A liturgia do 15.º domingo do Tempo Comum, no Ano C, leva-nos a interrogar-nos sobre o que fazer para encontrar a vida eterna e definir o rumo certo.
O pregador desta homilia sobre a Aliança (o DT identifica-o com Moisés) insta os Israelitas a repensarem as suas opções e a recolocarem Deus no centro das suas vidas. De facto, Israel precisa de se converter. O verbo hebraico “shub” (voltar), aqui, exprime bem o que é preciso fazer: os Israelitas que têm andado longe de Deus, devem voltar, aproximando-se outra vez d’Ele; encontrando-O, devem escutar, de novo, a sua voz e dispor-se a seguir as indicações que Ele lhes dá. Só assim terão vida em abundância e felicidade infinda.
O homem frágil e limitado pode aproximar-se do Deus transcendente, misterioso, inacessível e inatingível, para escutar as suas indicações; e pode escutar a voz de Deus e compreender o seu desígnio. Consegue tudo isso, através da Lei, que não está só nos livros ou nas pedras, no céu ou o mar ou em qualquer lugar impossível, mas “está perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a possas pôr em prática”. A Lei que Deus deu ao seu Povo pode ser escutada, proclamada, memorizada e guardada no coração do homem. Se o homem a acolher no coração, terá acesso a ela; e, por ela, acederá às indicações de Deus. A Lei, agindo no interior do homem, transformá-lo-á e levá-lo-á ao verdadeiro compromisso com Deus e ao integral cumprimento da sua vontade. Iluminado pela Lei, o coração do homem produzirá gestos bons, os frutos que Deus espera dos membros do Povo da Aliança.
Começa, aqui, a desabrochar um conceito teológico que fará História: o conceito da Aliança nova, inscrita nos corações. Os profetas Jeremias e Ezequiel vão retomá-lo, amadurecê-lo e aprofundá-lo, anunciando que Deus, além de dar ao Povo a Lei, a imprimirá no coração de cada pessoa, mudando os corações de pedra (duros e insensíveis) em corações de carne (sensíveis e bons), capazes de aderir a Deus, e de viverem segundo os mandamentos.
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No Evangelho
(Lc 10,25-37), Jesus ajuda
um mestre da Lei, que o ia experimentar, a perceber que a vida deve ser
construída em torno de dois eixos: amor a Deus e compaixão pelo próximo. Para
que tudo seja claro, Jesus conta uma parábola que define quem é o próximo: é
qualquer pessoa com quem nos cruzemos e que precise de cuidado, de solicitude,
de amor.Um mestre da Lei lança a Jesus a questão: “Que hei de fazer para receber, como herança, a vida eterna?”. Alguns grupos coevos de Jesus não criam num mundo futuro, para lá do “mundo dos mortos” (o “sheol”) de que falava a catequese tradicional; Porém, outros grupos, como os fariseus, criam numa vida para lá da morte, inspirados por textos como o de Dn 12,2: “Muitos dos que dormem no pó da terra acordarão, uns para a vida eterna, outros para a ignomínia, a reprovação eterna”. A pergunta do mestre da Lei, no sentido de perceber como devia viver para, no mundo futuro, ter a vida eterna, era oportuna, mas Jesus, em vez de responder, devolve, ironicamente, a questão, pois trata-se de um mestre da Lei, importando a Jesus saber o que está escrito na Lei e como a lê o dito mestre. Ora, se o mestre da Lei queria apanhar Jesus em falso, equivocou-se: Jesus não está contra a Lei e todo o seu ensinamento está em consonância com ela.
Em todo o caso, o interpelante mostra que, efetivamente, conhece a Lei. A resposta combina dois textos do Antigo Testamento (AT): Dt 6,5 (“amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças”) e Lv 19,18b (“amarás o teu próximo como a ti mesmo”). Abrange as duas dimensões da vida humana: vertical (relação com Deus) e horizontal (preocupação com os irmãos). Jesus, parecendo concordar com o homem, convida-o a praticar os princípios acabados de formular. Diz-lhe que, vivendo assim, terá vida plena (“Respondeste bem. Faz isso e viverás”). A questão parecia encerrada. Contudo, o homem que interpelou Jesus não se sente cómodo. Talvez sinta ridículo por ter feito a pergunta para a qual sabia a resposta e quis justificar-se. A forma que encontrou para isso foi uma pergunta sincera, para a qual não tinha encontrado resposta óbvia: “E quem é o meu próximo?” E a questão faz sentido.
