No itinerário disposto pela narrativa lucana (Lc 24,13-35), os dois discípulos de Emaús, tendo a companhia do próprio Jesus, o Cristo Ressuscitado, escutam a exortação do Mestre, recebem, das mãos do Cristo Senhor, o Pão partilhado e têm o coração aberto para assumir, com ardor e alegria, a missão de anunciar que Jesus, morto na carne, não fora vencido pela cruz, nem pela morte, pois ressuscitou e vive, caminhando com a comunidade.
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A difusão da
Palavra dá-se pelo testemunho de homens e mulheres que, ao aderirem à proposta
de amor, de justiça, de misericórdia e de salvação do Cristo Senhor, O anunciam
na força do Espírito, em todas as dimensões da vida; e, configurando a sua vida
com a vontade de Deus, se transfiguram em cristãos, o que só é possível pelo
encontro transformador com o Ressuscitado. O episódio em causa é lapidar para mostrar o necessário encontro com o Cristo Senhor, por meio do qual há a conversão em cristãos, em discípulos missionários. E, para compreender que similar itinerário é necessário ao cristão, torna-se claro que, a partir do encontro transfigurador com o Ressuscitado, a Palavra e o partir do Pão, operados por Cristo, convocam o cristão a assumir, com a vida, a missão de anunciar Jesus Cristo.
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O evangelho
de Lucas é destinado aos cristãos de cultura grega, pertencentes à terceira geração
do Cristianismo, sem contacto visual com Jesus, como os apóstolos e os
discípulos. Por isso, perguntavam “onde está Jesus Ressuscitado”. Em resposta,
o evangelista descreve o itinerário de Jerusalém para Emaús, ao anoitecer, apresentando
Jesus, que se põe a caminhar com os que falavam sobre todos esses
acontecimentos dos últimos dias, no caminho.Trata-se de dois discípulos não pertencentes “ao grupo dos ‘Onze’ apóstolos, mas ao grupo de ‘os Onze e seus companheiros”, que rumavam a Emaús, a atual aldeia árabe de El-Qubeybeh”, encontrada pelos cruzados, a 12 quilómetros de Jerusalém (64 estádios”.
Os factos transcorridos na Paixão e Morte de Jesus continuavam fortes na memória e no coração dos discípulos, os quais, apesar de caminharem para um determinado local, ao saírem de Jerusalém, crendo na derrota do Senhor, iam a esmo. Subitamente, Jesus põe-se a caminhar com eles, a fim de lhes ser a companhia acalentadora, face à angústia causada pela sua morte e a resposta às inquietações causadas pela incompreensão da sua Paixão.
A angústia era tal que a lembrança dos factos não lhes saía do coração, a ponto de não reconhecerem o Mestre. Para exprimir tal sentimento dos discípulos, ante a Paixão de Jesus, Lucas utiliza os termos “διάλογος”, “συζητήσω” e “διαψεύδω”. O primeiro, usado por duas vezes, remete para a conversa / diálogo. O segundo mostra que o diálogo não é pacífico, pois não veem explicação para o que sucedeu com Jesus. O terceiro é o mais revelador da confusão interior dos discípulos: significa devolver o golpe ou responder a um argumento com o contrário. E é isso que os discípulos que fazem no caminho que os afasta de Jerusalém. A incompreensão dos factos pusera-os como que de olhos vendados, incapazes de compreender o que ocorrera, demonstrando a falta de fé em Jesus e nas profecias ditas por Ele sobre sua Ressurreição. Todavia, percebendo a vacilação dos discípulos, Jesus não os interrompe e interessa-se pela conversa, tentando inserir-se no contexto deles e questionando-os sobre o que discutiam. A iniciativa de Jesus, que para eles era um peregrino, de os questionar levou-os saírem do seu fechamento e a abrirem o coração, mostrando a tristeza e a incredulidade que os assolavam: “Pararam com o rosto sombrio.”
