Soube,
como é natural, do falecimento, a 29 de outubro, do arquiteto Manuel Tomás de
Carvalho Botelho, um dos meus melhores professores no Seminário de Lamego,
antes de cursar Arquitetura. Recordo-o como o docente claro, profundo, com
singular empenho no que ensinava e inovador, em termos didático-pedagógicos.
Todavia, o então licenciado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, já revelava notória aptidão para as Belas-Artes e, em especial, para a Arquitetura, como o demonstra a total reconfiguração da igreja do Seminário, a seu cargo, ordenada pelo então bispo diocesano, D. João da Silva Campos Neves, e inaugurada pelo sucessor, D. Américo Henriques). Nestes termos, se o recordo como insigne professor de Teologia Fundamental e de Teologia Dogmática (no ângulo sacramental), também não o olvido como professor de Arte Sacra, sensível à adequada configuração do espaço litúrgico, em consonância com a dignidade, a solenidade e a simplicidade das celebrações, e ao seu dimensionamento, em conformidade com a potencial composição da assembleia sagrada. Não posso, outrossim, esquecer-me do tempo em que foi prefeito no Seminário de Resende e, com toda a paciência e clareza, me levou a gostar das cerimónias litúrgicas e, em especial, da ministração da incensação. Foi com ele que, na festa de Nossa Senhora de Lurdes, a 11 de fevereiro de 1966, aprendi que também o povo merece a incensação nas liturgias solenes. Ainda desse tempo, é de assinalar a geral simpatia de que o então presbítero gozava na cidade de Lamego, nomeadamente, na paróquia de Almacave e no seminário, onde nós, os estudantes, o alcunhávamos de Manuel Coelho, em razão da duas últimas sílabas do apelido.
Todavia, o então licenciado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, já revelava notória aptidão para as Belas-Artes e, em especial, para a Arquitetura, como o demonstra a total reconfiguração da igreja do Seminário, a seu cargo, ordenada pelo então bispo diocesano, D. João da Silva Campos Neves, e inaugurada pelo sucessor, D. Américo Henriques). Nestes termos, se o recordo como insigne professor de Teologia Fundamental e de Teologia Dogmática (no ângulo sacramental), também não o olvido como professor de Arte Sacra, sensível à adequada configuração do espaço litúrgico, em consonância com a dignidade, a solenidade e a simplicidade das celebrações, e ao seu dimensionamento, em conformidade com a potencial composição da assembleia sagrada. Não posso, outrossim, esquecer-me do tempo em que foi prefeito no Seminário de Resende e, com toda a paciência e clareza, me levou a gostar das cerimónias litúrgicas e, em especial, da ministração da incensação. Foi com ele que, na festa de Nossa Senhora de Lurdes, a 11 de fevereiro de 1966, aprendi que também o povo merece a incensação nas liturgias solenes. Ainda desse tempo, é de assinalar a geral simpatia de que o então presbítero gozava na cidade de Lamego, nomeadamente, na paróquia de Almacave e no seminário, onde nós, os estudantes, o alcunhávamos de Manuel Coelho, em razão da duas últimas sílabas do apelido.
***
É
óbvio que Manuel Botelho é conhecido, sobretudo, como arquiteto, pois foram 30
anos de inteira dedicação à Arquitetura e à sua docência e de matérias conexas
com a Arquitetura.
Dele, como professor, fala António Teixeira de Matos, relevando que era “um excelente professor que granjeou a admiração e estima dos seus alunos da FAUP [Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto]”. E refere que era “cultíssimo, humano, com uma enorme sensibilidade, um excelente comunicador”, sendo a Arquitetura “um prolongamento do seu ser”, um ser especial que dizia: “Procurei sempre a beleza das coisas simples.”
Dele, como professor, fala António Teixeira de Matos, relevando que era “um excelente professor que granjeou a admiração e estima dos seus alunos da FAUP [Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto]”. E refere que era “cultíssimo, humano, com uma enorme sensibilidade, um excelente comunicador”, sendo a Arquitetura “um prolongamento do seu ser”, um ser especial que dizia: “Procurei sempre a beleza das coisas simples.”
Contudo,
Teixeira de Matos não omite que o doutorado com a classificação máxima Laurea
in Architettura pela Universitá degli Studi di Roma - La Sapienza, “foi alvo de
invejas, perseguições profundamente injustas de uma certa elite, do seu meio,
beneficiária do regime”, mas que a sua obra “é reconhecida internacionalmente
pelos seus pares”.
Também
em Portugal, ombreou com muitos dos seus pares, que lhe prestaram justa
homenagem. E é de salientar que teve a lucidez profissional, o cuidado e o
carinho de entregar os testemunhos do seu trabalho profissional e a sua
biblioteca +a instituições que podem fazer uso útil, para a comunidade
científica, de todo esse material.