Na época de Jesus, os mestres de Israel discutiam quem era o próximo. Nos círculos judaicos, excluía-se da classificação de próximo os estrangeiros e os samaritanos. Considerava-se próximo todo o que integrava o povo de Deus. Contudo, os fariseus, por exemplo, excluíam da categoria “próximo” a gente do povo que não cumpria a Lei, os essénios de Kûmran e os publicanos que trabalhavam para os opressores romanos. E Jesus responde com uma das mais desafiantes parábolas. Situa-a no cenário do caminho de Jericó, estrada que se estendia, por cerca de 28 quilómetros, entre a cidade santa de Jerusalém (a 800 metros acima do nível do mar) e o oásis de Jericó (a 300 metros abaixo do nível do mar). Era a estrada dos peregrinos de vinham da Galileia em peregrinação a Jerusalém.
À época, era estrada perigosa, infestada de salteadores que atacavam os viajantes. Ora, “um homem” não identificado (não se diz nome, etnia, religião, mas apenas que é “um homem”) foi assaltado pelos bandidos e deixado caído na berma da estrada. É um homem ferido, abandonado, carente de ajuda. E isso é que é preponderante.
Pela estrada onde jazia o homem inanimado passaram, sucessivamente, um sacerdote e um levita, pessoas consagradas ao serviço de Deus, exercendo funções litúrgicas no Templo de Jerusalém. Viram o homem ferido e abandonado e reagiram os dois da mesma forma: passaram ao largo (eu ficava todo contente, quando me diziam, na catequese que eram sacerdotes e levitas, mas do AT). Jesus não explica porquê. Teriam medo de enfrentar igual sorte, se parassem em caminho tão perigoso; teriam afazeres urgentes e não quereriam perder tempo; pensariam que o homem estava morto ou às portas da morte, e quereriam evitar ficar contaminados pelo contacto com o cadáver. Fosse como fosse, o sacerdote, primeiro, e o levita, depois, ignoraram o homem carente de ajuda. A misericórdia, a compaixão, a bondade, o amor, não lhes apraziam. Eram homens da religião, mas de religião oca, de ritos estéreis, de gestos vazios, de cerimónias faustosas e solenes que não atingiam o coração e não conduziam ao amor.
Ao invés, pela estrada onde jazia o homem ferido passou um samaritano, um dos malditos que a religião de Israel classificava como herege, impuro, igual a endemoninhado. Porém, foi ele que parou para prestar auxílio ao homem ferido. O samaritano não pensou se o homem caído na berma era “próximo” ou não, nem pensou nos riscos que ia correr, nem se preocupou com o inevitável adiamento dos negócios. À vista do homem ferido, “encheu-se de compaixão” (o verbo grego “splagknídzomai” é usado para falar do amor da mãe pelo filho que se magoou e que corre para os braços da mãe para ser consolado). A compaixão, fruto do amor, traduzir-se-á em gestos concretos de cuidado: o samaritano ligou as feridas do homem, curou-as com as mezinhas que tinha à mão (azeite e vinho), deitou o homem no seu próprio cavalo, levou-o para estalagem onde podia ser tratado, pagou ao estalajadeiro para que cuidasse do ferido até ele se restabelecer. Enfim, o herege condenado pela religião do Templo tinha o coração mais cheio de Deus do que os profissionais da religião.
Concluída a parábola, Jesus perguntou ao mestre da Lei qual dos três que desciam de Jerusalém para Jericó terá sido “o próximo” do homem que caiu nas mãos dos salteadores. O mestre da Lei não teve dúvida: “O que teve compaixão dele.” Jesus concordou. O mestre da Lei queria saber quem era o seu próximo; Jesus, com subtileza, ajuda-o a perceber que a grande questão não é a definição de quem é o nosso “próximo”, mas se estamos dispostos a aproximar-nos (a fazermo-nos “próximos”) de todas as pessoas, sejam elas quem forem, que necessitem da ajuda, do cuidado, do amor.
As palavras finais de Jesus constituem um programa de vida: “Vai e faz o mesmo” que o samaritano fez, isto é: “Aproxima-te da pessoa que precisa de ti, sem te preocupares com a sua etnia, a sua história, o seu estatuto social, as razões que tens contra ela, o que te incomoda nela, os seus bons ou maus hábitos, as suas atitudes corretas ou incorretas”, pois “o homem ou a mulher que jaz na berma da estrada da vida é teu irmão ou tua irmã”.
“O que fazer para alcançar a vida eterna?” A parábola garante que quem tem o segredo da vida eterna é quem sente compaixão pelo carecido e se abeira com amor. Jesus inverte o dinamismo da Lei: não importa saber quem é o próximo, mas de quem devemos fazer-nos próximos.