A face de ambos estava obscura por verem a morte do Mestre como o falecimento de todas as suas esperanças e sonhos, pois ainda não acreditavam na ressurreição, tendo “como que um véu sobre o coração”. E um deles, Cléofas, indignado pela desinformação do peregrino, questiona-o: “Tu és o único forasteiro em Jerusalém que ignoras os factos que lá ocorreram nestes dias?” Não tinham percebido que o transeunte e companheiro é o Mestre, agora Ressuscitado, que pretende extirpar-lhes a incredulidade, levando-lhes ao coração a certeza da sua Ressurreição.
Para tanto, Jesus incentiva-os a discorrerem o seu conhecimento acerca dos factos, perguntando “quais”. E eles transmitiram, resumidamente, a História do seu Mestre, fazendo um esboço quase fidedigno do perfil de Jesus, “como fora compreendido também pelos seus mais íntimos...um profeta como algum dos profetas ou como o próprio Moisés, poderoso em obras e em palavras, como tal manifestado por Deus e reconhecido pelos homens”.
A síntese peca ao deter-se na morte, sem vislumbrar a Ressurreição: “Nós esperávamos que fosse ele quem iria redimir Israel; mas, com tudo isso, faz três dias que todas essas coisas aconteceram!” É patente que os discípulos comungavam a ideia do Messias triunfante, que viria libertar Israel dos opressores, mas Cristo não realizou esta esperança do Israel da ‘carne’. Creram na missão divina de Jesus de restauração, mas não da forma que Ele anunciava: o Messias sofreria para remir o pecado do homem, reconciliando-o com Deus. Por isso, não deram crédito ao testemunho das mulheres. O relato das mulheres, em vez de reavivar a esperança no coração dos discípulos, deixou-os mais perturbados, pois o facto de elas, alegadamente, não terem visto o corpo do Senhor desqualifica os sinais da Ressurreição de Jesus proclamados por elas. Por isso, abandonam a comunidade e preferem viajar sozinhos, sem verificarem se a experiência que as mulheres tiveram seria ou não esclarecedora. Aliás, os dois discípulos não estavam abertos à novidade de Deus, concebiam o messianismo de Jesus de maneira humana, porque nutriam, no coração, o ideal de um Messias triunfante, aos olhos humanos.
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O descrédito
dos discípulos para com o testemunho das mulheres e a imaturidade de ambos,
face ao conhecimento de Jesus, faz com que Ele os repreenda: “Insensatos e
lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram!” A partir daqui,
a caminhada torna-se reaprendizagem sobre a missão de Jesus e convite a abrir o
coração e os olhos, não só os físicos, mas, sobretudo os olhos da fé, a fim de conhecerem
Jesus. Embora tenham convivido com Jesus e sido instruídos por Ele, não O conheciam.
Ficaram impressionados pelo ensinamento e pelas obras d’Ele, mas não O viam
como realizador das promessas messiânicas anunciadas pelos profetas. Apenas
tinham captado, intelectualmente, os seus ensinamentos, pelo que não conseguiam
interpretar a sua Paixão-Morte, nem crer na Ressurreição, por não olharem “com
o olhar de Deus”. Ao fixarem-se no escândalo e na derrota da cruz, não
compreendiam a ação de salvação operada por Deus, em Jesus, preconizada nas
profecias messiânicas. Por isso, Jesus interpela-os: “Não era preciso que o
Cristo sofresse tudo isso e entrasse na sua
glória?”Questionando-os, atualizava, para eles, a figura do Servo sofredor, profetizada pelo Deuteroisaías, nos cânticos do Servo sofredor. Para interligar a Paixão e Glória, Jesus terá revisitado, sobretudo, o quarto canto do Servo, em que o profeta narra a Paixão e a Glória do Servo sofredor. “Livremente, humilhou-se e não abriu a boca, como cordeiro conduzido ao matadouro, como ovelha que permaneceu muda na presença dos seus tosquiadores…” (Paixão). “Eis por que lhe darei um quinhão entre as multidões. Com os fortes repartirá os despojos...” (Glória)
Jesus, fazendo hermenêutica da sua Paixão à luz dos Cânticos do Servo sofredor, retira dos discípulos a pedra de escândalo em que tropeçam, corrigindo o falso messianismo que os assolava, fazendo-lhes compreender que o desígnio salvífico do Pai deveria ser realizado, pela manifestação espetacular do poder de Deus, mas pela fidelidade e entrega do Messias até a morte. Assim, vivendo a dor mais excruciante da natureza humana – a morte na sua carne –, Jesus adentra na sua glória e é honrado por Deus na condição de Senhor. E, vincar esta certeza aos discípulos, retoma todo o Antigo Testamento, ligando-o à sua Pessoa: “E, começando por Moisés, e por todos os Profetas, interpretou-lhes, em todas as Escrituras, o que a ele dizia respeito.”
