A revista IHU On-Line (vd
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/555512-bento-xvi-o-fim-do-velho-o-inicio-do-novo-a-analise-de-georg-gaenswein) publicou o discurso do arcebispo Dom Georg Gänswein, secretário particular
de Bento XVI e Prefeito do Palácio Apostólico – cargo este para o qual foi
designado pelo Papa alemão e em que foi confirmado pelo Papa Francisco – por
ocasião da apresentação do livro de Roberto Regoli, Oltre
la crisi della Chiesa. Il pontificato di Benedetto XVI (em
português: Além da crise da Igreja. O
pontificado de Bento XVI).
A
apresentação ocorreu na Pontifícia
Universidade Gregoriana, no dia 20 de maio do corrente ano, em Roma. Também participou na sessão de apresentação
o historiador italiano Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio.
Porque
algumas das afirmações do orador, que faz questão de continuar a servir dois
papas, se podem prestar a equívocos como aqueles que um colunista do semanário O Diabo fez ressaltar na sua edição do
passado dia 12 de setembro, aqui se deixam algumas notas de reflexão.
***
Refere Gänswein
que, numa das últimas conversas entre Bento XVI e o seu biógrafo Peter Seewald,
de Munique, este lhe perguntara, ao despedir-se: “O senhor é o fim do velho ou o início do novo?”. E então o Papa lhe
respondera: “Um e outro”.
Pelo
contexto da entrevista dada ao Corriere della Sera no dia
subsequente ao da declaração de renúncia de Bento XVI e pelo dos factos
anteriores e posteriores ao ato de renúncia, deve entender-se que aqueles
adjetivos substantivados se referem ao fator “tempo”. E é verdade que Bento
porfiou a continuidade da dinâmica do Concílio Vaticano II (tempo novo), mas, como afirma o seu secretário particular, é
“esse papa como um clássico “homo
historicus”, o homem ocidental por excelência, que encarnou a
riqueza da tradição católica como nenhum outro” e assumiu algumas posturas algo
voltadas para o passado (tempo velho). Porém,
“foi tão audaz” que abriu “a porta a uma nova fase”, àquela viragem histórica “que
ninguém, há cinco anos, podia imaginar”, que nos levou a viver numa “época
histórica que, na bimilenar história da Igreja, é sem precedentes” (tempo novo
em confronto com o velho).
Por outro
lado, Bento XVI declarou, a 11 de fevereiro de 2013, a intenção firme e livre
de renunciar e marcou o início da vigência da renúncia: 20 horas do dia 28,
momento a partir do qual a Sé Apostólica ficaria – e ficou – vacante.
Entretanto, a 22 de fevereiro de 2013, ainda na plenitude dos poderes papais,
estipulou, pela Carta Apostólica Normas
Nonnulas, algumas normas que alteraram a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, sobre a vacância
da Sé Apostólica e a eleição do Romano Pontífice (22 de
fevereiro de 1996). Pela
renúncia, findou o tempo velho; pela Normas
Nonnulas, preparou o tempo novo. O mesmo se pode dizer das palavras de
despedida à multidão reunida, a 28 de fevereiro, em frente do Palácio de
Castelganfdolfo: “Já não sou Sumo Pontífice da Igreja Católica: até às oito
horas da tarde, ainda o sou; depois já não”.
O arcebispo
orador tem razão ao assegurar: “como nos tempos de Pedro, também hoje a Igreja una, santa, católica e apostólica
continua tendo um único papa legítimo”. Já não a tem quando diz que, “há três
anos, vivemos com dois sucessores de Pedro vivos entre nós”. Bento XVI disse ao
povo, em italiano, que já não era “Sumo Pontífice” e não “o Sumo Pontífice”, muito embora a versão inglesa e a francesa
mantenham artigo definido, que versão alemã e espanhola omitem.