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Na segunda
leitura (Cl 1,15-20) um hino celebra a grandeza universal de Cristo,
aquele que tem soberania sobre toda a criação e que é a cabeça da Igreja. E
exorta os crentes a fazerem de Cristo a sua referência e a viverem em comunhão
com Ele. Por Ele passa o caminho da vida eterna.A primeira estrofe refere a soberania de Cristo sobre toda a criação. Afirma que Ele é, para todos, a “imagem de Deus invisível”, ou seja, é em tudo igual ao Pai, no ser e no agir, e n’Ele reside a plenitude da divindade. Dizer isto significa também que Deus, espiritual e transcendente, Se revela aos homens e Se faz visível, através da humanidade de Cristo. Quem encontra Cristo, encontra Deus; quem escuta Cristo, escuta Deus; quem experiencia o amor de Cristo, experiencia o amor de Deus; quem está em comunhão com Cristo, está em comunhão com Deus. Cristo, feito homem, torna-se, para os homens, manifestação de Deus.
Depois, o hino afirma que Cristo é o “primogénito de toda a criatura”. No contexto familiar judaico, o primogénito era o herdeiro principal, com a primazia em dignidade e em autoridade sobre os irmãos. Assim, afirma-se a supremacia e a autoridade de Cristo sobre toda a criação, mas não se inclui Cristo na classe das criaturas. Por isso, o hino afirma que “n’Ele foram criadas todas as coisas” e “por Ele e para Ele tudo foi criado”. Ele cooperou na obra da criação.
Nestes termos, todas as coisas têm em Cristo o seu centro supremo de unidade, de coesão, de harmonia (“n’Ele”); é Ele que comunica a vida do Pai (“por Ele”); e Cristo é o termo e a finalidade de toda a criação (“para Ele”). Ao mencionar que os “tronos, dominações, principados e potestades” estão incluídos na soberania de Cristo, Paulo desmonta as especulações dos doutores colossenses sobre os poderes angélicos, tidos em paralelo com o poder de Cristo.
A segunda estrofe celebra a soberania e o poder de Cristo na redenção. Apresenta Cristo, antes de mais, como a “cabeça do corpo”, que é a Igreja. Esta expressão, tipicamente paulina, significa que Cristo tem a primazia e a soberania sobre a comunidade cristã e que é Ele quem comunica a vida aos membros desse corpo e os une num conjunto vital e harmónico. Cristo é, pois a referência absoluta para todos os que integram a comunidade cristã. Depois, afirma-se que Cristo é o “princípio, o primogénito de entre os mortos”. Ele foi o primeiro a ressuscitar e é fonte de graça e de glória para os que vivem em comunhão com Ele e que integram o corpo de que é a cabeça. Na sua ressurreição, inclui-se a nossa; a sua vitória sobre a morte tornou-se fonte perene de vida.
Por fim, o hino afirma que em Cristo reside “toda a plenitude”. O termo grego “pleroma” refere-se à totalidade de Deus. Em Cristo e só n’Ele habita a divindade: o que Deus nos quer comunicar, para nos inserir na sua família, está em Cristo. Portanto, por Cristo foram reconciliadas com Deus todas as criaturas na Terra e nos Céus: por Ele, a criação inteira, marcada pelo pecado, recebeu a salvação e pôde reinserir-se na família de Deus.
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Leão XIV, na homilia da Missa da paróquia
de São Tomás de Villanova, em Castel Gandolfo, disse que este Evangelho “é uma das mais belas e inspiradoras
parábolas contadas por Jesus” e que a parábola do bom samaritano continua a
desafiar-nos, a interpelar a nossa vida, a abalar “a tranquilidade das nossas
consciências adormecidas ou distraídas” e a alertar “para o risco de uma fé
acomodada, conformada com a observância exterior da lei, mas incapaz de sentir
e agir com as mesmas entranhas de compaixão de Deus”. Na verdade, a compaixão “está no centro da parábola”. E, se no
relato evangélico, “é descrita por meio das ações do samaritano, a primeira
coisa que o trecho destaca é o olhar”, diz o Papa, explicitando que, ante um “homem
ferido que se encontra à beira da estrada, depois de ter sido atacado por
salteadores, tanto do sacerdote como do levita, diz: ‘ao vê-lo, passou
adiante’; ao invés, do samaritano, o Evangelho diz: vendo-o, encheu-se de
compaixão.” É uma postura típica de Jesus, recordo.O magno olhar de que a parábola quer falar é o que Deus nos dirigiu, para aprendermos a ter “os mesmos olhos que Ele, cheios de amor e compaixão uns pelos outros”. De facto, o bom samaritano é a imagem de Jesus, o eterno Filho que o Pai enviou à História, porque olhou para a Humanidade, sem passar adiante, com coração e com entranhas movidos por emoção e compaixão. Como o homem do Evangelho que descia de Jerusalém para Jericó, a Humanidade descia aos abismos da morte e, muitas vezes, tem de lidar com a escuridão do mal, com o sofrimento, com a pobreza, com o absurdo da morte. Porém, Deus olhou para nós com compaixão, quis fazer o nosso caminho, desceu ao meio de nós e, em Jesus, bom samaritano, veio curar as nossas feridas, derramando sobre nós o óleo do amor e da misericórdia.
