No 3.º domingo do
Tempo Comum no Ano C – Domingo da Palavra de Deus e (porque o dia 26 de janeiro
ocorre ao domingo, neste ano) também o 72.º
Dia Mundial dos Doentes de Lepra – a liturgia convida-nos a refletir
sobre a Palavra de Deus, que não é uma doutrina abstrata, para deleite dos
eruditos, mas que o anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que
incarna em Jesus e nos cristãos. E, por conseguinte, é o centro em torno do qual
se constrói e articula a comunidade dos filhos de Deus, a Igreja.
***
Na primeira
leitura (Ne 8,2-4a.5-6.8-10),
vemos a “assembleia de Deus”, reunida à volta da Palavra, a escutar as
indicações de Deus, a deixar-se questionar por elas, e a sentir o apelo à conversão.
Depois, entra em festa, pois o encontro com a Palavra é fonte de alegria e de
esperança.
Os 13 capítulos do Livro
de Neemias e os 10 capítulos do livro
de Esdras formavam uma unidade sob o título geral Esdras. Estes livros, que nos situam em Jerusalém, na época
pós-exílica, referem-se a acontecimentos que vão desde o édito de Ciro, em 538
a.C. (que autorizou o regresso a Jerusalém dos exilados judeus na Babilónia),
até inícios do séc. IV a.C. (por volta de 400 a.C.). Os seus grandes temas são
o regresso dos exilados, a reconstrução de Jerusalém e do Templo, a restauração
da nação judaica, após o drama do exílio.
Para os Judeus que retornaram a Jerusalém, a época é de
miséria e desolação: Jerusalém está sem muralhas e sem portas; a penúria de
meios torna a reconstrução da cidade lenta e penosa; os inimigos de Judá
espreitam e conspiram, tentando impedir o ressurgimento da nação.
Esdras, sacerdote e escriba, cuja missão principal consistia
em reorganizar a comunidade em volta do Templo e da Lei de Deus, liderou um
grupo de exilados (sacerdotes, levitas, porteiros, cantores) que, por volta de
457 a.C., retornaram a Jerusalém. E Neemias era um alto funcionário judeu na
corte de Susa, que veio, autorizado pelo rei persa Artaxerxes, para Jerusalém,
por volta do ano 445 a.C., a fim de reconstruir as muralhas da cidade. Agregado
a este objetivo, vinham os de pôr cobro às injustiças cometidas pelos ricos para
com os mais pobres e de restaurar o culto.
É neste contexto se situar o trecho em apreço.
Quase cem anos após o regresso dos primeiros
retornados do Exílio na Babilónia, a vida em Jerusalém continua desordenada e
precária. É a estrutura social que precisa de ser refeita, a fé do Povo que
precisa de ser revitalizada, pois a Lei de Deus está esquecida, o culto está desorganizado,
os compromissos de Judá tem com Deus são letra morta. Enfim, Judá precisa de
voltar à órbita da “aliança” e de reorganizar a existência à volta de Deus.
Nesse sentido, os líderes do povo – Neemias e Esdras –
convocam a comunidade para escutar, em leitura pública na “praça que fica
diante da Porta das Águas”, o “livro da Lei de Moisés”. Alguns veem no livro em
referência o “livro da Lei” encontrado no Templo na época do rei Josias, que
corresponde ao Livro do Deuteronómio; contudo, outros sustentam que é uma
versão abreviada do Pentateuco. Em todo o caso, é montado o cenário para uma
solene “festa da Palavra” que ajude o Povo a retomar o contacto com a Palavra
de Deus e a recordar os compromissos que assumiu com o seu Deus, mas que
esquecera.
Portanto, a comunidade (todos os seus membros: homens,
mulheres e crianças em idade “de compreender”) reúne-se para escutar a leitura
da Palavra de Deus, escuta que se prolonga “desde a aurora até ao meio dia”. De
facto, o Povo de Deus é uma comunidade que se reúne à volta da Palavra e que
vive da escuta da Palavra de Deus, que a todos questiona, interpela, orienta.
A proclamação da Palavra faz-se “num estrado de madeira
feito de propósito”. O leitor está num “plano superior a todo o povo”, para que
todos sintam a autoridade da Palavra proclamada e a possam escutar sem
obstáculos. O livro é aberto com toda a solenidade pelo sacerdote Esdras e o
Povo levanta-se para escutar a Palavra. Depois de o sacerdote bendizer o
Senhor, o Povo aclama: “Amen, Amen”, manifestando a adesão à bendição. Depois,
todos se inclinam com a face por terra e adoram o Senhor, presente no meio da
comunidade pela sua Palavra. Os levitas leem a Palavra, clara e distintamente,
e explicam o seu sentido, de modo que todos possam compreender a leitura. Neste
cenário, emerge a centralidade da Palavra na vida da comunidade e a reverência
que a comunidade sente diante dela.