A sua declaratio oficial
de renúncia, datada de 10 de fevereiro e proferida a 11, é claríssima:
“… declaro que renuncio ao ministério de
Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais
em 19 de abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20,00
horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante
e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para
a eleição do novo Sumo Pontífice. […] Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero
servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de
Deus”.
Mais: na
saudação de despedida aos cardeais presentes em Roma, disse:
“E entre vós, entre o Colégio
Cardinalício, está também o futuro Papa ao qual já hoje
prometo a minha reverência e obediência incondicionadas”.
É óbvio que não deixou de ser bispo, mas deixou de ser o
Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, tendo
declarado a vacância da Sé e protestado “reverência e obediência
incondicionadas” ao “futuro Papa”.
É certo que
a palavra-chave da declaratio “é munus
petrinum, traduzido – como sucede na maioria das vezes – como ministério petrino” (diz Gänswein); e “munus, em latim, tem uma multiplicidade
de significados”, podendo significar serviço, serviço público, tarefa, guia ou
dom, prenda, espetáculo, jogos públicos e até mesmo prodígio. Porém, nada
legitima que se diga que, apesar de Bento sempre ter entendido a sua tarefa como
participação num serviço eclesial, tenha deixado o Sólio Pontifício, mas sem abandonar, de facto, o ministério petrino. Na verdade, não tem
um ofício público, não emite doutrina nem orientações; quando muito, emite
opiniões. É claro que a vida de recolhimento e oração é efetivamente serviço
eclesial, mas não integra o ministério petrino qua tali, mesmo que vivida na área do Vaticano ou à sombra de São
Pedro. Cabe ao sucessor de Pedro a tarefa de confirmar os irmãos na fé,
apascentar os cordeiros e as ovelhas, oferecer-se como a pedra em que se estabelece a Igreja e favorecer a sua unidade e
catolicidade. Falar de dois papas, um contemplativo e outro ativo, ou de dois
pontífices e um liame chamado Gänswein entre
as duas pontes, só pode entender-se num sentido místico ou acomodatício (in pectore), sem
consequências doutrinais ou pastorais.
***
E será cedo para falar do
pontificado de Bento XVI em jeito de apreciação? Ainda não há distanciamento histórico suficiente
para um juízo histórico inteiramente justo. No entanto, as pessoas não serão
silenciadas. E o primeiro a pronunciar-se foi o cardeal Sodano ao dizer que a
notícia da renúncia ecoara entre os cardeais reunidos “como um raio em céu sereno”, sendo que “certamente, as estrelas no céu continuarão sempre a brilhar, e assim
também sempre em nosso meio a estrela do seu pontificado”. Todavia, será
abusivo relacionar com a renúncia o “raio quilométrico, com um incrível trovão”,
que “atingiu a ponta da cúpula de São
Pedro, posta acima do túmulo do Príncipe dos apóstolos” como se o cosmos
estivesse a acompanhar de modo dramático esta “reviravolta histórica”.
Depois, Regoli empreendeu a tentativa de
traçar um balanço do pontificado de Bento XVI, baseado, na “poderosa e impressionante” e vasta “quantidade
de material crítico” que reviu e analisou para o efeito. De facto, o Papa emérito continua presente
também com os seus escritos, tanto os produzidos como papa – “os três livros
sobre Jesus de Nazaré e
os 16 (!) volumes de Ensinamentos que ele nos entregou no seu pontificado” –
como Ratzinger. E Regoli
aprofunda e documenta as diversas fases do pontificado.
- Logo o
conclave de abril de 2005 fez eleger Joseph Ratzinger através duma das eleições mais breves da história
da Igreja, gastando apenas 4 escrutínios, após a dramática luta entre o denominado
Partido do sal da terra (Salt of
Earth Party) em torno
dos cardeais López Trujillo, Ruini, Herranz, Rouco Varela ou Medina, e o Grupo de St. Gallen
em torno dos cardeais Danneels, Martini, Silvestrini ou Murphy-O'Connor,
grupo que o cardeal Danneels,
de Bruxelas, de modo
divertido, definiu recentemente como “uma espécie de mafia-club”.
