Refere
a agência Ecclesia, em notícia do dia
8 de agosto, que o Bispo de Coimbra e os Carmelitas Descalços se associaram aos
390 anos do Convento de Santa Cruz e que as obras de requalificação deste
edifício histórico, na serra do Bussaco, mostraram imagens de Jesus, Nossa
Senhora e São João Batista escondidas numa parede.
Simbolicamente, Dom Virgílio Antunes e o Padre Joaquim
Teixeira, pela Ordem dos Carmelitas Descalços, plantaram uma árvore, cada um,
na Mata Nacional do Buçaco, para a qual se pretende a distinção de Património
Mundial da UNESCO.
Dom Virgílio Antunes, no dia 7,
lendo a mensagem que escreveu no Livro de Honra da Mata Nacional do Bussaco,
disse:
“Faço votos de que se conjuguem todos os
esforços de que aqui possamos voltar muitas vezes e encontrar um espaço sempre
melhorado”.
Por sua vez, o referido sacerdote Carmelita frisou que “todas
as vezes” que algum representante dos Carmelitas Descalços se desloca a
“visitar espaços de grata memória” para a ordem religiosa “sente-se na sua
própria casa”. E, manifestando a sua “gratidão” e “profundo reconhecimento”
pelo trabalho e missão ali desenvolvidos, justificou que o predito sentir-se em
casa não deriva apenas de ali terem vivido os carmelitas em tempos idos, mas
também do facto de os atuais responsáveis desta fundação assim o fazerem
sentir.
Em declarações ao Jornal
da Mealhada, o Bispo de Coimbra revelou que acalenta “o sonho” da
presença ali duma pequena comunidade de Carmelitas que “mantivessem a reflexão,
o espaço de oração e esta ligação histórica”. E realçou que a vontade dessa
presença religiosa não é apenas pela preservação histórica, mas sobretudo para
atualizar “a realidade e potenciar a procura de espiritualidade na perspetiva
cristã”.
A Fundação Mata do
Bussaco e a Câmara Municipal da
Mealhada assinalaram os 390 anos do Convento de Santa Cruz, no dia 7 de
agosto, e o programa comemorativo incluiu uma visita às obras de requalificação
do convento, que se prevê estarem concluídas em março de 2019. Os visitantes
foram informados dos trabalhos que estão a decorrer e ficaram a saber que foram
encontradas imagens religiosas “escondidas” numa parede, que já tinha sido uma
passagem.
O arqueólogo Nuno Silveira, que acompanha as obras,
explicou que as imagens são de Jesus – sentado e virado para o altar –, em
terracota, de Nossa Senhora e de São João Baptista, ambas em calcário, que
estão “fragmentadas” e foram encontradas durante as picagens das paredes.
O Convento de Santa Cruz do Bussaco está fechado ao público,
desde março deste ano (previsivelmente
até marco de 2019), para
as obras de requalificação e recuperação, que incluem as Capelas dos Passos da
Via-Sacra.
***
A exposição comemorativa
Entretanto, o Casino do Luso, na vila vizinha, também no
concelho da Mealhada, acolhe, desde o passado dia 10 de julho até 31 de outubro
deste ano, uma exposição com peças de Arte Sacra do espólio do Convento de
Santa Cruz – pinturas em óleo sobre tela, madeira e cortiça, esculturas
policromadas em suporte de madeira, bustos relicários, grupos escultóricos em
suporte cerâmico e paramentaria religiosa – do século XVII ao século XIX. O acesso à exposição tem o custo de um
euro por dia para maiores de sete anos, revertendo a “totalidade das receitas”
para “a recuperação e restauro de algumas das peças expostas que se encontram
em elevado estado de degradação”.
Promovida pela Fundação
Luso em parceria com a Fundação Mata
do Bussaco, a Direção Regional de
Cultura do Centro e a Câmara
Municipal da Mealhada, a mostra sobre o Convento – ligada à prática
eremítica dos Carmelitas Descalços e à ação reformadora de Santa Teresa de
Ávila – pode ser visitada entre as 10 horas e as 13 e as 14 foras e as 20, de terça
a sexta-feira, e das 15 horas às 20, aos sábados, domingos e feriados.
