Apresentação, no vaticano, do Jubileu da Juventude

 

Conforme previamente anunciado aos jornalistas credenciados, a 22 de julho, decorreu, na Sala de Imprensa da Santa Sé, na Via della Conciliazione 54, a 23 de julho, às 11h00, a conferência de imprensa de apresentação do Jubileu da Juventude, que acontecerá de 28 de julho a 3 de agosto de 2025, evento a que o falecido Papa Francisco dedicou particular empenho, como se viu, quando, a 6 de agosto de 2023, em Lisboa, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), antes de marcar a JMJ 2027 para Seul, na Coreia do Sul, fez a convocação dos Jovens para a cidade Roma, em 2025, para a celebração do Jubileu dos Jovens, no âmbito do Ano Jubilar ordinário, no fim de cada quartel de século.
Os palestrantes na conferência de imprensa foram: Monsenhor Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização, Secção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo; Alfredo Mantovano, subsecretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros de Itália; Roberto Gualtieri, prefeito de Roma e comissário extraordinário do governo; Roberta Angelilli, vice-presidente da Região do Lácio; Lamberto Giannini, líder do município de Roma; e Fabio Ciciliano, chefe do Departamento de Proteção Civil.

Considerando que o Jubileu dos Jovens significa o Mundo em Roma, para o “momento mais esperado” do Ano Santo, os palestrantes apresentaram, na Sala de Imprensa da Santa Sé, no Vaticano, os eventos dedicados às novas gerações, que serão realizados de 28 de julho a 3 de agosto, com participantes de 146 países. Rino Fisichella vincou “abraço” ideal, em particular às zonas de guerra; Alfredo Mantovano apelou à ajuda aos jovens nas suas “escolhas importantes”; e Roberto Gualtieri considerou o Jubileu dos Jovens como “o maior evento italiano, em termos de equipamentos tecnológicos”.

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Sobre esta matéria Edoardo Giribaldi sublinhou ao Vatican News, portal de notícias do Vaticano, o Jubileu dos Jovens como “o momento mais esperado” do Ano Santo, que verá Roma abrir-se “ao Mundo”, mesmo às zonas tragicamente marcadas por conflitos, a fim de que, ao confrontar-se com os seus coetâneos, cada jovem, possa sentir “um abraço” e manter a fé no apelo a integrar a plêiade das “sentinelas da manhã” que o Papa São João Paulo II havia relançado, há 25 anos. Foi sob tais auspícios que foram apresentados, a 23 de julho, os eventos do Jubileu dos Jovens.
Dom Rino Fisichella explicitou como o Jubileu dos jovens representa “o momento mais esperado” do Ano Santo, “porque é o mais participativo”. Os peregrinos vêm de 146 países diferentes, sendo 68% da Europa e os restantes dos outros continentes. Menção especial se fez aos jovens que chegam de zonas de guerra: o Líbano, o Iraque, Mianmar, a Ucrânia, Israel, a Síria e o Sudão do Sul, para um “abraço” ideal que envolverá as novas gerações de todo o Mundo.

O arcebispo agradeceu ao governo italiano pela sua “participação diária” na organização dos eventos. Em seguida, delineou a programação daqueles dias. Na segunda-feira, 28 de julho, chegará o primeiro meio milhão de peregrinos. Para recebê-los, foram mobilizadas 270 paróquias, 400 estruturas escolares, 40 locais extraescolares, casas da Proteção Civil, pavilhões desportivos e famílias. O dia coincidirá com o início do Jubileu dos Missionários Digitais. Para o descanso dos jovens, foram preparados 20 pontos específicos, com credenciais para receberem almoços e jantares.

No dia 29 de julho, terão início os “Diálogos” com a cidade, ou seja, 70 eventos que, nas jornadas de terça, quarta e quinta-feira (dias 29, 30 e 31 de julho), “terão lugar nas praças de Roma”. No dia 1 de agosto, será realizada a “jornada penitencial” no Circo Massimo, com 200 sacerdotes que, a cada duas horas, se alternarão, sob grandes tendas montadas, para “dar um pouco de alívio”, devido às altas temperaturas. No dia 2 de agosto, a partir das 9h00, serão abertos os portões de Tor Vergata, que será animado por várias bandas e artistas até às 20h30, quando terá início a Vigília com o Papa Leão XIV. Para a ocasião, três jovens provenientes da Itália, do México e dos Estados Unidos da América (EUA) farão perguntas ao Sumo Pontífice, “que responderá nas respetivas línguas”. Para concluir, Rino Fisichella agradeceu ao Dicastério para a Comunicação pela implementação do aplicativo Vatican Vox e pelos serviços da Rádio Vaticano, que fornecerão tradução e comentários em oito idiomas. Existe também um vademecum elaborado com a Proteção Civil, “que deve ser o mais conhecido possível”, com todas as indicações “para se viver este momento com total serenidade”.

Alfredo Mantovano lembrou “o brilho nos olhos” dos seus filhos, ao retornarem da JM. E, para replicar esse grande entusiasmo, foram envidados esforços para que emergisse “um património inestimável”, não só para os próprios peregrinos, mas também “para as comunidades às quais eles retornarão”.

