sábado, 4 de abril de 2015

Com a paciência das santas mulheres...


Sepultado o Senhor, guardaremos o sábado santo com a paciência das santas mulheres. Observaram elas o repouso sabático segundo a Lei de Israel, muniram-se de apetrechos adequados, nomeadamente perfume e os unguentos para o divino morto de modo que, na madrugada do primeiro dia da semana, pudessem ir pressurosas homenagear mais cuidadosamente o Senhor.
Porém, nós, que temos a oportunidade de compreender a causa, o significado, o objetivo e a excelência da Paixão do Redentor do Homem, comemoremos a sua descida à mansão dos mortos, meditaremos a proximidade do Deus Senhor que habita entre nós e quer que nós recomecemos a aprendizagem do seu ensinamento a partir da Galileia, passando por Jerusalém até aos confins da Terra, penetrando com o fermento do evangelho e a luminosidade do Espírito os mais recônditos escaninhos do coração do homem e dos grupos em que ele se insere.
Como é bom entrar no coração de Deus para perceber o coração do irmão e viverem os irmãos sem união!
Se a caminhada quaresmal foi de arrependimento e de aceitação da Boa Nova do Reino de Deus e da sua justiça, aguardaremos em esperança certa que o Espírito de Deus, que paira sobre as águas por mais turbas que sejam, nos explique toda a Lei e os Profetas cujas promessas e figurações se realizaram em Cristo, Filho de Deus, fonte e vida da Igreja. Importa, pois, que hoje a partir de hoje estejamos atentos às divinas inspirações e aos anseios e dramas dos homens nomeadamente dos que mais sofrem e dos que não têm tido vez e voz.
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Lida e meditada a Paixão de Cristo, todos ficam a saber que “ nós temos Jesus Cristo, o Justo, como nosso advogado junto do Pai. Ele é vítima de propiciação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro” (1Jo 2,1b-2). E a nós, mesmo não integrando a geração farisaica que Jesus denominava de “má e adúltera”, não nos foi prometido outro sinal que não o sinal de Jonas – e esse sinal nos basta – “assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do monstro marinho, assim o Filho do Homem estará (esteve) três dias e três noites no seio da terra (cf Mt 12,40).
Todavia, quem meditou a Paixão segundo João sabe que na cruz se realizou a obra salvífica do Pai a respeito do homem, “Tudo está consumado” – disse Jesus antes de expirar (cf Jo 19,30). E ao discípulo amado (e na pessoa dele foi entregue a todos os discípulos) foi entregue a Mãe de Jesus para que ele A acolhesse em casa como mãe e seguisse as suas indicações maternais – Mulher, eis o teu filho; [discípulo,] eis a tua mãe (cf Jo 19,2730).

Não será descabido chamar hoje e a partir de hoje para a meditação do crente e sua ação missionária a solicitude de Maria, a mãe de Deus e dos homens.

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