Na tarde do
dia 28 de julho, na histórica Sé Catedral de Myeongdong, em Seul, capital da
Coreia do Sul, sob o tema “Hope
Ignites in Seoul. Success for WYD Seoul 2027” (“A esperança acende-se
em Seul. Sucesso para a JMJ Seul 2027”), foi lançada, oficialmente a Jornada
Mundial da Juventude de 2027 (JMJ 2027), em grande cerimónia de celebração da
juventude, da cultura e da esperança, com a presença do núncio apostólico na
Coreia, arcebispo Giovanni Gaspari, e do secretário do Dicastério para os
Leigos, a Família e a Vida, Dr. Gleison De Paula Souza.
O evento
decorreu depois de o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida se ter reunido com o Comité
Organizador Local (COL) de Seul, nos dias 27 e 28 de maio, encontro para o qual
foi convidado também o COL de Lisboa, aquando da realização do Congresso
Internacional de Pastoral Juvenil, em Roma. E, no final do mês de janeiro, a
Arquidiocese de Seul tinha realizado a primeira reunião da
Equipa de Pesquisa Preliminar de preparação da JMJ 2027, constituída por 40
elementos.
A cerimónia
de lançamento, que se iniciou às 14 horas, contou com a participação de mais de
mil jovens e com a presença de vários convidados importantes: representantes
diplomáticos de oito países; Yong Ho-sung, vice-ministro da Cultura, Desportos
e Turismo; 19 membros da Assembleia Nacional; e 9 membros do Conselho Municipal
de Seul.
O evento
também contou com a presença de um grupo especial de jovens, formado por
desertores norte-coreanos, jovens com deficiência e soldados do Exército,
Marinha e Força Aérea, simbolizando unidade e inclusão.
A cerimónia
de lançamento começou com um desfile de jovens coreanos, ao lado de jovens de
vários países, carregando 193 bandeiras, enquanto entravam na Catedral de
Myeongdong. A presença de cada bandeira simbolizou a resposta positiva ao
convite do Papa Francisco para que Seul sediasse a JMJ 2027.
Destaque significativo é devido à cerimónia foi a
Declaração de Lançamento, momento crucial liderado pelo arcebispo Peter Soon-taick
Chung, presidente do COL para a JMJ Seul 2027, ao lado de dois jovens delegados
coreanos. A declaração marcou o início oficial dos preparativos para o evento
de 2027 e simbolizou o compromisso coletivo da Igreja e dos jovens com esta
jornada mundial.
Também foi
destacada, durante a cerimónia, a importância económica da JMJ Seul 2027. A
análise da KDI Escola de Políticas Públicas e Gestão revelou consideráveis efeitos
económicos, prevendo um total de 11,3698 triliões de wons em impactos de
produção, 1,5908 triliões de wons em efeitos de valor agregado e a criação de
24725 empregos.
Após a
cerimónia, foi celebrada a Missa presidida pelo arcebispo Peter Soon-taick
Chung e concelebrada pelo cardeal Andrew Soo-jung Yeom, pelos bispos Job Yo-bi
Koo, Paul Kyung-sang Lee (coordenador geral do Comité Organizador Local da JMJ Seul
2027) e Titus Sang-Bum Seo, bispo do Ordinariato Militar da Coreia. Na homilia, o arcebispo Chung afirmou ter “uma profunda aspiração de que a
Igreja ofereça uma plataforma para os jovens do nosso tempo, um palco onde possam
emergir como protagonistas de suas próprias narrativas. E afirmou: “Estou
confiante de que este palco servirá como uma oportunidade e um espaço de
esperança para todos vós. Desejo que, juntos, cultivemos esta esperança
compartilhada por meio da JMJ. Acredito que a JMJ representa uma oportunidade
inestimável para jovens de todo o Mundo, incluindo os nossos jovens coreanos,
de refletirem e se envolverem nessas tarefas desafiadoras. É imperativo que
unamos os nossos corações, que, rezemos juntos e que discirnamos a orientação
do Espírito Santo enquanto nos preparamos sinceramente para esta jornada.”
A Oração
Universal foi conduzida em vários idiomas por jovens de diferentes países,
simbolizando a unidade global abraçada pela JMJ.
A Missa
concluiu com agradecimentos do núncio apostólico na Coreia e do secretário
do Dicastério para Leigos, Família e Vida.
O arcebispo
Giovanni Gaspari destacou a profunda conexão entre o Papa e os jovens, sustentando:
“Os jovens inspiram esperança e simpatia no coração do Papa. Isso atinge a
grande simpatia e paixão com que ele fala sobre os jovens e para os jovens. O
Papa olha para vós, os jovens da Coreia, com grande confiança e afeição. Ele
reconhece a contribuição essencial que vós podeis dar à Jornada Mundial da
Juventude Seul 2027 e acompanha-vos com as suas orações.”
Já o Dr.
Gleison De Paula Souza expressou gratidão e otimismo, vincando que “o Papa
Francisco escolheu Seul como a cidade-sede da próxima Jornada Mundial da
Juventude, ciente das ricas História e Cultura da Coreia. É uma cidade que
incorpora o espírito de inovação e esperança, valores que são intrínsecos à
nossa missão. A todos os jovens presentes e àqueles que não puderam juntar-se a
nós, desejo, fervorosamente, que esta jornada seja de descoberta, de crescimento
e de alegria para vós. Que vós retorneis para vossas casas, inspirados e
motivados para efetuardes mudanças nas vossas comunidades e no Mundo em geral.
