqueles momentos marcantes em que a presença de Deus foi “sensível” e irrefutável e que ficam na memória do coração, reabastecendo-nos por uma vida.
Quando deixamos de falar com alguém, deixamos que o espaço de tempo sem encontro seja muito grande, perdemos a intimidade, o brilho da amizade. Da mesma forma, com o Senhor, temos de renovar a nossa amizade filial e o carinho por Ele e pelos que são d’Ele todos os dias. O encontro diário deve ser agradável. Devemos “marcar encontros” efetivos e afetivos com Nosso Senhor e Amigo. A vida de oração faz-nos perceber que onde parece não haver caminho para nós, Deus faz um caminho. E Paulo recomenda:
“Orai sem cessar. Em todas as circunstâncias dai graças, porque esta é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (1Ts 5,17-18).
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Outra razão pela qual se infere que é preciso rezar retira-se da vida do dia a dia. Sem alimento (comida, bebida e ar), não podemos viver. Se não nos nutrimos e arejarmos, o corpo não tem o sustento necessário. Algo análogo ocorre com a vida de oração. Se não rezamos, morremos espiritualmente pouco a pouco. Precisamos de rezar porque queremos viver. Porém, este singelo enunciado requer uma reflexão um pouco mais atilada. Indo ao âmago do homem, recordaremos que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e leva no seu íntimo a marca do Criador, de que necessita se quer chegar à sua máxima realização. Hoje vemo-nos a recuperar a consciência da dimensão espiritual da pessoa e procuramos tê-la em conta. Entretanto, a atenção a essa dimensão espiritual não implica uma simples meditação sobre coisas imateriais. Essa reflexão, embora nos torne mais profundos ou nos ajude a compreender melhor certas realidades, não é suficiente. É que a oração não é mera reflexão; é encontro com Deus que está sempre a bater à porta do nosso coração, implica uma relação com Deus, pessoal, viva, real. A oração é efetivamente relação e diálogo entre o homem e Deus. É, como o ressalta o CIC, a relação viva e pessoal da pessoa com Deus vivo e verdadeiro (cf CIC 2558), o que significa que a oração não é uma relação como qualquer outra, pois, quando nos encontramos com Deus nutrimo-nos da vida no Espírito (vida que só Deus é capaz de dar), sem a qual não podemos avançar por caminhos da santidade. Tal diálogo pode ser alimentado pela palavra (espontânea ou de fórmula), pelo silêncio, pela lectio divina ou pela simples postura na presença de Deus.
No ciclo de reflexões sobre a oração com que preencheu a tradicional catequese semanal de algumas quartas-feiras, em 2011, Bento XVI recordava que o homem é religioso por natureza e afiançava que a imagem do Criador
“Está impressa no seu ser, e ele sente a necessidade de encontrar uma luz para dar uma resposta às interrogações que dizem respeito ao sentido profundo da realidade” (Audiência geral, 11.05.2011).
Isto perpassa as diversas culturas ao longo da história, nas tentativas do homem para se comunicar com Deus. Todos estamos chamados ao encontro com Deus, encontro sem o qual ficamos falhos e até vazios. Deus quer que nos relacionemos com Ele. A oração é um dom e um convite ao encontro. Deus, que é nosso Pai, quer obviamente que dialoguemos com Ele, que lhe abramos o nosso coração na intimidade da oração. Por outro lado, a experiência da autêntica amizade assegura que os amigos saem juntos, dialogam e procuram fazer crescer sua amizade. Ora, a experiência da paternidade e a da amizade são-nos próximas e servem para entendermos um pouco melhor porque devemos rezar. A oração ajuda-nos a compreender e viver melhor o facto de que Deus é Pai e amigo. Também, quando não sabemos o que fazer ou não vemos claro um caminho que devemos seguir ou uma decisão que devemos tomar, recorremos ao conselho de pessoas em quem depositamos confiança. De modo análogo, fazemos com Deus ao rezar.
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Muitos procuram Deus apenas quando precisam dele sentem-se em falta por isso, se não fazem. O próprio Jesus disse: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Lc 11,9). Assim nos ensina que, quando tivermos necessidades, podemos recorrer a Deus com toda a confiança. Às vezes, damos conta de que só Ele pode nos ajudar. Então devemos rezar pedindo o que julgamos necessário. Deus escuta sempre as nossas orações e responde-nos da maneira mais adequada, que pode não ser a mais agradável. E Jesus explica:
“Todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á. Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!” (Lc 11,10-13).
A oração é, pois, muito necessária sobretudo nos momentos difíceis da vida ou quando nos achamos em situação de particular urgência. Não se trata de pedir por capricho, mas de procurar que em todo momento se cumpra o Plano de Deus. Deus, Pai Misericordioso, sabe dar-nos sempre aquilo de que precisamos. Não precisamos de multiplicar as palavras, “como fazem os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos”. Com efeito, o nosso Pai celeste sabe do que necessitamos antes de Lho pedirmos (cf Mt 6,7-8). Ainda assim, convida-nos a rezar pedindo por nossas necessidades espirituais e materiais, como Jesus nos ensinou com a oração do Pater (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4).
