segunda-feira, 14 de junho de 2021

A polivalência do conceito de “amor”

 

Quando se diz amor de Deus pela humanidade, amor de pais pelos filhos, mandamento do amor fraterno ou amor conjugal e de namorados, não se está a falar exatamente da mesma coisa.

No prefácio a “The Four Loves(Os Quatro Amores), que explora a natureza do amor na perspetiva cristã, C.S. Lewis, tendo-se inicialmente equivocado com a expressão joanina “Deus é amor” (Deus caritas est – Ho Theòs agápê estín: 1Jo 4,8) como simples usurpação deste tópico, explica sumariamente o conceito de amor. Distinguindo a necessidade de amor (como o amor da criança para a mãe) e o amor divino (de Deus pela humanidade), explanou desde as formas básicas do amor até às mais complexas, que a princípio se assemelham. E formulou a fundação para o seu tópico “o mais elevado não fica sem o mais baixo” explorando a natureza do prazer. Nestes termos, dividiu o amor em 4 categorias, baseadas nas 4 palavras gregas para o amor: storgê, philía, éros (ou: érôs) e agápê. Segundo Lewis, como aconteceu com Lúcifer, um antigo arcanjo que se perverteu pelo orgulho e caiu na depravação, sucede que o amor demasiado emotivo poderá corromper levando a presumir ser-se o que não se é. É verdade que “Deus é amor”, mas, quando o amor humano começa a ser deus, torna-se demoníaco. 

Assim, falando do amor familiar, Lewis aponta a storgê como o afeto para com a família e pessoas que se encontraram no seu círculo social. É a forma do amor mais natural, emotiva e difundida: natural, pois existe sem a coerção; emotiva, porque é o resultado do afeto devido à familiaridade; e o mais extensamente difundida, porque dá menos atenção às duas caraterísticas julgadas “valiosas” ou dignas do amor e, por conseguinte, pode transcender a maioria dos fatores discriminadores. Entretanto, ironicamente, a sua força é o que a torna vulnerável. Tem a afeição a aparência de “pré-fabricado” ou “pronto”, diz Lewis, pelo que as pessoas a esperaram naturalmente e a praticam sem grande problema, a menos que surjam situações que pareçam colocar em causa a sobrevivência.

Por sua vez, a philía, que os latinos traduzem por amicitia (amizade), é uma forte ligação entre pessoas que compartilham um interesse ou uma vida comum, a amizade entre amigos e companheiros. Lewis frisa que a definição de amizade é mais estreita que o companheirismo: a amizade em sentido real só existe se houver algo que a alicerce. Esta é o menos natural dos tipos de amor citados por Lewis, pois não é necessário um(a) progenitor(a) para ter afeição (storgê), não tem o amor romântico e desejo envolvidos (éros) ou o amor incondicional e divino (agápê). Tem menos associação com impulso ou emoção. Apesar destas caraterísticas, era na opinião dos antigos (e de Lewis), o mais admirável dos amores porque não olha o amado, como o éros, mas olha-o em nome do que alicerça este amor – porque o relacionamento lhe deu forma. Sem o benefício da amizade a enfraquecer a solidão e outros aspetos da psyquê humana, a humanidade certamente estaria em ruínas. A amizade em si é o maior dos bens.

Já o éros é o amor no sentido “romântico”, associável à sexualidade e suas vertentes, com os seus pecados e prazeres. Para Lewis, o éros é indiferente em si. Porém, é bom porque promove a apreciação do amado com todo o prazer que puder ser obtido dele; e é mau, se se tornar cego, condição em que tem estado na raiz de muitas das tragédias mais abomináveis da história. De acordo com o seu aviso de que o “amor começa a ser demoníaco…”, Lewis adverte para o perigo da elevação do éros ao status de um deus, ou seja, a idolatria do amor. Neste caso, de intenso passa a um dos piores tipos de amor: cruel e inebriante ao mesmo tempo.