Nuno Pinto de Magalhães, presidente da Fundação Luso, declarou a este respeito:
“A Fundação Luso associa-se assim à Fundação
Mata do Bussaco e à Câmara Municipal da Mealhada na consecução destes objetivos
e tem a honra de dar visibilidade a este acervo, de grande valor histórico e
cultural, nesta exposição no Casino do Luso, que estará patente ao público de
10 de julho a 31 outubro de 2018”.
E uma nota da Fundação Luso faz o enquadramento patrimonial
especificando que o Deserto dos Carmelitas Descalços, o conjunto edificado do Hotel Palace do Bussaco e o Convento de Santa Cruz do Bussaco, “em
obras de requalificação, congregam um património de grande valor cultural,
histórico, patrimonial, religioso, militar e natural, candidatos a Património
Mundial da UNESCO. E acrescenta:
“A história deste convento inicia-se em
1628, quando o bispo de Coimbra, Dom João Manuel, doa aos carmelitas da
província portuguesa a Mata do Bussaco para a construção do convento e retiro
dos religiosos da Ordem”.
Em jeito de
convite, António Gravato citou Celeste Amaro, diretora da Direção Regional de
Cultura do Centro, que também esteve presente na inauguração da exposição, “as
peças ali respiram” e, portanto, os visitantes têm oportunidade de ver ao
pormenor cada uma das obras de arte em exposição, desenquadradas do Convento.
***
A Mata
Nacional do Bussaco
A Mata Nacional do Bussaco situa-se no extremo
Noroeste da Serra do Buçaco (549 metros de altitude máxima), no concelho da Mealhada, distrito de Aveiro e
diocese de Coimbra, localização geográfica que lhe confere “um microclima muito particular, com
temperaturas amenas, elevada precipitação e frequentes nevoeiros matinais, que
favorecem a ocorrência de elevada biodiversidade”. E, nas encostas expostas
a sul, sobressai uma vegetação potencial perenifólia tipicamente mediterrânica
e nas encostas mais a norte uma vegetação caducifólia, caraterística de clima
temperado, como refere a Fundação Mata do Bussaco, na sua página na internet.
Com a área de cerca de 105 ha, a Mata possui “uma das
melhores coleções dendrológicas da Europa, com cerca de 250 espécies de árvores
e arbustos com exemplares notáveis”, sendo “uma das matas nacionais mais ricas
em património natural, arquitetónico e cultural”.
Nesta mata se construiu o Convento de Santa Cruz do Buçaco, ligado
à prática eremítica dos Carmelitas Descalços e à ação reformadora (1562) de Santa Teresa de Ávila e
São João da Cruz, que estimulou a criação de um dos mais originais Desertos da
Ordem.
***
O Convento de Santa Cruz do Buçaco
A sua história iniciou-se em 1628, quando o Bispo de Coimbra (e conde de Arganil) Dom
João Manuel doou aos carmelitas da província portuguesa a mata do Bussaco para
a construção do convento e retiro dos religiosos da Ordem. No apelo constante à
solidão e ao afastamento do mundo, o Convento seria então o palco duma profunda
experiência de contemplação, oração e penitência.
A partir da ação enérgica de frei Tomás de São Cirilo, primeiro
vigário da Ordem em Portugal frei João Baptista e o arquiteto Alberto da Virgem
(trazendo, cada um, um cobertor para a mesa e dez
cruzados para o começo da obra),
o essencial da construção da complexa estrutura conventual decorreu até 1639,
altura em que foi sagrada a igreja dedicada a Santa Cruz. Aqui, aliou-se o
sentido simbólico da planta centralizada à prática pouco comum da colocação do
templo no meio dos espaços de circulação associados às estruturas claustrais, para
estabelecer a aproximação ao arquétipo do Templo de Salomão, primeiro espaço verdadeiramente
sagrado da Cidade Santa. No Convento do Buçaco, o discurso iconográfico do
espaço, formas, materiais e técnicas vai ao encontro de uma espiritualidade que
se constrói pela fé e pobreza. O emprego das cortiças e da técnica dos embrechados,
os conteúdos da azulejaria ou a força da imaginária religiosa reforçam esse
sentido de uma exemplaridade cristã vivida no isolamento.