Finalmente, surge a reação da comunidade à Palavra
proclamada: “todo o povo chorava, ao escutar as palavras da Lei”. A escuta da
Palavra leva a questionar o estilo de vida, as ações, as opções; e, ao
constatar como a vida está distante das exigências de Deus, o Povo, mostra o
desconforto da sua tristeza com o choro, que é fruto do arrependimento que leva
à conversão. A Palavra é eficaz e leva à transformação da vida. E tudo termina
numa grande festa: o dia “consagrado ao Senhor” é dia de alegria para a
comunidade que se alimenta da Palavra.
***
No Evangelho
(Lc 1,1-4; 4,14-21), na
sinagoga de Nazaré, Jesus proclama a Palavra de Deus e atualiza-a. Ele, que é a
Palavra feita carne, apresenta o programa que se propõe concretizar no Mundo:
libertar os seres humanos de tudo o que os priva de vida e lhes rouba a
dignidade.
Este dia chama-nos à atenção para os doentes da lepra
(doença que tem cura, mas que requer tratamento), tantas vezes estigmatizados e
sem reconhecimento da sua dignidade humana.
Com Jesus começa o tempo novo, o jubileu de alegria,
de graça, de paz e de felicidade infindas.
No prólogo, o evangelista apresenta a finalidade do
seu escrito: fazer a narração “dos factos que se realizaram entre nós” e que se
referem a Jesus (vida, propostas, projeto, destino), como o transmitiram as
“testemunhas oculares”, os que viram e escutaram Jesus e se fizeram “servidores
da Palavra”. Para tanto, Lucas “tudo investigou, cuidadosamente, desde as origens”,
para ajudar todos os que se interessam por Jesus a terem “conhecimento seguro”
das coisas que lhes foram ensinadas. Numa altura (anos 80 do século I) em que
as “testemunhas oculares” de Jesus já praticamente tinham desaparecido e em que
já surgiam heresias e desvios doutrinais que punham em causa a identidade
cristã, era preciso recordar aos crentes as suas raízes e a solidez da doutrina
recebida da tradição apostólica. E a obra lucana garante a autenticidade da fé
que nos foi transmitida e que não se esgota no tempo, pois destina-se aos
discípulos de qualquer época.
A segunda parte do trecho em referência leva-nos ao
início da vida pública de Jesus. Jesus passara um tempo com João Batista no deserto
de Judá; mas, cônscio do desígnio do Pai, regressou à Galileia. E, num sumário,
Lucas descreve os passos iniciais da profecia de Jesus na Galileia: impelido
pelo Espírito, pregava nas sinagogas, suscitava a admiração dos que O escutavam.
Para sabermos o que Jesus pretendia, de que proposta
era portador e a quem se dirigia, Lucas leva-nos à sinagoga de Nazaré onde,
numa manhã de sábado, Jesus participa no ofício sinagogal com os conterrâneos.
Provavelmente, a convite do chefe da sinagoga, “levantou-se para fazer a
leitura”. Entregaram-lhe o livro do profeta Isaías e Jesus leu a passagem de Is 61,1-2.
Para os contemporâneos de Jesus, as primeiras palavras
do oráculo de Isaías lidas por Jesus aludiam a um profeta, ungido e
impulsionado pelo Espírito de Deus, que viria iniciar uma era de prosperidade,
de justiça, de paz e de vida em abundância. Para tanto, a sua missão seria “anunciar
a boa nova aos pobres”, “proclamar a redenção aos cativos”, dar “vista aos
cegos”, “restituir a liberdade aos oprimidos”, “proclamar o ano da graça do
Senhor”. No comentário subsequente, Jesus associa a Si este profeta e relaciona
a missão deste profeta com a sua: “Cumpriu-se, hoje mesmo, esta passagem da
Escritura que acabais de ouvir” (Lc
4,21).
O programa de Jesus tem vários pontos. Desde logo, o
anúncio de uma boa notícia aos pobres (“ptôkhoí”: os desprovidos de bens
materiais e das seguranças humanas), que vivem pobremente, com humildade e
simplicidade, muitas vezes, magoados e explorados pelos ricos e poderosos, mas
que esperam, ansiosamente, a libertação que só Deus lhes pode oferecer. Têm o
coração disponível para acolher o dom de Deus e são, pela carência e
debilidade, os preferidos de Deus, são os primeiros destinatários da boa
notícia que Jesus traz ao Mundo.
Ao mesmo tempo, o programa de Jesus implica levar a
redenção aos cativos, iluminar os que vivem nas trevas, libertar todos os que
estão presos a qualquer tipo de cadeias ou de servidões: os doentes, os que a
sociedade e a religião marginalizam e condenam, os que não têm vez nem voz, os
que desprezados e explorados pelos poderosos, os que são vítimas das
injustiças, os que a maldade empequenece e desumaniza, os que vivem na noite sem
esperança.
