segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Breve incursão pelo mundo dos anéis

 

Anel”, termo português proveniente do latino “anellus, i”, diminutivo de “anus, i”, alternando com outro seu diminutivo “anulus, i”, designa um objeto de adorno de secção circular que se coloca no dedo. Talvez para o separar da semelhança vocabular e semântica com outro vocábulo homónimo “anus, i”, a significar “ânus”, a palavra no gau normal deixou de se usar (a não ser para o anel a usar em dedo do pé, sobretudo no dedão) e os diminutivos passaram a soar e grafar-se “annellus, i” e “annulus, i”, bem como o nome “anulare, is (cor branca preparada com greda e vidro para pintura e usada nos anéis), o nome “anularius, i (joalheiro, fabricante de anéis) e os adjetivos “anelarius 3” e “anularius 3” ou “anularis 2” (anular, de anel, pertencente ao anel), e “anulatus 3(que tem ou traz anel), que passaram respetivamente a “annulare, is”, “annularius, i”, “annelarius 3”, “annularius 3” ou “annularis 2” e “anulatus 3”. E surgiu mais tarde a palavra “anicula, ae” e a sincopada “anicla, ae”, que deu “anilha” e o verbo “anilhar”. E, como o anel é adorno a usar no dedo, o 4.º dedo de cada mão chama-se anelar ou anular e há quem lhe chame por metonímia o anel.

Os gregos tinham “dáktylos, ou” para “dedo” e “daktýlios, ou” para “anel”. 

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História e funções do anel

anel era símbolo de autoridade e respeito entre os hebreus, gregos e romanos, sendo proibido o seu uso aos escravos. Alguns anéis serviam de sinetes para selar atos importantes. E os anéis servem também para indicar algumas profissões: por exemplo, advogado e jornalista usam anel vermelho com pedra rubi; engenheiro e filósofo, anel azul com pedra safira; farmacêutico, anel amarelo com pedra topázio; médico, anel verde com pedra esmeralda; e teólogo, anel lilás com pedra ametista. Na atualidade, os anéis são também símbolo de compromisso, vg: noivado e casamento. E, para representar união amorosa estável (como casamento), utiliza-se a aliança.

É possível comprar anéis com pedras preciosas como rubis, diamantes, esmeraldas, safiras, etc., que (comprados em joalharias) são usados como presentes.

Os anéis e as alianças são peças de joalharia e podem ser produzidos e reproduzidos com a fusão de material metálico, como aço, ouro e prata, podendo fundi-los numa mesma peça, e podem ser compostos por diferentes materiais como pedras preciosas ou semelhantes. Os desenhos usados variam de acordo com a cultura e são modificados ao longo do tempo.

Os anéis de noivado, que podem ter pedras de todos os tamanhos, começaram a ser usados a partir do século III, porque o Papa Inocêncio III estipulou um interstício de tempo entre o compromisso de casar e o casamento. E as alianças passaram a ser o símbolo do casamento nos rituais cristãos a partir do século XI. A aliança é usada no 4.º dedo da mão esquerda por se acreditar erroneamente que desse dedo saía uma veia direta para o coração – “uena amoris”, sendo este o centro das emoções. Assim, a aliança é um anel que simboliza um compromisso e a união afetiva entre duas pessoas que se amam total e verdadeiramente, símbolo do romance. Normalmente, é usada para indicar que o/a utilizador/a é casado/a.

Acredita-se que os primeiros exemplos de alianças de casamento foram encontrados no antigo Egito. Relíquias que datam de há 6.000 anos, incluindo pergaminhos de papiro, são evidências da troca de anéis trançados de cânhamo entre os cônjuges. O antigo Egito considerava o círculo como um símbolo da eternidade e o anel servia para significar o amor perpétuo dos cônjuges, tal como terá sido o Egito que originou o uso da aliança no dedo anular da mão esquerda, pela crença na traduzida para o latim como “uena amoris”.

A aliança era tida como certificado de propriedade da noiva ou de compra da noiva, indicando que a mesma estava indisponível para outro pretendente. A partir do século IX, a Igreja adaptou a aliança como símbolo de união e fidelidade entre casais cristãos. Muitas crenças nasceram então, como, por exemplo, o facto de os escoceses dizerem que a mulher que perde a aliança está condenada a perder o marido.