O Convento tinha outra dimensão que respondia às necessidades da
vida conventual, mas, apesar dos rigores dum quotidiano de silêncio e
penitência, não deixou de ter um papel fundamental no acolhimento ao cenário de
guerra da Batalha do Bussaco (1810),
no âmbito da Guerra Peninsular (como foi dito e, adiante, se verá), ou atrair um constante fluxo de religiosos que, em regime
temporário ou perpétuo, escolhiam este local. Procurado e beneficiado por
algumas das mais prestigiadas entidades eclesiásticas dos séculos XVII e XVIII,
como Dom Manuel de Saldanha, Reitor da Universidade, ou Dom João de Melo, Bispo
de Coimbra e Conde de Arganil, o Convento de Santa Cruz prosperou até 1834,
data em que a extinção das Ordens Religiosas (imediata para os ramos masculinos) ditou o seu abandono. A partir de 1888, contudo, um novo impulso
construtivo traria ao Buçaco o Palace-Hotel que, se implicou a destruição das
estruturas conventuais anexas à igreja, ao corredor e pátios que hoje
testemunham a existência do Convento, também induziu a sua inclusão num Buçaco
romântico que permanece como um dos locais patrimonialmente mais ricos na sua
diversidade compositiva.
(cf Lurdes Craveiro http://www.fmb.pt/v2/pt/a-mata/convento-de-sta-cruz)
O convento foi
efetivamente construído entre 1628 e 1630 pela Ordem dos Carmelitas Descalços que o ocupou de 1630
até 1834.
Entretanto, é
de assinalar a curiosa relação entre o convento do Buçaco e a família do poeta
e guerreiro Brás Garcia de Mascarenhas, fidalgo da vila de Avô (na altura, sede de concelho). Decorre – como refere o Dr. António
Ribeiro Garcia de Vasconcelos – da hipótese histórica de, Francisco, um dos
seus irmãos, ser frade carmelita do ascetério do Buçaco. Eis alguns factos que
unem o Buçaco aos Garcias de Mascarenhas (vd “Vasconcelos, António de Brás Garcia de Mascarenhas – Estudo de investigação histórica,
Imprensa da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1922):
[...] as relações da família avoense dos Garcias Mascarenhas com este
convento mantinham-se assíduas, amistosas, e tão íntimas, que dão lugar a um
parecer não só verosímil, mas bastante provável àquela hipótese. Alguns factos,
para exemplo: Quando em 1659 os irmãos
de Brás Garcia quiseram instituir uma capela para sepultura de família, e para
vincularem os seus bens, entenderam-se com os frades do Buçaco, [...], para
eles lhes cederem o padroado de uma das capelas da sua igreja conventual; a
esta capela vincularam os ditos bens, instituindo com eles um duplo morgado, [...].
Em fevereiro de 1660, correndo um processo eclesiástico em que era réu o Padre
Matias Garcia; e, havendo necessidade de este apresentar uma carta inibitória
na Relação metropolitana de Braga, para onde fora interposta apelação, foi por
intermédio dos carmelitas descalços do Buçaco remetido o documento aos
carmelitas de Aveiro e por estes aos de Braga, para o apresentarem na Relação
bracarense. O Padre Pantaleão [Garcia de Mascarenhas] escolheu em março de 1660
para sua sepultura a igreja do convento do Buçaco, ao qual pagou logo 6o$ooo
réis por compra da capela transeptal do lado do Evangelho, onde ficaria sendo a
dita sepultura, [...], e bem assim o cálice de prata e os paramentos da capela
de São Brás, de Avô, que seriam entregues depois da morte de seu irmão Dr.
Manuel Garcia . [...]