Jesus, com a sua ação, com a sua atividade salvadora e
curadora, inaugurará um ano jubilar, o tempo novo de salvação, de recomeço, de
perdão de todas as dívidas e de todos os pecados, de libertação de tudo o que
rouba ao homem a vida e a felicidade.
***
O Papa
Francisco considerou a segunda parte deste Evangelho “o cumprimento de uma
profecia transbordante de Espírito Santo”, a cargo do que vem “com a força do
Espírito”: Jesus, o Salvador.
Depois,
proclamou que “a Palavra de Deus é viva: através dos séculos caminha connosco
e, com a força do Espírito Santo, age na História, mostrando que “o Senhor é
sempre fiel à sua promessa, que realiza por amor aos homens”. É “isto que Jesus
diz na sinagoga de Nazaré”.
Considera o
Pontífice “feliz coincidência” a leitura desta perícopa no Domingo da Palavra
de Deus e ainda no início do Jubileu, com Jesus a revelar-Se como o Messias (“ungido”)
e enviado “a proclamar um ano favorável da parte do Senhor”. Com efeito, “Jesus
é a Palavra viva, em quem a Escritura encontra o pleno cumprimento. E também
nós, no hoje da Sagrada Liturgia, tornamo-nos seus
contemporâneos e, cheios de admiração, abrimos o coração e a mente para O
escutar, porque “é Ele que fala, ao ser lida na Igreja a Sagrada Escritura”.
Quando
ouvimos as palavras de Deus, não se trata apenas de as ouvir, de as compreender.
É preciso que cheguem ao coração e produzam “admiração”. “A Palavra de Deus
surpreende-nos sempre, renova-nos sempre, entra no nosso coração e renova-nos
sempre”, Diz o Papa.
Após estes
considerandos, em consonância com a atitude de jubilosa fé e com o convite a
acolher a profecia agora saída do Coração de Cristo, Francisco detém-se
nas cinco ações caraterizadoras da missão do Messias: missão única
(“só Ele a pode realizar”) e universal (“quer envolver todos”).
Primeiro. Ele é
enviado “para anunciar a Boa-Nova aos pobres”. Ou seja, Jesus proclama: “O
Reino de Deus está próximo!” E, quando Deus reina, o homem está salvo. O Senhor
visita o seu povo, cuidando dos humildes e dos infelizes. Por isso, o Evangelho
é palavra de compaixão, a chamar à caridade, ao perdão ao próximo,
ao compromisso social. A proximidade, a misericórdia e a compaixão são o estilo
de Deus, pois Ele é “misericordioso, próximo, compassivo”.
Segundo. Cristo vem
“proclamar a libertação aos cativos”. Assim, “o mal tem os dias contados”.
Com a força do Espírito, Jesus redime-nos de toda a culpa e liberta-nos o coração
todas as amarras interiores, trazendo ao Mundo o perdão do Pai. Assim, o
Evangelho é palavra de misericórdia, que nos chama a ser
testemunhas apaixonadas de paz, de solidariedade, de reconciliação.
Terceiro. Jesus
cumpre as profecias, dando “aos cegos, a recuperação da vista”. Abre-nos
os olhos do coração, ofuscados pelo fascínio do poder e da vaidade: “doenças da
alma, que impedem de reconhecer a presença de Deus e tornam invisíveis os
fracos e os sofredores”. O Evangelho é palavra de luz, que chama à
verdade, ao testemunho da fé e à coerência de vida.
Quarto. Jesus vem
“mandar em liberdade os oprimidos”. Nenhuma escravatura resiste à ação
do Messias, que nos faz irmãos. Pelo amoroso poder de Deus, são escancaradas as
prisões da perseguição e da morte. Assim, o Evangelho é palavra de
liberdade, que nos chama à conversão do coração, à honestidade de
pensamento e à perseverança na provação.
E quinto. Jesus é enviado “a proclamar um ano
favorável da parte do Senhor”. É o tempo novo, que não consome a vida, mas
a regenera; um Jubileu que prepara, com esperança, para o encontro definitivo
com o Redentor. O Evangelho é palavra de alegria, que nos chama ao
acolhimento, à comunhão e a caminhar, como peregrinos, para o Reino de Deus.
Ao fazer a
nossa libertação, Jesus anuncia que Deus Se aproxima da nossa pobreza, nos
redime do mal, nos ilumina os olhos, quebra o jugo das opressões e nos faz
entrar no júbilo de um tempo e de uma História em que Ele Se faz presente, para
caminhar connosco e nos levar à vida eterna. A salvação ainda não se realizou
plenamente. Porém, as guerras, as injustiças, a dor, a morte não terão a última
palavra, pois “o Evangelho é palavra viva e certa, que nunca desilude”.
