sexta-feira, 18 de julho de 2014

Dia de Mandela

Celebra-se a 18 de julho, data do aniversário natalício do homenageado, o Mandela Day, o Dia Internacional Nelson Mandela – pela liberdade, justiça e democracia. 
Trata-se de um dia internacional instituído formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em novembro de 2009, a ser comemorado todos os anos nesta data, a partir do ano de 2010.
Por meio da Resolução A/RES/64/13, a ONU homenageia a dedicação inquebrantável do líder sul-africano Nelson Mandela (ou Madiba, nome familiar) ao serviço abnegado da humanidade, pela resolução de conflitos, pela boa relação entre as raças, pela promoção e proteção dos direitos humanos, pela reconciliação, pela igualdade de géneros e pelos direitos das crianças e outros grupos vulneráveis, e ainda pelo desenvolvimento das comunidades pobres ou subdesenvolvidas.
Com esta data os países-membros da ONU reconhecem a sua genuína e denodada contribuição para a democracia internacional e para promoção da cultura da paz através do mundo. A cresce que neste ano a ONU dedica ao herói da paz o 70.º aniversário da fundação desta organização mundial.
Os cidadãos da África do Sul e do resto do mundo são chamados a dedicar 67 minutos a ajudar o próximo, em referência aos 67 anos de vida militante de Mandela, considerado um símbolo do perdão e da reconciliação.
A efeméride, que assinala a dia de seu nascimento, foi instituída pela ONU em reconhecimento dos méritos cívicos, políticos e humanitários do líder que passou tempo interminável na prisão (27 anos) só porque teve o atrevimento de lutar pela libertação e autodeterminação dos seus compatriotas, para quem reivindicava o estatuto de cidadania e o direito / dever de participação política num país que estava sujeito a um regime de governo apoiado pela minoria branca, remetendo a maioria negra para as malhas do apartheid. E a comemoração da efeméride e da sua causa humanitária é válida para todo o mundo, tanto que o Google dedicou seu Doodle – seu logótipo diário – ao herói da luta contra o apartheid, falecido em 5 de dezembro de 2014, aos 95 anos.
Por seu turno, logo neste primeiro ano em que teve lugar a celebração do 'Mandela Day' comemorado após a morte do ex-presidente, os sul-africanos entenderam indicar como algumas das boas ações que podem ser realizadas nesta sexta-feira (18), para marcação deste memorável dia: limpar uma escola, plantar um jardim ou adotar um pinguim.
Nestes termos, o presidente Jacob Zuma exortou os sul-africanos a limpar as ruas, as escolas ou os hospitais, especialmente em favelas e áreas rurais, o que provocou críticas de muitos dos contribuintes que acham que para isso pagam impostos.
Mas o presidente Zuma, dando o exemplo, participou pessoalmente na limpeza de uma escola em Mvezo (sul), a cidade onde Nelson Mandela nasceu a 18 de julho de 1918.
E no encalço e a exemplo do presidente, várias personalidades do país, como ministros, parlamentares da oposição e artistas, lideraram boas ações, que anunciaram publicamente.
Por outro lado, a hastag Mandela Day multiplicava-se nas redes sociais, de que se destaca o Twitter. E, no porto de Cape Town, Desmond Tutu, Prémio Nobel da Paz, exortou os seus compatriotas a que fizessem uma boa ação, mesmo que apenas um sorriso.
Por seu turno, ativistas da sociedade civil preferiram relevar como tema oficial do dia a segurança alimentar: na maior parte do país, foram plantados pomares nas calçadas e telhados – atividade complementada e acompanhada por cursos de jardinagem gratuitos.
Também os jornais sul-africanos àqueles que estavam sem ideias sugeriram as boas ações tradicionais do Mandela Day, criado há cinco anos: ajudar num orfanato, levar crianças desfavorecidas a um campo de futebol, doar livros para escolas ou cobertores para crianças de rua, ajudar as avós que ajudam a cuidar dos órfãos da SIDA ou adotar um pinguim.
Foram ainda leiloados 'souvenirs' do herói nacional na quinta-feira e, segundo os organizadores, com grande sucesso.
No resto do mundo, o Mandela Day é comemorado principalmente com palestras e concertos.
Como monumento físico fica para a posteridade a estátua hoje inaugurada pelo Presidente sul-africano.
Recorde-se que Nelson Mandela foi entre 1994 e 1999 o primeiro presidente negro de seu país, um líder de consenso que soube conquistar o coração da minoria branca. Ele perdoou aos seus carcereiros, que o mantiveram por 27 anos num cativeiro que parecia interminável, mas que valeu a pena para a causa da Humanidade.
Tornar-se-á pertinente assumir a força de alguns pensamentos do herói sul-africano, o homem do perdão e da reconciliação, hoje recordados pelo Google:  
– “Ninguém nasce a odiar outra pessoa por causa cor da pele, da sua origem ou religião” (o sustentáculo da luta de Nelson Mandela).
– “Se as pessoas aprendem a odiar, também podem ser ensinadas a amar, porque o amor é mais natural no coração humano do que o sentimento oposto” (a sublimação do sentimento humano).
“A educação é a arma mais poderosa que temos para mudar o mundo” (ótimo parâmetro de educação para a paz: calar a guerra com a força da razão das palavras).
– “Ser livre não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma a respeitar e ampliar a liberdade dos outros” (lutar pela própria liberdade, mas sem esquecer a liberdade dos outros).
– “A nossa maior glória não está em nunca cair, mas em levantarmo-nos sempre que caímos”.
– “O que realmente conta na vida não é apenas o facto de termos vivido. É a diferença que fizemos nas vidas dos outros que determina a importância da nossa própria vida”.


Faz todo o sentido que terminemos a reflexão com estas máximas, pois o que conta em Mandela não é o facto de ter vivido, mas a diferença que fez nas nossas vidas: se Mandela caiu, sempre se levantou!

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