Moisés e os Profetas significam todo o Antigo Testamento, de que Jesus é a chave de leitura e através do qual o projeto do Pai tomou forma definitiva no Messias sofredor. A explanação de Jesus sobre o que Escritura dizia a seu respeito indica que o Antigo Testamento é a preparação para a sua vinda, por tender ao advento da era messiânica e ao Novo Testamento, pois, só a partir de Cristo é que o Antigo Testamento é desvelado. Com tais palavras, o Mestre mostra-lhes o real sentido da sua paixão, crucificação e morte, partindo do que, na condição de judeus, lhes era familiar: a Escritura. Aliás, a estrada que o Ressuscitado lhes abre para percorrer é a da Escritura, pois é a Palavra de Deus que desvenda o mistério e o faz sair do abalo causado pelo escândalo da cruz e reacender a fé, pela nova intelecção da Escritura.
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A luz da
Palavra, revelada pelo Ressuscitado, derretia o gelo do coração dos discípulos,
abria-lhes os olhos e dissipava-lhe as incertezas e a dureza dos corações,
aumentando a afetuosidade dos discípulos, que já não veem o peregrino como um
estranho, pois, ao vê-lo tomar direção diferente da deles, num certo ponto do
caminho, realizam um gesto cortês para com Ele: “Aproximando-se do povoado para
onde iam, Jesus simulou ir mais adiante. Porém, eles insistiram, dizendo: Permanece
connosco, pois cai a tarde e o dia já declina.” A intervenção de Cristo, ao explicar as Escrituras, restaurou o combalido coração dos discípulos, tirando-os da tristeza e da solidão e suscitando neles o afã de estar com Ele. E Lucas, frisando a insistência dos discípulos para que o peregrino, permanecesse com eles, realça o desejo de Jesus de permanecer com eles, pois Ele “entrou então para ficar com eles”. Assim, o Ressuscitado deseja estar com os seus, através da “Escritura que fala d’Ele, com a sua aparência de peregrino, com a visão pascal, com o amor nos corações deles, com a fé”.
Ao entrar na casa deles, Jesus “tomou o pão, abençoou-o, depois partiu-o e distribuiu-o a eles”, isto é, o Senhor realizou os mesmos gestos que fizera na ceia eucarística. São gestos habituais em Jesus e em toda Igreja apostólica que os toma para atualizar a presença do Mestre entre os fiéis. Com efeito, o Ressuscitado efetua um ato anamnético pelo qual os discípulos O reconhecem: “Então seus olhos se abriram e O reconheceram.” Só O reconheceram, não pelo tom de voz, nem pelo diálogo, pelo gesto/sinal de partir e repartir o pão, que se torna o sinal mais contundente para reconhecer o Ressuscitado, o qual após proporcionar a experiência pascal aos discípulos, abrindo-lhes os olhos da fé, desaparece fisicamente: “Ele, porém, ficou invisível ante eles.”
