O
enunciado em epígrafe é o tema do 53.º Congresso Eucarístico Internacional
(IEC), que se realizará de 8 a 15 de setembro de 2024, na arquidiocese de
Quito, no Equador. Este grande encontro eclesial que reunirá delegações de
bispos, religiosos, fiéis e leigos de todo o Mundo, destacará a “fecundidade da
Eucaristia para a evangelização e para a renovação da fé no continente
latino-americano”.
O
Papa Francisco fez esta escolha para marcar a celebração do 150.º aniversário
da consagração do país ao Sagrado Coração de Jesus, a primeira nação do Mundo a
fazê-la.
O
arcebispo primaz de Braga, D. José Cordeiro, é delegado da Conferência
Episcopal Portuguesa (CEP) para os Congressos Eucarísticos Internacionais. E o
Secretariado Nacional de Liturgia, através da Comissão Episcopal da Liturgia e
Espiritualidade da CEP, organizará, a nível nacional, a participação da Igreja
presente em Portugal no Congresso, pois vale a pena refletir sobre todas as
consequências do tema “Fraternidade para curar o Mundo. ‘Todos vós sois
irmãos.” (Mt 23,8).
***
A
este respeito, em entrevista ao Omnes,
meio de comunicação e informação sobre a Igreja, publicada a 9 de abril,
Monsenhor Alfredo José Espinoza Mateus, arcebispo de Quito e primaz do Equador,
considerou que 2024 tem significado muito especial para os fiéis católicos do
Equador, pois Quito acolherá o 53.º Congresso Eucarístico Internacional.
Relevou
o facto de os bispos do Equador, numa assembleia plenária, em 2014, terem
ratificado o pedido, feito alguns anos antes, para o acolhimento do Congresso
Eucarístico Internacional em 2024, por ocasião da celebração do 150.º
aniversário da consagração do Equador ao Sagrado Coração de Jesus. Historicamente,
o Equador foi o primeiro país do Mundo a consagrar-se ao Coração de Jesus. O
Santo Padre teve em conta esta celebração e deixou-o claro, em 20 de março de
2021, quando informou o Mundo de que o Equador, e Quito, em particular, seria o
anfitrião do 53.º Congresso Eucarístico Internacional. Além disso, afirmou o
seu desejo para este grande acontecimento da Igreja: “Neste encontro eclesial,
manifestar-se-á a fecundidade da Eucaristia para a evangelização e para a
renovação da fé no continente latino-americano.” E, depois de a América Latina
ter acolhido, há 20 anos, em Guadalajara, o 48.º Congresso Eucarístico
Internacional, o Congresso volta a ter um “rosto latino-americano”.
O
grande benefício é, segundo o primaz do Equador, um benefício pastoral.
Efetivamente, como o cardeal Gérald Lacroix, do Quebeque, lhe disse, em
Budapeste, a grande riqueza que o congresso deixa é o caminho de preparação na
arquidiocese. Por isso, trabalha-se intensamente, em Quito e em todo o país,
para renovar a vida eucarística no Equador, para corrigir os erros que ocorrem
nas celebrações eucarísticas, para aprofundar o grande amor à Eucaristia e para
renovar como país a Consagração ao Sagrado Coração de Jesus.
Desde
que a arquidiocese tomou conhecimento da designação de Quito como sede do
Congresso Eucarístico Internacional, começou a formar as várias comissões,
procedeu à nomeação de um secretário-geral do congresso na pessoa de Juan
Carlos Garzón, sacerdote da arquidiocese de Quito, comunicou com o Pontifício
Comité Eucarístico Internacional, sendo de vincar o apoio e o trabalho conjunto
que se vem fazendo com Corrado Maggioni e Vittore Boccardi, com quem houve
encontros em Roma e em Quito. Também é de sublinhar o trabalho em conjunto com
a Conferência Episcopal do Equador. Quito é a sede, mas é a Igreja do Equador
que é responsável pelo congresso. Houve reuniões com as mais altas autoridades
do país e da cidade, bem como com várias instituições públicas, para se
alcançar, em conjunto, o êxito do congresso.