O
site da Fundação Marques da Silva (FMS) faz abundante memória do
arquiteto Manuel Botelho.
Referindo
que o seu percurso não é um percurso comum, assinala que cerca da centena de
projetos que cruzam a arquitetura e o design de objetos, da continuada
reflexão teórica expressa em obra escrita e do exercício de 30 anos de prática
docente na FAUP, “capaz de influenciar e entusiasmar as várias gerações de
alunos que passaram pelas suas aulas”, confirmam “a intrínseca natureza de quem
não poderia deixar de ser arquiteto”. Com efeito, foi esse ramo disciplinar que
determinou “o seu modo de vida e o seu modo de ver o Mundo”, mas “indissociáveis
da sua formação filosófica e do seu fascínio pela linguagem poética, que
cultivava enquanto leitor e autor”.
Inscreveu-se
na Facoltà di Architettura dell’Università degli Studi di Roma - La Sapienza, onde,
sob orientação de Ludovico Quaroni, com um projeto para a Universidade do
Minho, em 1978, obteve a Laurea. De regresso a Portugal, fixou-se na cidade do Porto,
onde fundou gabinete próprio. Em 1980, na ainda Escola Superior de Arquitetura,
iniciou a primeira experiência como docente, em Projeto V, sob regência do
arquiteto Pedro Ramalho, tendo como colegas Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura. Depois,
como professor da FAUP, com o arquiteto Fernando Távora, lecionou Teoria Geral
da Organização do Espaço, no ano letivo 1987-1988. Partilhou ainda as aulas de
Métodos e Linguagens da Arquitetura Contemporânea com o arquiteto José Salgado
e integrou a equipa de docentes de Projeto III.
O
seu percurso incluiu longos períodos de docência em Iniciação ao Projeto e
Projeto I, entre 1982 e 1998, sob regência de Sergio Fernandez ou Alfredo Matos
Ferreira e, entre 2006 e 2010, em corregência com José Manuel Soares. Alfredo
Matos Ferreira viria, aliás, a ser o seu orientador da tese de doutoramento
sobre a “Projetualidade em Arquitetura”. Colaborou na equipa de redação do
projeto dos estatutos da FAUP e na equipa editorial da RA. Foi convidado a
lecionar no Polo de Modena, extensão da Faculdade de Arquitetura de Milão.
Proferiu diversas conferências e participou em Seminários em Portugal, em Espanha
e em Itália.
O
seu trabalho integrou várias exposições, com destaque para a Europália 1991 -
Arquitetura Contemporânea Portuguesa, que decorreu em Bruxelas, tendo sido, por
diversas vezes, distinguido: Prémio Nacional de Arquitetura Keil do Amaral
(Primeiras Obras), em 1989, com a Casa Dr. Barroso Pires; várias menções
honrosas; nomeação para o Prémio Mies van der Rohe 1994; finalista do Prémio
Secil de Arquitetura 2002.
Os
testemunhos dos alunos validam o seu caráter singular. Jorge Reis, na
dissertação de mestrado (2018), sublinha que “a postura de Manuel Botelho
diferenciava-se, claramente, não só pela especificidade do tom e ritmo pausado,
mas, sobretudo, pela emotividade do seu discurso, pela abordagem lírica às
matérias arquitetónicas e pelos inesgotáveis cruzamentos interdisciplinares, já
que, nas suas aulas, os estudantes eram confrontados com a filosofia, a
pintura, a escultura, a literatura, e desta última, em especial, a poesia”. E
Duarte Belo, em “Cidade Infinita”, anota: “Com Manuel Botelho éramos, seus
alunos, conduzidos pela descoberta do desenho, pelas possibilidades quase
ilimitadas da forma arquitetónica, do jogo de volumetrias, pelas complexas
relações espaciais com que temos de lidar. A maior parte de nós entrava ali num
mundo desconhecido, belo, difícil e apelativo. Éramos levados pela incessante
procura de uma ideia de clareza, de ausência de ruído, da imensa nobreza,
solenidade mesmo, da obra arquitetónica, onde não faltava a interrogação,
elementos de descontinuidade, a perturbação intencional da ordem óbvia.”
Recorda
a FMS que, em 2022, o arquiteto decidiu de doar o seu acervo profissional à
Fundação Marques da Silva (FMS) e a sua biblioteca à Escola de Arquitetura,
Arte e Design da Universidade do Minho (EAAD-UM). Por conseguinte, o
Centro de Documentação da FMS integra documentação relativa a 67 projetos de Arquitetura
da sua autoria, datados, sobretudo, entre 1980 e 2009, onde se identificam
alguns concursos, mas, sobretudo, obra construída, desde moradias a grandes
equipamentos públicos, localizada no Centro e no Norte do país. O acervo inclui
ainda documentação relativa à sua formação em Itália.