A conversão ocorrida nos discípulos acarretou a recriação deles, a ponto de a desaparição de Jesus, depois de reconhecido, não lhes causar nova deceção e fechamento. Antes, passaram da profunda tristeza e da radical deceção à alegria e ao entusiasmo inéditos. Agora, sentem que Jesus Ressuscitado está com eles na fé e nos corações, fazendo brotar, neles, a certeza de que fizeram um itinerário de fé com o Mestre: “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava Escrituras?” Tal expressão, que expõe o vigoroso fulgor do coração dos discípulos, é “habitual na linguagem bíblica, para exprimir forte paixão, como ódio, ira ou grande tormento íntimo, devendo ser tomada, aqui, no sentido grego de ‘amor”.
Assim, a caminhada dos discípulos torna-se episódio pascal a mostrar que Jesus está realmente vivo, ressuscitado. Após esta experiência com o Ressuscitado, eles tornam-se testemunhas da vitória de Jesus sobre o fato. Ele desaparece, mas permanece no pão partido e na chama do amor dos corações. E eles reatam a comunhão com a comunidade, da qual partiram, a fim de romperem os laços que ligara as suas vidas à de Jesus e à da comunidade.
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A tristeza,
estampada nos rostos dos discípulos no início da caminhada de Jerusalém a
Emaús, converte-se em imensa alegria que os impele a enfrentar os perigos da
noite e ao ardor missionário para retornarem a Jerusalém, para encontrarem os
Onze e aos seus companheiros e lhes relatarem a nova experiência: “Naquela
mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam aí reunidos os
Onze, com os seus companheiros.” O itinerário de fé com o Ressuscitado desperta,
nos discípulos, a necessidade de retornarem à comunidade, a partilhar o
maravilhoso encontro que tiveram com o Mestre. E os dois discípulos empreendem
o caminho de volta para Jerusalém e anunciam aos outros que o Senhor
ressuscitou e que O viram com os próprios olhos.A coragem de partir para Jerusalém sem medir os perigos surge da motivação do novo olhar, da luz no horizonte, que é o Ressuscitado, em contraste com a treva do coração, na viagem, de dia, de Jerusalém a Emaús. Com o Ressuscitado, já não há medo, cansaço, escuridão, perigo de assalto e de agressão, portas fechadas, etc., que impeçam de empreender os caminhos do anúncio do Evangelho, da comunhão e da missão. De nada adiantaria aos discípulos reconhecer o Mestre, ao partir e repartir o pão, e ficar com essa alegria só com eles, porque a experiência de reconhecer Jesus implica o retorno à comunidade, com o testemunho de que Jesus está vivo. É esta alegria, alimentada pela certeza da Ressurreição de Jesus, que os encoraja a voltarem a Jerusalém, pois, se antes abandonaram a comunidade desconsolados, agora voltam para a mesma comunidade, robustecidos pela fé no Ressuscitado. Desta forma, os dois discípulos que iniciaram a viagem na tristeza e na recordação de um defunto terminam com a visão do Ressuscitado, e, tomados pela alegria da descoberta e pela pressa, levantam-se e voltaram para junto dos discípulos, a fim de lhes anunciarem a Ressurreição do Senhor. E a comunidade corrobora a notícia da Ressurreição do Senhor: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão.”
O testemunho dos discípulos acerca da vitória do Mestre sobre a morte funda-se na tradição apostólica, representada por Pedro, pois, no fim do relato da aparição do Ressuscitado aos dois discípulos de Emaús, o testemunho dos dois é incorporado no testemunho de Pedro e dos outros apóstolos, ou seja, no testemunho da Igreja apostólica. Aliás, a aparição de Jesus Ressuscitado, primeiramente, a Pedro, corrobora o primado de Pedro na condição de primeira testemunha da Ressurreição, conforme explicita a profissão de fé provinda da tradição nascida na comunidade de Jerusalém. A aparição de Jesus Ressuscitado, em primeiro lugar, a Pedro, já era parte do kérigma eclesial, 30 anos antes da redação do Evangelho lucano. Para os discípulos a caminhada com o Ressuscitado é tão viva e forte que, apesar de ter sido reconfirmada a sua constatação de que Jesus Ressuscitou, eles “narraram os acontecimentos do caminho e como o haviam reconhecido na fração do pão”.