A
nível pastoral, há vários aspetos a relevar, por exemplo: trípticos e dípticos,
para comunicar o que é um Congresso Eucarístico; e vários subsídios,
destacando-se a catequese Como viver a
Eucaristia, de que já foram vendidos cem mil exemplares, e a Eucaristia, coração da Igreja. Ambos
contêm as catequeses eucarísticas do Papa Francisco, a que se deu uma
metodologia de reflexão. Em Quito, neste ano, a catequese de iniciação cristã está
a trabalhar no primeiro caderno de catequese eucarística.
Trabalho
interessante foi a elaboração do opúsculo com nove celebrações de adoração
eucarística dirigido especialmente aos jovens, sob o título Face a face. E sobressai o Documento
Base do Congresso com o tema “Fraternidade para curar o Mundo”. O caminho até
este documento foi longo, foi criada a Comissão Teológica, que fez o trabalho,
o enviou a Roma, lhe fez correções e o reestruturou. E o documento, que tem um
“toque latino-americano”, pretende ser uma contribuição para a Igreja
universal. Foram publicados dois livrinhos: um com o texto completo do documento;
e outro com o documento propriamente dito, uma celebração de adoração
eucarística e nove guias de estudo para a compreensão do texto. É o caminho
para o ano de 2024.
Outros
elementos ajudaram: o logótipo do congresso; a oração do congresso, que foi
traduzida em várias línguas, incluindo o Shuar e o Quichua; e o concurso de
hinos. O hino é cantado em todas as 200 paróquias da arquidiocese.
A
Comissão Nacional da IEC 2024, composta por delegados das 26 jurisdições
eclesiásticas do país, é presidida por D. Maximiliano Ordóñez, bispo auxiliar
de Quito. Divulga o congresso e é responsável por replicar todo o trabalho e
por ter várias iniciativas pastorais nas suas próprias jurisdições. Depois, o símbolo
do congresso, um grande folheto evangélico, ajuda a evangelizar. É a Palavra de
Deus que nos convoca, nos reúne à volta da mesa da Eucaristia e nos convida a
construir a fraternidade. O símbolo percorre as jurisdições eclesiásticas do
Equador.
Quanto aos principais
promotores na arquidiocese e quanto aos instrumentos mais eficazes na
transmissão da mensagem, o arcebispo sustenta que é “uma missão conjunta”, uma
grande missão evangelizadora à volta do Congresso Eucarístico, que envolve, em
primeiro lugar, os bispos, no caso de Quito, os três bispos auxiliares e o próprio
arcebispo. Envolve os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os
catequistas, a quem se entrega a responsabilidade de serem “missionários
eucarísticos”, e os movimentos laicais, que assumiram esta tarefa com grande
entusiasmo. Houve várias iniciativas nas jurisdições. Em Quito, foi convocado o
“Ano Eucarístico”, aberto a muitas iniciativas pastorais em curso. Na
arquidiocese de Guayaquil, o arcebispo Luis Cabrera abriu o “Ano do Sagrado
Coração de Jesus”, pois não se deve esquecer a razão principal do congresso,
embora centrado na Eucaristia. E, na arquidiocese de Cuenca, Marcos Pérez Caicedo
organizou, em maio, o simpósio “Maria e a Eucaristia”. Cuenca tem uma
tonalidade mariana única.
Ora,
surgindo várias iniciativas, pergunta-se como se consegue a uniformidade.
Porém, em vez dela, procura-se a “unidade”, respeitando a criatividade pastoral
nas jurisdições eclesiásticas, nas paróquias, nos movimentos e noutros grupos.
Há coordenação a partir do Secretariado-Geral e do Comité Local da IEC 2024. E
a Comissão Nacional da IEC 2024 trabalha para conseguir esta unidade, dando
orientações, elaborando materiais e corrigindo erros.
