Celebra-se a 18 de julho, data do
aniversário natalício do homenageado, o Mandela Day, o Dia Internacional Nelson Mandela – pela liberdade,
justiça e democracia.
Trata-se de um dia internacional
instituído formalmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em novembro
de 2009,
a ser comemorado todos os anos nesta data, a partir do ano de 2010.
Por meio da Resolução A/RES/64/13, a ONU
homenageia a dedicação inquebrantável do líder sul-africano Nelson Mandela (ou
Madiba, nome familiar) ao serviço abnegado da humanidade, pela resolução de
conflitos, pela boa relação entre as raças, pela promoção e proteção dos direitos
humanos, pela reconciliação, pela igualdade de géneros e pelos direitos das
crianças e outros grupos vulneráveis, e ainda pelo desenvolvimento das
comunidades pobres ou subdesenvolvidas.
Com esta data os países-membros da
ONU reconhecem a sua genuína e denodada contribuição para a democracia internacional
e para promoção da cultura da paz através do mundo. A cresce que neste ano a
ONU dedica ao herói da paz o 70.º aniversário da fundação desta organização
mundial.
Os cidadãos da África do Sul e do resto do mundo são chamados a dedicar
67 minutos a ajudar o próximo, em referência aos 67 anos de vida militante de
Mandela, considerado um símbolo do perdão e da reconciliação.
A efeméride, que assinala a dia de seu nascimento, foi instituída pela
ONU em reconhecimento dos méritos cívicos, políticos e humanitários do líder que
passou tempo interminável na prisão (27 anos) só porque teve o atrevimento de
lutar pela libertação e autodeterminação dos seus compatriotas, para quem reivindicava
o estatuto de cidadania e o direito / dever de participação política num país que
estava sujeito a um regime de governo apoiado pela minoria branca, remetendo a
maioria negra para as malhas do apartheid. E a comemoração da efeméride e da
sua causa humanitária é válida para todo o mundo, tanto que o Google dedicou
seu Doodle – seu logótipo diário – ao herói da luta contra o apartheid,
falecido em 5 de dezembro de 2014, aos 95 anos.
Por seu turno, logo neste primeiro ano em que teve lugar a celebração do
'Mandela Day' comemorado após a morte
do ex-presidente, os sul-africanos entenderam indicar como algumas das boas
ações que podem ser realizadas nesta sexta-feira (18), para marcação deste memorável
dia: limpar uma escola, plantar um jardim ou adotar um pinguim.
Nestes termos, o presidente Jacob Zuma exortou os sul-africanos a limpar
as ruas, as escolas ou os hospitais, especialmente em favelas e áreas rurais, o
que provocou críticas de muitos dos contribuintes que acham que para isso pagam
impostos.
Mas o presidente Zuma, dando o exemplo, participou pessoalmente na
limpeza de uma escola em Mvezo (sul), a cidade onde Nelson Mandela nasceu a 18
de julho de 1918.
E no
encalço e a exemplo do presidente, várias personalidades do país, como
ministros, parlamentares da oposição e artistas, lideraram boas ações, que
anunciaram publicamente.
Por outro
lado, a hastag Mandela Day multiplicava-se
nas redes sociais, de que se destaca o Twitter.
E, no porto de Cape Town, Desmond Tutu, Prémio Nobel da Paz, exortou os seus
compatriotas a que fizessem uma boa ação, mesmo que apenas um sorriso.
Por seu
turno, ativistas da sociedade civil preferiram relevar como tema oficial do dia
a segurança alimentar: na maior parte do país, foram plantados pomares nas
calçadas e telhados – atividade complementada e acompanhada por cursos de
jardinagem gratuitos.
Também os
jornais sul-africanos àqueles que estavam sem ideias sugeriram as boas ações
tradicionais do Mandela Day, criado
há cinco anos: ajudar num orfanato, levar crianças desfavorecidas a um campo de
futebol, doar livros para escolas ou cobertores para crianças de rua, ajudar as
avós que ajudam a cuidar dos órfãos da SIDA ou adotar um pinguim.
Foram ainda
leiloados 'souvenirs' do herói nacional na quinta-feira e, segundo os
organizadores, com grande sucesso.
No resto do
mundo, o Mandela Day é comemorado
principalmente com palestras e concertos.
Como monumento
físico fica para a posteridade a estátua hoje inaugurada pelo Presidente
sul-africano.
Recorde-se
que Nelson Mandela foi entre 1994 e 1999 o primeiro presidente negro de seu
país, um líder de consenso que soube conquistar o coração da minoria branca.
Ele perdoou aos seus carcereiros, que o mantiveram por 27 anos num cativeiro
que parecia interminável, mas que valeu a pena para a causa da Humanidade.
Tornar-se-á
pertinente assumir a força de alguns pensamentos do herói sul-africano, o homem
do perdão e da reconciliação, hoje recordados pelo Google:
– “Ninguém
nasce a odiar outra pessoa por causa cor da pele, da sua origem ou religião”
(o sustentáculo da luta de Nelson Mandela).
– “Se
as pessoas aprendem a odiar, também podem ser ensinadas a amar, porque o amor
é mais natural no coração humano do que o sentimento oposto” (a sublimação do
sentimento humano).
– “A educação é a arma mais poderosa que temos para
mudar o mundo” (ótimo parâmetro de educação para a paz: calar a guerra com a
força da razão das palavras).
– “Ser
livre não é apenas tirar as correntes de alguém, mas viver de forma a
respeitar e ampliar a liberdade dos outros” (lutar pela própria liberdade,
mas sem esquecer a liberdade dos outros).
– “A
nossa maior glória não está em nunca cair, mas em levantarmo-nos sempre que
caímos”.
– “O
que realmente conta na vida não é apenas o facto de termos vivido. É a
diferença que fizemos nas vidas dos outros que determina a importância da
nossa própria vida”.
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Faz todo o
sentido que terminemos a reflexão com estas máximas, pois o que conta em
Mandela não é o facto de ter vivido, mas a diferença que fez nas nossas vidas:
se Mandela caiu, sempre se levantou!
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