Os anéis de casamento são usados pelos noivos na cerimónia de casamento religioso ou civil em diversas culturas. Faz-se a troca dos anéis no final da cerimónia. Os noivos colocam as alianças no dedo anular da mão esquerda (um do outro) a simbolizar a união e a inerente fidelidade.

O anel ou aliança de compromisso é normalmente em ouro, prata ou aço e é utilizado em vários países por pares de namorados para demonstrar fidelidade e seriedade do namoro.

Alguns pares, depois de completarem certo tempo de namoro, optam por trocar alianças de prata, alianças de compromisso ou anéis de compromisso, como forma de mostrar que o namoro é sério, embora no momento ainda não tenham a intenção de se casar.

A aliança do homem tem o nome da mulher e a data do início do namoro gravada e vice-versa. Alguns preferem gravar os dois nomes em ambas, seguidos da data. Estas alianças de compromisso são usadas no dedo anelar da mão direita e, na ocasião do noivado, substituídas pelas alianças de noivado.

O uso do anel surgiu, pois, há mais de 2.800 a.C., entre os egípcios e os hindus, para simbolizar a aliança entre um homem e uma mulher. Para eles, o anel, que representa o círculo perfeito, significava o que não tem um fim. Mais tarde, Alexandre o Grande dominou o território egípcio e introduziu o costume na Grécia. Os gregos também acreditavam que possuía o 4.º dedo da mão esquerda a referida “uena amoris”, pelo que passaram a usar nele um anel de ferro para que os corações dos amantes permanecessem para sempre atraídos um pelo outro. O costume foi adotado pelos romanos e o Vaticano incluiu o acessório na cerimónia de casamento.

O anel de noivado, cujo uso entrou no século III, como se referiu, generalizou-se em 860, por decisão do Papa Nicolau I, que o instituiu como afirmação pública obrigatória da intenção dos noivos, passando da mão direita para esquerda para significar o compromisso definitivo.

Entretanto, o uso do anel começou a ser comum e deixou de ser o acessório usado apenas como “aliança” do casal. E, assim, surgiram novos modelos de anéis, com diferentes tipos de metais, formatos, pedras, detalhes e usos.

Entre gregos e romanos o direito de usar anel em ferro era concedido aos cidadãos beneméritos. Porém, os sacerdotes de Júpiter podiam usar anel de ouro, o anel pastoral.

O anel fez-se presente em diversas épocas e situações da história do homem. Assim, sobressai o legendário anel com selo de Salomão, estrela de seis pontas, para afastar o mal.

No ano de 350 aC, Aristóteles menciona o oráculo que utilizava o tilintar sincronizado de dois anéis presos a fios, indicando o momento propício a determinada ação, tal como menciona o facto de os cartagineses oferecerem anéis aos oficiais por cada vitória alcançada, reforçando a imagem de nobreza que cerca o anel desde tempos antigos. Ademais, era sinal de grande honra o recebimento dum anel do príncipe ou nobre por um subalterno. No ano de 330 dC, no período do imperador Valentiniano, eram anéis  pendurados sobre uma mesa com o alfabeto. E, ao tocar certas letras, diziam quem conspirava contra o imperador. E, da era paleocristã (400 dC) temos os anéis ornados com peixes, pombos e âncoras, remetendo aos símbolos da doutrina religiosa. E o anel do Papa, “o Anel do Pescador”, apresenta a imagem de Pedro a pescar com uma rede e é quebrado após a morte ou renúncia do Papa, para não ser  usado por mais ninguém.

Foi sempre muito intensa a conexão do anel com o esotérico, pois, ao utilizar pedras preciosas, o anel podia atuar como amuletoelemento curativo ou protetor, entre outros. Por isso, no momento da morte, o anel era retirado do indivíduo para facilitar sua desconexão do mundo material. A literatura ocultista oferece receitas para fabrico de todo o género de anéis capazes de fornecerem poderes ocultos, sendo que anéis quebrados significam promessas rompidas e anel perdido indicia tragédia. E, além de bonito e esotérico, o anel mostrou-se também peça utilitária. Por exemplo, o anel de sinete, com os símbolos heráldicos, geralmente herdado, possibilitava a autenticação de documentos importantes e reivindicava propriedades. Em muitos, os brasões tinham símbolos que remetiam para virtudes como a honra, a fidelidade, a firmeza, entre outras.