À
pergunta, “Qual tem sido o papel dos leigos na organização?”, o
arcebispo responde com a envolvência de todos. Contudo, os leigos lideram,
tanto no comité local, como nas comissões do congresso.
Tece-se uma rede de trabalho e faz-se “com grande responsabilidade, com um
profundo sentido de Igreja e com uma visão pastoral”.
O
principal fruto, no momento, é que o congresso já está a ser vivido. O
congresso de Quito não é em 2024; o congresso, para arquidiocese, é um “já” e a
preparação para ele “ajuda-nos a viver, a celebrar, a cantar, a rezar e a aprofundar
a Eucaristia no coração de cada fiel e de cada paróquia.
Quanto a argumentos
considerados mais convincentes para incentivar as pessoas a deslocarem-se a
Quito e a participarem neste evento,
o primaz do Equador evoca uma audiência privada do Papa com o
Conselho Permanente da Conferência Episcopal Equatoriana, em que assentou num congresso
“austero mas fecundo”. Assim, o arcebispo diz que o argumento principal será viver
um congresso “fecundo”, que ajude a refletir, a celebrar e aprofundar, na vida
de cristãos, a centralidade da Eucaristia, assumindo o compromisso de uma
“fraternidade para curar o Mundo”.
Cada
Congresso Eucarístico tem a sua estrutura ou dinâmica. No simpósio, propõe-se
uma visão mais real e pastoral, a partir da reflexão sobre a fraternidade, sob pontos
de vista diferentes: Política, Mundo indígena, Economia, Filosofia, Educação e
outros.
Desde
o início, não se quis, e não será, um congresso “clericalizado”. E, como disse
o Cardeal Mario Grech, “o Congresso Eucarístico é a Vigília do Sínodo”, pois
terá lugar cerca de um mês antes da instalação da segunda sessão do Sínodo
sobre a Sinodalidade. Por isso, as catequeses dos cinco dias serão ministradas
por representantes do Povo de Deus: uma religiosa, um leigo, um sacerdote, um
cardeal e um bispo que tenha relação com a realidade da Amazónia. E procuram-se
leigos, religiosos e religiosas, sacerdotes, indígenas, para os testemunhos a
dar no congresso.
Sobre as experiências podem esperar os
participantes neste momento especial que é o Congresso Eucarístico
Internacional, Monsenhor
Alfredo José Espinoza Mateus diz que as pessoas podem esperar grande
acolhimento, clima de alegria, a riqueza da experiência de um povo que ama
Deus, que vive a Eucaristia e manifesta a sua fé, que pede a bênção, sinal
caraterístico do nosso povo. Podem esperar diversidade cultural, um folclore
único, e algo que mais ninguém tem: “Quito é ‘La Mitad del Mundo’, o congresso realiza-se
na latitude zero do Mundo, e daqui, para o Mundo inteiro, queremos abrir as
nossas mãos e os nossos corações. Esperamos por vós!”
***
Há
alguns pontos importantes a considerar sobre o IEC 2024 em Quito, para quem participar no evento dedicado a tornar Jesus
conhecido, amado e mais bem servido no seu mistério eucarístico.
Segundo o site oficial, os congressos
eucarísticos “são uma expressão de uma veneração e amor particular da Igreja
universal pelo mistério eucarístico, fonte de fraternidade e paz”. O tema do
congresso internacional de 2024 é “Fraternidade para curar o Mundo”.
Este congresso é uma comemoração
especial. Em comemoração ao 150.º aniversário da consagração do
Equador ao Sagrado Coração de Jesus, ocorrida em 25 de março de 1874, a
arquidiocese de Quito foi escolhida para sediar o Congresso Eucarístico
Internacional deste ano.
Quito foi sede do primeiro congresso
eucarístico nacional do Mundo. Quito não é um local novo para congressos eucarísticos. A
cidade sediou o primeiro Congresso Eucarístico Nacional, em 1886, um marco na
história eucarística do país e do Mundo.
O congresso ocorrerá de 8 a 15 de setembro. Durante essa
semana, Quito será transformada num centro de celebração e de devoção,
recebendo milhares de visitantes de todo o Mundo.
