segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O Egito está a descobrir cada vez mais artefactos da cultura antiga


No Egito estão a ser descobertos cada vez mais artefactos da cultura antiga. Não há muito tempo que os cientistas egiptólogos identificaram fragmentos de uma estátua do faraó Ramsés II, um dos governantes mais famosos do Egito antigo, assim como um busto do imperador romano Marco Aurélio. E, em agosto passado, durante os trabalhos de reparação de uma estrada na cidade egípcia de Luxor, trabalhadores encontraram uma esfinge debaixo da terra.
Recentemente, arqueólogos egípcios revelaram os detalhes de um centro ancestral de sepultamento e preparação de múmias que foi descoberto a 30 metros abaixo do solo, perto da necrópole de Saqqara, ao sul do Cairo.
Em 2017, surgiu um novo mistério envolvendo as pirâmides do Egito: os cientistas descobriram o que parece ser um grande vazio dentro da pirâmide de Quéops, conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé. Para tanto, têm usado uma técnica chamada muografia, que é muito usada para estudar vulcões e consegue detetar mudanças de densidade significativas dentro de grandes estruturas rochosas.
Não se sabe porque existe a cavidade ou se ela abriga algo de valor histórico, já que não parece ser acessível pelos caminhos conhecidos até o momento.
Com 146 metros de altura, a Grande Pirâmide é a maior das estruturas de Gizé e foi construída durante o reino do faraó Quéops, entre 2509 e 2483 a. C.
A Pirâmide de Queóps é conhecida por ter três grandes câmaras interiores e uma série de passagens. A mais impressionante, chamada de Grande Galeria, tem 47 metros de comprimento e 8 de altura. O espaço recém-identificado fica logo acima dessa galeria e tem um tamanho similar. “Não sabemos se esse ‘grande vazio’ é horizontal ou inclinado, não sabemos se é uma única estrutura ou várias câmaras sucessivas” – explicou à BBC Mehdi Tayoubi, do Instituto HIP, entidade de Paris envolvida na pesquisa – “o que sabemos é que a cavidade está lá e é impressionante; e não era prevista por nenhum tipo de teoria estabelecida até agora”.
Cientistas japoneses e franceses fizeram o anúncio depois de estudar o complexo das pirâmides de Gizé, nos arredores do Cairo, por dois anos.
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Agora, por acidente, segundo informação de domingo, dia 16 de setembro, do Ministério de Antiguidades do Egito, um grupo de arqueólogos egípcios que trabalham no projeto de contenção das águas subterrâneas no templo de Kom Ombo, em Assuã, descobriu uma esfinge de arenito depois de terem drenado água que inundava templo faraónico.
A este respeito, Mostafa Waziri, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, declarou que provavelmente a peça data da época da dinastia ptolemaica – greco-macedónia –, que governou entre 305 a.C. e 30 a.C., visto que foi encontrada na parte sudeste do templo de Kom Ombo, o mesmo lugar onde há dois meses foram descobertos dois relevos de arenito em homenagem ao rei Ptolemeu V. Porém a idade da peça é apenas estimada.
A missão arqueológica continuará a estudar cuidadosamente a figura do ser mítico com cabeça humana num corpo de animal, o leão, para obter mais dados acerca da sua origem.
A estátua mede 28 centímetros de largura por 38 centímetros de altura. Os pesquisadores acreditam que a figura remonta ao período Ptolemaico porque foi encontrada perto de dois relevos de arenito do Rei Ptolemeu V Epifânio, que governou entre 205 a.C. e 181 a.C., encontrados há dois meses. Os relevos continham escritas em hieróglifos ainda não decifrados. Todas as peças foram transferidas para o Museu Nacional da Civilização Egípcia, em Fostate, para conservação, exibição e pesquisas.
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reino ptolemaico (/ tɒlɪˈmeɪɪk/; grego antigo: Πτολεμαϊκὴ βασιλεία, Ptolemaïkḕ basileía) era o reino helenístico baseado no Egito liderado pela Dinastia Ptolemaica, que começou com a ascensão de Ptolemeu I Sóter após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a. C. e que terminou com a morte de Cleópatra VII, a que se seguiu a conquista romana em 30 a. C.