No contexto
da Guerra Peninsular, a 21 de novembro de 1810, as suas instalações
serviram de hospedagem ao 1.º Duque de Wellington, Artur Wellesley (e a todo o seu estado-maior, ocupando
quase todas as celas dos frades), que comandou as forças anglo-portuguesas contra as do
general francês André Massena na batalha do Buçaco. E, em 1888, o
antigo mosteiro, parcialmente demolido, deu lugar à construção do Palácio Real,
em nossos dias, Palácio Hotel do Buçaco. (cf https://pt.wikipedia.org/wiki/Convento_de_Santa_Cruz_do_Bu%C3%A7aco;
e https://bucaco.blogs.sapo.pt/972.html).
O Luso era, quando
ali chegaram os carmelitas, um pequeno lugar de moleiros e pastores, dividido
entre os lugares do Luso da Igreja e D’Além, uns explorando mós na extensão do
ribeiro que, saindo da nascente de São João, um charco comum e comunitário,
fazia fértil o vale da Vacariça, os outros guardando gado pelas encostas da
serra em pequenos rebanhos de carneiros, cabras e ovelhas. Neste lugar, na
parte chamada D’Além, é que se instalaram os frades em rua e casa que, ainda
que transformadas, existem hoje.
E agora quem
visita o Buçaco e a sua mata não pode, também, deixar de admirar o antigo
Convento de Santa Cruz – um edifício em perfeita comunhão com a natureza, onde
se evidencia a simplicidade do espaço, como convinha a uma comunidade de
eremitas.
Ao deambular
por este espaço convidativo à meditação, é de admirar a curiosa frontaria,
forrada com incrustações de quartzo branco e jorra negra, ou o teto revestido
de cortiça e as paredes empedradas do átrio. Ao entrar na igreja, deparamo-nos
com um conjunto de obras de arte religiosas que valem pela sua singularidade:
um presépio de Machado de Castro ou Nossa Senhora do Leite pintada por Josefa
de Óbidos, esculturas italianas com representações da Virgem e de figuras
bíblicas são algumas das peças que adornam o espaço e que contam a história da
sua devoção.
Ao pensarem
construir o mosteiro, os monges ergueram um muro com mais de 5 quilómetros de
perímetro para rodear os seus terrenos e construíram o Convento de Santa Cruz,
integrado na vegetação; e abriram caminhos de deambulação pela mata, onde
edificaram 11 ermidas para se devotarem à oração. A mata, preservada pela
comunidade monástica desde o primeiro momento, foi ampliada e renovada, ao
longo dos anos pelos monges, que aí introduziram novas espécies exóticas vindas
das colónias. O Buçaco transformou-se, então, num local de oração,
recolhimento, penitência e contemplação em harmonia com a natureza.
Escolhido
o lugar para a instalação do primeiro Deserto Carmelita em Portugal em umas
matas e umas terras na serra do Luso a que chamavam Buçaco, para ali se
dirigiram os primeiros operários da obra. Saíram de Aveiro a 29 de junho de
1628 e hospedaram-se no Luso. A 25 de julho, juntaram-se-lhes mais três
companheiros, Frei António do Espírito Santo, Frei Bento dos Mártires e o irmão
António das Chagas, oficial de alvenaria. Lançaram a 1.ª pedra do mosteiro no
dia 7 de agosto de 1628 e, a 28 de fevereiro de 1629, adoraram o SS.mo Sacramento na casa da livraria, de que fizeram igreja provisória e, logo no dia 19 de março
de 1630, deram início à vida regular da comunidade. Porém, a sagração solene do
convento e a primeira missa só teria lugar a 3 de maio de 1639 e o Deserto
tomava o nome de Convento de Santa Cruz do Buçaco.
De
construção simples e pobre, o cenóbio era a expressão da austeridade religiosa
da Ordem, apostada nas coisas do espírito e da salvação da alma, mais que na
ilusória riqueza dos bens materiais do mundo.
Área
de acesso reservado a quantos procuravam a oração e a penitência, coube a esses
monges do Carmelo murar os 105 hectares da sua devoção edificar ermidas e
capelas, preservar a rica flora nativa e acrescentar-lhe espécies trazidas de
todas as partes do mundo traduzidas em grande variedade de espécies exóticas
que fazem hoje do parque botânico do Buçaco uma referencia única.