Para
sinalizar este gesto, que garante a salvaguarda da sua obra, permitindo que
venha a ser objeto de investigação e estudo, um grupo de ex-alunos – António
Neves, Bruno Baldaia, Carlos Maia e Duarte Belo –, apoiado num trabalho
de identificação e inventariação da obra do Arquiteto Manuel Botelho, por si
desenvolvido, em colaboração com os bolseiros da Universidade do Minho Bruno
Castro, João Costa e Rui Ferreira, programou um ciclo de ações que passaram por
três momentos expositivos distintos, por mesas redondas e por visitas guiadas:
Exposição “Território
Manuel Botelho – Projeto e Obra”, de 26 de janeiro a 9 de março de 2022, na Galeria
de Exposições da FAUP;
Mesa
Redonda Manuel Botelho. Professor”, a 23 de fevereiro, no Auditório
Fernando Távora, na FAUP, com vídeo;
Visita
guiada com António Neves, a 9 de março, na FAUP, com vídeo;
Exposição “Território
Manuel Botelho”, de 6 de abril a 18 de maio de 2022, na Galeria da Garagem
Avenida, em Guimarães, tendo constado da Sessão de Encerramento uma mesa-redonda,
uma visita guiada com Carlos Maia e o lançamento do livro “Território
Manuel Botelho”;
Exposição Cartográfica
“Manuel Botelho: Obra e Projeto”, de 12 de novembro de 2022 a 21 de janeiro de
2023;
Lançamento
do livro “Território Manuel Botelho – Obra e Projeto 1980/2008” e Mesa-Redonda,
a 6 de maio de 2023, na FMS;
Apresentação
do livro “Território Manuel Botelho – Obra e Projeto 1980/2008”, em
Coimbra: uma conversa entre Joaquim Moreno, Paulo Providência, os editores do
livro, e o coordenador editorial Pedro Baía, a 7 de novembro de 2023, na sala
de Projeto 1 do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra
Apresentação
do livro “Território Manuel Botelho – Obra e Projeto 1980/2008”, em Lisboa: uma
conversa entre Luís Santiago Baptista, Rui Mendes, os editores do livro e o
coordenador editorial Pedro Baía, a 22 de fevereiro de 2024, na Sociedade
Nacional de Belas-Artes.
(Fonte:
site da FMS)“A
Arquitetura só poderá responder às realidades do Mundo e da vida, na síntese de
opostos que concilia racionalidade com intuição, lógica com sentimento,
disciplina com fantasia, na atmosfera do bom senso que não renega, contudo, o
lugar da poesia” (Manuel Botelho, Arquitectura e Identidade, 1995)
***
Carolina
de Medeiros, da FAUP, fala da “permanência da obra de Manuel Botelho”,
replicando, não só em parte, o que recolhemos da FMS, mas também fazendo a
apreciação valorativa do seu perfil e da sua obra. “Sempre nos ensinou que o
vazio e o silêncio têm tanta ou mais importância do que a palavra”, pode ser a
frase lapidar com que a comentadora aprecia o notável arquiteto.
Sustenta Carolina de Medeiros que Manuel Botelho foi “professor discreto e atento, cuja formação italiana e o diálogo com a cultura que o recebeu se cruzaram, numa prática e num pensamento comprometidos com o que se fez e se continua a fazer em Arquitetura, em Portugal, contribuindo, de forma significativa para o entendimento do que hoje se reconhece como a “Escola do Porto”. Todavia, mais do que arquiteto e professor, “foi um pensador da Arquitetura”.
Sustenta Carolina de Medeiros que Manuel Botelho foi “professor discreto e atento, cuja formação italiana e o diálogo com a cultura que o recebeu se cruzaram, numa prática e num pensamento comprometidos com o que se fez e se continua a fazer em Arquitetura, em Portugal, contribuindo, de forma significativa para o entendimento do que hoje se reconhece como a “Escola do Porto”. Todavia, mais do que arquiteto e professor, “foi um pensador da Arquitetura”.
José
Manuel Soares, corregente de Projeto 1, na FAUP, recorda a forma singular como
ensinava e comunicava: “Era o silêncio”. […] Usava o silêncio,
intuitivamente, entre as frases. Os pensamentos pausados eram lentos e
refletidos, como os desenhos que ia marcando na folha de papel.” Essa forma de
comunicar, prossegue, “tinha um impacto muito forte nos alunos e era memorável
para quem, desde criança, aprende a valorizar a velocidade e a rapidez como
atributos da aprendizagem e da comunicação.”