Mas a eleição resultou também
dum choque, cuja clave tinha sido fornecida pelo próprio Ratzinger, como cardeal decano, na homilia
do dia 18 de abril, em São Pedro,
a partir da denúncia da “ditadura do relativismo que não reconhece nada como
definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades”. A isto o celebrante orador contrapôs “o Filho
de Deus e verdadeiro homem” como “medida do verdadeiro humanismo”.
O nome que o
Papa assumiu, logo depois da eleição, já representava, segundo o seu secretário
particular, um programa. Ratzinger não
se tornou João Paulo III,
como alguns desejariam, mas ligou-se a Bento XV – “o não ouvido e desventurado grande papa da paz dos
anos terríveis da I Guerra Mundial
– e a São Bento de Núrsia,
patriarca do monaquismo e patrono da Europa”.
Gänswein testemunha
que Ratzinger nunca
fez qualquer pressão para ascender ao Papado. Sonhava, ao invés, vivamente com
uma condição que lhe permitisse escrever com tranquilidade alguns últimos
livros. E, na Capela Sistina, o cardeal Ratzinger
viveu a eleição como um “verdadeiro choque” e sentiu “perturbação” e “vertigem”
logo que sentiu que a eleição recairia sobre ele. O próprio Bento XVI confessou isto por ocasião
da primeira audiência concedida aos peregrinos provenientes da Alemanha. E foi o primeiro papa que,
logo após a eleição, convidou os fiéis a rezarem por ele: “E,
sobretudo, recomendo-me às vossas orações” (19-04-2005).
- O professor Regoli, traçando os
diversos anos do ministério petrino de Ratzinger,
reevoca a maestria e a segurança com que Bento XVI exerceu
o mandato. E vem à tona que, poucos meses depois da sua eleição, que solicitou
para uma conversa privada tanto o seu antigo e tenaz antagonista Hans Küng como
Oriana Fallaci, a agnóstica e combativa ‘rainha’ dos média laicos de Itália, de
origem judaica; e que nomeou Werner Arber, evangélico suíço e prémio
Nobel, como o 1.º presidente não católico da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.
O autor do livro não
omite a crítica da falta de conhecimento dos homens que, muitas vezes, foi
dirigida ao teólogo “pescador”; capaz de avaliar de modo genial textos e livros
difíceis e que, apesar disso, em 2010, com franqueza, confidenciou a Peter Seewald como achava
difíceis as decisões sobre as pessoas, porque “ninguém pode ler no coração do
outro”.
- O padre Regoli define 2010 como um “ano negro” para o Papa,
precisamente em relação: ao trágico acidente fatal ocorrido com Manuela Camagni, uma das quatro Memores Domini pertencentes à pequena “Família
pontifícia”; o caso do bispo tradicionalista Williamson, que dias depois de o
Papa ter levantado a excomunhão aos bispos da Fraternidade São Pio X, negou a
existência do holocausto da II Guerra Mundial; à traição do mordomo Paolo
Gabriele; ao Vatileaks; e a uma
série de ataques cada vez mais mal-intencionados contra Bento XVI.
Bento não
foi um “papa ator” nem um insensível “papa autómato”, mas continuou, no sólio
petrino, a ser um homem, “um homem com as contradições”. E assim ele permanece
hoje.
- Regoli observa
que, depois da última encíclica, Caritas in veritate, de 4 de dezembro de 2009, o pontificado
dinâmico, inovador e com forte carga do ponto de vista litúrgico, ecuménico e
canónico, aparece como que “desacelerado”, bloqueado, atolado. Porém, Gänswein,
embora conceda que, nos anos seguintes, o vento contrário aumentou, não confirma
tal juízo.