No domingo
dedicado, de modo especial, à Palavra de Deus, Francisco exorta a que agradeçamos
ao Pai por nos ter dirigido o seu Verbo, feito homem para a salvação do Mundo.
É o acontecimento de que falam as Escrituras, que têm os homens e o Espírito
Santo como verdadeiros autores. Toda a Bíblia faz memória de Cristo e da sua
obra, e o Espírito atualiza-a na vida e na História. Quando lemos, rezamos e estudamos
as Escrituras, não acolhemos só informações sobre Deus, mas também o Espírito
que nos recorda tudo o que Jesus disse e fez. Assim, o nosso coração, inflamado
pela fé, aguarda, na esperança, a vinda de Deus, pelo que “temos de nos habituar
mais à leitura das Escrituras” e de responder, com ardor, ao alegre anúncio de
Cristo. De facto, Ele não falou a ouvintes mudos, mas a testemunhas, chamando-nos
a evangelizar em todo o tempos e lugar.
Por fim, o
apelo: “Comprometamo-nos todos a levar a Boa-Nova aos pobres, a proclamar a
libertação aos cativos e a vista aos cegos, a mandar em liberdade os oprimidos
e a proclamar o ano favorável da parte do Senhor. Então […] transformaremos o Mundo
segundo a vontade de Deus, que o criou e redimiu por amor.
***
A segunda
leitura (1Cor 12,12-30) mostra
a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: um corpo, o
“corpo de Cristo”, formado por muitos membros, trabalhando cada um em prol do
projeto comum e pondo ao serviço de todos os dons que Deus lhe confiou.
O corpo é formado pele pluralidade de membros. Todos
e, cada um de forma peculiar, fazem parte do corpo. Os membros não são
independentes, não vivem para si próprios, à margem do conjunto ou em confronto
com o resto do corpo. São diferentes e têm funções diversas; mas essa diferença
e diversidade está ao serviço de todo o corpo, do bem comum. Cada membro,
desempenhando a função que lhe compete, trabalha em benefício do todo. Os
membros não podem estar divididos, preocupando-se cada um com os seus
interesses. Não há membros superiores e inferiores, indecorosos e dignos. Todos
contam, cada um tem papel determinante. A sobrevivência do corpo depende da
harmonia e do bom funcionamento de todos os membros do corpo, que precisam uns
dos outros, pelo que devem preocupar-se uns com os outros e ter apreço pelos
outros. A unidade vai de mão dada com o pluralismo e com a preocupação pelo bem
comum.
Paulo aplica isto à comunidade cristã, o corpo de
Cristo (“vós sois o corpo de Cristo e seus membros, cada um por sua parte”),
formado por muitos membros. Todos diferentes e com diferentes funções. A
diversidade de funções está ao serviço da construção e da harmonia
comunitárias. Batizados no mesmo e único Espírito, todos – independentemente
das origens, da situação social ou do papel que desempenham – integram o mesmo
corpo, iguais em dignidade. Neste corpo, que é a comunidade cristã, tem de
manifestar-se o Cristo total. Ora, não pode Cristo estar dividido; não pode o seu
corpo identificar-se com conflitos e rivalidades; não pode o corpo de Cristo
dar ao Mundo um testemunho de egoísmo, de autossuficiência, de individualismo,
de orgulho, de desprezo pelos pobres e débeis; não pode considerar-se que uma
parte deste corpo tem dignidade superior a outra parte.
O corpo de Cristo (a Igreja) é a comunidade de irmãos
e de irmãs que de Cristo recebem a vida que os une e a partilham. Sendo uma
pluralidade de membros, com diversas funções, respeitam-se, apoiam-se, são
solidários e amam-se. “Solidariedade”, “participação”, “corresponsabilidade”, são
palavras que definem a teia de relações que une os membros do corpo de Cristo e
o papel e o compromisso de cada membro do corpo na construção comunitária.
Definida a igualdade em dignidade de todos os membros
do corpo, Paulo define uma hierarquia dos carismas. Os carismas apresentados em
primeiro lugar são os atinentes à Palavra, ao anúncio da Boa Nova (apóstolos, profetas,
doutores), pois o “corpo de Cristo” é a comunidade que nasce e se alimenta da
Palavra: tudo o mais passa a segundo plano, diante da Palavra criadora e
vivificadora que Deus dirige à comunidade. A Palavra constrói e articula a
Igreja e explicita o sentido dos sacramentos, de que faz parte integrante. O
fundamental é que a comunidade cresça, de forma fraterna, harmoniosa, fiel a
Deus e ao seu desígnio.
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“O Senhor enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a
proclamar aos cativos a redenção”.
2025.01.26 – Louro de Carvalho
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