A agápê, dita no masculino e em português “o ágape” em referência ao banquete da fração do pão (celebração eucarística) entre os primeiros cristãos, é o amor divino e incondicional. Lewis reconhece-o como o maior dos amores e vê-o como virtude especificamente cristã; focaliza a necessidade de subordinar os amores naturais ao amor de Deus, repleto de amor caridoso, tão cheio que transborda e pode ajudar-nos a amar; e compara metaforicamente o amor com um jardim, a caridade com os utensílios do jardineiro, o amante com o próprio jardineiro e Deus com os elementos da natureza. O amor e a orientação de Deus agem no nosso amor natural (que não pode remanescer o que é por si) como o ato do sol e da chuva num jardim: sem um ou outro, o objeto (metafórico do jardim; realisticamente o amor próprio) cessaria de ser bonito ou digno.

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Todavia, a análise de Lewis está longe de abarcar toda a tipologia do amor no léxico grego, que oferece muitos vocábulos conceituais. Assim, em grego antigo, não há só palavra para descrever o amor, antes a filosofia da Grécia antiga o classifica em diversas formas:

- Agápê significa “amor” no grego moderno. O termo foi usado de maneiras diferentes por uma variedade de fontes (contemporâneas e antigas), incluindo os escritores bíblicos. Muitos pensavam que a palavra representava só o amor divino, incondicional, com autossacrifício, pela vontade e pelo pensamento, embora passível de ser praticado por humanos inspirados por esse sentimento, mas em grau bem inferior por via das imperfeições e limitações humanas. Os filósofos gregos no tempo de Platão e outros autores antigos usaram o termo para denotar uma afeição em contraste com philía (afeição que pode ser encontrada entre amigos e de forma não sexual)éros (afeição de natureza sexual e romântica). No NT (Novo Testamento) descreve, entre outras coisas, o relacionamento entre Jesus e os discípulos, significando autossacrifício e dádiva amorosa a todas as pessoas – amigos e inimigos – o amor ao próximo. Pelo seu uso frequente no NT, os escritores cristãos desenvolveram significativa quantidade de teologia baseada na interpretação desta palavra.  

Éros remete para a palavra grega moderna “érotas” a significar “amor romântico”. Não obstante, éros não evoca necessariamente uma natureza sexual, embora esteja muitas vezes associado ao desejo, atração física, prazer e sexo. Pode ser interpretado como o amor a quem se ama mais que no amor de philía, aplicando-se-lhe a definição de relação afetiva propriamente dita: o amor entre os apaixonados. Filosoficamente, Platão refina uma definição própria de éros: embora esta forma de amor seja sentida inicialmente em relação a uma pessoa, contemplando-se esta, o amor é transformado numa apreciação da beleza trazida na alma ou mesmo na apreciação da beleza formalmente definida. Platão não observa na atração física uma parte necessária do amor erótico, donde o amor platónico significar amor sem atração física. Segundo Platão, o éros promove o conhecimento da recordação da beleza da alma e contribui para a compreensão da verdade espiritual. Amantes e filósofos são inspirados a procurar a verdade pelo éros. O trabalho mais famoso de Platão sobre o assunto é “O Banquete”, onde se espelha uma vigorosa discussão entre os estudantes de Sócrates sobre a natureza do éros.

- Philía é “amizade” no grego moderno e indica o amor virtuoso e desapaixonado. É o tipo de amor relacionado com amizade e companheirismo, sem o éros. É o amor entre amigos e irmãos. O conceito foi desenvolvido por Aristóteles e Cícero (De amicitia) incluindo lealdade aos amigos e à comunidade e requerendo igualdade e familiaridade. Este, com o termo agápê, constitui a forma usada para o amor nos textos do NT. Para Aristóteles, a philía é necessária para a felicidade (não se escolhe viver sem amigos, mesmo com todos os outros bens, nobreza ou gentileza para si).

- Phílos, termo que de adjetivo passou a ser utlizado também como nome, significa “amado” ou “querido” e “confiabilidade”, amicabilidade ou lealdade baseada na confiança. Descreve o amor amical e companhia amiga, um tipo de amizade no valor carateristicamente grego enraizado profundamente no conceito de reciprocidade, pela troca de favores e apoio, no sentido íntimo de respeito de um para o outro, tendo atitudes amigáveis e confiáveis de companheiro/parceiro. É o oposto de hostil, odiador e inimigo (ekhthrós), separado de xénos (ξένος estranho ou desconhecido).