Vincando semelhante afã dos discípulos de relatarem a experiência com o Ressuscitado, Lucas releva que o autêntico discípulo de Jesus é o que transmite a experiência pessoal que fez com Cristo Ressuscitado, só possível pela escuta atenta da Palavra e pelo repartir do Pão com o irmão, regressando à comunidade, não do mesmo modo, mas com renovada fé e ardor.
Esta fração do pão não consiste no rito judaico que inicia a refeição, mas na celebração eucarística. Os destinatários do Evangelho de Lucas não conheciam o rito judaico da ‘fração do pão’, mas conheciam a Eucaristia, celebrada nas comunidades cristãs, 40 anos antes da escrita deste Evangelho. Portanto, a expressão ‘fração do pão’ só podia significar a Eucaristia. Em várias passagens dos Atos dos Apóstolos, Lucas diz que os cristãos se reuniam no fim do primeiro dia da semana para a ‘fração do pão’.
A narrativa de Emaús, desembocando no anúncio missionário dos discípulos, após o itinerário de fé trilhado por eles com a presença do Ressuscitado, mostra o modelo de caminho do discípulo de Jesus, sendo o testemunho dos discípulos o prolongamento da vitória da missão de Jesus, o Qual caminha com os seus, transformando-os e restaurando-os, pois os discípulos, para os quais, ao saírem de Jerusalém, o tema da conversa era o que acontecera com Jesus, mas, ao voltarem, conversam sobre o que tinha acontecido com eles no encontro com Jesus. No início, estão tristes, sem esperança e com medo do futuro, não se entendem e discutem, sem chegarem a acordo. Depois do encontro com o Senhor, partilham a mesma experiência e estão ansiosos por partilhá-la com os outros discípulos. Já não fazem o caminho de volta, arrastando os pés e cabisbaixos, como no caminho de ida, mas correndo, de olhos iluminados e de coração a arder na noite.
Assim, a narração dos discípulos de Emaús descreve o itinerário de fé que eles fizeram e que teve como consequência a conversão de ambos, na qual houve a passagem do abandono da comunidade ao retorno à comunidade, do afastamento à aproximação, do isolamento à comunhão, a passagem do lamento ao agradecimento, da tristeza à alegria, do fechamento à partilha, do desânimo ao entusiasmo, da lentidão à prontidão – em suma, a passagem do coração vazio e duro ao coração transbordante e abrasado. O coração ardoroso pela missão de anunciar a Ressurreição de Jesus traz explícita a necessidade de o cristão realizar o encontro transfigurador com a Pessoa do Cristo Ressuscitado.
Em suma, a fuga da comunidade isola e fecha; é preciso experienciar o encontro com o Ressuscitado no itinerário da vida; esta experiência – alegre e dinâmica – deve provocar a reintegração na comunidade, pela partilha missionária; essa experiência deve ser confirmada pela comunidade sob o signo de Pedro, que a representa e à qual preside.
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A caminhada
pascal, traçada pelos dois discípulos de Emaús, torna-se, através de Lucas, o
itinerário paradigmático do discipulado missionário. Aliás, pela atenta audição
e pela exortação da Palavra, face aos desafios e às dores quotidianas, e pelo
compartilhar o Pão, ao mesmo tempo que se comungam os anseios e os sofrimentos
do próximo, os cristãos, imbuídos da alegria total e do ardor evangelizador,
retornam e permanecem na comunidade, saindo em missão. Deste modo, esta
narrativa lucana, além de atender à demanda da comunidade, é fundamental para
assistir ao cristão na tarefa hodierna: tornar resplandecente, na sociedade, o
desígnio de Cristo. A perícopa em referência retrata, na crueza da realidade
vigente, o salutar e transformador encontro com o Cristo, pela Palavra e no
partir o Pão, a partir do qual o cristão tem a existência transfigurada e o
ardor missionário reacendido, na e com a comunidade.
2025.05.07 – Louro de Carvalho
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