A princípio, a “aliança” era vista como “certificado” da compra da noiva e como aviso a outros de sua indisponibilidade, um verdadeiro letreiro de “vendida”. Aliás, a palavra inglesa “wed(casar) origina-se do termo anglo-saxão para o penhor que ratifica uma promessa.

Algumas culturas creem que, se ncerimónia de casamento o anel cai no chão e rola para longe do casal, representa mau presságio; e, se parar sobre uma pedra de túmulo (nas antigas igrejas era costume sepultar pessoas no seu interior) um dos cônjuges corre forte risco de morte prematura.

Enfim, vasculhar os primórdios do anel é encontrar a vocação amorosa e compromissiva que o persegue, o distintivo de nobreza e cidadania de que se reveste e a índole utilitária que teve.

O resto é a história crescente de comercialização massiva, associada à infindável profusão de modelos, metais, formatos, pedras e detalhes. Mas “vão-se os anéis, fiquem os dedos”.

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Os diversos tipos de anéis

1. O anel de sinete. É objeto de metal – ouro ou prata – usado como assinatura do proprietário e/ou responsável por uma organização, para selar e autenticar documentos e cartas. Aparece tardiamente na história da joalharia, mas o uso de pequeno pendente utilizável como selo, estampado em argila húmida, data em partes da Ásia Ocidental, cerca de 5000 aC. Selos cilíndricos com forma de sinete no sul da Mesopotâmia exibiam o nome, sobrenome e profissão do usuário e eram usados para identificar mercadorias. E ocasionalmente possuíam terminações em ouro, como o selo encontrado nas tumbas em Ur (c. 2500-2100 AC), tornando um objeto funcional em joia altamente estética e atrativa.

Entre os gregos, a gravação nos biséis em ouro foi reintroduzida cerca de 600 aC e um exemplo helenístico mostra a perfeição desta habilidade. A tradição grega de gravar em gemas remonta a cerca de 700 aC, mas foi por volta de 600 AC que se generalizou a prática de as montar em anéis. Já em Roma, o uso de anéis com função de selo é bem documentado. No final do século III aC, os cônsules usavam anéis de sinete como instrumento distintivo, de modo que, além da função prática, era tida em conta a simbólica. Foi então que ambas – a granada e a sardónica – se tornaram populares como gemas para selos, mas muitos anéis de sinete continuaram a ser gravados em biséis de metal (ouro, pratas ou ligas). E o uso de gemas entalhadas posicionadas no bisel dos anéis de sinete esteve em voga no Império do Oriente como aconteceu em Roma no período imperial e no norte dos Alpes nos séculos VI e VII, período em que o analfabetismo generalizado tornou o selo indispensável, sobressaindo a sua função prática; e o anel de sinete continuou sem quebra pela Idade Média.

Com o desenvolvimento da heráldica, na Europa, no final da Idade Média, como um meio de identificação, todos os detentores de brasão de armas usavam anéis de sinete com seus brasões, denotando uma classe social e enfatizando a função simbólica. E o sinete ganhou nova vida.

Era permitido a pessoas não intituladas para o uso de armas usar um selo simples. E muitos anéis de comerciantes em bronze e outros metais básicos sobreviveram gravados no bisel com a marca do comerciante, geralmente incorporando as iniciais do nome do usuário. Ainda que os anéis de sinete se hajam tornado gradualmente menos essenciais no século XIX, permanecem em voga, mas raramente são colocados em uso.

2. O anel de arqueiro. Foi essencialmente funcional, mas sem menosprezar as suas qualidades estéticas e simbólicas. Surgido com o desenvolvimento das bestas – em certos países e em certos períodos, foram especialmente trabalhados e desenhados, ressaltando a suas caraterísticas estéticas – era usado no polegar para o proteger da pressão exercida pelo fio do arco no dedo. Faz lembrar o efeito do dedal em costura (anel utilitário). O exemplo europeu é triplamente funcional, por ser anel de sinete e incorporar texto amulético no exterior do aro, que é o mesmo texto encontrado em pendente com forma de moeda do século XV. O exemplo de jade, decorado com gemas é particularmente ornamental, é ocasionalmente representado em pinturas em miniatura. Shah Jahan é representado numa pintura destas (c. 1650) usando um destes anéis na mão direita. São comuns e eram extremamente funcionais versões simples em bronze e marfim.