Além
disso, diz José Manuel Soares, “o Manuel Botelho dava, dessa forma, mais valor
ao que dizia e desenhava. Sempre nos ensinou que o vazio e o silêncio têm tanto
ou mais importância do que a palavra, a música ou o desenho.”
***
Sobre
a exposição ‘Território Manuel Botelho’, os organizadores referiam que “propõe
um olhar alargado sobre a obra do arquiteto Manuel Botelho”, cuja “singular
produção atravessa mais de três décadas e cruza a arquitetura, o design
de objetos, a reflexão teórica vertida para a escrita, e a docência”. Assim, ‘Território
Manuel Botelho’ reúne uma seleção de projetos de diferentes escalas, programas
e enquadramentos que integram o corpo de trabalho de Manuel Botelho.
“Ao longo da Galeria, a exposição apresenta-se, através de dois olhares distintos que se intersetam e relacionam: por um lado, o registo fotográfico documental, produzido por Duarte Belo (fotógrafo, arquiteto e antigo aluno de Manuel Botelho), do percurso pelo território de espaços construídos e de objetos do arquiteto, bem como pelos espaços do seu quotidiano; por outro lado, através das Maquetes realizadas para esta mostra, pelos bolseiros Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira, da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho [EAAD-UM], assim como desenhos e esboços e fotografias são apresentadas sete obras determinantes que permitem entender e caraterizar a produção do Atelier Manuel Botelho ao longo do tempo.”
“Ao longo da Galeria, a exposição apresenta-se, através de dois olhares distintos que se intersetam e relacionam: por um lado, o registo fotográfico documental, produzido por Duarte Belo (fotógrafo, arquiteto e antigo aluno de Manuel Botelho), do percurso pelo território de espaços construídos e de objetos do arquiteto, bem como pelos espaços do seu quotidiano; por outro lado, através das Maquetes realizadas para esta mostra, pelos bolseiros Bruno Castro, João Costa e Rui Ferreira, da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho [EAAD-UM], assim como desenhos e esboços e fotografias são apresentadas sete obras determinantes que permitem entender e caraterizar a produção do Atelier Manuel Botelho ao longo do tempo.”
A
Exposição assinalou a entrega da sua biblioteca à EAAD-UM; decorreu de um
trabalho de identificação e inventariação da obra do arquiteto Manuel Botelho
levada a cabo pelos comissários com o apoio dos bolseiros da Universidade do
Minho. E assinalou a salvaguarda dos registos do trabalho de Manuel Botelho,
através do depósito do seu acervo na FMS.
Do
livro “Território Manuel Botelho – Obra e Projeto 1980/2008” (Escola de
Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho, 2022), diz o autor, Duarte
Belo: “Fazemos uma viagem imersiva pela arquitetura de Manuel Botelho,
percorremos uma parte significativa da sua obra construída. Quando, mais tarde,
procuramos uma imagem-síntese, deparamo-nos com uma impossibilidade: mais do
que uma representação de uma obra arquitetónica, estamos perante uma cidade,
uma paisagem. Há, aqui, uma obsessiva exploração do desenho, do detalhe, de
algo que em cada projeto é irrepetível e nos surpreende.
“Na
materialização desta arquitetura, notamos uma ideia de procura permanente.
Volumetrias, planos, vãos, espaços de circulação e de pausa, texturas, campos
de visão, luz. Mas há algo que continuamente nos escapa na tentativa de
apreender esta realidade. Como na complexidade imensa de uma cidade,
encontramos em Manuel Botelho um território de espanto.”
***
Este
arrazoado, mais coligido, do que resultado da minha pena, é consentâneo com a
memória que retenho deste grande homem e excelente profissional, seja qual for
o ângulo de apreciação que dele façamos, e que marca qualquer pessoa que se
tenha encontrado com ele.
Por tudo isto e porque há obras, na diocese de Lamego (de que era natural), por ele inspiradas, e/ou projetadas e acompanhadas, a minha solidariedade com a diocese. E, como é meu dever, aqui deste cantinho de Portugal, endereço à família e, em especial ao seu irmão, D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, bispo emérito, as sentidas condolências.
Por tudo isto e porque há obras, na diocese de Lamego (de que era natural), por ele inspiradas, e/ou projetadas e acompanhadas, a minha solidariedade com a diocese. E, como é meu dever, aqui deste cantinho de Portugal, endereço à família e, em especial ao seu irmão, D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, bispo emérito, as sentidas condolências.
2025.11.06
– Louro de Carvalho
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