E escuda-se
na menção das viagens ao Reino Unido
(2010), à Alemanha e
a Erfurt, a cidade de Lutero (2011), ou ao Oriente Médio –
ao encontro dos preocupados cristãos do Líbano
(2012) – como “marcos ecuménicos nesses anos recentes”.
Depois, menciona, em abono da sua posição, a decisiva conduta de Bento para a
solução da questão dos abusos como sendo uma indicação criteriosa sobre como
proceder, bem como o facto inédito de um papa escrever livros de cunho pessoal,
como a trilogia sobre Jesus de Nazaré, talvez a constituir parte significativa do
seu importante legado.
***
Além disso, Joseph Ratzinger “integrou o ofício
pessoal com uma dimensão colegial e sinodal, quase como um ministério em comum”,
na sequência do lema que elegeu como arcebispo de Munique e Freising,
“Cooperatores
veritatis”, tomado da 3.ª
Carta de João, na qual está escrito: Nós
devemos acolhê-los, a fim de sermos cooperadores
da Verdade (3Jo 8). Por outro
lado, o espírito de Ratzinger
já marcara de modo decisivo o longo pontificado de João Paulo II, a quem serviu fielmente durante quase um quarto de
século como prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé. E continuou igual a si mesmo.
É um balanço
provisório, mas já com a possibilidade de fazer alguns juízos de valor, como se
viu, e sobretudo sem perder de vista uma linha de rumo: a Igreja, a Fé, a
Missão, o Sacerdócio.
Em História
da Igreja, como no atinente aos demais acontecimentos, os papas são enquadrados
e julgados devidamente apenas ex post.
E Regoli menciona o caso de Gregório
VII, o papa reformador na Idade
Média, que morreu exilado em Salerno como fracassado, na opinião de muitos dos seus coevos. No
entanto, foi ele que, nas controvérsias do seu tempo, moldou de forma decisiva
o rosto da Igreja para as gerações vindouras.
O secretário
particular de Bento XVI assegura,
com meridiana clareza, que o seu pontífice não renunciou por causa do pobre
e mal orientado ajudante de quarto ou das alegadas “guloseimas” provenientes do
apartamento papal que, no “caso Vatileaks, circularam em Roma como moeda falsa, mas que “foram
comercializadas no resto do mundo como autênticas barras de ouro”. Nenhum traidor,
“corvo” ou qualquer jornalista o levaria a tal decisão. O escândalo era pequeno
demais para uma coisa dessas e muito maior era o passo bem ponderado de porte
histórico milenar dado por Bento. E,
testemunha imediata daquele passo espetacular e inesperado, admite que sempre lhe
vem à mente o genial axioma com que o medieval pensador João Duns Scotus justificou o decreto
divino para a imaculada conceição da Mãe de Deus: “Decuit, potuit, fecit. Convinha, porque era razoável;
Deus podia fazê-lo; e fez.
A renúncia
do papa teólogo representa um passo à frente, sobretudo pelo facto de, no dia
11 de fevereiro de 2013, falando em latim diante dos cardeais surpresos, ter
introduzido na Igreja Católica a
nova instituição do “Papa emérito”, instituição que Francisco reconheceu, declarando
que suas forças já não eram suficientes “para exercer de modo adequado o
ministério petrino”.
O secretário
particular estava presente quando Bento,
no fim do mandato, depôs o anel do pescador, como é usual no dia seguinte à
morte dum papa, embora, neste caso, estivesse vivo.
Não
alinhando pelo bipapismo (orante vs ativo) de Gänswein, como acima ficou explicado, mas dado o serviço de
recolhimento e de oração que se impôs a si próprio, entendo que, até por razões
honoríficas, o Papa emérito mantenha a batina branca, o nome pontifical e o tratamento
de “Santidade”.
