sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Jornadas de Teologia 2020 no Porto


Entre os dias 3 e 6 de fevereiro, o núcleo do Porto da Faculdade de Teologia da UCP realizou as Jornadas de Teologia 2020, em colaboração com a Diocese do Porto e a Irmandade dos Clérigos, sob o tema “A Iniciação Cristã em Tempos de Secularização”.
O encontro, que decorreu no campus da Universidade Católica Portuguesa, no Centro Regional do Porto, inspirou-se na Mensagem do Papa Francisco constante da catequese na Audiência geral na Praça São Pedro, a 18 de abril de 2018: “Tornar-se cristão é um dom que vem do alto (cf Jo 3,3-8). A fé não se pode comprar, mas sim pedir e receber como dom. “Senhor, concedei-me o dom da fé!”, é uma bonita oração! “Que eu tenha fé!” é uma bonita prece. Pedi-la como dom, mas não se pode comprá-la, pede-se. Com efeito, “o Batismo é o sacramento daquela fé, com a qual os homens, iluminados pela graça do Espírito Santo, respondem ao Evangelho de Cristo” (Rito do Batismo das Crianças, Introdução geral, n. 3). A formação dos catecúmenos e a preparação dos pais, assim como a escuta da Palavra de Deus na própria celebração do Batismo, tendem a suscitar e a despertar uma fé sincera, em resposta ao Evangelho” – recorda a organização.
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De acordo com o programa devidamente gizado, depois da abertura, na manhã do dia 3, o Cardeal Angelo Bagnasco, Arcebispo de Génova (Itália) e presidente do CCEE (Conselho das Conferências Episcopais da Europa), proferiu duas conferências: “A iniciação cristã no contexto da secularização; eQue percursos para a fé hoje?”. Seguiu-se a oração: Hora Intermédia.
A tarde foi preenchida com duas conferências: a de José Carlos Carvalho, da Faculdade de Teologia, Núcleo do Porto, UCP, “A iniciação à fé no evangelho de S. Marcos”; e a de Luís Castro, também da Faculdade de Teologia, Núcleo do Porto, UCP, “A construção da fé nos Atos dos Apóstolos.
Na manhã do dia 4, ficaram em evidência as conferências de Domingos Terra, da Faculdade de Teologia, Lisboa, UCP, intitulada “Tornar-se cristão”, e de José Eduardo Borges de Pinho, também da Faculdade de Teologia, Lisboa, UCP, intitulada “A dimensão eclesial da fé cristã”.
E a manhã terminou com a oração: Hora Intermédia.
De tarde, esteve em reflexão “Batismo: ritualidade ou catecumenado?” por parte do padre Nélio Gouveia, da Faculdade de Teologia, do núcleo do Porto.
Este dia apresentou ainda um painel sobre “Processo de iniciação à Fé: perspetivas”, com a participação de Isabel Oliveira, do Secretariado da Catequese do Porto, que falou sobre o trabalho catequético; do padre salesiano Rui Alberto Almeida que fez incidir a sua reflexão sobre os novos modelos de transmissão da fé; e do padre diocesano da cidade Invicta José Maria Pacheco Gonçalves, que abordou o tema do catecumenado.
O dia 5 abriu com a reflexão sobre “Espaços e tempos para a celebração batismal”, pelo padre Joaquim Félix de Carvalho, da Faculdade de Teologia, núcleo do Braga; e, ainda da parte da manhã, Dom Bernardino Costa, Abade do Mosteiro beneditino de Singeverga e professor da Faculdade de Teologia, núcleo do Porto, refletiu sobre “RICA: Uma leitura dos “Praenotanda”.
E a manhã terminou com a oração: Hora Intermédia.
À tarde, estiveram em análise os temas “Processos iniciáticos da história das religiões”, por parte do professor José Pedro Lopes Angélico, da Faculdade de Teologia, e “História da iniciação cristã”, pela voz do padre João Peixoto, da Diocese do Porto.
E, no último dia, 6 de fevereiro, o professor Luís Figueiredo Rodrigues, da Faculdade de Teologia, Núcleo de Braga, falou sobre “Iniciação de adultos: processos e tempos”.
O encerramento esteve a cargo do Bispo do Porto, Dom Manuel Linda, que presidiu a uma celebração eucarística às 12 horas.
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O presidente do CCEE disse à “Voz Portucalense” que “ser cristão não é um peso” que tem de se “transportar”, mas “uma graça” que recebemos do Alto, pela qual somos responsáveis perante o mundo e de que “devemos dar um testemunho visível e substancialmente alegre”.
O responsável católico considerou que as comunidades cristãs, “pequenas ou grandes”, devem dar um testemunho de “maior bondade, sem críticas, sem polémicas, sem invejas”, sem cada um pretender afirmar-se, mas “servir humildemente na gratuitidade”. Sustentou que “é preciso que gostemos mais uns dos outros”. E observou a este respeito:
Se as comunidades cristãs forem verdadeiramente lugares de benevolência e de ajuda na fé e na vida quotidiana, tornar-se-ão sinais de esperança, num modo tal que quem quer que se aproxime se sentirá em casa”.
Para o Cardeal Angelo Bagnasco, na Europa “não são assim tão poucos” os que se questionam sobre “como é a vida do homem moderno” e se o sistema de cultura e de sociedade “responde às necessidades mais profundas” da pessoa humana que é a de “viver com os outros com serenidade”. E, evocando a Assembleia Plenária de CCEE que decorreu em outubro de 2019, o purpurado vincou:
Parece-me que a consciência de muitas pessoas está a despertar e colocam-se interrogações sérias. E há grupos de jovens e de menos jovens que conheci e que procuram uma vida de oração, de liturgia, de catequese e de serviço, muito intensa. Pessoas que têm as suas famílias e o seu trabalho, mas que desejam isto e encontram-se. E isto parece-me muito belo e prometedor.”.
Referiu-se à nova configuração da União Europeia (UE) originada pelo Brexit, a saída do Reino Unido de Estado-membro, que aconteceu a 31 de janeiro, como uma “oportunidade” para a UE se examinar melhor e “ver as coisas que pode e deve melhorar”. Neste sentido realçou:
Num modo que este facto do Brexit seja uma ocasião para dizer que o caminho europeu não deve parar”.
Referindo-se à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que Lisboa receberá no verão de 2022, disse estar certo de que “os jovens portugueses responderão à altura” do “grande encontro”.
Recorde-se que o anúncio da escolha de Lisboa como sede da próxima edição internacional da JMJ foi feito pelo Vaticano, a 27 de janeiro de 2019, no final da jornada que decorreu no Panamá. E agora o Cardeal Bagnasco, presidente do CCEE, sustentou que “é um grande encontro e estou certo que os jovens portugueses responderão à altura” e afirmou:
Antes de mais devem estar muito contentes e cheios de alegria por este encontro mundial que o Santo Padre decidiu na continuação destas Jornadas da Juventude”.
O presidente do CCEE assinalou que os jovens portugueses “devem sentir-se particularmente responsáveis” para que os jovens de “todo o mundo” que vão estar em Portugal no verão de 2022 para a JMJ “encontrem uma Igreja plena de esperança e alegria”. E acrescentou:
Temos que ser assim. Porque o Senhor ressuscitou e está ao nosso lado em cada circunstância e faz-nos superar com a fé cada dificuldade e provação. (…) É uma ocasião belíssima, uma graça. É certo que estão já em trabalho ativo e generoso.”.
As edições internacionais das JMJ são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.
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Enfim, Teologia, fé e juventude têm de estar cada vez mais interligadas.
2020.02.07 – Louro de Carvalho

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