Os dias do Jubileu dedicados às novas gerações são um prelúdio para “escolhas importantes” na vida dos participantes, especialmente, para aqueles que vêm de zonas afetadas por conflitos. Ao entrarem em contacto com seus coetâneos, poderão perceber “que há quem queira estar ao lado deles”. O subsecretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros lembrou ainda os mais de dois mil voluntários da Proteção Civil, também na sua maioria jovens, que acolherão a população e a assistirão, juntamente com 300 unidades da Região do Lácio e 200 de Roma Capital. Esses resultados não são “fruto do acaso”, mas nascem do desejo de “otimizar os recursos disponíveis”, tornando o Jubileu um evento “bem organizado e seguro”. Alfredo Mantovano lembrou, por fim, o apelo do Papa São João Paulo II, por ocasião do Ano Santo de 2000, dirigindo-se aos jovens como “as sentinelas da manhã”. “Após 25 anos, é legítimo perguntar-se até que ponto esse apelo foi ouvido”.

Roberto Gualtieri sustentou que o slogan “Uma cidade pronta para acolher o Mundo” é o resumo de como Roma se está a preparar para os eventos do Jubileu dos Jovens. Segundo o prefeito Roberto Gualtieri, trata-se da “maior instalação tecnológica já realizada para um evento na Itália”, composta, entre outras coisas, por uma sala de controlo de 500 metros quadrados, que “vigiará” a área que receberá os peregrinos: mais de 500 mil metros quadrados. 

O grande calor será enfrentado com a instalação de 2760 banheiros químicos e de 2660 pontos para reabastecer garrafas de água, com cinco milhões de garrafas de água potável e 70 nebulizadores à disposição. Foi também dedicada especial atenção ao lado sanitário, com 10 postos médicos avançados, 43 ambulâncias e quatro áreas “calmas”, para quem precisar de “um momento de descanso”.

Roberta Angelilli definiu o Jubileu dos Jovens como “um evento memorável”, não só pelo impacto visual “da mobilização, que sempre surpreende”, mas também pelo seu “impacto emocional”. A região receberá mais de quatro mil voluntários, garantindo-lhes alojamento e refeições, com 30 tendas climatizadas, cinco cozinhas de campanha e 300 vagas de estacionamento. No atinente ao transporte público, estão previstos 400 turnos de serviço extraordinário e 60 autocarros dedicados, além de 21 horas de operação ininterrupta das linhas A e C do metro. No âmbito da saúde, em colaboração com a Ares e com o 118, estarão ativas 500 unidades operacionais. Além disso, outros serviços, incluindo um helicóptero sanitário, estarão à disposição do evento.

Lamberto Giannini garantiu que os jovens estarão protegidos em toda a cidade. “Nenhum sinal negativo sobre este evento” é a garantia Giannini. No entanto, isso não diminui a preparação máxima para os dias “clou” em Tor Vergata, sobre os quais será impossível sobrevoar com drones e com aeronaves, para garantir a segurança dos peregrinos. “Todas as pessoas que acederem aos eventos deverão passar por uma série de controlo”, mas a proteção dos jovens será ampliada para vários locais da cidade, especialmente, aqueles que tenham maior concentração de pessoas, como estações de metro e de autocarros ou o Circo Massimo, no dia dedicado ao Sacramento da Reconciliação.

Para Fabio Ciciliano, é preciso garantir apoio aos que vêm do exterior. O impacto dos peregrinos provenientes de 146 países não pode deixar de levar em consideração a “estrutura institucional internacional”, segundo o chefe do departamento da Proteção Civil. O acolhimento e a assistência aos jovens serão realizados em consequência, através da ativação de um escritório de relações internacionais. A experiência do Jubileu do Ano 2000 foi usada como modelo de referência para melhorar alguns aspetos, especialmente, no que diz respeito ao frequente extravio de documentos de identidade e à consequente emissão de duplicatas.

No período de perguntas dos jornalistas, Roberto Gualtieri assegurou que “grande parte das intervenções do jubileu foi realizada no respeito pelo cuidado da criação”, ou seja sobre como “trazer a dimensão da sustentabilidade ambiental” para dentro da organização do Ano Santo. E Rino Fisichella destacou, então, que 1500 jovens chegarão da Coreia do Sul, sede da JMJ 2027, lembrando que o Papa Francisco, ao concluir a última edição da JMJ, em Lisboa, marcou um encontro, precisamente, para Roma.

Quanto às perguntas a que Leão XIV responderá, foi assumido que abordarão “temas extremamente importantes”, entre os quais o tema da amizade: “Na era da Internet, é possível ter amizades sinceras?”, e depois o futuro e a esperança. “Uma grande oportunidade para difundir uma mensagem que o Papa tem em especial: a unidade e a fraternidade”. Os momentos em que os jovens poderão interagir com o Papa, lembrou o arcebispo serão a Vigília de 2 de agosto e a celebração da Eucaristia prevista para o dia seguinte. No momento, concluiu Rino Fisichella, as presenças registadas para as atividades de todo o Jubileu, no geral, são de 17 milhões.

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Em suma, um grande evento católico acarinhado pelos responsáveis do Vaticano e da Santa Sé, pelo governo de Itália, pela região do Lácio e pelo município de Roma. Que redunde em resultados práticos para a fé, para a edificação da Igreja de Jesus Cristo e para a sã convivência entre os jovens e intergeracional.

2025.07.24 – Louro de Carvalho