- Storgê é “afeição” no grego moderno. É usada para indicar a afeição natural que os pais sentem pela prole e vice-versa. É o mais benéfico dos afetos. Acontece na família, entre os seus membros. É o amor entre pais aos filhos e outros membros do núcleo familiar. É o tipo de amor que nasce naturalmente, muitas vezes biológica e diferentemente de philía e éros, em que o amor aparece de formas circunstanciais. Este é um amor considerado “pronto”, do nascimento.

- Filautia (filáucia, autoestima) é “amor-próprio”, egoísmo. Comporta uma atitude mental positiva e exprime-se no autocuidado, autorreconhecimento, autoconsciência e autovisibilidade. Não é per se sinónimo de vaidade, mas consciência e aceitação de quem a pessoa realmente é, mostrando-se compaixão em tempos mais escuros. É positivo, como autocompaixão; e negativo, como amor auto-obcecado, na versão doentia, que alguns chamam de egotismo.

- Xenía (xénia) é “hospitalidade”. É a generosidade e cortesia mostradas aos que estão longe de casa e/ou associados à pessoa que oferece amizade aos hóspedes. Os rituais de hospitalidade criaram a relação recíproca entre hóspede e anfitrião, expressa tanto em benefícios materiais (vg doação mútua de presentes) como em imateriais (vg proteção, abrigo, favores ou certos direitos normativos).

- Prágma (“realidade”) é forma amadurecida e pragmática de amor, envelhecido com o tempo como o vinho bom. É comummente visto em cônjuges casados há décadas e é algo pelo qual todos ansiamos inconsciente ou secretamente, a companhia que olha além das nossas limitações e nos ama pela nossa fragilidade. É amor em que somos incondicionalmente aceites e de que nunca nos afastamos. É difícil de estabelecer e postula muito tempo e paciência.  

- Lydós (no latim, ludus) é “jogo”, amor lúdico, desejo de quererem divertir-se um com o outro, fazer atividades em ambiente fechado e ao ar livre, provocar, saciar e fazer brincadeira inofensiva. A aquisição de amor e atenção em si pode fazer parte do jogo. A afeição entre jovens amantes, paquera, provocação compulsória-impulsiva e euforia infantil-instintiva de estar em novo relacionamento é parte e parcela dessa forma de amor. Para os gregos, o amor deveria ter uma componente de diversão e brincadeira, não tendo de ser sério o tempo todo.

- Manía (mania) é “transtorno mental”. Daí os termos “maníaco” e “manico”. É o desejo de manter o parceiro em alta estima e querer amar e ser amado desse modo, vendo especialidade na interação. Tende a levar o parceiro à loucura e obsessão. Na roda de cores, é representada pela cor púrpura, pois é mistura ou desequilíbrio entre ludus e éros. Ocorre quando o amor se torna assustador e é competência de stalkers (bisbilhoteiros) e ilusão. Os que vivenciam esta forma de amor tornam-se codependentes e podem ser autores de abuso dos seus entes queridos.

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Em latim usam quase indistintamente os nomes amor, caritas e dilectio (e os verbos amo e diligo”). Porém, merecem atenção 3 dos termos gregos selecionados por Lewis (storgê, philía e agápê).

Enhancing Strong’s Lexicon define storgê como acalentamento dos parentes (especialmente pais ou filhos); amor mútuo de pais e filhos e esposa e marido; afeição amorosa; propensão a amar; amor terno; e, sobretudo, ternura recíproca entre pais e filhos. Tal como éros, o termo grego storgê  não aparece na Bíblia. Porém, a forma oposta é usada duas vezes no NT (Rm 1,31: astórgous; 2Tm 3,3: ástorgoi). Assim, “ástorgos significa “sem amor, desprovido de afeição, sem afeição por parentesco, coração duro, insensibilidade”. E aplica-se às pessoas injustas “tolas, sem fé, sem coração, sem escrúpulos” ou à geração desobediente que vive nos últimos dias, “insensível, inapelável, caluniosa, sem autodomínio, brutal, sem amar o bem”. Então, a falta de storgê, o amor natural entre os membros da família, é um sinal do fim dos tempos.