Como o tema de hoje proclama, ‘A esperança se acende em Seul!’ Que nossos
corações também sejam acesos em antecipação a esta experiência maravilhosamente
imaginada que nos levará a 2027.”
Em
antecipação à JMJ Seul 2027, o lema do evento será revelado em setembro. E os dois
símbolos da JMJ – a cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora, vão ser
entregues, cerimonialmente, pelos jovens portugueses aos jovens sul-coreanos, a
24 de novembro, em Roma, constituindo
outro marco significativo nesta jornada inspiradora.
***
Logo
no dia seguinte, a 29 de julho, a agência Ecclesia
considerava que os
Salesianos, os Focolares e o Corpo Nacional de Escutas (CNE) são três
movimentos católicos que se envolveram na realização da edição internacional da
Jornada Mundial da Juventude em Portugal e que partilham, neste primeiro
aniversário, memórias e desafios da JMJ Lisboa 2023.
“Vivemos
dias onde nos podemos alimentar, de facto, todo este ambiente que foi
construído entre nós, entre vários movimentos, onde esteve mais de um milhão de
pessoas. E, obviamente, que guardar isto em nós acaba por não concretizar
absolutamente nada”, disse Bernardo Graça, dos jovens do Movimento dos
Focolares, esta segunda-feira, em entrevista à agência Ecclesia.
A primeira
edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Portugal, a JMJ Lisboa
2023, decorreu de 1 a 6 de agosto de 2023, na capital portuguesa, e na semana
anterior, de 26 a 31 de julho, 17 dioceses católicas do território
continental e ilhas receberam milhares de jovens na pré-jornada, os ‘Dias nas
Dioceses’.
“Mesmo que
nesses dias se tenha feito muita coisa, já foi feito, neste ano, um longo
trabalho e acho que foi de tal maneira importante que nos vai alimentar a todos
durante anos e anos sem fim. E vai-nos dar sempre confiança e motivação para
continuar a fazer estes trabalhos no futuro, porque tudo o que eu gostaria na
vida era de voltar a sentir este ambiente que senti naqueles dias aqui em
Lisboa”, explicitou o jovem focolarino.
João Fialho,
da Pastoral dos Salesianos de Lisboa, realçou a importância de “colher também
estes frutos” que aprenderam com JMJ Lisboa 2023 e realçou que “interessa muito
mais agora tudo o que é o processo”.
“O trabalhar
em rede, todas estas competências transversais, viver em comunhão
eclesial. Acho que isso é o que também nos fica enquanto membros destes
grupos ou destes movimentos. Sabemos que podemos contar uns com os outros, que
estamos a trabalhar em conjunto e que não vivemos só de eventos separados”,
observou.
Por sua vez,
Tomás Serra, escuteiro do CNE, há 11 anos, relevou que a JMJ Lisboa 2023 “foi
algo extremamente valorativo” para a associação, pois, sendo “o maior movimento
de educação não formal que existe, a nível mundial”, pôde “capacitar os jovens
na envolvência, na comunidade e na preparação de uma atividade desta
magnitude”, que dá “imensas ferramentas, desde liderança, coordenação, que são
essenciais no dia-a-dia”.
“Depois,
ajuda-nos muito no sentido de pertencer a uma comunidade. Apesar de termos
algumas dinâmicas de promoção da paz, aquilo que foi pedido aos jovens foi que
se pudessem envolver nas suas comunidades, dessem tudo aquilo que têm nos
locais onde residem. Porque, no fundo, este é o grande momento de servir”,
acrescentou.
O Movimento
Juvenil Salesiano (MJS) levou “cerca de 8 mil jovens a Lisboa”, e João Fialho,
da Pastoral dos Salesianos de Lisboa, destaca que “ficaram muitas coisas boas”,
desta participação, onde os jovens portugueses estiveram mais na parte da
organização, “em termos de liderança, de assumir o primeiro lugar em
determinados processos, mesmo em coordenações de atividades”.
“Depois, [com]
esta marca dos grandes encontros, ficámos todos com esta sede de ‘vamos
continuar a estar juntos, vamos continuar a fazer festa, vamos continuar aqui a
fazer uma grande fonte de alegria’. E isso é muito bom, é muito positivo,
olhando para trás”, desenvolveu, realçando que nos ambientes Salesianos, neste
pós-JMJ, durante este ano letivo e pastoral, “muitas escolas, realidades
pastorais, realizaram missões de voluntariado”.
A Ecclesia enfatiza que Lisboa acolheu o
maior encontro mundial de jovens com o Papa Francisco, mais de 1,5 milhões de
pessoas participaram nas celebrações conclusivas, presididas pelo Santo Padre,
no Parque Tejo.
A próxima
edição internacional da JMJ realiza-se em Seul, na Coreia do Sul, em 2027, como
anunciou o Papa, a 6 de agosto de 2025, esperando-se que as JMJ se tornem um mecanismo
vivo de vivência e empenho eclesiais.
2024.07.29 – Louro de Carvalho
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