Assumindo as
nossas culpas, Cristo pagou por nós – “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que
fazem” – para que, a partir de “hoje”, nós, os
filhos de Deus que andávamos dispersos, mesmo que “ladrões”, possamos estar com Ele no paraíso.
***
E o soldado
romano, a quem a tradição atribuiu o nome de Longuinhos, vendo que Ele já estava morto, não feriu a sua unidade quebrando-lhe as pernas,
mas com uma lança trespassou-lhe o lado, donde logo jorrou sangue e água – a água
do novo Batismo e o sangue da Eucaristia, no dizer de São João Crisóstomo.
Do lado de
Cristo adormecido no sono da morte
terrena – tal como do lado de Adão dormente surgiu Eva e, carne de sua carne e
osso de seus ossos, se tornou a sua esposa e a mãe de todos os viventes – também
da chaga do lado de Cristo nasceu a Igreja, que, Corpo de Cristo e sangue do
seu sangue, se tornou a esposa de Cristo e mãe dos novos viventes, o novo povo
de Deus.
***
Após a Descida
da Cruz e da entrega do corpo cadente de Cristo à mãe de Jesus, a agora tornada
mãe e membro modelar da Igreja e do(s) seu(s) apóstolo(s) – João, o discípulo
amado, as mulheres, as discípulas persistentes em volta da mãe de Jesus, e José
de Arimateia, o discípulo oculto, vão colocá-lo como semente da Ressurreição no
túmulo novo de pedra.
Estes “semeadores”
do grão caído no ventre da terra esperam o fruto da sementeira a que generosamente procederam. E
ele surgirá, como prometera, em outro em brevíssimo advento. É o “até já” do “hoje”
cristão!
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