O termo philía é retirado da “Ética a Nicómaco”, de Aristóteles, e é traduzido geralmente como “amizade” e, às vezes, como amor”. O verbo é “philéô”. Como diz Gerard Hughes, nos livros VIII e IX, Aristóteles dá exemplos de philía incluindo:

Os amantes novos, os amigos para toda a vida, as cidades com os outros, os contactos políticos ou de negócio, os pais e as crianças, o companheiro de viagem e os companheiros de armas, os membros da mesma sociedade religiosa, ou mesmo no jantar, ou mesmo na tribo, do sapateiro e da pessoa que lhe compra”.

Todos estes relacionamentos envolvem o bem com o outro, embora, segundo Aristóteles, às vezes, haja algo mais que o simples gostar. Quando fala sobre o caráter ou a disposição que cai entre a adulação ou a bajulação, para uns, e impertinência ou a truculência, para outros, diz que, neste estado, não se tem nenhum nome, mas pareceria ser a maioria das vezes como philía; para o categorizar a pessoa no estado intermediário é o que nós queremos dizer a um amigo decente só pelo que o amigo também acha de nós. Embora larga, a noção de philía é mútua e exclui relacionamento com objetos inanimados, embora seja permitida com animais, sobretudo se de estimação. Na “Retórica”, Aristóteles define a atividade envolvida na philía (τὸ φιλεῖn) como “querendo para alguém o que se pensa de bom e, por sua causa, não pelas nossas próprias, e assim estar inclinado, tanto tempo quanto puder, a fazer tais coisas por ele.

Aristóteles distingue três tipos de philía (quando nem tudo é amor, mas somente o cativante, seja bom ou agradável, seja útil): a baseada na vantagem mútua (amor para o útil); a baseada no prazer mútuo (amor para o agradável); e a baseada na admiração mútua (amor para o que é bom). Não são mutuamente exclusivos, podem até sobrepor-se. O terceiro, que pode envolver os outros, é o melhor dos três (a admiração mútua envolve a natureza da outra pessoa e não só o que afeta, sendo útil ou só divertida) e é o mais provável de durar (se alguém não é mais agradável ou útil, o outro deixa de amá-lo). Ademais, a philía do 3.º tipo é boa para si, visto que a dos outros dois pode envolver a vantagem mútua entre os envolvidos num negócio ou em algo que traga o prazer mútuo dos envolvidos no abuso do outro; relacionamento que é maus para si. Para Aristóteles, a fim de sentir a forma mais elevada de philía para com o outro, deve-se senti-la consigo mesmo; o objeto da philía é o outro inteiro. Este sentimento para consigo não remete para o egoísmo. O amor-próprio não é incompatível com o amor aos outros. Aristóteles distingue o amor-próprio que é condenável, atribuído a quem se premeia com a maior parte do dinheiro, das honras, e dos prazeres corporais (estes são os bens desejados e buscados ansiosamente por muitos, na suposição de que são os melhores) do que deve ser admirado, atribuído a alguém desejoso de executar ações justas e moderadas ou outras ações que estejam de acordo com as virtudes, ganhando para si o que está bom. E o filósofo sentencia:

A pessoa boa deve ser uma amante de si própria, já que ela se ajudará a si mesma e beneficiará os outros executando ações boas. Mas a pessoa perversa não se deve amar a si própria, já que ela se prejudicará a si mesma e aos seus vizinhos, ao seguir os seus sentimentos básicos.”.