Em
1834, a extinção das ordens religiosas, incorporou o Convento e todo o seu património,
nos bens nacionais. E foi a 16 de junho daquele ano que as autoridades do então
concelho da Vacariça compareceram no Buçaco para fazer o auto de apreensão
perante o último prior, Frei António de Santa Luzia, dando a todo o património
existente o valor de 8000$00 reis.
***
Sobre a grafia do topónimo: Bussaço ou Buçaco?
Há que dar a palavra a quem sabe. E é o caso de Carlos Rocha,
como se discrimina, a seguir:
(vd Carlos Rocha, Ciberdúvidas da Língua
Portuguesa – 18 de maio de 2016)
Antes da reforma
ortográfica de 1911, era frequente escrever Bussaco, de tal
modo que, dentro e fora da freguesia de Luso, era esta a grafia tradicional
tida por correta. E pode ser essa a ideia com que se fica, ao lerem-se leem
obras do século XVIII (por
exemplo, o padre João Batista de Castro, no seu Mappa de Portugal Antigo e Moderno, publicado em 1762,
regista Bussaco). Porém, depois de 1911 (mais decididamente, com a reforma ortográfica de 1945), a grafia do topónimo passou a ser Buçaco; e assim o registam os
vocabulários ortográficos (o de 1940, da Academia das Ciências de Lisboa; o de 1966, de Rebelo
Gonçalves; o da Porto Editora, de 2009), pela razão de a grafia com ç ser
mais coerente com a sua história linguística desde o século X (‘monte buzaco’, num documento do
mosteiro de Lorvão, do ano 919 – ver Portugaliae
Monumenta Historica – Diplomata, pp. 14 e 71), época a que parecem remontar as primeiras
atestações. É certo que nos textos do século XVIII figura Bussaco,
mas, na Idade Média, a palavra era, portanto, escrita não com com s ou ss,
mas com z (por exemplo, nos séculos X e XI), dando mais tarde lugar ao grafema ç.
Sabendo que a atual ortografia (da reforma ortográficas de 1990) continua, na generalidade dos seus
princípios, a que se instaurou a partir de 1911, é de ter em atenção que a
distribuição de s e ss, por um
lado, e ç (com c antes de e ou i), por outro, se subordina à
etimologia, sobretudo à história medieval das palavras (excetua-se o começo de palavra, em que
é sempre escrito s, mesmo que historicamente se tivesse
escrito ç; ex.: sapato era çapato no
séc. XVI). É este
princípio que explica a escrita de paço, do latim palatiu- ,
e passo do latim passu-. Em Buçaco,
a etimologia é controversa, mas a documentação existente sugere que, até ao
século XVI, o topónimo se escrevia com ç, o que levou a
que, com a reforma ortográfica de 1911, Buçaco passasse a
ser a forma correta, como que restaurando a escrita medieval. Porém, nada
impediu que a forma Bussaco permanecesse na tradição e,
comercialmente, como marca de refrigerantes; que a promoção do Palace Hotel do Bussaco se faça com
a variante ‘Palace Hotel do Bussaco’;
ou que a Fundação da Mata do Buçaco
apareça como ‘Fundação da Mata do Bussaco’,
que explora as ‘Casas do Bussaco’. Para
este uso, terá contribuído a popularidade da ‘Bussaco’, certamente associada à
época áurea em que foi criado o Convento dos Carmelitas no século XVII (já nesta época se atesta a forma
com ss) e, mais tarde, a partir do século XIX, as termas de Luso.
Em síntese, a forma correta atual é Buçaco,
mas, para fins comerciais, turísticos ou no âmbito da cultura local, pode usar-se
a grafia usada do século XVII em diante, Bussaco. (vd Carlos Rocha, Ciberdúvidas da Língua
Portuguesa – 18 de maio de 2016).
***
Enfim, valorize-se o património para lazer. E quiçá para a
reflexão contemplativa e pregação – com os carmelitas ou com outros. Bem se
precisa neste mundo de medíocre e défice de valores!
2018.08.09
– Louro de Carvalho
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