O Reino Ptolemaico foi fundado em 305 a. C. por Ptolomeu I Sotér (salvador, protetor), que se declarou Faraó do Egito e criou uma poderosa dinastia helenística que governava uma área que ia do sul da Síria a Cirene e ao sul até à Núbia. Os estudiosos também argumentam que o reino foi fundado em 304 a. C. por causa do uso diferente de calendários: Ptolomeu coroou-se em 304 a. C. no calendário Egípcio antigo, mas em 305 a. C. no antigo calendário macedónio; para resolver a questão, o ano 305/4 foi contado como o primeiro ano do Reino Ptolemaico nos papiros demóticos. Alexandria tornou-se a capital e um importante centro da cultura e comércio gregos. Para ganhar reconhecimento pela população nativa do Egito, os Ptolemeus intitularam-se os sucessores dos Faraós. Os posteriores Ptolemeus assumiram as tradições egípcias ao casarem-se com as suas irmãs e elas com os seus irmãos e foram retratados em monumentos públicos em estilo e vestuário egípcios e participaram da vida religiosa Egípcia. Os Ptolemeus estavam envolvidos em guerras civis e estrangeiras que levaram ao declínio do reino e sua anexação final por Roma. A cultura helenística continuou a prosperar no Egito durante os períodos romano e bizantino e até à conquista muçulmana.
Ptolemeu V Epifânio, filho de Filópator e Arsínoe, era uma criança quando chegou ao trono; e uma série de regentes correram o reino. Antíoco III, do Império Selêucida, e Filipe V, da Macedónia, fizeram um pacto para apreender as posses ptolemaicas. Filipe apreendeu várias ilhas e lugares em Cária e Trácia, enquanto a batalha de Panium em 200 a. C. transferiu a Cele-Síria do controlo Ptolemaico para o Selêucida. Depois dessa derrota, o Egito formou uma aliança com o poder crescente no Mediterrâneo, com epicentro em Roma. Assim que atingiu a idade adulta, Epifânio tornou-se um tirano, antes da sua morte prematura em 180 a. C., em virtude da qual lhe sucedeu o filho Ptolemeu VI Filómetor (amante de sua mãe).
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Na cidade egípcia de Luxor, durante obras de reparação de uma estrada – mais propriamente a Estrada Al-Kabbash, via que liga os dois templos de Karnak e Luxor, foi encontrada uma nova esfinge debaixo da terra, como comunicou o chefe do Departamento de Antiguidades da província, Mohamed Abdel Aziz, que assinalou possuir a estátua a forma de um leão com rosto humano, similar à famosa Esfinge de Gizé.
O lugar pode ser visitado por turistas, mas, de acordo com o predito alto funcionário, os especialistas, por enquanto, não têm pressa em extrair o monumento soterrado, entendendo que ele ainda não pode ser desenterrado para não ser afetado devido à natureza do ambiente em que se encontra, sobretudo pelas mudanças drásticas de temperatura.
A construção da Esfinge de Gizé foi ordenada por Quéfren, o quarto faraó da 4.ª Dinastia do Império Antigo. A estátua de pedra a retratar um leão com rosto humano permanece a maior do mundo até hoje. Acredita-se que Quéfren deu ordem para retratar o próprio rosto na estátua – esfinge traduz-se como “pai do medo” em árabe. De acordo com os historiadores, todos os faraós que reinaram posteriormente encararam como um dever “renovar” a cabeça da Esfinge, mantendo a mesma estrutura, tentando sempre que a estátua tivesse a máxima semelhança com os próprios governantes.
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templo de Kom Ombo, onde foi recentemente encontrada a esfinge, é dedicado ao deus Sobek, o deus crocodilo, e ao deus Hórus, o deus falcão. Foi construído há mais de dois mil anos, durante a governação de Ptolomeu VI, filho de Ptolomeu V, em Kom Ombo, cidade localizada na margem direita do rio Nilo, a cerca de 160 quilómetros a sul de Luxor e a 40 quilómetros a norte de Assuã.
O templo sofreu a ação das inundações do rio Nilo e de terramotos. Também teve uma parte das suas pedras retiradas para a execução de outros projetos.
Dedicado a duas divindades, possui uma simetria perfeita. Um lado é para o deus crocodilo Sobek, deus da fertilidade e criador do mundo. O outro lado é dedicado ao deus falcão Horus.
Segundo a mitologia, os dois completavam-se e, quando completos, tornavam-se indivisíveis.
Também há um nilómetro no local. O nilómetro é um poço com uma escada que desce até ao nível do lençol freático para medir as flutuações do nível da água do rio Nilo, o que  permitia determinar a intensidade da inundação anual do Nilo, prática importante para calcular o valor dos impostos do ano. 
As esfinges representavam o poder real no Egito Antigo, combinando a força física de leão com a sabedoria de rei. A Grande Esfinge de Gizé, com cerca de 20 metros de altura, é a maior e a mais conhecida.
O Templo de Kom Ombo é um conhecido destino turístico por ser o único dedicado a duas divindades: a parte sul era dedicada a Sobek, o deus crocodilo da fertilidade e criador do mundo; enquanto a parte norte ao deus falcão Hórus.
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As novas descobertas, além de contribuírem para o enriquecimento do património arqueológico e monumental egípcio, poderão revelar-se uma mais-valia económica pela via do turismo.
208.09.17 – Louro de Carvalho

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