3. Anel de noivado, anel de casamento e anel de compromisso.  

O significado do anel de noivado é, como de disse, a demonstração da intenção de casar; e, na Idade Média, servia também de garantia financeira. Carregado de simbolismo atrelado à sua função prática de intenção de casar, este tipo de anel aparece com a imagem de mãos direitas entrelaçadas (DESTRARVM IVNCTIO), em Roma, a representar a firmação do contrato de promessa de casamento. Deste simbolismo romano de duas mãos entrelaçadas se apropriou o anel cristão de noivado e casamento. O exemplo em ouro escavado no forte Romano de Richborough (Kent, Inglaterra), em 1935, data do século IV dC e é um anel de compromisso.

Anéis de noivado continuaram em uso na Europa, carregando, por vezes, inscrição religiosa ou mágica e fazendo com que se encaixem dentro de duas categorias de anéis, os de compromisso e os místicos, destacando a sua função prática e simbólica, não se sabendo qual delas tem um significado maior para o possuidor. Outra inovação romana tardia foram os anéis com recortes incorporando letras, que formavam inscrições. Do século II dC em diante, os anéis de noivado cristãos eram confecionados em ouro, e o exemplo poligonal escavado no forte Romano em Corbridge, Northumberland, em 1935 é um raro exemplar da Roma britânica. Apesar do interior liso, cada um dos 16 painéis recortados é dividido em três partes horizontais, sendo que a central contém uma letra grega inscrita a indicar que era um anel de compromisso.

Anéis de casamento bizantinos dos séculos VI e VII são, não raro, elaboradamente gravados e retratam a noiva e o noivo. Um exemplar mostra-os a ser abençoados por Cristo e pela Virgem e com a inscrição grega Harmonia. E, no início da era Tudor, o uso inglês comum dum aro liso em ouro como anel de casamento é bem descrito por J. G. Nichols na edição das Crónicas da Rainha Jane (1850), citando o casamento de Mary I com Philip II da Espanha em 1554:

O anel de casamento da rainha era um aro de ouro puro sem nenhuma pedra; porque este era seu agrado, porque as donzelas assim se casavam nos tempos antigos” (TAIT, 2006, P239).

A presença de inscrição estabelece, para lá de qualquer dúvida, que o anel era para casamento.

Entretanto, muitos anéis eram apenas símbolos de amor. É belo exemplo o intitulado “Fair Rosamond(da alta Idade Média) com um par de pombos e a inscrição, “L’amour nous unit”.

4. Anel comemorativo /anel de luto.

Anéis comemorativos são anéis utilizados para comemorar um evento, como a posse dum rei. Um grupo interessante deste género de anéis era usado pelos seguidores da casa real britânica de Stuart. E estes anéis geralmente possuíam um retrato dum dos reis de Stuart em seu bisel – Charles I, o mártir, Charles II, James II. Ocasionalmente o retrato do último monarca regente da família Stuart, a rainha Anne (falecida em 1714), é colocado no bisel de anéis. E há um exemplar excepcional, fabricado em lâmina de ouro com pormenores em relevo.

O hábito de usar (após a morte do monarca) um anel comemorativo com o retrato do rei ou da rainha continuou, enquanto outros eram usados em vida do monarca como um símbolo de lealdade. Talvez o mais curioso exemplo tenha sido o anel feito para comemorar Charles I, cujo caixão na capela de St George, castelo de Windsor, foi aberto na presença do príncipe regente em 1813 e, provavelmente, o mais evocativo símbolo é o anel, que se acredita ser um dos seis feitos para os conspiradores interessados na fuga de Napoleão da ilha de Elba, que contêm, sob a cobertura articulada, em ouro esmaltado, um retrato do imperador em auto relevo, em ouro.