O evento será realizado no Centro de
Convenções Metropolitano de Quito, um complexo moderno projetado para sediar uma ampla gama de
eventos e conferências. O centro fornecerá áreas espaçosas e funcionais para
todas as atividades do congresso. Localiza-se na avenida Rio Amazonas, na zona
norte da capital. Quito foi
declarada património mundial pela UNESCO, em 1978, e é um destino turístico
importante.
Segundo a programação do congresso, a
cada dia do evento, serão desenvolvidos em profundidade cinco temas: “Mundo
Ferido”, “Fraternidade Redimida em Cristo”, “Eucaristia e Transfiguração do
Mundo”, “Por uma Igreja Sinodal” e “Eucaristia: Salmo da Fraternidade”.
Além das cerimónias litúrgicas, como
a missa de abertura, na qual 2,5 mil crianças farão a primeira comunhão, o
congresso incluirá conferências e testemunhos pessoais que vão explorar
diferentes aspetos do mistério eucarístico e o seu impacto na vida cristã.
Assim, os participantes poderão ouvir oradores de destaque, como o
cineasta Juan Manuel Cotelo; o arcebispo de Bogotá, na Colômbia, cardeal Luis
José Rueda Aparicio; o bispo de Crookston, no Minnesota, D. Andrew Cozzens, que
liderou o Reavivamento Eucarístico Nacional nos Estados Unidos da América (EUA),
encerrado a 21 de julho; o bispo de Orihuela-Alicante, Espanha, D. José Ignacio
Munilla; e o arcipreste da basílica de São Pedro no Vaticano, cardeal Mauro
Gambetti. Os palestrantes vão
abordar temas como a vida consagrada, a renovação eucarística e a fraternidade.
Também haverá testemunhos pessoais sobre o poder transformador da Eucaristia. O
evento também inclui uma procissão e celebrações eucarísticas em lugares
emblemáticos, concluindo com uma missa de encerramento no parque Bicentenário.
Haverá delegações de mais de 40
países. Participarão delegações dos seguintes países: Áustria,
Alemanha, Argélia, Austrália, Bangladesh, Brasil, Canadá, Colômbia, República
do Congo, Eslováquia, Equador, Espanha, EUA, Guiné Equatorial, Honduras, Itália,
Indonésia, Lesoto, México, Nigéria, Panamá, Portugal, Porto Rico, Reino Unido,
Chéquia, Ruanda, Venezuela, Taiwan, Japão, República Dominicana, Quénia,
Hungria, Roménia, Paraguai, Uruguai, Peru, Namíbia, Letónia, Suíça, Uganda,
Togo, Polónia, Nova Zelândia, Eslovénia e Chile.
8. Há uma oração oficial do
congresso:
“Senhor Jesus Cristo, pão vivo
descido do céu: Olhai para o povo do vosso coração, que hoje vos louva, adora e
bendiz. Vós que nos reunis em redor da vossa mesa para nos alimentardes com o
vosso Corpo, concedei que, superando toda a divisão, ódio e egoísmo, nos unamos
como verdadeiros irmãos e irmãs, filhos e filhas do Pai do céu. Enviai-nos o
vosso Espírito de amor, para que, procurando caminhos da fraternidade – paz,
diálogo e perdão –, ajudemos a sarar as feridas do Mundo. Amén.”
Haverá um simpósio teológico, antes do
53.º Congresso Eucarístico Internacional.
O simpósio é dirigido a teólogos e académicos especializados em Teologia Sacramental
e em Teologia Pastoral, a formadores, em seminários ou casas de formação, e a
pessoas interessadas no estudo da Eucaristia e na relação entre a fé cristã e a
realidade social.
As inscrições estão abertas. É possível preencher o
formulário para participar do Congresso Eucarístico Internacional de Quito,
2024.
***
Quem
não vai não se julgará dispensado/a da reflexão sobre a Eucaristia e os seus
frutos.
2024.07.24 –
Louro de Carvalho
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