Ágape (em grego “αγάπη”, transliterado para o latim “agape”) é uma das palavras gregas para “amor”. E o verbo é agapáô. Os filósofos gregos no tempo de Platão (e outros autores antigos) usaram o termo para denotar o amor a membros da família, o dum grupo com afinidades ou a afeição para uma atividade particular em grupo, em contraste com phílos, afeição entre amigos que praticavam tarefas em conjunto e de forma assexuada, diferente do amor romântico, éros, uma afeição de natureza sexual e romântica. O vocábulo foi usado de modos diferentes por uma variedade de fontes (contemporâneas e antigas), incluindo a Bíblia. Muitos pensam que representa o amor divino, incondicional, com autossacrifício ativo, pela vontade e pelo pensamento, embora esse amor possa ser praticado por humanos inspirados por esse sentimento, mas em grau bem inferior, em função da imperfeição e limitações humanas. Ágape, termo para o amor, é usado raramente em manuscritos antigos e não era comum no grego clássico. No Império Romano, usava-se no topo de cartas (correspondência amigável), análogo aos modernos “prezado” ou “caríssimo”.

Porém, agápê (nome que os latinos traduzem por caritas, dilectio e amor) e agapáô (verbo que traduzem por diligo e amo) são usados na Septuaginta transliterando o termo que em hebraico significa afeição para designar a família e amigos com afinidade para fazer tarefas em que não haja envolvimento de sexo ou atividades românticas. É incerto porque foi escolhido o termo agápê, mas a similaridade de sons consonantes (aḥaba) terá sido decisiva. Não é impossível que o conceito grego se tenha originado em transliteração de alguma língua semita. Este uso fornece o contexto para a escolha da palavra em preferência a outras mais comuns, como o amor, em obras cristãs. O NT fornece definições e exemplos de agápê que geralmente expandem os usados nos textos antigos, denotando o amor entre irmãos, o amor de esposos e de adultos com crianças, e o amor de Deus para com todos os povos. O uso cristão de agápê vem diretamente dos evangelhos. Por exemplo, quando interpelado sobre qual é o maior mandamento, Jesus respondeu:   

Amarás (agapêseis – diliges) o senhor vosso Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com toda a tua mente. Este é o primeiro e maior de todos os mandamentos. E o segundo é: Amarás (agapêseis – diliges) o teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os Profetas residem nestes dois mandamentos. (Mt 22,37-41).

No Sermão da Montanha Jesus disse:

Ouvistes dizer: ‘amarás (agapêseis – diliges) o teu irmão e odiarás teu inimigo’, mas eu digo-vos: amai (agapâte - diligite) vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, e orai por aqueles que vos perseguem e maltratam, pois deste modo sereis filhos de vosso Pai nos céus, aquele que faz com que o sol se levante sobre o mau e sobre o bom, e faz chover sobre o justo e sobre o injusto. Se amais apenas aqueles que vos amam, que recompensa tereis?” (Mt 5,43-46).

Os cristãos descrevem o ágape, exposto por Jesus, como expressão do amor incondicional, forte e voluntário (não discrimina, não tem pré-condição e é algo que se decide fazer voluntariamente): “ninguém tem maior amor (agápên) do que aquele que dá (thêi) a vida pelos seus amigos(Jo 15,13).

Paulo descreve este amor assim:

O amor (hê agápê – caritas) é paciente, o amor (hê agápê – caritas) é amável. Sem inveja, ele não tem ostentação, ele não é orgulhoso. Não é rude, ele não é interessado, ele não se irrita facilmente, ele não mantém nenhum registro dos erros. O amor não se deleita com o mal mas rejubila com a verdade. Protege sempre, confia sempre, sempre tem esperança, sempre persevera. O amor nunca falha. (1Cor 13,4-8).

Na tríplice confissão petrina de amor de Pedro a Jesus (vd Jo 21,15-47), Jesus perguntou duas vezes: “agapâs me? E Pedro respondeu: “philô se”. E, perguntando “phileîs me?”, obteve a resposta de que Pedro foi capaz na sua humildade – um amor que não chegava à agápê.

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O ágape, como amor mais sublime, foi explanado por muitos escritores em contexto cristão, o que gera a genuína fraternidade, o amor social. Nas suas variações (nome, adjetivo ou verbo), o termo aparece mais de 300 vezes no NT. Thomas Jay Oord definiu-o como uma resposta intencional para promover o bem-estar em resposta a quem gerou um mal-estar”.

2021.06.14 – Louro de Carvalho

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