Desde o século XIV, e possivelmente antes disto, existiu a prática de usar anéis como lembrança dum parente falecido ou amigo. Estes anéis, conhecidos como anéis de luto são, geralmente, de fácil identificação através das palavras contidas nas inscrições e possuem alto valor simbólico atrelado à sua função prática, que é a de lembrar os entes queridos. Entretanto, anéis com o bisel a conter o cabelo do ser amado sobreviveram sem nenhuma inscrição e, num anel cujo bisel apresenta um pedaço de seda bordado com cabelo, não fica claro se este foi um anel de luto em vez de uma prova de amor ou apenas bizarra forma de decorar anéis. O uso de anéis de luto começou a decair na segunda metade do século XIX, em parte porque se tornarem depreciados. As versões baratas, produzidas em grande escala em centros como Birmingham, geralmente com fotografia imperfeita no bisel, representam a última fase da sua história.

5. O anel pastoral. Em todos os tempos e em todos os povos, o anel personificou o símbolo de autoridade, dignidade e preeminência, sendo para a mão o que é a coroa é para a cabeça.

Assim, o anel episcopal, cardinalício ou abacial contém estas caraterísticas, uma vez que reflete a eminente autoridade, a dignidade e a preeminência do prelado que o porta. Ademais, é ele um símbolo da aliança espiritual que une o Bispo com a sua Igreja, o Cardeal com a Cúria Romana, o Abade ou a Abadessa com o seu mosteiro. Com efeito, este anel é usado na mão direita (no dedo anular), a mão da bênção. Como penhor de lealdade e símbolo de seu desponsório com a Santa Igreja e da sua fidelidade à Esposa de Cristo, o Pastor utiliza um anel – correlação que a Igreja faz desde tempos remotos. Santo Optato de Mileva escrevia (século IV), sobre o anel episcopal, que o seu uso pelo Bispo serve para se reconhecer que ele é esposo da Igreja. E, de entre os Bispos, há um que se sobressai, por sua missão e comunicação com o Espírito Santo: o Papa, Bispo de Roma. Cabe-lhe, pois um anel especial, o chamado “Anel do Pescador”, que também representa a missão do Sumo Pontífice, ou seja, a missão de ser pescador de homens e de os salvar da morte com a rede do Evangelho. É o que ensinou Bento XVI, na homilia da Missa em que recebeu o “Anel do Pescador”:

A rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na missão de pescador de homens.” (vd Homilia da Missa de 24.04.25).

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Concluindo

Na história da humanidade, sempre esteve presente, pelas variadas funções que assume em diferentes épocas e culturas, a joia representada através do anel, pois, como portador de valores, tanto pode representar o insigne, o poder, o esotérico, como ser sinal de riqueza material. E pode contar aceções negativas ao representar a futilidade e a aparência meramente exterior do que é terreno ou, ainda, arvorar-se à detenção de valores mágicos, espirituais e transcendentes, conforme as várias interpretações de povos e culturas.

Em todo o caso, em sua materialidade, o anel sempre está acompanhado de significados que o tornam, além de motivo de adorno, um objeto simbólico. E a ideia de ornato está vinculada à interpretação dos diferentes povos, civilizações e épocas, que, ligando o ornamento aos objetos, os transforma em veículos de compreensão das culturas humanas.

Assim, estes minúsculos espécimes da história da joalharia, ora atreitos às novas tecnologias descrevendo o potencial tecnológico da civilização, como possuidores de valores socioculturais, espelharam e espelham as aspirações humanas: práticas, estéticas ou simbólicas.

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Referências

Burdek, Bernard E. História, Teoria e Prática do Design de Produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 2006.

Gerlach, Martin. Primitive and Folk Jewelry. Nova York: Dover, 1971.

Gola, Eliana. A Joia: História e Design. São Paulo: Editora Senac, 2008.

Mercaldi, Marlon. Função dos anéis: uma breve história. 10.º Colóquio de Moda – 7.ª Edição Internacional 1.º Congresso Brasileiro de Iniciação Científica em Design e Moda, 2014.

Scasrisbrick Diana. Rings: Jewelry of Power, Love and Loyalty. Inglaterra: Thames and Hudson,2007.

Tait, Hugh. 7000 years of jewelry. Estados Unidos: Firefly Books, 2008.

Tulha, Ana, Notícias Magazine, 14.02.2021

2021,02,15 – Louro de Carvalho

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