Foi efetivamente
“o passo menos esperado no catolicismo contemporâneo”, escreve Regoli, mas uma possibilidade que o
cardeal Ratzinger ponderara
publicamente já a 10 de agosto de 1978, em Munique, na homilia proferida por ocasião da morte de Paulo VI. 35 anos mais tarde, não abjurou
da prerrogativa petrina, mas deixou a via aberta para a sucessão imediata,
declarando a Sé vacante, o que o Papa usualmente não faz porque ela fica assim
por morte. É agora um sucessor dos apóstolos, mas não se pode afirmar que seja
ainda o sucessor de Pedro.
A sua
postura é totalmente diferente da do santo Papa Celestino V, que, depois da renúncia a 13 de dezembro de
1294, poucos meses após o início do seu pontificado, quis voltar a ser eremita
e com o nome de Pietro da Morrone,
tornando-se, em vez disso, prisioneiro do seu sucessor Bonifácio VIII, que instituiu os anos jubilares.
O passo como
o de Bento XVI é
inédito, pelo que alguns o percebem como revolucionário ou então como conforme
ao Evangelho. Outros, porém, veem o papado “secularizado como nunca antes e,
com isso, mais colegial e funcional, ou mesmo, simplesmente mais humano e menos
sacral”. E outros opinam que Bento XVI, com esse passo, “desmitificou o papado”.
Na sua
panorâmica do pontificado, Regoli ancora-se
numa longa citação da última audiência geral de Bento XVI, no dia 27 de fevereiro de 2013, quando, debaixo dum
inesquecível céu límpido e claro, o Papa, que dali a um dia renunciaria,
resumiu o seu pontificado assim:
“Foi um trecho de caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz,
mas também momentos nada fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos no
barco no lago da Galileia:
o Senhor deu-nos tantos dias de sol e de brisa leve, dias em que a pesca foi
abundante; também houve momentos em que as águas estavam agitadas, e o vento,
contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas
sempre soube que, naquele barco, está o Senhor e sempre soube que o barco da
Igreja não é meu, não é nosso, mas é Seu. E o Senhor não vai deixá-lo afundar;
é Ele quem o conduz, certamente também através dos homens que Ele escolheu,
porque assim quis. Essa foi e é uma certeza, que nada pode ofuscar.”.
Vê Gänswein,
nestas palavras, como foi incondicional, para Bento XVI e para o seu
ministério, a sua adesão às palavras de São Bento, para quem “nada deve se antepor ao amor de Cristo” (nihil amori
Christi praeponere) como é
dito na regra transmitida pelo Papa
Gregório Magno.
Aquela citação
das palavras do renunciante constitui uma sintética autoanálise “que soava tão
poética, mas não era nada mais do que profética”. De facto, são palavras que o
Papa Francisco subscreve, bem como
todos os cristãos em sintonia com o Bispo de Roma. Na verdade, não é aos
papas ou a qualquer bispo ou presbítero, mas a Cristo, ao Senhor mesmo e a mais ninguém, que “pertence a barca de
Pedro, chicoteada pelas ondas do mar em tempestade” – diz Gänswein:
“Quando, sempre de novo, tememos que o Senhor esteja a dormir, não se
importando com as nossas necessidades, enquanto lhe basta apenas uma palavra
para fazer cessar toda tempestade; quando, em vez disso, o que nos fazer cair
continuamente em pânico, mais do que as ondas altas e os uivos do vento, são a
nossa incredulidade, a nossa pouca fé e a nossa impaciência”.
***
Tudo bem diz
Dom Georg Gänswein de Bento XVI. Porém, não vale tentar construir doutrina em
prol da pretensa existência de dois Papas. Compreende-se que a sua afeição a
Bento XVI lhe urja a consideração de Pontífice in pectore. Nada mais! Digo-o à vontade porque sempre admirei o
pontificado de Ratzinger, pontificado pouco amado, porque pouco compreendido.
Todavia, Tu
solus Sanctus, tu solus Dominus, tu solus Altissimus, Iesu Christe!
2016.09.19 – Louro de Carvalho
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