E, em coerência com o que foi dito acima, há que elevar o nosso olhar acima dos problemas e necessidades para cultivarmos a vida de relação com Deus. A par disto, temos de reparar que à nossa volta há muitíssimas pessoas que também necessitam da ajuda de Deus. Sendo assim, uma das dimensões mais valiosas da oração é rezar pelos outros. O nosso interesse amoroso pelo próximo concretiza no plano visível o nosso amor de Deus. Esta é também uma poderosa razão para rezar, pois Deus derrama certamente a sua graça sobre aqueles por quem rezamos.
Contamos com a presença da Virgem Maria e com a intercessão dos anjos e santos, a quem também podemos e devemos rezar rogando-lhes que se interponham ante Deus pelas nossas necessidades e pelas necessidades dos outros. Mas de forma especial, Maria, a Mulher do silêncio e do cântico dos louvores e das misericórdias divinas, Mestra da nossa vida espiritual, será a nossa companheira e guia da oração com o foi dos primeiros discípulos (cf At 1,14).
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A vertente da oração que fomos explanando foi predominantemente a de petição. Mas orar é bem mais do que pedir: é aproximar do rosto de Deus a nossa boca ou o pensamento que ela exprime. De certo modo, orar é adorar, como noutras ocasiões explicamos, citando Bento XVI na JMJ de Colónia. E convém meditar e rezar com toda a profundidade a 1.ª parte do Pai-Nosso, em que não pedimos, mas formulamos votos atinentes ao Nome de Deus, ao Reino e Vontade.
A oração de petição, tão necessária deve ser ancorada, acompanhada e reforçada pelo agradecimento ou ação de graças a Deus pela vida e por tantas coisas boas que esta nos proporciona. Se nos detivermos a pensar um pouco, reconheceremos as muitas bênçãos que Deus derramou sobre nós e sobre o próximo e as bênçãos que outorgou ao mundo através de nós e dos outros. Aliás, se rezamos como Jesus ensinou e como Ele fez, temos de dar graças ao Pai (vd Mt 11,25-27; Lc 10,12-15; Jo 6,11; 11,41). Os apóstolos também recomendam a oração de ação de graças (vd 1Ts 5,17-18). Seria injusto crer que merecemos os benefícios de Deus ou que a eles temos direito, quando devemos reconhecer que as suas bênçãos são expressão do amor gratuito e generoso de Deus.
Depois, temos de fazer oração de propiciação pelas nossas faltas, reconhecendo-nos pecadores, e comprometer-nos a perdoar aos outros: “Perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” (Mt 6,12). E usamos da humildade de pecadores arrependidos, como o cobrador de impostos, que, “mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador’.” (Lc 18,13).
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Ora a oração, mesmo que não seja tipicamente propiciatória, purifica-nos e constitui um meio de santificação, porque nos faz mergulhar no mistério abissal de Deus. Nesse mergulho, nós conseguimos adorar (fim latrêutico), dar graças e bendizer (fim eucarístico), pedir perdão (fim propiciatório ou expiatório) e suplicar os auxílios divinos (fim impetratório)
A relação com Deus “purifica e leva à sua plenitude o anseio originário que o homem tem de Deus, oferecendo-lhe na oração a possibilidade de uma relação mais profunda com o Pai celeste” (Bento XVI, Audiência geral, 4.05.2011). Tal relação tem na oração um momento privilegiado de encontro, que nos leva a compreender melhor quem somos nós, quem é Deus e quem sãos outros; leva-nos a alimentarmo-nos espiritualmente do dom de Deus, sem o qual não nos sustentamos nem crescemos; constitui ocasião de descoberta do Plano que Deus para connosco; é momento de pedido de ajuda e de fazer apostolado; e é oportunidade de graça e tempo para louvar a Deus e dar-lhe glória. A oração dá-nos força e alegria.
Para tanto, exige-se a humildade de vida e de atitude no silêncio e na palavra, a confiança plena em Deus e a segurança da fé na certeza de que Deus faz o melhor para nós, a perseverança teimosa de quem precisa e espera e a atenção ao que se diz e escuta, no comedimento das palavras e na obediência fiducial da fé. O que importa é que oração nos coloque em comunhão com Deus com o próximo e connosco mesmos, na resposta ao convite desafiante de Deus. E, generoso como é, Deus colocou ao nosso dispor, como instrumento de oração, os 150 salmos, muitos hinos do Antigo Testamento e muitos cânticos do Novo Testamento, sobretudo três cantos evangélicos: Magnificat (Lc 1,46b-55 ), Benedictus (Lc 1,68-79)   Nunc dimittis (Lc 2,29-32).
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Principais citações a ter em conta quanto à oração :
Deus quer que rezemos (Mt 7,7-8;  Lc 11,9-13; Jo 14,13-14; Jo16,23-24); Jesus rezava (Mc 1,35; Mt 14,23; Lc 21,37); Jesus ensinou-nos a rezar (Mt 6,9-13; Lc 11,2-4); os primeiros cristãos rezavam em diversas ocasiões e por diversas necessidades (At,4; At,24; At 2,5; Ef 6,18; 2Tes 1,3).
Orate, fratres! Oremus!

2016.09.30 – Louro de Carvalho

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