Efetivamente a Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, neste dia 29, a notícia de que o Papa Francisco nomeou
Bispo de Tortona (Itália) Monsenhor
Guido Marini, do
clero da Arquidiocese de Génova, sucedendo ao Arcebispo-bispo Dom Vittorio Francesco Viola, OFM, que foi nomeado secretário da
Congregação para o Culto Divino e
Disciplina dos Sacramentos no passado dia 27 de maio, para suceder ao Arcebispo
Artur Roche, que passou de secretário a prefeito, por passagem do Cardeal Robert
Sarah à situação de emérito.
Também a notícia foi replicada pelo Arcebispo de Génova, Dom Marco Tasca, no
Santuário Nossa Senhora da Guarda de Génova, diocese de origem do novo bispo.
Por isso, Monsenhor
Marini deixará o Vaticano após 14 anos de serviço com Bento XVI e Francisco,
para presidir ao governo pastoral da diocese de Tortona, um território
eclesiástico católico romano no norte da Itália, abrangendo partes de três regiões
de Piemonte (Província de Alessandria), Lombardia (Província de Pavia) e Ligúria (Província de
Génova) – sufragânea da Arquidiocese de Génova e integrante da região
eclesiástica da Ligúria.
Esta diocese tem-se como uma das mais antigas da Lombardia e
do Piemonte.
A nota da Sala
de Imprensa da Santa Sé refere os seguintes dados biográficos do novo prelado:
Dom Guido
Marini nasceu em Génova a 31 de janeiro de 1965. Depois de se formar no colégio
clássico, ingressou no Seminário Arquiepiscopal de Génova, onde se formou em
Teologia. Ordenado sacerdote a 4 de fevereiro de 1989, continuou os
estudos em Roma, na Pontifícia Universidade Lateranense, onde se doutorou
in utroque iure. Em
2007 obteve o diploma de curta duração em Psicologia da Comunicação na Pontifícia
Universidade Salesiana .
Foi: secretário particular
dos cardeais Giovanni Canestri (1988-1995), Dionigi
Tettamanzi (1995-2002) e Tarcisio Bertone (2002-2003); professor de Direito Canónico
na Faculdade de Teologia do Norte da Itália – Secção de Génova e no
Instituto Superior de Ciências da Religião (1992-2007); membro eleito do Conselho Presbiteral (1996-2001); cónego da Catedral de San
Lorenzo (2002-2007); diretor do Escritório
Diocesano para a Educação e a Escola (2003-2005); diretor espiritual do Seminário Arquiepiscopal (2004-2007); chanceler arquiepiscopal,
membro de direito do Conselho Presbiteral Diocesano e membro do Conselho
Episcopal (2005-2007). Desde 2007 é Prelado de Honra
de Sua Santidade.
Tornou-se Mestre das
Celebrações Litúrgicas Pontifícias em 2007 e, em 2013, foi confirmado no cargo
pelo Papa Francisco. Desde 2019 também é Chefe da Pontifícia
Capela da Música .
Para o ano académico
2018-2019, foi professor convidado da Liturgia Papal no Pontifício
Ateneu Sant'Anselmo. Desde a ordenação sacerdotal até aos dias de hoje
desempenhou também o seu ministério no campo da pregação dos exercícios
espirituais, da direção espiritual, do acompanhamento de alguns grupos juvenis
e como assistente espiritual de algumas comunidades religiosas.
Segundo o Vatican News, Monsenhor Marini, de 56
anos, entrou no seminário quando o cardeal Giuseppe Siri era Arcebispo de Génova.
Foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Giovanni Canestri, que foi bispo de Tortona
durante quatro anos, e tornou-se seu secretário particular, bem como dos
sucessivos arcebispos, Dionigi Tettamanzi e Tarcisio Bertone.
Com
Tettamanzi, tornou-se Mestre das celebrações litúrgicas da arquidiocese, ofício
também confirmado por Tarcisio Bertone e Angelo Bagnasco.
Durante este
período, fundou o “Collegium Laurentianum”, associação de voluntários para o
serviço da ordem e acolhida da catedral.
Após a
chegada do Cardeal Bertone a Génova, tornou-se o responsável pela escola da
arquidiocese, diretor espiritual do seminário, onde lecionou Direito Canónico,
e então chanceler da Cúria e prefeito da catedral.
Em outubro
de 2007, Bento XVI o nomeou Mestre das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice,
sucedendo a outro Marini, o Arcebispo Piero Marini, que havia acompanhado boa
parte do longo pontificado de São João Paulo II.
Monsenhor
Guido Marini foi o “diretor” das liturgias do pontificado do Papa Ratzinger, em
Roma e durante suas viagens pelo mundo. No momento da eleição de Francisco, em
2013, dedicou-se inteiramente ao novo Papa, interpretando a sensibilidade
litúrgica, sóbria e essencial, contraposta à mais ostensiva de Ratzinger, com
um entendimento recíproco que já dura mais de oito anos.
Em janeiro
de 2019, Francisco confiou-lhe também a responsabilidade do Coral da Sistina, a
Capela Musical Pontifícia. E foi Guido Marini quem preparou e acompanhou a
realização da Statio Orbis em 27 de
março de 2020, a oração solitária do Pontífice na Praça de São Pedro vazia, sob
copiosas chuvas, para pedir o fim da pandemia.
***
Enfim, o
homem que víamos de mãos postas ao lado direito do Sumo Pontífice,
acompanhando-o no seu, por vezes, trôpego caminhar ou virando-lhe as folhas do
cerimonial, passa ao serviço de pastor duma Igreja particular, já não em posição
discreta como nos habituámos a vê-lo, mas numa postura de liderança e na
estrita sucessão apostólica com a governação duma diocese e a participação na solicitude
por todas as Igrejas – agora com a mão de quem segue abençoando.
Que transporte
para a sua diocese a sensibilidade litúrgica, sóbria e essencial que o Papa
Bergoglio lhe incutiu, bem como a clareza e a coragem didático-pastoral que
Francisco mostra ao mundo e de que dá testemunho junto dos oficiais da Cúria
Romana.
***
Cada um se
lembra do que pode. E, eu olhando para a nomeação de Marini, vejo-o com um
percurso algo semelhante ao de Dom António Francisco dos Santos, que também foi
um jovem cerimoniário na Sé de Lamego, se cultivou academicamente, foi
dirigente de seminário e se ocupou de diversas atividades pastorais e docentes.
Faria hoje
73 anos. Foi sempre meu amigo. O Senhor lhe conte a sua inteira disponibilidade
para o Reino e a sua ação orante, intelectual e pastoral como forte mais-valia
para a sua glorificação beatífica frente ao rosto de Deus.
2021.08.29 – Louro de Carvalho
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