Francisco lembrou, tantas vezes, que Deus é misericórdia e compaixão, e afirmou que Jesus “é a compaixão do Pai por nós”. É o bom samaritano que veio ao nosso encontro. Ele, como diz Santo Agostinho, “quis ser chamado nosso próximo, pois o Senhor Jesus Cristo representa-Se a Si próprio sob os traços do homem que socorreu o pobre caído no caminho, ferido, semimorto e abandonado pelos ladrões” (A doutrina cristã, I, 30.33).
Diz o Papa Leão que parábola instiga cada um de nós: sendo Cristo a manifestação do Deus compassivo, crer n’Ele e segui-Lo como seus discípulos é deixar-se transformar e ter os seus sentimentos, isto é, coração que se comove, olhar que vê e não passa adiante, mãos que socorrem e aliviam feridas, ombros fortes que carregam o fardo dos que estão em carência.
Recordando as palavras de Moisés, segundo o Pontífice, obedecer aos mandamentos do Senhor e converter-se a Ele, não significa multiplicar atos exteriores, mas “voltar ao próprio coração”, para descobrir que é ali que “Deus escreveu a lei do amor”. E, se no íntimo da nossa vida descobrimos que Cristo, como bom samaritano, nos ama e cuida de nós, também somos impelidos a amar, da mesma forma, e tornar-nos-emos compassivos como Ele. Ora, “curados e amados por Cristo”, tornamo-nos “sinais do seu amor e da sua compaixão no Mundo”.
Precisamos da revolução do amor. O caminho que desce de Jerusalém até Jericó, cidade que se encontra abaixo do nível do mar, é o caminho percorrido por todos os que se afundam no mal, no sofrimento e na pobreza; é o caminho de tantas pessoas oprimidas pelas dificuldades ou feridas pelas circunstâncias da vida; é o caminho de todos os que “estão em baixo” até se perderem e tocarem o fundo; é a estrada de tantos povos espoliados, roubados e saqueados, vítimas de sistemas políticos opressivos, da economia que os condena à pobreza, da guerra que mata os seus sonhos e as suas vidas”. “E que fazemos?”, pergunta o Papa. Vemos e passamos adiante, ou deixamos que o nosso coração seja traspassado como o do samaritano? Às vezes, contentamo-nos em fazer o nosso dever ou consideramos próximo só quem está no nosso círculo, pensa como nós, tem igual nacionalidade ou religião. Porém, Jesus inverte a perspetiva, apresentando-nos um samaritano, um estrangeiro e herege que se torna próximo do homem ferido.
O samaritano, escreveu Bento XVI, “não se interroga sobre até onde chegam os seus deveres de solidariedade, nem sequer quais sejam os merecimentos necessários para a vida eterna. […] Sente o coração despedaçar-se-lhe […]. Se a pergunta tivesse sido: ‘O samaritano é também meu próximo?’, na referida situação, a resposta teria sido um ‘não’. […] Mas Jesus inverte a questão: o samaritano, o estrangeiro, faz-se a si mesmo próximo e mostra-me que é, a partir do meu íntimo, que devo aprender o ser-próximo […]. Devo tornar-me uma pessoa que ama, uma pessoa cujo coração está aberto para deixar-se impressionar ante a necessidade do outro.”
“Ver sem passar adiante, parar a nossa corrida apressada, deixar que a vida do outro […], com as suas necessidades e sofrimentos, me parta o coração. Isso aproxima-nos uns dos outros, gera uma verdadeira fraternidade, derruba muros e barreiras. […] O amor abre caminho, tornando-se mais forte do que o mal e a morte. Olhemos para Cristo, o bom Samaritano, e ouçamos, ainda hoje, a Sua voz que diz a cada um de nós: Vai e faz tu também o mesmo”, exorta o Papa Leão.
É de referir que, no fim da Missa, Leão XIV entregou, como presente ao pároco daquela Paróquia Pontifícia, em lembrança da celebração, a patena e o cálice da Eucaristia, instrumentos de comunhão, e que podem ser convite a todos, para vivermos em comunhão e promovermos “esta fraternidade, esta comunhão que vivemos em Jesus Cristo”.
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Recordo que
Jesus andou com pecadores públicos e acolheu prostitutas e adúlteros, assim
como Se fez presente no faminto, no sedento, no preso, no peregrino, no sem-abrigo,
no doente, não porque queira o pecado, a fome, a sede, a itinerância forçada, a
prisão, a rua ou a doença. Torna-se presente nestas pessoas, porque, em qualquer
circunstância, constituem apelo ao respeito pela dignidade humana, a sua situação
de carência impõe que olhemos e nos abeiremos, tornando-nos próximos, como deveríamos
ter estado próximos do Cristo do Calvário.
2025.07.13 – Louro de Carvalho
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